A Internacional

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sexta-feira, janeiro 21, 2011

Financiamento dos partidos – um grave retrocesso

Financiamento dos partidos – um grave retrocesso

Author: José Marques  //  

Por: Ana Gomes

A decisão de rever a lei sobre o financiamento dos partidos políticos, que resultou de um entendimento entre todos os partidos com assento na AR no final de semana passada, chocou-me.
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Não conheço ainda detalhes, mas o que consigo perceber através dos relatos da imprensa e do que dizem os representantes dos partidos, é alarmante: vão voltar a poder circular as malas de dinheiro e vão ser legalizados os pagamentos de despesas de campanha partidária por empresas – como aquele por que foi penalizada a Somague, por decisão do Tribunal Constitucional, em favor da campanha do PSD em 2002, encabeçada por Durão Barroso.
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Em suma, vai abrir-se caminho a mais corrupção.
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Isto é tão mais intolerável quanto todos os partidos que entraram neste arranjinho – o meu incluido, para minha grande desolação – andavam até há bem pouco tempo a pretender que estavam empenhados no combate à corrupção.
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Não estão – está demonstrado.
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E não são só os partidos que não espanta, ou seja, PS, PSD e CDS/PP – os do habitual arco do Centrão. Um dos pretextos para este arranjinho foi, saliente-se, a necessidade do PCP encaixar milhões no “cash” das contribuições de militantes, simpatizantes e demais peixe que vier à Festa do Avante. E já percebemos em que modas paira, afinal, o Bloco de Esquerda, que até há uns dias atrás se aflautava como arauto moralista da luta contra a corrupção no nosso país.
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Quero aqui deixar registado (já o fiz na TVI24, na segunda-feira passada) que se eu estivesse na AR, António José Seguro não se tinha levantado sozinho: eu teria votado com ele contra este acordo. Ele constitui um grave retrocesso relativamente à anterior regulação do financiamento dos partidos políticos que o PS, sob a direcção de Ferro Rodrigues, conseguiu impôr (e que Durão Barroso conseguiu que só entrasse em vigor depois de já estar de saída do governo, em 2005).
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Aproveito para deixar já também aqui registada a minha visceral oposição à possibilidade de um Bloco Central, que se converteria num “fartar vilanagem”, se os portugueses caissem na esparrela de desresponsabilizar o PS, desamarrando-o de ter de governar em maioria absoluta.

