A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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terça-feira, fevereiro 15, 2011

Alejandro Nadal: O estado de direito no império financeiro

Economia

Vermelho -15 de Fevereiro de 2011 - 6h18O
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Wikileaks anuncia grandes revelações sobre os bancos mais importantes dos Estados Unidos. Evidentemente, já sabemos que o mundo das finanças se impôs sobre a economia real. Aí está a política macro-econômica, completamente subordinada às necessidades do setor financeiro. Mas o Wikileaks confirmará algo mais grave: a supremacia do sistema financeiro sobre o estado de direito.


Por Alejandro Nadal, no La Jornada

Uma coisa grave é uma crise econômico-financeira. Mas outra ainda mais séria é que o estado de direito vá para o abismo, juntamente com as poupanças de milhões de pessoas. Por isso é importante não esquecer o seguinte. Em primeiro lugar, a crise estoirou no coração do sistema financeiro mais desenvolvido do mundo. Entre as causas da crise está um conjunto de operações financeiras de duvidosa legalidade que criaram uma bomba-relógio e disseminaram os seus efeitos por todo o mundo através da titularização e da desregulamentação financeira.

Em segundo lugar, esse sistema financeiro não foi reformado ou sujeito a uma nova e mais rigorosa regulação. Nada no sistema financeiro dos Estados Unidos mudou de maneira significativa. E o pior é que mantêm a sua hegemonia sobre a economia real: as medidas de austeridade fiscal e de política monetária adotadas nos Estados Unidos e na Europa são testemunho disso.

Você não pensa que os funcionários da Lehman Brothers, da Goldman Sachs e da Bear Stearns sabiam o que estavam a fazer? Basta um exemplo para ilustrar tudo. Os bancos de investimento nos Estados Unidos estiveram a emitir títulos delineados especialmente para que o seu preço sofresse um colapso. Notem-se as palavras chave: “delineados especialmente”. Ao mesmo tempo, emitiam outros títulos que apostavam na tal queda nos preços, conseguindo assim ganhos astronômicas. Vender ativos lixo e apostar contra eles em operações paralelas não é uma mostra de duplicidade criminosa? A resposta tem que ser afirmativa.

No estrutura institucional do sistema financeiro dos Estados Unidos encontram-se a banca tradicional, os bancos de investimento, as casas de bolsa e as companhias qualificadoras. Dormindo na mesma cama estão as agências reguladoras, tanto da Reserva federal, como a SEC, a agência reguladora das transacções na bolsa de valores, e a CTFC, encarregada de supervisionar as operações sobre produtos básicos nos mercados de futuros. E esta é a história: ao longo dos últimos dez anos os bancos de investimento e a banca tradicional realizaram operações que hoje todos os analistas financeiros sérios qualificam de fraudulentas ou, pelo menos, de irregulares. Mas ninguém empreendeu ações legais para castigar os delitos que foram cometidos e para prevenir este tipo de conduta criminosa no futuro.

Para além de algumas medidas reguladoras cosméticas, nem sequer foram proibidas as principais operações que estiveram por detrás da gigantesca bolha de preços em bens imobiliários. Também não foram iniciadas investigações sérias por fraude contra os representantes do complexo corporativo de Wall Street.

A lista de problemas que reclamam atenção urgente nos Estados Unidos é conhecida. Nesse país, os quatro maiores bancos concentram aproximadamente 60% de todos os ativos no setor bancário, e, parece, nada mudará este nível de concentração e poder econômico. A partição dos bancos ficou no esquecimento. Também não se procedeu a uma reforma profunda da Freddie Mac e da Fannie Mae (as duas gigantescas corporações semi-públicas no mercado hipotecário). Nunca se chegou a proibir as emissões da maioria dos derivados mais perigosos (as armas de destruição em massa de Warren Buffet). Nada se fez para controlar e restringir os níveis de alavancamento dos bancos e agentes não bancários. Finalmente, as agências qualificadoras continuam a ser propriedade dos maiores agentes financeiros, com o que se mantém o duplo jogo e o conflito de interesses foi legalizado. Mas estes problemas permanecem sem solução.

