A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, abril 15, 2008

Contra o militarismo e a NATO

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Conferência em Kiev



Organizada pelo Partido Comunista da Ucrânia (PCU), realizou-se no passado dia 3, em Kiev, capital da Ucrânia, uma conferência internacional sobre o tema «A expansão forçada da NATO para Leste: problemas da segurança europeia».
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A iniciativa que coincidiu com o início da Cimeira da NATO em Bucareste, na Roménia, reuniu partidos comunistas e de esquerda, organizações sociais provenientes de 15 países da Europa, e contou com a participação dos embaixadores de Cuba e da Moldova em Kiev, isto para além de especialistas de vários centros analíticos e de investigação social ucranianos. Participaram também diversos partidos políticos ucranianos que se opõem à entrada do país na NATO.
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O Partido das Regiões, do ex-primeiro-ministro Viktor Ianukovitch, acabou por declinar o convite para estar presente, optando pela realização de um concerto anti-NATO na capital ucraniana.
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Na véspera, e em paralelo com a visita de Bush a Kiev, uma acção de protesto organizada pelo PCU e outras forças de esquerda do país juntou no centro da cidade milhares de manifestantes.

Maioria desfavorável à adesão

Embora, os últimos estudos de opinião divulgados revelem que mais de 65% dos ucranianos são contrários à entrada do país na NATO, a coligação “laranja” do presidente Viktor Iúchenko e da primeira-ministra Yulia Timochenko, apoiados pela maioria dos meios de comunicação social, continuam a pugnar pela rápida adesão à organização transatlântica.
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Os partidos presentes na conferência internacional foram unânimes na condenação do processo de alargamento da Aliança Atlântica e na consideração da sua essência agressiva e militarista, enfatizando em particular os perigos decorrentes da transformação da NATO em força de intervenção à escala global, e a tendência de subversão do direito internacional.
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A intervenção do PCP, representado por Luís Carapinha, da Secção Internacional, salienta que a «cavalgada para Leste da NATO a que se assiste desde as derrotas do campo socialista e a desintegração da URSS, inserindo-se organicamente na estratégia ofensiva e expansionista do imperialismo na actual correlação de forças mundial, representa certamente um factor de desestabilização e enfraquecimento da segurança europeia e uma séria ameaça à paz, na Europa e no mundo».
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Referindo o carácter da NATO «como instrumento da estratégia imperialista debaixo do domínio dos EUA», o PCP lembrou os exemplos da «pseudo-independência» do Kosovo, os planos de instalação do escudo antimíssil dos EUA na Europa, e a criação de bases militares norte-americanas e da NATO junto às fronteiras russas.
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No texto, os comunistas vincam o «eminente carácter de classe dos actuais processos de militarização e da escalada bélica das relações internacionais», e a inexistência de «uma saída puramente “geopolítica” capaz de servir os interesses dos povos e do progresso social», sublinhando, também, o papel dos trabalhadores e dos povos como «a força necessária para travar o passo à exploração e opressão capitalistas e obrigar o imperialismo a recuar na sua perigosa fuga para diante».
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Em Kiev, o Partido lembrou ainda que ao contrário do estipulado na Constituição da República, o nosso país «tem vindo a multiplicar a participação de tropas portuguesas em acções de carácter intervencionista e cariz neocolonial, desde o Chade ao Kosovo e Afeganistão».
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O 1º secretário do Comité Central do PCU e outros representantes ucranianos sublinharam durante a conferência que uma eventual adesão à NATO viola a Declaração de Soberania e a Constituição nacional, as quais preconizam um estatuto de neutralidade e não alinhamento da Ucrânia.
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Os participantes frisaram a necessidade de uma maior coordenação e convergência dos partidos comunistas e de esquerda na luta contra a NATO e a ofensiva imperialista em curso.
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in Avante 2008.04.10
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