A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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sexta-feira, julho 30, 2010

La Jornada: Por que contra a Venezuela?


América Latina

Vermelho - 29 de Julho de 2010 - 12h41


O que há, principalmente, por trás do conflito entre Colômbia e Venezuela, e sua recente escalada, é que a revolução bolivariana se choca frontalmente com o plano de dominação estadunidense sobre a América Latina.

Por Ángel Guerra Cabrera, em La Jornada

Que a Venezuela, um país com reservas de petróleo e gás entre as maiores do mundo, tenha um curso independente em busca do socialismo, promova a democracia participativa, a unidade e a integração da América Latina, a solidariedade, a paz e a cooperação entre os povos é intolerável para o império.

Impulsionado por sua sede insaciável de petróleo e recursos naturais que se tornam escassos, o império entrou em uma corrida armamentista permanente para o controle dos países que os possuem e as populações que nesses locais habitam. Tudo com o pretexto cínico de luta contra o terrorismo e o tráfico de drogas, uma bandeira içada por ninguém menos que o estado campeão do terrorismo e o primeiro mercado de drogas no mundo, cujos lucros constituem uma parte importante de seu sistema financeiro.

A elite dos Estados Unidos perde as estribeiras por causa da viceral amizade entre Venezuela e Cuba e do aprofundamento dos passos para sua união econômica, ao que parece, um preâmbulo de sua união política. Raúl Castro resumiu muito bem o significado desses passos em uma reunião de alto nível cubano-venezuelana, celebrada no simbólico 26 de julho: "apenas unidos venceremos".

O império não perdoa o importante papel da Venezuela na liquidação da Alca - projeto de recolonização continental - e o surgimento de Alba, que pratica relações mais fraternas e equitativas entre os países membros e as promove, ainda que não sejam membros, com todas as nações da América Latina e no Caribe.

Em resposta à Venezuela bolivariana, aos grandes movimentos populares e aos governos anti-neoliberais mais independentes gestado por eles, Washington restabeleceu a Quarta Frota e chegou até o extremo de instalar sete bases militares na Colômbia, o que, junto a outros fatores presentes neste país, constitui um perigosa ameaça de agressão a Caracas que já havia tensionado seriamente as relações bilaterais.

Neste contexto, ocorre a acusação precipitada do representante de Bogotá na OEA, de que Caracas mantém acampamentos de guerrilheiros colombianos em seu território, uma gravíssima provocação que pôs em perigo a paz entre os dois países irmãos, partindo do fanatismo ianque de Alvaro Uribe e seu desejo febril de protagonismo, desde que seu projeto de re-reeleição foi frustrado.

O presidente Hugo Chávez tem feito tudo que está ao seu alcance para harmonizar as relações com a Colômbia e evitar conflitos bilaterais. De fato, a pedido de Uribe, ele havia se convertido em um fator primordial de distensão da longa guerra de 60 anos no país vizinho e sempre insistiu na necessidade de uma solução política ao conflito.

Com justa razão, convocou as guerrilhas das FARC e do ELN a compreenderem que as novas realidades políticas exigem uma mudança de sua estratégia de tomada do poder pela força das armas por uma de negociação, sem que isso implique uma rendição. Chávez informou, com visível dor, o rompimento das relações com a Colômbia: o anunciou com uma lágrima no coração, disse ele.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sua surpresa com a atitude de Uribe, quando lhe faltam poucos dias para deixar a Casa de Nariño e "o novo presidente (Juan Manuel Santos) tem dado sinais claros, inclusive com os ministros que indicou, de que quer construir a paz".

Lula -com o equatoriano Rafael Correa, presidente pro tempore da Unasul, e seu secretário-geral, Nestor Kirchner - agiu rapidamente para trazer o assunto para dentro do mecanismo sul-americano, um espaço, em contraste com a OEA, favorável para que, sem a persença de Washington, se expressem plenamente os interesses da América Latina e do Caribe.