Os indivíduos por detrás das corporações no setor financeiro amanharam fortunas astronômicas e continuam a fazê-lo, apoiados pelo pacote de resgate financeiro aprovado no final da administração Bush. O mais surpreendente: as suas sujas operações não permaneceram encobertas. Pelo contrário! Hoje conhece-se bem o modus operandi destes intermediários financeiros e seus cúmplices. Mesmo assim, zero investigações e zero ações legais contra estes agentes. Você acredita que as futuras revelações do Wikileaks mudarão as coisas?

Nos Estados Unidos, a tentativa de recuperar a república e eliminar o jugo do sistema financeiro ficou truncada. A equipe econômica de Obama apresenta-lhe a visão de que falar de fraudes é uma distracção e que o importante é a macroeconomia. Com as suas ações e omissões, Obama mantém a trajetória de desastre para a economia estadunidense e contribui para desmantelar o que restava do estado de direito.

Fonte: Informação Alternativa

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sexta-feira, julho 30, 2010

La Jornada: Por que contra a Venezuela?


América Latina

Vermelho - 29 de Julho de 2010 - 12h41


O que há, principalmente, por trás do conflito entre Colômbia e Venezuela, e sua recente escalada, é que a revolução bolivariana se choca frontalmente com o plano de dominação estadunidense sobre a América Latina.

Por Ángel Guerra Cabrera, em La Jornada

Que a Venezuela, um país com reservas de petróleo e gás entre as maiores do mundo, tenha um curso independente em busca do socialismo, promova a democracia participativa, a unidade e a integração da América Latina, a solidariedade, a paz e a cooperação entre os povos é intolerável para o império.

Impulsionado por sua sede insaciável de petróleo e recursos naturais que se tornam escassos, o império entrou em uma corrida armamentista permanente para o controle dos países que os possuem e as populações que nesses locais habitam. Tudo com o pretexto cínico de luta contra o terrorismo e o tráfico de drogas, uma bandeira içada por ninguém menos que o estado campeão do terrorismo e o primeiro mercado de drogas no mundo, cujos lucros constituem uma parte importante de seu sistema financeiro.

A elite dos Estados Unidos perde as estribeiras por causa da viceral amizade entre Venezuela e Cuba e do aprofundamento dos passos para sua união econômica, ao que parece, um preâmbulo de sua união política. Raúl Castro resumiu muito bem o significado desses passos em uma reunião de alto nível cubano-venezuelana, celebrada no simbólico 26 de julho: "apenas unidos venceremos".

O império não perdoa o importante papel da Venezuela na liquidação da Alca - projeto de recolonização continental - e o surgimento de Alba, que pratica relações mais fraternas e equitativas entre os países membros e as promove, ainda que não sejam membros, com todas as nações da América Latina e no Caribe.

Em resposta à Venezuela bolivariana, aos grandes movimentos populares e aos governos anti-neoliberais mais independentes gestado por eles, Washington restabeleceu a Quarta Frota e chegou até o extremo de instalar sete bases militares na Colômbia, o que, junto a outros fatores presentes neste país, constitui um perigosa ameaça de agressão a Caracas que já havia tensionado seriamente as relações bilaterais.

Neste contexto, ocorre a acusação precipitada do representante de Bogotá na OEA, de que Caracas mantém acampamentos de guerrilheiros colombianos em seu território, uma gravíssima provocação que pôs em perigo a paz entre os dois países irmãos, partindo do fanatismo ianque de Alvaro Uribe e seu desejo febril de protagonismo, desde que seu projeto de re-reeleição foi frustrado.

O presidente Hugo Chávez tem feito tudo que está ao seu alcance para harmonizar as relações com a Colômbia e evitar conflitos bilaterais. De fato, a pedido de Uribe, ele havia se convertido em um fator primordial de distensão da longa guerra de 60 anos no país vizinho e sempre insistiu na necessidade de uma solução política ao conflito.

