A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, maio 15, 2010

Garzón suspenso da Audiência Nacional


 

Juiz autorizado a ocupar o cargo noTribunal Penal Internacional de Haia
 
14.05.2010 - 17:49 Por Nuno Ribeiro, Madrid

Emocionado, com os olhos em lágrimas, Baltasar Garzón abandonou ao fim da manhã a Audiência Nacional após ter sido suspenso de funções ao estar pendente o seu julgamento por ter assumido competências que não tinha na investigação dos crimes do franquismo.
Gárzon saiu rodeado de aplausos do tribunal 
Gárzon saiu rodeado de aplausos do tribunal (Reuters)

À saída do edifício, Garzón despediu-se com abraços de cada um dos 30 funcionários do 5º Juízo, e foi acompanhado pelos juizes Santiago Pedraz e Fernando Andreu e a procuradora antiterrorista Dolores Delgado.

“Torquemada vive”: numa folha A4, um dos funcionários de Baltasar Garzón lavrava o seu protesto. Uma referência a Tomás Torquemada, redactor do edito de Granada que em 1492 ordenou a proscrição dos judeus. “Garzón amigo, o povo está contigo” e “Garzón, Garzón” foram os gritos de dezenas de populares à saída do juiz. Este saudou-os de longe e entrou no carro oficial. Já sentado no veículo, começou a chorar.

Meia hora antes deste adeus emotivo, Baltasar Garzón foi informado da suspensão do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ), o órgão de governo dos juízes de Espanha. Uma decisão por unanimidade, em cumprimento da lei orgânica do poder judicial segundo a qual um juiz à espera de julgamento tem de abandonar funções. A suspensão durará até à sentença.

As reacções foram díspares. As três associações de juízes consideram que a lei foi cumprida.
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Juiz foi hoje suspenso

José Saramago lamenta com “lágrimas” afastamento de juiz Baltasar Garzón

14.05.2010 - 18:07 Por Lusa

O escritor José Saramago lamentou hoje com “lágrimas” o afastamento do juiz espanhol Baltasar Garzón das suas funções devido à investigação que pretendia realizar sobre os desaparecidos da Guerra Civil (1936-1939) e os primeiros anos da ditadura franquista.

O juiz Baltasar Garzón foi hoje suspenso das suas funções pelo Conselho Geral do Poder Judiciário Espanhol, numa reunião extraordinária deste órgão de governo dos juízes espanhóis, após ter sido indiciado por querer investigar crimes amnistiados da época franquista.

“As lágrimas do Juiz Garzón hoje são as minhas lágrimas. Há anos, a um meio-dia, tomei conhecimento de uma notícia que foi uma das maiores alegrias da minha vida: a acusação a Pinochet”, antigo ditador chileno, refere Saramago numa nota enviada à Agência Lusa.

“Este meio-dia recebi outra notícia, esta das mais tristes e desesperançadas: que quem se atreveu com os ditadores foi afastado da magistratura pelos seus pares. Ou melhor dito, por juízes que nunca processaram Pinochet nem ouviram as vítimas do franquismo”, critica Saramago.

No entender do Prémio Nobel de Literatura de 1998, Garzón é o “exemplo de que o camponês de Florença não tinha razão quando, em plena Idade Média, fez dobrar os sinos a finados porque, dizia, a justiça havia morrido”.

“Com Garzón sabíamos que as leis e o seu espírito estavam vivos porque as víamos actuar”, frisa.

Com o afastamento de Garzón “os sinos, depois do repique a glória que farão os falangistas, os implicados no caso Gürtell, os narcotraficantes, os terroristas e os nostálgicos das ditaduras, voltarão a dobrar a finados, porque a justiça e o estado de direito não avançaram, nem terão ganho em transparência e quem não avança, retrocede”, refere.

“Dobrarão a finados, sim, mas milhões de pessoas sabem reconhecer o cadáver, que não é o de Garzón, esclarecido, respeitado e querido em todo o mundo, mas o daqueles que, com todo o tipo de argúcias, não querem uma sociedade com memória, sã, livre e valente”, conclui o escritor português. 
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