A Unasul já demonstrou a sua capacidade de negociação política e esta é mais necessária que nunca para a região e para a Venezuela, em particular. A provocação de Uribe, a captura do terrorista Francisco Chávez Abarca - parceiro de Posada Carriles, que confessou aos planos desestabilizadores que o levaram à Venezuela -, os desmantelados ataques ao governo bolivariano por parte do Arcebispo de Caracas e os caminhões de dinheiro entregues por Washington à contrarrevolução configuram um quadro subversivo com o qual se pretende frustrar a vitória chavista nas estratégicas eleições de setembro próximo.

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quinta-feira, julho 29, 2010

Eva Golinger: EUA e Colômbia planejam ataque, revelam documentos

América Latina

Vermelho - 27 de Julho de 2010 - 16h03

A expansão militarista dos Estados Unidos na região e sua estratégia de mobilidade global estão em processo de execução contra a Venezuela. A missiva revelada pelo presidente Chávez confirma os planos contidos em documentos do Pentágono de 2009.

Por Eva Goliger*, em  Adital

O presidente Hugo Chávez denunciou este sábado (24) que os Estados Unidos planejam atacar a Venezuela e derrubar seu governo. Durante a celebração do aniversário do Libertador Simón Bolívar, Chávez leu uma carta secreta que havia recebido de uma fonte não revelada dos Estados Unidos.

"Velho amigo, há anos não o vejo, como comentei, lê os três últimos que te enviei, a ideia continua sendo a geração do conflito pelo lado ocidental", leu Chávez do texto confidencial. "Os últimos acontecimentos confirmam, todos ou quase todos, o que estes discutiram em parte por aqui e outras informações que me chegaram desde cima", continuou.

"A fase de preparação da comunidade internacional, com a ajuda da Colômbia, está em plena execução", manifestou o texto, fazendo referência à sessão extraordinária na Organização dos Estados Americanos (OEA), na quinta-feira passada, durante a qual o governo da Colômbia acusou a Venezuela de apoiar "terroristas" e dar refúgio a "acampamentos terroristas" em território venezuelano.

O governo colombiano deu um "ultimato" de "30 dias" para que a Venezuela permita uma "intervenção internacional". O Departamento de Estado também apoiou a posição da Colômbia e instou a Venezuela a que "deve responder ante essa informação ‘comprovada e confirmada’".

A carta continuou com mais detalhes: "Te mandei dizer que os eventos têm data limite no dia 26, porém, por alguma razão estão adiantando movimentos que eram para ser executados posteriormente".

"Nos Estados Unidos a fase de execução está sendo acelerada com uma força de contenção até a Costa Rica, com o pretexto da luta contra o narcotráfico". No passado 1º de julho, o governo da Costa Rica autorizou a entrada de 46 navios de guerra e 7 mil marines estadunidenses em seu território.

O documento destacou que o verdadeiro objetivo dessa mobilização militar é "apoiar operações militares" contra a Venezuela.

Assassinato e derrubada

"Existe um acordo entre a Colômbia e os Estados Unidos com dois objetivos: um é Mauricio e o outro é o governo", revelou o texto secreto. O presidente Chávez explicou que "Mauricio" é o pseudônimo utilizado nessas comunicações.

"A operação militar vai adiante", alertou o texto, e será realizada "pelos do Norte; porém, não querem entrar diretamente em Caracas (...) Estão caçando ‘Mauricio’ fora de Caracas; é muito importante, te repito, é muito importante".

O presidente Chávez revelou que havia recebido comunicações da mesma fonte em ocasiões anteriores, alertando-o sobre ameaças perigosas. Recebeu uma carta da fonte dias antes da captura de mais de cem paramilitares colombianos nas redondezas de Caracas, que eram parte de um plano de assassinato contra o chefe de Estado venezuelano.

Outra comunicação chegou até ele semanas antes do golpe de Estado, em abril de 2002. "A carta falou de francoatiradores e do golpe", explicou Chávez, "e tinha razão, a informação foi veraz; porém, não fomos capazes de atuar a tempo, para prevenir a situação".