Com justa razão, convocou as guerrilhas das FARC e do ELN a compreenderem que as novas realidades políticas exigem uma mudança de sua estratégia de tomada do poder pela força das armas por uma de negociação, sem que isso implique uma rendição. Chávez informou, com visível dor, o rompimento das relações com a Colômbia: o anunciou com uma lágrima no coração, disse ele.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sua surpresa com a atitude de Uribe, quando lhe faltam poucos dias para deixar a Casa de Nariño e "o novo presidente (Juan Manuel Santos) tem dado sinais claros, inclusive com os ministros que indicou, de que quer construir a paz".

Lula -com o equatoriano Rafael Correa, presidente pro tempore da Unasul, e seu secretário-geral, Nestor Kirchner - agiu rapidamente para trazer o assunto para dentro do mecanismo sul-americano, um espaço, em contraste com a OEA, favorável para que, sem a persença de Washington, se expressem plenamente os interesses da América Latina e do Caribe.

A Unasul já demonstrou a sua capacidade de negociação política e esta é mais necessária que nunca para a região e para a Venezuela, em particular. A provocação de Uribe, a captura do terrorista Francisco Chávez Abarca - parceiro de Posada Carriles, que confessou aos planos desestabilizadores que o levaram à Venezuela -, os desmantelados ataques ao governo bolivariano por parte do Arcebispo de Caracas e os caminhões de dinheiro entregues por Washington à contrarrevolução configuram um quadro subversivo com o qual se pretende frustrar a vitória chavista nas estratégicas eleições de setembro próximo.

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terça-feira, agosto 25, 2009

As 865 bases militares dos EUA em 40 países

Mundo

Vermelho - 18 de Agosto de 2009 - 16h47
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No contexto do neopinochetismo hipocritamente tolerado por Washington em Honduras, agora resulta que a projetada instalação de sete bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, que provocou massivo repúdio na América Latina, constitui a atualização de um novo acordo de segurança mediante o arrendamento das bases existentes com a finalidade filantrópica de combater a narcoguerrilha fronteiriça, segundo uma engenhosa interpretação de Obama exposta para um grupo de jornalistas hispanos (Reuters, 07/08/09), em vésperas da desarticulada cúpula do ASPAN em Guadalajara, onde o México não tem nada que fazer nem devia ter participado desde sua calamitosa gênese.

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Por Alfredo Jalife-Rahme, para o La Jornada

