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* Medeiros Ferreira
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Um grupo de militares norte-americanos, especialistas em informações durante a II Guerra Mundial, veio recentemente a terreiro dar conta dos problemas de consciência que tiveram naquela altura por colocarem microfones nas celas de prisioneiros. Por maioria de razão, condenavam o uso da tortura para obrigar o inimigo a falar.
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Mesmo a vitória aliada em 1945 não será de molde a atenuar a estupefacção entre os actuais colectores de dados Imagine-se o que seriam tais cuidados em tempo de paz!As escutas telefónicas entraram no domínio da banalidade. Com elas tanto se ouve o narcotraficante como o traficante de influências e o namorado da vizinha.
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Confessar, sem saber e sem tortura, eis o insuspeitado contributo civilizacional do novo ‘big brother’.
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in Correio da Manhã, 2007.10.28