Expansão militar dos EUA

Essa última revelação chega justamente depois da decisão de romper relações com a Colômbia, tomada pelo presidente Chávez, após o "show" da Colômbia na OEA. "Uribe é capaz de qualquer coisa", alertou Chávez, anunciando que o país está em alerta máxima e as fronteiras serão reforçadas.

Em outubro de 2009, a Colômbia e os Estados Unidos assinaram um polêmico acordo militar que autorizou Washington a ocupar sete bases militares e o uso de todo o território colombiano para executar suas missões militares. Uma das bases assinaladas no acordo -Palanquero- foi citada em um documento da Força Aérea dos Estados Unidos, em maio de 2009, como necessária para "conduzir operações militares de amplo espectro" por todo o continente para combater "a ameaça de governos anti-estadunidenses" na região.

Palanquero também foi considerada uma peça chave para a estratégia de mobilidade global do Pentágono, como foi destacado no Livro Branco: Estratégia de Mobilidade Global do Comando de Mobilidade Aéreo, publicado em fevereiro de 2009. "O Comando Sul identificou Palanquero, Colômbia (Base Germán Olano SKPQ) como um lugar de cooperação e segurança (CSL, por suas siglas em inglês). Desde esse lugar, quase a metade do continente pode ser alcançado por um C-17, sem necessidade de reabastecimento".

O orçamento de 2010 do Pentágono incluiu uma solicitação de 46 milhões de dólares para melhorar a instalação em Palanquero, para apoiar a "Estratégia de Postura de Teatro" do Comando Combatiente e "dar uma oportunidade única para operações de amplo espectro em uma subregião crítica de nosso hemisfério, onde a segurança e a estabilidade estão sob constante ameaça de insurgências terroristas, governos anti-estadunidenses, pobreza endêmica e frequentes desastres naturais".

O documento da Força Aérea, de maio de 2009, além disso, revelou que Palanquero seria utilizada para "incrementar nossas capacidade de conduzir operações de Inteligência, Reconhecimento e Espionagem (ISR, por suas siglas em inglês); melhorar o alcance global e aumentar a capacidade de guerra expedita".

Em fevereiro de 2010, a Direção Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, em seu relatório anual de ameaças, classificou a Venezuela e o presidente Chávez como "Líder anti-estadunidense" na região.

Os Estados Unidos também mantêm duas bases de operações avançadas em Aruba e em Curaçao, a poucos quilômetros da costa venezuelana. Durante os últimos meses, o governo venezuelano denunciou a intromissão não autorizada de vários aviões não tripulados (drones) e outras aeronaves estrangeiras em território venezuelano.

Ao mesmo tempo, documentos oficiais dos Estados Unidos, recentemente desclassificados, revelam entre 40 e 50 milhões de dólares em financiamento a grupos e meios anti-Chávez, para alimentar o conflito dentro do país,executar ações de desestabilização e subversão interna e promover matrizes de opinião em âmbito internacional para justificar uma agressão contra a Venezuela.

Essas últimas revelações evidenciam que estão preparando um conflito sério, perigoso e não justificado contra a Venezuela, um país com uma democracia vibrante e as maiores reservas de petróleo do mundo.

* Eva Golinger é advogada venezuelano-estadunidense
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domingo, fevereiro 21, 2010

População vai às ruas contra 3º mandato consecutivo de Uribe

América Latina

Vermelho - 19 de Fevereiro de 2010 - 17h15

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No dia 6 de março, mobilizações localizadas em várias cidades da Colômbia pretendem levar a população às ruas para dizer "não" à reeleição do atual presidente Álvaro Uribe e à perpetuação de sua política de Segurança Democrática e Estado Comunitário. Pessoas de todos os lugares do mundo estão sendo chamadas a realizar atos simbólicos de apoio à causa.

