761 500 pessoas sem trabalho
- 0h30 Correio da Manhã 2010 11 18
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"e como que a experiência é a madre das cousas, por ela soubemos radicalmente a verdade" (Duarte Pacheco Pereira)
Os dispensados estavam ao serviço da Provedoria há mais de dez anos e exerciam funções diversas, incluindo de coordenação das Linhas Verdes ‘Recados da Criança’ e ‘Apoio aos Cidadãos Idosos’.
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"Com a posse do novo provedor, e como resulta da lei, cessaram automaticamente funções todos os membros do seu Gabinete: chefe de gabinete, adjuntos, secretárias pessoais e os 12 referidos colaboradores", explicou a Provedoria ao CM.
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Alfredo José de Sousa deu conta da dispensa dos funcionários ao primeiro-ministro numa carta com data de 17 de Julho, a que o CM teve acesso, e na qual as dispensas são justificadas com as conclusões do Tribunal de Contas. "Perante isto não me restou alternativa a não ser não nomear os referidos ‘colaboradores’ que não têm qualquer vínculo à função pública", lê-se na carta.
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Na mesma missiva, o provedor pede, "com a maior urgência", uma alteração à lei, de modo a poder contratar as pessoas que desempenhavam funções nas linhas de apoio à criança e ao idoso, serviços que estão suspensos. Tal alteração, escreve, "não implica aumento de encargos orçamentados".
O crédito malparado dos agregados familiares subiu 856 milhões de euros num ano, fixando-se nos 4,10 mil milhões de euros em Maio último, de acordo com os dados do Boletim Estatístico ontem divulgado pelo Banco de Portugal. A cobrança duvidosa tem já um peso de 2,58 por cento no total de crédito concedido.
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Sinal claro das dificuldades sentidas pelas famílias é o facto de o malparado ter atingido o valor mais alto de que há registo na habitação, fixando-se nos 1,76 mil milhões de euros. Já nos empréstimos ao consumo, o montante subiu para os 941 milhões de euros. Não parece uma quantia elevada relativamente à habitação, mas o peso do malparado no crédito ao consumo superou os 6 por cento pela primeira vez desde 1998.
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Esta evolução no malparado, aliada ao actual contexto económico de aumento do desemprego e a uma maior restrição nas condições impostas pelas instituições financeiras, tem feito abrandar a concessão de empréstimos. O total do crédito concedido às famílias fixou-se em Maio nos 133,73 mil milhões de euros, o que representa uma taxa de variação anual de 1,9 por cento, um acentuado contraste com os níveis verificados entre 2005 e os primeiros meses de 2008, quando este indicador rondava os 10 por cento.
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Entre as empresas a situação é igualmente difícil. Com as vendas e as exportações em declínio, o crédito de cobrança duvidosa duplicou no espaço de um ano, para ascender aos 4,10 mil milhões em Maio
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Pelo lado da poupança, a tendência de aumento dos últimos meses inverteu-se, e agora os depósitos das famílias caíram 894 milhões de euros entre os meses de Abril e Maio.
Entre a população com mais de 65 anos, a taxa de pobreza atinge os 22 por cento, o que, apesar de ser um número elevado, representa uma descida face aos dados do ano anterior. Em 2006, a taxa de pobreza entre os idosos atingia os 26 por cento.
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O risco de pobreza regista valores muito elevados, uma taxa de 39 por cento, entre as famílias constituídas por um adulto e, pelo menos, uma criança dependente. Já as famílias ditas tradicionais, dois adultos e uma ou mais crianças, têm uma taxa de 32 por cento.
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O INE revela ainda que em 2007 o risco de pobreza se agravou para a população em situação de desemprego, com 35 por cento em comparação com 32 por cento do ano anterior.
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Os dados estatísticos demonstram ainda que, sem o efeito das medidas de ajuda social do Estado, aos 18 por cento da taxa de pobreza poderia juntar-se aproximadamente mais seis pontos percentuais.
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O inquérito realizado anualmente junto das famílias residentes em Portugal revela também que o rendimento dos 20 por cento da população com maior riqueza é 6,1 vezes superior ao dos 20 por cento com menor rendimento. Em 2006, este indicador chegava às 6,5 vezes, o que representa a maior queda desde que há registo.
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MINISTRO ADMITE RISCOS DA CRISE
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O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, admitiu ontem que a crise económica traz 'inevitáveis riscos' sobre o nível de pobreza em Portugal, mas garantiu que as medidas do Governo são suficientes para 'contrabalançar' esses perigos.
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'Há ainda um instrumento muito importante que não produziu efeitos, que é a elevação do salário mínimo nacional, que cresceu a partir de 2007 a taxas bem superiores às taxas dos salários médios em 2008e 2009', sustentou o ministro.
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DADOS 'ECONOMICISTAS'
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O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) classificou os números do INE como 'puramente economicistas'. Em entrevista à agência Lusa, Manuel Lemos afirmou que 'mesmo quando as pessoas, por algum subsídio que o Estado deu, receberam mais dinheiro, esse dinheiro, de uma maneira geral, não representa nenhuma melhoria para a sua qualidade de vida'. Outra reacção aos dados do INE chegou do CDS-PP, com Paulo Portas a responsabilizar o actual Governo pela estagnação da pobreza em Portugal.
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APONTAMENTOS
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POBRES
Segundo o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, em 2008 existiam em Portugal 394 mil idosos em situação de pobreza, menos 124 mil do que três anos antes.
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RENDIMENTO
O rendimento que delimita a situação de pobreza está actualmente nos 4878 euros anuais,ou seja, 406,5 euros mensais, segundo dados do Ministério do Trabalho.
