A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, maio 25, 2009

Correa, Evo e Chávez: ''Radicalizaremos a revolução''


Os presidentes do Equador, Bolívia e Venezuela reafirmaram neste domingo (24) sua aliança socialista durante celebrações da independência em Quito, com o compromisso do presidente equatoriano, Rafael Correa, de também ''radicalizar a revolução''. Na véspera, Chávez e Correa defenderam as estatizações ecoincidiram no propósito do Estado assumir o controle das áreas estratégicas.


Evo, Correa e Chávez: 'Temos no máximo eleições'

''Não vamos mudar de rumo, ao contrário vamos para radicalizar e aprofundar a nossa revolução cidadã, acelerar nossos processos'', disse Correa, no discurso por ocasião do 183 anos da Batalha de Pichincha, que acabou com o domínio colonial espanhol.

Os três presidentes encontraram-se novamente dois anos e meio após selarem aquilo que a imprensa batizou de ''trindade socialista'', em uma cerimônia indígena realizada em Zumbahua, ao sul de Quito.

Para construir a Pátria Grande

Ao saudar Chávez e Evo, Correa reafirmou seu compromisso com o modelo de integracionista de inspiração bolivariana, compartilhado pelos três governos.

''Radicalizaremos a revolução cidadã, continuando com nossa política de abertura a todos os países do mundo dentro de um quadro de respeito mútuo, buscando a integração da América Latina para continuar construindo esta Pátria Grande'', indicou.

Antes de seu encontro com Morales no domingo, os líderes de Venezuela e Equador se reuniram em Quito para implementar vários acordos que incluem a troca de petróleo equatoriano por produtos refinados, a exploração de gás e a construção de uma megarrefinaría.

Chávez quer acelerar

Chávez também se propôs a acelerar socialismo na atual situação econômica mundial. Ele se mostrou satisfeito com a recuperação do preço do petróleo e, assim como Correa, recomendou que o Estado assuma o controle dos recursos estratégicos.

''Não demoremos, apuremos o passo, aceleremos o passo, a crise global nos obriga. Abre-se para nós um caminho na construção de um novo mundo, de uma forma historicamente nova, para nós o socialismo'', disse Chávez.

Os três também coincidiram em sua crítica à mídia e propuseram a criação de um órgão nos quadros da recém-formada Unasul (União Sul-Americana de Nações) para ''defender o governo dos abusos da imprensa''.

''Quando for presidente da Unasul vou propor formalmente: criar instâncias para defender os nossos cidadãos e governos legitimamente eleitos dos abusos da imprensa'', disse Correa em uma coletiva de imprensa conjunta.

Os três chefes de Estado receberam honras militares e participaram em actividades relacionadas com a celebração da independência antes de Chavez e Morales retornarem a seus países.

Em seu discurso, Correa destacou seus êxitos eleitorais e questionou a existência de uma verdadeira democracia na América Latina. ''Apesar de termos sido vencedores, continuamos a sustentar que no Equador e na América Latina ainda não temos democracia, temos, no máximo eleições'', disse ele.

Fonte: Página 12; intertítulos do Vermelho


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in Vermelho - 24 DE MAIO DE 2009 - 20h28
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sexta-feira, outubro 05, 2007