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Após uma modificação na Constituição do país, Uribe conseguiu, em 2006, sua primeira reeleição. Há alguns meses, o Congresso colombiano aprovou um projeto de lei acerca da convocação de um referendo que permitiria ao presidente tentar a segunda reeleição ainda neste ano. No momento, a Justiça do país está analisando o projeto do referendo. A decisão ainda pode demorar 60 dias para ser divulgada.
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Álvaro Uribe ainda não confirmou se realmente pretende tentar o terceiro mandato consecutivo, contudo algumas de suas recentes declarações deixaram implícita a aspiração. Na sexta-feira (12), Uribe afirmou em entrevista à Rádio Z que um período de oito anos é pouco tempo para recuperar a segurança de um país que em 200 anos de vida independente teve 47 anos de paz. Também foi colocada em dúvida as intenções e capacidades dos pré-candidatos de levarem adiante as políticas de segurança já iniciadas.
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Atentos a esta possibilidade, movimentos sociais organizados na Colômbia, entre eles o Movimento de Vítimas de Crimes do Estado Colombiano (Movice), estão se articulando e convidando a população a fazer o mesmo para que a legislação não seja novamente ferida e com isso sejam perpetuadas políticas opressoras e de desrespeito aos direitos humanos.
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Em carta de manifesto e convite, o Movice chama a sociedade colombiana a participar das iniciativas de mobilização pacífica "contra a reeleição da segurança democrática e do estado comunitário". Os pré-candidatos à presidência também são convocados a manter distância das políticas implementadas por Uribe e a se comprometerem com uma política pautada na verdade e que gere paz com justiça.
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Também são relatados uma gama de motivos que explicitam porque é preciso dizer não à segunda reeleição de Álvaro Uribe. As constantes violações aos direitos humanos, a criminalização e perseguição da oposição política, o exílio, a imposição de um modelo econômico que intensifica a pobreza, os deslocamentos forçados e a destruição da biodiversidade são apenas alguns dos motivos apresentados.
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Segundo análise do Movice, nos últimos oitos anos de governo de Álvaro Uribe um dos fatos mais vergonhosos foi a implantação da "Lei de Justiça e Paz", que tem como característica principal a manutenção da impunidade. "Dos 35.353 paramilitares que se desmobilizaram, só 698, ou seja um 1.98%, estão sendo processados pelos delitos cometidos e só um foi condenado, condenação que foi anulada pela Sala de Cassação Penal da Corte Suprema de Justiça".
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Para provar que as políticas de Uribe também violam os direitos humanos, o Movice relembrou que desde sua fundação, em junho de 2005, seus membros já foram vítima de constantes perseguições. São contabilizados cerca de 170 casos entre assassinatos seletivos, desaparecimentos forçados, detenções e ameaças.
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Outras políticas de Uribe estão relacionadas à libertação de militares envolvidos em execuções extrajudiciais; falta de credibilidade do Departamento de Segurança; entreguismo dos recursos naturais do país; aumento dos deslocamentos forçados; privatização de setores públicos; precarização do trabalho e demissões em massa.
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Fonte: Adital
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  • 80% ?

    20/02/2010 14h58 a imprensa estadounidense e imprensa colombiana bancada pelos EUA é que divulga essas informações. Não temos nenhuma prova e nem um instituto de pesquisa sério por trás dos 80%. Os carniceiros do Brasil, principalmemte durante o governo Médici, tinha lá seus 70 e tantos % de aprovação, mas ainda assim as pessoas passavam fome e viviam com medo, foi também na era Médici com lá seus 70 e tantos % de aprovação que a criminalidade começou a crescer no Brasil. Foi também na era Médici que minha família passou fome pois não tinha trabalho. Talvez a aprovação alta que eles dizem é a opinião da elite, pois para os carniceiros da direita e cadelas do império o povo só serve para a escravidão e não deve ter voz.
    José Afonso
    Belo Horizonte - MG
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  • População vai à.s ruas...

    20/02/2010 10h13 Uma pessoa minimamente informada sabe dos desmandos de uribe. Ele próprio com processos na justiça por envolvimento com drogas e assassinatos: o irmão ´foi preso por envolvimento com os mesmos crimes. Incentivador e mandante dos grupos paramilitares, a corrupção grassa no governo, utilizando recursos colombianos e recursos "ditos" ianques.Uma irmã de minha esposa está lá e vê de perto a chacina há anos perpertrada com os cidadãos colombianos...
    Antonio Carvalho
    Itabuna - BA
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  • "É Hora de Defendermos Com Mais Vigor Os Direitos Humanos Na Colômbia!"

