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quarta-feira, março 31, 2010

Desemprego atinge sobretudo baixos salários

A corrida aos centros de emprego acentuou-se no ano passado JORGE SILVA

Desemprego atinge sobretudo baixos salários

Por João Ramos de Almeida
Há dois anos, três quartos dos empregados tinham um salário inferior a 850 euros. Após a crise passaram para 70 por cento


Os trabalhadores de baixos salários foram os mais afectados pela subida abrupta do desemprego. Entre Dezembro de 2008 e de 2009, enquanto subia o número de assalariados com ordenados acima de mil euros, desapareceram 125 mil empregos pagos a menos de 500 euros por mês.

A conclusão extrai-se dos dados sobre descontos para a Segurança Social, feitos entre 2007 e 2009.

Os números referem-se a Dezembro de 2007, de 2008 e final de 2009. E reportam-se a conjunturas distintas. Em 2007, o emprego ainda estava a subir e subiria até Junho de 2008. A partir daí, começou a cair. Em Dezembro de 2008, essa queda estava a meio. Em Dezembro de 2009, o emprego caíra três por cento face a 2008 e recuara aos níveis de 2000.

O interesse destes números é o de permitir acompanhar como o nível dos salários declarados evoluiu ao longo das conjunturas. Em finais de 2007, os salários eram bastante baixos. O salário mínimo situava-se em 403 euros, mas abrangia apenas 6 por cento da mão-de-obra. Se os ganhos salariais médios eram de 1033 euros, cerca de 39 por cento dos então 3.189.219 assalariados tinham salários brutos (antes de descontos e IRS) inferiores a 500 euros mensais. E 26 por cento recebiam entre 500 e 750 euros. Pouco mais de dez por cento entre 750 e 850 euros. Ou seja, três quartos dos assalariados tinham salários brutos até 850 euros.

E depois o outro quarto repartia-se entre vários salários. Entre os quais, o escalão de mil a 1250 euros (6 por cento) e de 1250 a 1500 euros ou de 1500 a 2000 euros (cada um com 4 por cento). Acima de dez mil euros havia só 1661 pessoas (ver caixa).

Este era o cenário de partida quando veio a crise. Em Dezembro de 2008, quando o INE já assinalava uma quebra do emprego desde o terceiro trimestre, o número de assalariados com descontos para a Segurança Social ainda subiu - passou para 3.204.279 pessoas (mais 15 mil). Mas juntando os "independentes" sem pessoal a cargo (que abrange os "falsos recibos verdes" e que passaram de 307,5 mil para 284,6 mil num ano), a tendência batia com a do INE. O emprego caiu 0,2 por cento. Ou seja, quando a crise apertou, os contratos mais precários foram os primeiros a quebrar. E desde 2008 até ao final de 2009 desapareceram mais 54,3 mil postos de trabalho "independentes".

Que tipo de salários foram mais afectados? Os mais baixos, os salários inferiores a 500 euros. De 2007 para 2008, foram abatidos 121 mil desses postos de trabalho. E de 2008 para 2009, mais 125 mil. E é de admitir que esta quebra esteja subavaliada porque não se conhece os rendimentos dos "independentes", já que podem escolher o escalão pelo qual descontam para a Segurança Social. A quase totalidade fê-lo pelo valor mínimo.

Parte da redução de postos mais baratos deveu-se, por outro lado, a uma progressão salarial. De facto, o salário mínimo subiu para 426 euros em 2008 e para 450 euros em 2009. Os ganhos salariais médios passaram para 1071 euros no final de 2008 e 1094 euros na primeira metade de 2009. Mas a maior parte da progressão foi "comida" pela crise.

De 2007 para 2008, o escalão de ordenados entre 500 e 700 euros subiu 60 mil pessoas. Mas de 2008 para 2009, o desaparecimento de 125 mil postos mais baratos não foi compensada no escalão seguinte.

Esta evolução condiz com os números do INE. Os dados dos terceiros trimestres de 2008 e de 2009 revelam ter sido operários e trabalhadores não qualificados os mais afectados pelo desemprego (menos 154 mil pessoas).
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idia sousa, lisboa/portugak. 30.03.2010 17:46  
 
os orfãos do CAVAQUISMO
Os desempregados a que o artigo se refere, são aqueles que tinham vinte e tal anos durante o cavaquismo, eram semi-analfabetos e fizeram parte do célebre programa de formação profissional, no qual foram desbaratados parte dos quadriliões de contos que vieram na 1ª tranche da Europa. Qualquer um arranjava um barracão, comprava máquinas velhas e dava formação profissional da treta. Isto junto aos milhões para comprar equipamentos e que eram desviados para carros, casas, viagebns etc. Agora na hora da globalização, essas pessoas com idades á volta dos 50 anos, não servem para nada, as fabricas de mão de obra intensiva estão a fechar e dai resultam cerca de 300.000 pessoas desempregadas e sem habilitaçõs. Onde estão as escolas? os hospitais? Onde pára a MASSA. O Oliveiras e Costas e outros saberão responder. A mim ofereceram esse nagócio mas eu disse não, pois sou legalista.
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Há 1884 salários acima de 150 mil euros



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O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) consagra uma taxa extraordinária de IRS para os contribuintes com rendimentos colectáveis acima dos 150 mil euros. Mas esta medida não deve dirigir-se aos assalariados.

Em finais de 2009, havia só 1884 pessoas que recebiam salários brutos superiores a dez mil euros mensais, ou seja, pouco mais do que 0,06 por cento dos 3,1 milhões de assalariados. Mas, apesar da crise, era um grupo em expansão. Em 2007, abrangia 1661 pessoas. De igual forma, os assalariados com rendimentos brutos mensais entre 5 mil e 10 mil euros passaram de 12.390 em finais de 2007 para 18.199 no final de 2009.

Na mira da medida do PEC está, sim, parte do grupo de 35 mil agregados com rendimentos superiores a 100 mil euros anuais. Em 2007 - ano das estatísticas mais recentes do IRS - detinham 5,5 dos 79,7 milhões de euros de rendimento bruto tributável em IRS e pagaram 1,7 dos 8,2 mil milhões de receita do IRS.

Mas a receita esperada com o agravamento da taxa de IRS de 42 para 45 por cento deve ser diminuta. O documento do PEC estima uma receita de 307 milhões para essa medida e para o alargamento da base tributária da Segurança Social, antes estimada pelo Governo em 80 milhões de euros.
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