5 Respostas para “Financiamento dos partidos – um grave retrocesso”

  1. Anonymous Says:
    Desde que este partido cor de rosa dirigido por gente de rosa ao peito e com a cor da mesma no intimo…eu já não me espanto com nada.
    Sério.
    Nada me faz espantar, nada me faz abanar.
    Agora irritar…isso já é outra conversa.
    Eu até acho muito bem esta decisão, pelo menos assim poderemos chamar os bois pelo nome uma vez que a coisa vai ser feita às claras.
    Era muito aborrecido andar a passar malas às escondidas, por baixo das mesas, por trás das costas…era deveras inconveniente, senão tiremos uns segundos do nosso precioso tempo que poderíamos utilizar a estudar os 400 novos impostos que teremos de pagar no próximo ano, e analisemos os porquês deste inconveniente: passar a mala às escondidas…era uma coisa que sempre trazia surpresas, era tudo à socapa e por vezes em vez dos milhões lá ia a mala que havia sido preparada pra passar o fim de semana com a secretária naquela ilha muito gira enquanto o trabalho e a mulher esperavam aqui que a viagem de negócios fosse positiva e curta.
    Por baixo da mesa é muito desconfortável, um empurrão mais forte e lá vai parar a mala no meio da sala e o empregado que nos está a servir vem todo solicito com a conversita de sempre “ai olhe lá a sua malita com os 2 milhões que se me foi para a meio da sala e ainda algum da oposição se pode aproveitar deste descuido veja lá o sr.dr que já não há vergonha nenhuma…”
    E por trás das costas?
    Quantas e quantas vezes quando se procede a este acto as mãozinhas acabam por se tocarem e…lá temos nós mais alguns políticos com a cor de rosa no intimo.
    Não!
    Isto não pode ser!
    Às claras!
    Tudo às claras.
    Existe coisa mais linda que a frontalidade e transparência politica?
    “Oh sr dr, olhe aqui o fagundes construções! trouxe os milhões que o sr exigiu pra campanha!”
    Assim sim, finalmente vamos sair da cauda da Europa…e passar pra dianteira dos países de terceiro mundo.
    M. Sá
  2. Fernando Says:
    M. Sá: o fagundes construções, se for uma empresa continua, a não pode financiar os partidos,
    se for um particular teria de pagar por MOVIMENTO BANCÁRIO e não poderia ultrapassar os 25 salários mínimos,
    como particular, em dinheiro vivo, o contributo individual não pode ultrapassar os 100 euros, mas sempre e estritamente CONTRA a venda de um bem ou serviço, devidamente registado.
    Impedir que os partidos possam angariar fundos, em resultado de iniciativas partidárias, como a Festa do Avante por exemplo, isso sim é que era uma violência.
    Os partidos existem, são necessários num regime de democracia representativa e os fundos não devem vir SÓ do Estado. “Eles” também devem promover iniciativas e não viver exclusivamente à pala do Estado. O que importa é que TODOS os financiamentos sejam registados documentalmente e possíveis de serem confirmados e controlados pelo Tribunal de Contas e isso é o que acontece.
    O importante mesmo era que se controlassem as CONTAS dos políticos (os financiamentos por “debaixo da mesa” entram agora directamente nas contas individuais e não directamente nas contas dos partidos, depois da alteração de 2003), os enriquecimentos ILÍCITOS, limita os gastos dos partidos em campanhas eleitorais (um autêntico escândalo9, excessivamente elevados.
    É no levantamento do sigilo bancário que se poderá resolver (se entretanto o PS não fizer marcha atrás, na especialidade, como já se fala, depois de ter aprovado a proposta do Bloco de Esquerda) estes problemas dos financiamentos ilegais, da corrupção, etc…
    Agora criticar por os partidos PODEREM angariar mais fundos próprios (e de pessoas individuais)- que não apenas para campanhas eleitorais, o Bloco está agora a realizar uma campanha forte de angariação de fundos para a reconstrução da sua sede, quando as suas contas são (como devem ser, aliás, repito) fortemente fiscalizadas (e as multas são constantes -o PCP paga sempre multa por causa da Festa do Avante (será imaginável o PCP exigir pelo pagamento da cerveja ou da bifana o pagamento através de cheque? tenham dó!
    Note-se que o valor máximo que podia entrar em dinheiro vivo os 22 500 euros não cobriam sequer os valores das cotas dos partidos, já não digo grandes, digo médios, senão vejamos: um partido com 1000 sócios a pagar 25 euros = 25 000 euros (logo já estava a ultrapassar os 22 500 euros). Deveriam os partidos pagar uma multa pela contribuição militante dos seus membros?