    19/02/2010 20h09 A questão da Colômbia merece uma reflexão especial por parte dos governos e movimentos democráticos em todo o mundo.Há que se buscar ou criar ,no âmbito das organizações de direitos humanos,mecanismos mais eficazes de retaliação às práticas de violação do direito à vida,à eliminação física da oposição,em números que ,no passado,só eram imputáveis a ditaduras sanguinária como as de Pinochet.A legislação internacional,bem como os organismos de defesa dos direitos humanos parecem ser incapazes de repercutir e agir nesta nova conjuntura,ensejada pelo surgimento de regimes sanguinários fascistas, acobertados por uma por uma fachada pseudo-democrática.Desenvolver os antídotos para enfrentar este novo modus operandi inspirado nos bastidores da CIA,para substituir a época das ditaduras militares, não é de pouca importância para o futuro da democracia em nosso continente.Basta notar que esta mesma tática já foi estendida a outros países como Honduras.Basta de assassinatos na colômbia!
    Darcy Brasil Rodrigues da Silva
    Rio de Janeiro - RJ
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  • 80% de aprovação (???)

    19/02/2010 19h37 O Governo Uribe, facista e sabujo do Imperialismo Norte-americano (veja a imposição das bases militares na Colombia), que já elimenou centenas de milhares de lideranças dos segmentos que são da oposição, é o mesmo que diz que 80% da população aprova seu governo. Agora, mesmo que fossem os 80%, isto não impede que os demais assumam com coragem patriótica a defesa de outro governo, democrático e soberano, mesmo que isto também lhes custe a vida. Ou o cearense Felipe quer que o povo colombiano morra agachado?
    José Martins
    Cruz Alta - RS
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  • População?

    19/02/2010 18h31
    Uribe tem uma aprovação de quase 80% da população ao seu governo. A matéria fala como se a opulação da Colômbia estivesse insatisfeita com o governo, o que é uma grande mentira.
    Filipe
    Fortaleza - CE
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terça-feira, julho 21, 2009

Farc reiteram proposta de acordo com governo da Colômbia



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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ratificaram hoje sua disposição para buscar "um grande acordo nacional pela paz" em um comunicado difundido por ocasião do 199º aniversário da independência do país.

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"É necessário [buscar] um pacto social que faça tremular a bandeira da pátria [e respeite] a soberania do povo, as garantias sociais e a felicidade de todos", diz a nota. Para tanto, prossegue o texto, "defendemos a construção de uma alternativa política de unidade para a mudança".
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No documento, a guerrilha afirma que "põe suas armas a serviço das mais caras necessidades de justiça e liberdade dos colombianos, e de suas iniciativas que apontam para a solução política do conflito" armado vivido pelo país.
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As Farc ainda questionam o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Colômbia e Estados Unidos, lembrando a ocorrência de "execuções extrajudiciais" praticadas pelas Forças Armadas do país sul-americano.
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As violações de direitos humanos atribuídas a membros da força pública são citadas por parlamentares norte-americanos, sobretudo os da bancada democrata, para não aprovar o acordo comercial, firmado em 2006.
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Na cidade de Tame, localizada no departamento de Arauca, fronteira com a Venezuela, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, celebrou o aniversário da independência e afirmou que o Exército está ajudando o país a "obter uma nova independência, que é a independência em relação ao terrorismo".
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O mandatário encabeçou a principal celebração da data nacional. Em diferentes regiões colombianas, centenas de atos estão sendo realizados.
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Em Tame, Uribe assistiu a um desfile militar. "Este não foi um desfile de ostentação, mas de afeto ao povo de Arauca, de reconhecimento à luta pela independência e de uma devoção que está nos ajudando a conseguir uma nova independência, que é a independência em relação ao terrorismo", ressaltou.
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Fonte: Ansa
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in Vermelho - 20 DE JULHO DE 2009 - 20h19
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quarta-feira, junho 03, 2009

À semelhança da Gestapo


* Sidnei Liberal
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" – Boa tarde, me chamo Rodrigo Rosenberg Manzano; se você está vendo ou ouvindo esta mensagem é porque fui assassinado. Foi mesmo, mas esse respeitado advogado deixou registrado no vídeo o nome dos assassinos: o presidente da República, Álvaro Colón, sua mulher e um de seus ministros, tudo, segundo Rosenberg, para encobrir irregularidades em um banco público e ligações com o crime organizado”.

