A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, outubro 10, 2011

Sobre os resultados eleitorais na Madeira

«CDU  Eleições Regionais da Madeira 2011

Conferência de Imprensa, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP , em Lisboa

Sobre os resultados eleitorais na Madeira


1. O resultado obtido pela CDU, mais de 5 500 votos (3,76%) e a eleição de um deputado (menos 1 que há 4 anos) - correspondendo a uma significativa expressão eleitoral e é um resultado negativo que está longe do reconhecido prestigio político, apoio social, da sua ímpar intervenção na assembleia legislativa e junto dos trabalhadores e das populações e ao valor do seu projecto. Um resultado que torna mais difíceis as condições para enfrentar o programa de agressão que PSD, CDS e PS se preparam para lançar nos próximos dias contra o povo da Região Autónoma da Madeira.
Um resultado explicado pelo sentimento de desânimo designadamente de apoiantes da CDU que, fustigados de forma mais particular pelo agravamento exponencial das injustiças, do desemprego e da pobreza, não acreditaram que com a sua decisão e o seu voto podiam contribuir para penalizar quem lhes agravou as condições de vida e reforçar aqueles com quem contam para construir uma vida melhor. Mas também resultado da dispersão de votos em candidaturas inconsequentes e até provocatórias, que embora sem projecto nem valor próprio beneficiaram de uma generosa mediatização destinada não só a favorece-las mas a impedir o crescimento da força mais consequente e capaz de se opor e dar combate ao programa de exploração que atinge os madeirenses.
2. A perda da maioria absoluta de votos pelo PSD, com a sua mais baixa votação de sempre, facto que não pode ser ocultado pela manutenção da maioria absoluta de mandatos, constitui uma inegável derrota do poder jardinista que é inseparável da luta de todos quantos como a CDU o enfrentam com coragem e determinação, e não apenas em palavras.
Uma condenação tão mais significativa quanto ao recorrente quadro de condicionamentos e até coacção eleitoral e ao inaceitável uso de meios públicos ao serviço da sua candidatura. Jardim e PSD exploraram ainda a seu favor, a partir de uma ardilosa postura de vitimização, a campanha que alguns animaram de instrumentalização da divida, avivando disputas e animosidades com o todo nacional, simulando demagogicamente uma postura de defesa da Madeira, procurando recuperar neste terreno o apoio que a sua política de desastre social e afundamento regional lhes estava a negar.
O enfraquecimento do PSD e de Jardim, de inegável significado, sendo inseparável da política ruinosa e de afundamento a que conduziram a região e do descontentamento crescente que animou, é sobretudo resultado da luta das populações e dos trabalhadores e, em particular, da intervenção combativa da CDU na mobilização, esclarecimento e organização do protesto na defesa dos direitos do povo e da região autónoma.
A expressiva penalização agora imposta ao PSD-Madeira, constituindo um importante revés para o jardinismo abre, sem subestimação das manobras políticas para salvar o essencial do regime e dos interesses que este defende, um importante espaço para a luta por uma mudança e melhores perspectivas para enfrentar, resistir e derrotar o programa de agressão imposto ao país e o novo pacote de sacrifícios, exploração e injustiças que PSD, CDS e PS se preparam para descarregar sobre as costas dos trabalhadores e do povo madeirense.
3. Num momento em que sobre os trabalhadores e o povo da Madeira pairam novas ameaças sobre as suas condições de vida e os seus direitos, a CDU reafirma o seu compromisso de sempre com a defesa dos interesses populares.
Como desde a primeira a hora a CDU preveniu, a instrumentalização da dívida, para lá de aproveitamentos que facultou ao governo regional, visa sobretudo legitimar e apresentar como inevitáveis a dupla penalização que PSD e CDS, com a cúmplice conivência do PS, se preparam para lançar sobre os trabalhadores da Madeira.
Os elementos já implicitamente revelados no relatório apresentado pelo Ministro das Finanças sobre a dívida da região – aumento de impostos, reduções salariais com a eliminação do subsídio de insularidade, imposição de portagens nas vias rápidas, vaga de despedimentos na administração pública e regional, cortes no acesso à saúde e introdução de taxas moderadoras, privatização das empresas de electricidade e de transportes urbanos do Funchal (com os inevitáveis despedimentos e a limitação e encarecimento do serviço público de transportes) – são testemunho dessas intenções.
A CDU, a mais sólida e coerente força com que os trabalhadores e o povo contam para resistir e derrotar este novo programa de agressão, sublinha que é pela luta, pelo exercício de direitos e pelo combate a falsos fatalismos que os madeirenses podem dar combate a quem os quer continuar a explorar e a empobrecer.
Um combate pela dignidade de quem trabalha, que conhece já na semana de luta de 20 a 27 de Outubro, convocada pela CGTP-IN, um momento para em cada empresa e sector de actividade mobilizar os trabalhadores em defesa dos seus empregos, dos seus salários e dos seus direitos, e contra o pacto de agressão.
4. Uma palavra de saudação aos militantes do PCP e do PEV, aos democratas sem filiação partidária, aos candidatos e activistas da CDU que intervieram com a sua acção de esclarecimento e mobilização nesta importante batalha política por uma Madeira melhor e mais justa. Aos milhares de eleitores que confiaram na CDU, muitos dos quais pela primeira vez, asseguramos que o seu apoio e o seu voto será integralmente respeitado e colocado ao serviço da luta em defesa dos seus próprios direitos, das suas aspirações. E que, como reiteradamente afirmámos, a força da CDU será a força de todos e cada um para fazer valer direitos, combater injustiças e construir um outro rumo e uma outra política capaz de abrir espaço a um futuro de esperança e a uma vida digna.

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