    Pode-se achar que o alargamento é muito. 55 vezes mais. Mas não é por aí que vem mal ao mundo. O grave mesmo é a corrupção. E para isso é preciso criar mecanismos de controle apertado. E aí é que não há acordo nos partidos.
    Mas esta polémica arrasta outro problema, que aliás já apanhou o José Marques. Que é de fazer passar a mensagem que todos os partidos são iguais. Até, veja-se lá, como diz a Ana Gomes, o Bloco de Esquerda. Pois é! Afinal se até o Bloco que tanto tem pugnado pelo combate à corrupção, pela transparência, pela moralização na política, se “vende” quando se fala em mais dinheiro!… de que vale a pena votar! E assim se tenta arrumar, como convém, as forças políticas que mais incómodos lhes causam! Assim não vamos lá!
  3. José Marques Says:
    Claro que o nosso partido é sempre melhor que o dos outros. É um bocado como no futebol, O meu Benfica é o melhor, mas… Quem ganha é o FCP.
    E o Bloco por omissão ou pelo voto, acaba por também sancionar este “golpe palaciano”.
    NAO GOSTEI e tenho esse direito apesar da simpatia que tenho pelo BE, tinha que dizer isto.
  4. Fernando Says:
    estás enganado o “meu partido” não é sempre o melhor que os outros. Eu não sou incondicional de ninguém e se me tens lido …já deves ter lido, como algumas vezes, já fiz criticas violentíssimas ao Bloco. Bastar clicares no menu do meu blogue e vez lá algumas delas.
    De resto a política não é nada como o futebol. No futebol há uma irracionalidade, diria que natural Na política deve ser exactamente o contrário e eu não sou incondicional de ninguém, repito, nem um seguidor cego. Agora obviamente tenho referências. E Miguel Portas, Francisco Louçã e Fazenda são algumas delas, mesmo que nem sempre concordando com eles. Mas são referências de seriedade e de combate à corrupção, pela moralização da política. Diria que se nesse aspecto não acreditasse neles teria necessariamente de deixar de votar neles e de dar apoio ao projecto.
    O Bloco, como disse o Miguel Portas votou a favor o aumento das contribuições individuais para resolver alguns problemas práticos e concretos que já explicitei. E expliquei muito bem as alterações fundamentais introduzidas e as explicações que deu satisfizeram-me.
    Quanto ao resto tens todo o direito de dizeres o que queres como eu tenho o direito de não concordar contigo e mais, demonstrar como a tua posição afirmada (de não votar), pode confirmar quais os verdadeiros interesses desta campanha: Colocar todos os partidos no mesmo saco. Ampliar uma campanha anti-partidos. Sabemos, diz-nos a história, quem beneficia com estas campanhas. Dá resultados pelos vistos.
    Ah e a Ana Gomes não diz a verdade, certamente por desconhecimento (não digo que mente porque ainda é das poucas pessoas do PS que respeito) quando diz que “vão ser legalizados os pagamentos de despesas de campanha partidária por empresas..” ; as empresas continuam impedidas de financiar legalmente.
    Já agora o artigo de Mário Crespo como de costume é de rir; ele é um pândego. aquilo é uma história de corrupção que nenhum mecanismo de combate à corrupção trava, a não ser com o fim das off-shores, com a obrigatoriedade dos registos de trânsito do dinheiro, com o fim do sigilo bancário. o que uma coisa tem a ver com a outra? Ele não explica e como todos os outros não dá um argumento que justifique as frases feitas. Para ver se me conseguiam convencer.
    Mas fará algum sentido que o PCP tenha de pagar uma multa porque não pode não incluir as receitas da Festa do Avante? Ou que as cotas dos militantes tenham de ser pagas através de cheque?
    O que faziam melhor certos críticos era indignarem-se com os gastos nas campanhas eleitorais, com os tectos máximos permitidos. Um escândalo. Para essas denúncias contem comigo.
    Quanto ao resto que abram o sigilo bancário, fecham os off-shores, introduzam a figura do enriquecimento ilícito, e assim sim, combate-se a corrupção. Nisso não falam esses críticos. O resto é treta e campanha fundamentalmente, com objectivos precisos e nesta, parece-me bem, está a ser enrolada muita boa gente.
    Em qualquer dos casos, tanto o PCP como o Bloco não concordam com muitos pontos da nova lei …mas não sobre estes tão falados.
  5. Anonymous Says:
    Eles falam e falam e depois voltam a falar….
    Acção, convicção e firmeza fica por baixo da mesa…Quanto ao resto vamos lá embora abrir o sigilo bancário, acabem com os off-shores, introduzam a figura do enriquecimento ilícito, e assim sim! Já é um passo de gigante no combate à corrupção.
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    http://retalhos.com.pt/blog/?p=586
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