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Ninguém aprende com a cabeça alheia e EUA repete os mesmos erros da URSS, com uma tríade de consequências devastadoras: sobreextensão imperial, guerra perpétua e insolvência, que levam a um provável colapso similar ao da anterior União Soviética, na opinião de Chalmers Johnson (Dez medidas para liquidar as bases militares dos EUA; Asia Times, 04/08/09).
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Chalmers Johnson, professor emérito da Universidade da Califórnia (San Diego) e profícuo autor de livros notáveis, evidencia o império global potencialmente ruinoso de bases militares, que cadencia a longa dependência no imperialismo e no militarismo dos EUA em suas relações com outros países, além de "seu inchado establishment militar".
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Paralelamente, Floyd Norris, analista financeiro e econômico do The New York Times (01/08/09), revela que o embarque de bens duradouros civis dos EUA caiu mais de 20% durante a recessão, o qual teria sido pior se não fosse a crescente produção de armas, que disparou 123% acima da média do ano 2000 (início do militarismo bushiano, que Obama incrementou com sua máscara de cordeiro sequestrado pelos lobos do Pentágono).
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Norris comenta que EUA é primariamente uma economia civil, quando o "item militar representa ao redor de 8% de todos os bens duradouros (no ano 2000 foi 3%)"; porém, em nossa humilde opinião, é a uma economia preponderantemente militar, já que muitos segmentos de sua atividade civil se entrelaçam com seu substancial belicismo, como tem demonstrado SIPRI, o excelso instituto pacifista sueco.
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Segundo o inventário do Pentágono, em 2008, citado por Johnson, o império dos EUA consiste em 865 instalações em mais de 40 países, com um deslocamento de mais de 190 mil soldados em mais de 46 países e territórios.
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Johnson expõe o caso singular do Japão e a base de Okinawa (por certo, infestada por escândalos sexuais dos dissolutos militares estadunidenses que levam 64 anos ininterruptos de ocupação).
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As sete bases militares adicionais dos EUA na Colômbia elevarão seu total planetário para 872, o qual não tem equivalente com nenhuma potência passada e presente. Literalmente, os Estados Unidos invadiram o mundo!
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O mais relevante radica, na opinião de Johnson, em que tal ocupação é desnecessária para a genuína defesa dos EUA, além de provocar fricções com outros países e sua dispendiosa manutenção global (250 bilhões de dólares por ano, segundo Anita Dancs Foreign Policy in Focus): seu único propósito é oferecer aos EUA hegemonia, isto é, controle ou domínio sobre o maior número possível de países no planeta.
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Na opinião de Johnson, Obama não percebeu que os EUA não têm mais a capacidade de exercer sua hegemonia global, enquanto exibe seu lastimoso poder econômico mutilado, quando os EUA se encontram em uma decadência sem precedentes.
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Expressa três razões básicas para liquidar o império estadunidense: 1. Carece dos meios para um expansionismo de pós-guerra; 2. "Vai perder a guerra no Afeganistão, o qual aumentará ainda mais sua quebra"; 3. Acabar o vergonhoso segredo do império de nossas bases militares.

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Propõe dez medidas:
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  1. Por fim ao severo dano ambiental causado pelas bases e pelo cesse do Acordo sobre o Estatuto dos Exércitos (SOFA, por suas siglas em inglês) que de antemão impede aos países anfitriões exercer sua jurisdição sobre os crimes perpetrados pelos soldados estadunidenses, isentos de toda culpabilidade (particularmente, a epidemia de violações sexuais nos paraísos militares).
  2. Liquidação do império e aproveitar o custo de oportunidade para investir em campos mais criativos.
  3. O anterior, indiretamente, frearia o abuso aos direitos humanos, já que o imperialismo engendra o uso da tortura, tão abundante no Iraque, no Afeganistão e na base de Guantanamo.
  4. Recortar a inacabável lista de empregados civis e dependentes do Departamento de Defesa, dotado de seu luxuoso prédio (piscina, cursos de golfe, clubes, etc.).
  5. Desmontar o mito, promovido pelo complexo militar-industrial, de sua valia na criação de empregos e na investigação científica, o qual tem sido desacreditado por uma investigação econômica séria.
  6. "Como país democrático que respeita a si mesmo, EUA deve deixar de ser o maior exportador de armas e munições do mundo e deixar de educar os militares do Terceiro Mundo (v.gr. militares da América Latina na Escola das Américas, em Fort Benning, Geórgia) nas técnicas de tortura, golpes militares e serviço como instrumentos de nosso imperialismo".
  7. Devido às limitações crescentes do orçamento federal, devem ser abolidos os programas que promovem o militarismo nas escolas, como o treinamento do Corpo de Oficiais da Reserva.
  8. Restabelecer a disciplina e a prestação de contas nas forças armadas dos Estados Unidos, diminuindo radicalmente a dependência dos contratistas civis, das empresas militares privadas e dos agentes que trabalham para o exército fora da cadeia de comando e do Código de Uniforme da Justiça Militar. O livro de Jeremy Scahill Blackwater cita: A ascensão do exército mercenário mais poderoso (sic!) do mundo (Nation Books, 2007). A propósito, o holandês-estadunidense Eric Prince, fundador retirado de Blackwater e neocruzado da extrema direita cristã do Partido Republicano (muito próximo ao bushismo), acaba de ser implicado em um assassinato (The Nation; 04/08/09.
  9. Reduzir o tamanho do exército dos EUA.
  10. Cessar a dependência não apropriada na força militar como principal meio para tentar alcançar metas de política exterior.
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Sua conclusão é realista: infelizmente, poucos impérios no passado abandonaram voluntariamente seus domínios para permanecer como entidades políticas independentes e autogovernadas. Os dois importantes e recentes exemplos são os impérios britânico e o soviético. Se não aprendemos com eles, nossa decadência e queda estarão predeterminadas.
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Terá cura a fixação dos Estados Unidos ao militarismo por mais um século?
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Artigo publicado originalmente no jornal mexicano La Jornada (www.jornada.unam.mx).
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Fonte: Brasil de Fato