Mudança e luta




* Ilda Figueiredo
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Enquanto na União Europeia se vive uma ofensiva generalizada contra direitos sociais e laborais e em vários locais do mundo o imperialismo tenta impor o seu domínio à custa da devastação de territórios, do deslocamento e da morte massiva de pessoas como no Iraque, noutras zonas da América Latina e do Caribe vivem-se mudanças políticas e transformações sociais importantes que são uma esperança para os revolucionários e um incentivo à luta dos trabalhadores e dos povos em todo o mundo.
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Ao longo deste ano, em representação parlamentar e do PCP tive oportunidade de ir a três desses países da América Latina - Venezuela, Equador e Brasil - onde, embora de modo diferente, ocorrem mudanças progressistas que importa acompanhar.
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Dos três países visitados, é na Venezuela que há um processo de luta popular mais profundo, com a experiência da revolução bolivariana, o que tem permitido maiores avanços transformadores em torno do reforço e aprofundamento da democracia, de afirmação da soberania nacional, de posições anti-imperialistas e de experiências de profunda transformação social, em áreas que vão da educação, saúde e justiça até à própria gestão económica e social, incluindo a questão da propriedade em áreas sensíveis como a terra e os recursos estratégicos. As preocupações com a cooperação levaram à criação da ALBA, a alternativa bolivariana para a América criada por iniciativa dos governos da Venezuela e de Cuba socialista, a que se juntaram recentemente a Bolívia e a Nicarágua, após as importantes vitórias eleitorais nestes países.
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No Equador, está em marcha uma campanha eleitoral para a eleição de uma assembleia constituinte, o que pode permitir a elaboração de uma constituição progressista que afirme os princípios de transformação social e de reforço da democracia defendidos pelo presidente Rafael Correia, que o povo elegeu no final do ano passado, e a quem continua a apoiar, como foi claro na resposta dada no recente referendo que permitiu a marcação de eleições para o próximo dia 30 de Setembro.
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No Brasil, onde o PT realizou, no passado fim de semana, o terceiro Congresso dos seus 27 anos de vida, e onde o presidente Lula fez um importante discurso, reafirmando os princípios que lhe deram, no final do ano, cerca de 61 % de votos na segunda volta das eleições presidenciais, vive-se uma intensa luta política, dado que o PT não tem maioria parlamentar, o que obriga a um governo de coligação onde estão 11 forças políticas representadas, num leque político que inclui o PCdoB, mas que inclui também ministros do centro e de cariz conservador. Daí que as transformações sejam muito mais lentas e as medidas políticas nem sempre claras e, por vezes, até divergentes dos objectivos enunciados pelo presidente Lula ou pelo PT. No entanto, mesmo assim, a direita e as elites do poder financeiro desenvolvem uma grande campanha visando desmobilizar e descredibilizar as forças progressistas, ampliando alguns erros cometidos e explorando-os até à exaustão.
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A comunicação social é um dos principais instrumentos utilizados pelas elites do poder económico e financeiro, que detêm a propriedade e dominam a generalidade dos órgãos de comunicação de massas, problema que se vive no Brasil e em muitos outros países como foi bem denunciado no Seminário sobre governos de esquerda e progressistas na América Latina, e que antecedeu o Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado em S. Paulo.
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Na sessão solene do Congresso, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que “depende unicamente de nós criar as condições para ampliar a consciência popular, aprofundar a mobilização e acumular forças para dar continuidade a este processo de mudanças”, acrescentando que, para dar continuidade à construção de uma perspectiva socialista na América Latina e ao processo de combate ao neoliberalismo e ao imperialismo, é necessária a manutenção do projecto democrático-popular no Brasil. O representante do PC de Cuba, Fernando Remirez, convidado a intervir nessa mesma sessão, considerou que o Congresso e o PT «têm importância fundamental no processo necessário de mudanças, em pleno avanço na América Latina e no Caribe».
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É, pois, nestas mudanças e lutas diversificadas que se vão construindo alternativas ao imperialismo e ao neoliberalismo, o que exige forte mobilização dos trabalhadores e reforço da intervenção popular para fazer frente às constantes ameaças das elites do poder económico que não se conformam com a perda do controlo de todo, ou sequer de parte, do poder político. Por isso, impõe-se o reforço da nossa solidariedade com estas mudanças progressistas, inscrevendo no horizonte a perspectiva real do socialismo, construído em cada país de acordo com as suas características e particularidades, persistindo na via aberta pela Revolução de Outubro, cujo 90.º aniversário se comemora este ano.
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in Avante 2007.09.06