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Assim relatou o jornalista Clóvis Rossi na Folha de S Paulo nesta sexta-feira, 29/5, não sem antes se incomodar pelo fato de a mídia brasileira tratar pouco da atual crise guatemalense. Não sem lhe parecer “evidente que o crime organizado estendeu seus tentáculos à política e ao aparelho de Estado, como já o havia feito na Colômbia e, agora, no México”. Assuntos completamente alheios aos brasileiros, por conta da mídia.

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Colonizada, a nossa imprensa se “tranquiliza”, pelo fato de Colón afirmar que “o vídeo era parte de uma conspiração para desestabilizar seu governo”. Claro, claríssimo! Na Colômbia só pode ser parte da estratégia midiática das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC. No México, onde operações do Exército e da Polícia Federal prenderam quase trinta prefeitos, “excesso de zelo” dos que combatem o narcotráfico.

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Errado. Esses fatos, principalmente no que se refere à mídia, não deveriam surpreender a quem, como Rossi, sabe das entrelinhas do poder da nossa imprensa e da imprensa internacional. Veja-se o caso dos testes nucleares da Coréia do Norte: um corre-corre da “comunidade internacional” que nem de longe foi visto quando – mesmo proibidos por acordos multilaterais – a França, o Paquistão e a Índia pipocaram seus artefatos letais.

Nem pelo fato de estar tão perto de nós, a Colômbia incomoda os donos da notícia. Ali, Jorge Noguera, ex-diretor do DAS (principal agência de inteligência colombiana), homem de confiança do presidente Uribe Vélez, será julgado pela Corte Suprema de Justiça pelos assassinatos de sindicalistas, políticos da oposição e militantes de direitos humanos, que denunciaram o pacto entre o para-militarismo e a cúpula do poder.

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As informações são da Agência de Notícias Nova Colômbia – ANNCOL (*) – que, ao mesmo tempo, denunciou a participação do procurador geral, Alejandro Ordóñez, e da grande imprensa nacional, no processo de manobras de ordens jurídica e midiática para ocultar o terrorismo de estado. Fato que preocupa tanto à oposição interna quanto instituições internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho, OIT.

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À semelhança da Gestapo, polícia política hitlerista, o DAS uribista prepara listas de opositores a serem eliminados com base em espionagem ilegal que atinge quase todos os setores sociais da Colômbia. O terror do governo Uribe pouco a pouco preocupa e horroriza instituições humanitárias do mundo inteiro, por isso o interesse da ONU como de múltiplas associações de advogados em acompanhar de perto o processo colombiano.

Somente o leitor suficientemente forte deve abrir o link abaixo. Uma das cenas do que hoje acontece na Colômbia.

http://anncol-brasil.blogspot.com/2009/05/gestapo-colombiana.html

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*Sidnei Liberal, Médico, membro da Direção do PCdoB - DF



* Opiniões aqui expressas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
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in Vermelho - 2 DE JUNHO DE 2009 - 20h09
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sábado, julho 26, 2008

A Saga de Uribe e de Ingrid Betancourt ?



atlas historico
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Clicar nos mapas para aumentar

Ingrid Betancourt em liberdade - Documento do PCP rejeitado pela Assembleia da República

Logo PCPO Grupo Parlamentar do PCP apresentou um voto de congratulação sobre «Ingrid Betancourt em liberdade». Do texto destaca-se que o resgate «coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros na posse da guerrilha e nas prisões do regime de Álvaro Uribe».
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continua em Kant_O_XimPi

