A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quarta-feira, março 07, 2007


Fados do Tempo da Outra Senhora (25)


Mãe Prêta

Samba-Jongo


Piratini/Caco Velho

* * * * * * * * * * *

Velha encarquilhada,

Carapinha branca,

Gandola de renda,

Caindo na anca,

Embalando o berço,

Do filho do sinhô,

Que há pouco tempo,

A sinhá ganhou.

Era assim que mãe preta fazia,

Criava todo branco,

Com muita alegria,

Enquanto na senzala,

Seu bem apanhava,

Mãe preta mais uma lágrima enxugava.

Mãe preta, mãe preta,

Mãe preta, mãe preta.

Enquanto a chibata,

Batia em seu amor,

Mãe preta embalava,

O filho branco do sinhô.

Interpretada em Portugal pelo Duo Ouro Negro (Angola)

Esta música, com letra de David Mourão Ferreira, numa temática completamente diferente, foi interpretada por Amália Rodrigues com o título de Barco Negro

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.[Bis]

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.[Bis]

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.

Quadro -
Família 2000 - Herbert Smagon (alemão - n. 1927)
oil on canavas

Fonte:

http://www.art-smagon.com/

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Fados do Tempo da Outra Senhora (14) - Fado de Peniche (Abandono)


Fados do Tempo da Outra Senhora (14)


Fado de Peniche (Abandono)


Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
 
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.

Poema- David Mourão Ferreira
Intérprete: Amália Rodrigues
Foto: Cabo Carvoeiro - Peniche

NOTA:
O seu fado de Peniche é proibido por ser considerado um hino aos que se encontram presos em Peniche, Amália escolhe também um poema de Pedro Homem de Mello Povo que lavas no rio que ganha uma dimensão política.