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terça-feira, julho 21, 2009

Nos 30 anos da Revolução Sandinista, Ortega fala em reeleição




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A Revolução Sandinista na Nicarágua completou, neste domingo (19), trinta anos, e o governo do presidente Daniel Ortega comemorou a data com um ato de massas. Ortega aproveitou a ocasião e explicitou, pela primeira vez, seus desejos de reformar a Constituição e habilitar a possibilidade de reeleição para a próxima disputa de 2011.

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Ato pelos 30 anos da Revolução Sandinista
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''Os deputads se reelegem o tempo todo, aos governantes não o permitem. Se vamos ser justos, que o direito à reeleição seja para todos e que seja o povo, com seu voto, que decida se existe ou não o direito à reeleição. Que decida premiar ou castigar. Esse é um princípio que temos que defender'', declarou.
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''Temos que trabalhar para ter uma melhor Constituição; podemos recorrer a mecanismos, como um reerendo, ou instalar outra urna para consultar o povo se quer ou não a reeleição presidencial em períodos sucessivos'', continuou Ortega.
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''E aqui podemos fazer isso sem nenhum problema, sem nenhum temor, porque o exército e a polícia não vão reprimir''assegurou o mandatário, em referência ao recente golpe de Honduras, que teve como mote a tentativa do presidente Manuel Zelaya de realizar um plebiscito sobre mudanças na carta Magna do país.
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Há 30 anos, em 19 de julho de 1979, a insurreição popular liderada pela Frente Sandinista de Libetação Nacional (FSLN) derrubava na Nicarágua a dinastia Somoza, que havia governado com mão de ferro o empobrecido país durante 45 anos, naquela que foi uma das ditaduras mais prolongadas da América Latina.
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Desde 1995, quando a atual oposição direitista assumiu a presidência, as leis nicaraguenses só permitem a reeleição me períodos alternados e só em uma ocasião. Em seu discurso, Ortega, além de fazer um balanço de sua gestão, falou sobre o golpe de Honduras e a recente decisão do colombiano Álvaro Uribe de permitir a instalação de bases militares estadunidenses em seu país.
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Ortega defendeu que a CIA esteve por trás da derrubada de Manuel Zelaya em Honduras. ''Que nào nos venham dizer que os servços ianques não sabia de nada. Quem pode crer em semelhante mantira?'', questionou.
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Sobre a presença militar norteamericana na Colômbia, o presidente da Nicarágua avaliou como um perigo para a região. ''Não queremos mais bases norteamericanas. É uma ameaça para a segurança de todo o continente. Que venham com obras desenvolvimento, que estas sim são bem-vindas'', assegurou.
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Com La Jornada e Página 12
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Leia também: Nicarágua: mudança na Constituição não deve enfrentar dificuldade


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in Vermelho - 20 DE JULHO DE 2009 - 18h22
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terça-feira, maio 19, 2009

A ofensiva da direita na América Latina

19 DE MAIO DE 2009 - 15h41

Guillermo Almeyra: 'A ofensiva da direita na América Latina'


Como em toda grande crise, juntamente com a radicalização de setores dos explorados e oprimidos, produz-se o recrudescimento das alas extremas da direita, que temem perder novas franjas de poder ou decidem passar à ofensiva antes que seja demasiado tarde, contando com suas forças econômicas, sociais e políticas para ganhar posições.

por Guillermo Almeyra, no La Jornada



Essa direita não é abertamente golpista, mas sim ocasionalmente, porque a relação de forças real não lhe permite, contudo é, sim, "destituidora". Ou seja, leva à desestabilização dos respectivos governos e sociedades, ao limite do golpe de Estado. A sua arma principal são os meios de informação, com os quais tenta reforçar a sua hegemonia político-cultural.