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SEM CRIANÇAS
Os agregados familiares compostos por três ou mais adultos sem crianças a cargo registaram, em 2007, uma taxa de pobreza de sete por cento.
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MULHERES
As mulheres apresentam um risco de pobreza superior ao dos homens, com a respectiva taxa a fixar-se nos 19 por cento.
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As previsões divulgadas esta semana pelo Banco de Portugal apontam para uma inflação média anual de -0,2 por cento e uma contracção de 3,5 por cento no crescimento económico. Estas duas condicionantes são utilizadas para calcular os aumentos das pensões. Como a fórmula não prevê uma evolução negativa da inflação, valores negativos resultariam numa redução dos valores recebidos pelos pensionistas (ver quadro).
'A situação é excepcional e exige medidas de natureza excepcional', afirmou o ministro do Trabalho e da Segurança Social. Deixando subentender que o Governo não irá reduzir os valores das pensões, Vieira da Silva adiantou que 'o que pode estar em causa é uma intervenção de natureza excepcional para fazer face à situação vivida'.
O ministro frisou ainda que 'há um ano os riscos eram de crescimento da inflação e que as críticas que se faziam à fórmula de actualização das pensões eram de que ela era pouco sensível aos crescimentos da inflação'.
Quanto à solução que poderá ser encontrada, o gabinete do ministro afirma que ainda é 'prematuro' falar nela e que só em Outubro ou Novembro será tomada uma decisão.
Os sindicatos já vieram a público defender uma reforma da fórmula de cálculo das pensões para evitar uma diminuição do valor das reformas. 'A fórmula tem de ser revista, e pode sê-lo em termos conjunturais', sublinhou João Proença, secretário-geral da UGT.
Já para a dirigente da CGTP Maria do Carmo Tavares a revisão da fórmula de cálculo das pensões 'já deveria ter sido feita'.
VALOR DO AUMENTO ESTÁ ASSOCIADO A APOIOS SOCIAIS
Desde o final de 2006, a fórmula de cálculo de actualização das pensões deixou de ter por referência o salário mínimo nacional e passou a ser associada ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS). O valor do IAS é actualizado com efeito a partir de dia 1 de Janeiro de cada ano com base no crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) e na variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços ao Consumo (IPC) – a inflação.As regras determinam que no caso de o crescimento da economia ser inferior a 2% a actualização do IAS corresponda ao valor da inflação.
O QUE MUDAVA
PENSÕES EM 2010 (no quadro da actual lei)
2009 variação 2010 (€) (%) (€)
628 -0,2 626,74
950 -0,7 943,35
1500 -0,7 1489,5
2 900 -0,9 2873,9
MENOS DINHEIRO
No actual quadro de previsões, os pensionistas não se limitariam a perder poder de compra, como passariam mesmo a receber menos dinheiro por mês
O Governo vai atribuir em 2008 uma indemnização financeira aos funcionários públicos que saiam de forma voluntária da Administração Pública. Com esta medida, que está a ser preparada no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, os trabalhadores abrangidos receberão por mês 70 por cento do salário bruto, percentagem que irá diminuindo ao longo do tempo até atingir um mínimo de 50 por cento. Para além disso poderão acumular este rendimento com o exercício de uma actividade profissional no sector privado.
Ao que o CM apurou, o Executivo já assumiu que a saída voluntária de funcionários públicos é um objectivo prioritário para 2008. Para já, o Governo está a definir as regras para a aplicação desta medida, como a idade mínima para aceder a este processo e o número de anos a que equivale cada percentagem de remuneração. Se assim for, um funcionário que tenha um salário mensal de mil euros e que aceite sair ficará a receber um salário de 700 euros que progressivamente irá baixar até um mínimo de 500 euros por mês.
Com base nestes dados, o prémio à saída voluntária de funcionários públicos será mais favorável do que o actual sistema de mobilidade: neste caso, só ao fim de dez meses um trabalhador fica com 60 por cento do salário e pode acumular esta prestação financeira com o exercício de funções no sector privado.
Com os novos incentivos, o Governo espera cumprir um dos objectivos a que se propôs quando entrou em funções: reduzir em 75 mil o número de funcionários públicos até ao fim da legislatura. Segundo o censo divulgado pelo Ministério das Finanças no ano passado, existiam em Portugal mais de 737 mil funcionários, número que no curso de 2006 só foi reduzido em 10 871.
VER CONTINUAÇÃO EM Correio da Manhã 2007.10.12
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- Paulo Teixeira (Canadá) Façam como eu, abandonem esse país de treta, de direitos adquiridos, de sindicalistas irresponsáveis e de políticos inimputávies. Não estou nada arrependido dessa decisão que tomei vai para 10 anos. Aí sentia ódio cada vez que pagava impostos. Hoje onde estou, sinto orgulho em participar na melhoria desta sociedade. Abraço a todos.
Terça-feira, 9 Outubro
- alpa Cá nada! Isto vai tudo com vento a favor, e cada vez mais em corrida vertiginosa....
- Jonblue Pergunto-me, hoje o que é que dá dinheiro? Sector a sector económico a crise vai-se instalando e os bancos que se cuidem, porque o futuro não parece nada risonho. Penso que as ondas de choque provocadas pelos países emergentes asiáticos ainda nem se fizeram sentir... Temo um futuro negro p/ a economia em geral.
-Jose Santos Adivinha-se a Revolução !
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Os banqueiros e as donas brancas, que paguem com o dinheiro que têm roubado às famílias! Não fazem nenhuma obrigação.
O Créd.Consolidado(1só prestação) seria a melhor opção pra pagar as dividas.Mas, são teimosos!Assim,o buraco só aumenta!
Já está tudo arrebentado, esqueçam o passado e comecem do zero é melhor porque ninguém consegue pagar a ninguém.