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Latin America - Wikipedia, the free encyclopedia
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quarta-feira, julho 16, 2008





15 DE JULHO DE 2008 - 10h35

Le Monde: As artimanhas de Bogotá e as deserções nas Farc


"Olá, guerrilheiros! Eu sou Ingrid Betancourt. Quero que vocês sejam livres, assim como eu fiquei", conclama num tom enérgico a ex-prisioneira. "Olá, guerrilheiros! Eu sou Ingrid Betancourt. Rendam-se! Vocês irão recuperar sua família, sua liberdade, sua honra", diz uma outra mensagem. Antes de deixar o seu país rumo à França, Ingrid Betancourt ainda encontrou tempo para gravar essas chamadas. Em breve, elas serão transmitidas pelos alto-falantes dos helicópteros militares que sobrevoam a selva, no sul do país.


Por Marie Delcas, do Le Monde



Para acabar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o governo de Álvaro Uribe tenta por todos os meios incitar os combatentes à deserção. Os guerrilheiros que se entregarem às autoridades com armas, bagagens e informações - suscetíveis de ajudarem o exército - escaparão da prisão ou serão recompensados com importantes reduções de pena.


Informantes e delatores também são financeiramente recompensados. Os programas de reintegração que foram implantados deverão facilitar seu retorno à vida civil. "O problema é conseguir fazer com que esta informação seja difundida nos campos da guerrilha", explica William Duarte, do ministério da defesa.


Rádios locais e emissoras de televisão vêm repetindo incansavelmente as mensagens do exército colombiano, dentre as quais a mais importante é: "Guerrilheiro, a sua família, os seus amigos, o seu país estão à sua espera. Volte para casa". É uma voz feminina sedutora que fala.

Nas regiões onde a guerrilha está concentrada, os helicópteros arremessam milhares de panfletos. Alguns deles têm a forma de uma nota de dinheiro. Em outros, é a foto de uma garota estonteante e sensual que provoca o desertor potencial. Durante a Eurocopa de futebol, uma mensagem foi exibida num letreiro na telinha de televisão: "Guerrilheiro, se você tivesse desertado, poderia estar assistindo tranqüilamente a esta partida".


Segundo os números oficiais, mais de 9.000 guerrilheiros teriam desertado nos últimos seis anos, dos quais 1.500 no decorrer dos últimos seis meses. "A imensa maioria dentre eles é constituída por guerrilheiros de base, que foram alistados recentemente. É muito mais difícil convencer os comandantes", comenta Nicolas.


Um dos responsáveis da campanha admite que esta comporta certas limitações: "Os guerrilheiros têm raramente a oportunidade para assistir à televisão, mas as mensagens também possuem um valor dissuasivo. Aquela foi uma maneira de dizer a todos os jovens deste país: se você pegar em armas, acabou o futebol. . ."


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in Vermelho
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segunda-feira, julho 14, 2008

Miguel Urbano Rodrigues e a situação política na Colômbia



TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE» E A CDU «UM PROJECTO DE FUTURO, UMA PRESENÇA DE LUTA POR UMA VIDA MELHOR»
Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007
Colômbia

Miguel Urbano Rodrigues é seguramente o jornalista e analista político que mais estudou, reflectiu e analisou a situação política na Colômbia nos últimos 40 anos. Pelo menos desde 1968 com a publicação em S. Paulo, no Brasil, do seu ensaio intitulado «Opções da Revolução da América Latina». Daí em diante devemos-lhe milhares de páginas sobre o tema.

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Haverá poucas pessoas no mundo que percepcionem como ele a realidade colombiana. Pode-se concordar ou discordar das suas ideias. Mas os seus textos são de leitura obrigatória. Até pelo seu conhecimento pessoal e próximo de muitos dos actores da história contemporânea da Colômbia.

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Aqui ficam, para consulta de quem se interesse pelo tema, uma dúzia (podiam ser 5 dúzias ou mais) dos últimos artigos do Miguel Urbano.