Por isso, assistimos a um golpismo mediático que se concretiza por meio da desinformação, da tergiversação dos fatos, da utilização de qualificativos sem sustentação, da sátira mal intencionada, da criação de temor à insegurança, às pandemias, às crises econômicas, as quais não seriam o resultado - era o que faltava! - do sistema capitalista e sim do "populismo" e da "ineficácia" e "corrupção" dos governos que não são simples peões do capital financeiro (como, por exemplo, o da Venezuela, o de Cuba, o da Bolívia, o do Equador e até o moderadíssimo governo da Argentina).


Podemos ver assim como a CNN pede em rede, diretamente, a renúncia do presidente guatemalteco ao qual entrevista e tritura todos os dias, dando como certo que o presidente Álvaro Colom ordenou um assassinato. E ocultando que o ódio da direita contra esse governo provém das limpezas que ordenou às forças armadas e à polícia, e das suas ainda tímidas medidas sociais.


Também podemos observar como a Globovisión exorta os militares venezuelanos a "porem as calças" contra o governo, ou como todos os meio de comunicação do grupo argentino Clarín especulam sobre a necessidade da renúncia da presidenta Cristina Fernández, caso não ganhe de forma esmagadora as eleições, e dizem que o vice-presidente já tem um gabinete formado.


Ao mesmo tempo, amplificam as provocações, como aquela que faz o Peru ao dar asilo político a delinquentes e assassinos da Venezuela e da Bolívia, disfarçados de opositores "democráticos". E, apesar de todas as acusações por corrupção e cumplicidade em homicídios que pesam contra Uribe, ele avança a passo acelerado na Colômbia para a preparação da sua reeleição, pisoteando a Carta Magna.


Mas também a direita veste a pele de cordeiro, no Chile, para que se esqueçam de Pinochet e da ditadura, e avança o proprietário da LAN, Sebastián Piñera, como candidato a presidente da República. Calderón apresenta-se como a garantia da ordem contra a delinquência, como o demonstram as declarações de De la Madrid sobre os Salinas.


A direita brasileira prepara-se para acabar com o governo de Lula, e a direita argentina, para retirar dos Kirchner a maioria nas Câmaras, submeter a julgamento político a presidente ou sabotar a sua política todos os dias.


Piñera pode chegar a ganhar no Chile. No Uruguai é possível um segundo turno que una as direitas para deixar a Frente Ampla em minoria. Nas eleições de 28 de junho, o governo argentino, com o auxílio da abstenção e dos votos em branco, pode sacar menos votos que a aliança entre a extrema direita peronista, a oligarquia latifundiária, o capital financeiro e os partidos tradicionais anti-peronistas.


Existe a possibilidade de que a candidata de Lula perca e a sorte do Mercosul penderia por um fio caso ocorresse a ascensão de governos direitistas no Uruguai, Brasil e Argentina. Os fatores determinantes desses possíveis retrocessos e da reanimação da direita são, fundamentalmente, dois: o reflexo conservador das classes médias urbanas perante a crise mundial, a queda do seu nível de vida, a insegurança social e o aumento da luta de classes.


E, interrelacionado com isso, a incapacidade ou o caráter tímido das políticas dos governos mal chamados progressistas, que continuam a aplicar essencialmente as mesmas linhas neoliberais dos anos noventa.


Eles, como os Kirchner ou Lula, não foram capazes de mobilizar uma força própria com medidas audazes: não nacionalizaram o comércio exterior de cereais, nem fixaram políticas anti-mineração, nem protegeram o ambiente e, pelo contrário, financiaram a grande indústria (que é estrangeira e está ligada à oligarquia e ao capital financeiro internacional) e não lhes tocaram nem num fio de cabelo.


Só as mobilizações populares e a perspectiva de políticas de mudança podem arrastar setores pobres das classes médias, como na Bolívia ou no Equador, ou contrapor-se à base social na classe média da direita venezuelana. A fraqueza da Concertación chilena, do kirchnerismo, de Lula, convertem-se na força da direita frente a governos socialmente isolados e que persistem nas políticas e concepções neoliberais que levaram ao desastre mundial.


Se acrescentarmos a isto que os trabalhadores estão a dar uma resposta muito débil e desunida à utilização capitalista da crise mundial e, em geral, não puderam elaborar um projeto próprio de saída da crise, vemos também porque a direita e o capitalismo podem manter a sua hegemonia político-cultural.


Mais do que nunca, é essencial travar a batalha ideológica contra os valores e os meios do capital e organizar a atividade política independente de suas vítimas.

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in Vermelho

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quarta-feira, abril 29, 2009

EUA: cúpula conservadora sofre golpe demolidor


O veterano senador Arlen Specter anunciou na última terça-feira (28) que abandonou o Partido Republicano para integrar-se ao Partido Democrata, mudando instantâneamente o equilíbrio de poder em Washington e provocando um tremor na cúpula política do país.


Por David Brooks, para o La Jornada



A surpresa foi um presente para Barack Obama e para os democratas, e também um golpe para a cúpula republicana, que deixa mais debilitada ainda. Specter não só anunciou sua mudança de lado, mas conclamou seus ex-correligionários a realizar uma rebelião contra os ultraconservadores de seu, agora, ex-partido.


O anúncio provocou a convocação de uma reunião de emergência pelo líder da bancada republicana no Senado a seus colegas, enquanto que Obama, seu vice-presidente Joe Biden — amigo de Specter e que durante anos tentou convencê-lo a tomar essa decisão — e a liderança legislativa democrata o chamaram para dar as boas vindas com os "braços abertos".


A virada de casaca teria sido dramática em qualquer momento, pelo perfil destacado de Spectar, líder do Senado e um dos parlamentares mais antigos da casa. Mas nesta conjuntura é um fato com enormes implicações para ambos os partidos.


Com a mudança de Specter, os democratas no Senado poderão obter — dependendo de como resultar uma disputa eleitoral em Minnesotta (tudo indica que a seu favor) – o número mágico de 60 votos. Isso é o necessário para superar a curiosa manobra parlamentar do Senado, que emprega a minoria para criar obstáculos às iniciativas da casa.


As implicações são enormes para a agenda política de Obama, que até a data enfrentou esse obstáculo em uma gama de iniciativas prioritárias para o novo governo, que nesta quarta-feira cumpre 100 dias de mandato, entre elas as reformas da saúde, energia e educação.


"Me encontrava cada vez mais em desacordo com a filosofia republicana e cada vez mais alinhado com a filosofia democrata", afirmou Specter em uma coletiva de imprensa, na qual afirmou que, depois de 29 anos no Senado, não estava disposto a arriscar sua carreira em busca de uma reeleição como republicano, em um partido que havia ilhado e cercado cada vez mais os moderados como ele.


Specter é considerado independente em vários assuntos — foi um dos três republicanos que desafiou a liderança de seu partido para votar a favor do programa de estímulo econômico promovido por Obama —, e advertiu que não será um voto automático a tudo que desejar a liderança democrata.


Para o líder de seu partido no Senado, Mitch McConnnell, não foi apenas uma surpresa, mas "uma ameaça ao país", explicando que o assunto tem relação com fazer com que o partido majoritário tenha o poder de fazer o que quiser, sem restrições. Mas o argumento é um pouco oco, já que é justamente o que fez o Partido Republicano quando tinha o monopólio político no Congresso e na Casa Branca.


La Jornada
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in Vermelho - 29 DE ABRIL DE 2009 - 16h44
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