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A pequenez do CDS e a grandeza das FARC

A paz na Colômbia passa pela renúncia de Uribe

Escândalo na Colômbia

Na Colômbia martirizada as FARC-EP lutam pela paz

O fascismo mascarado

Reflexão sobre as duas derrotas de Uribe

De Lucio, o traidor, a Simon, o herói

O fracasso de Uribe na Europa e as tensões sociais na Colômbia

As FARC reafirmam a opção comunista

Guerrilheiras das FARC

Ricardo, estamos contigo!

Delírio bushiano ameaça Colômbia de vietnamização



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domingo, julho 13, 2008

Ingrid Betancourt . O Programa segue dentro de momentos ...

REAFIRMAÇÃO DE SOLIDARIEDADE COM AS FARC - FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIA DA COLOMBIA





Miguel Urbano Rodrigues reafirma neste artigo a sua solidariedade com as FARC, que estão a ser alvo nestes dias de ataques e calúnias inseparáveis de uma campanha anticomunista de âmbito mundial . E define Manuel Marulanda como um grande revolucionário latino-americano do século XX


Manuel Marulanda
Miguel Urbano Rodrigues - 06.07.08
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No dia em que escrevo este artigo o secretariado do Estado Maior das FARC não se pronunciou ainda sobre a operação cujo desfecho foi o «resgate» de Ingrid Betancourt ,de três agentes norte-americanos da CIA e de onze militares colombianos.
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Milhares de comentários, analises e interpretações foram dedicados ao acontecimento em dezenas de países. A esmagadora maioria glorifica a franco-colombiana, enaltece o presidente Álvaro Uribe, calunia as FARC ou opta por exercícios especulativos na tentativa de explicar o que se passou.
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Uma certeza emerge desde já dessa torrente mediática de desinformação: a versão oficial do Governo e do Exército colombiano é um novelo de mentiras e contradições.
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A primeira inverdade surge como preâmbulo do auto elogio uribista: o «resgate» de Ingrid teria sido uma façanha 100% colombiana, concebida pelos estrategos do presidente, minuciosamente elaborada pela inteligência militar e executada pelo Exército. Nas declarações de Álvaro Uribe, dos seus ministros e generais abundam pormenores folhetinescos. Talvez venham a inspirar um realizador de Hollywood.
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O primeiro desmentido indirecto, incomodo, veio do embaixador de Bush em Bogotá. Ainda desconhecedor do discurso oficial, o diplomata revelou que a cooperação dos EUA no plano foi decisiva. Simultaneamente, o Pentágono dizia o mesmo por outras palavras, valorizando a assessoria militar, a ajuda tecnológica, o uso dos meios electrónicos, de satélites, etc.
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A França de Sarkozy também se orgulha de ter «colaborado».
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Em Tel Aviv, o diário Haaretz qualificou de muito importante, talvez «decisivo», o envolvimento de elementos do serviço de inteligência israelense na preparação da «operação de resgate».
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Com poucas excepções, Ingrid Betancourt foi guindada a heroína da humanidade pelas cadeias de televisão, jornais e rádios, de Washington a Paris, de Londres a Lisboa. Mas não tenho conhecimento de que algum desses media considere pelo menos insólito que ela tenha definido Uribe como um «grande presidente», merecedor de um terceiro mandato (inconstitucional). Não estranharam também que ela tenha abraçado comovida o general Mario Montoya.

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Nestes dias em que chovem ataques e calunias sobre as FARC recordei um texto em que Lenine, a propósito do fluxo e refluxo dos períodos revolucionários, e do comportamento da maioria dos políticos quando a maré sobe e baixa, lembrava que é nas situações históricas marcadas pela arrogância das forças reaccionárias que mais nítida surge a fronteira entre os revolucionários e aqueles que não o são.
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Fugiria à verdade se negasse que não fui afectado emocionalmente pelos golpes que desde o inicio do ano atingiram as FARC. Fui amigo do comandante Raul Reyes – assinado num bombardeamento pirata que violou a soberania do Equador - e senti profundamente a morte de Manuel Marulanda, o legendário comandante chefe da guerrilha-partido marxista leninista. Identifiquei nele desde a juventude um herói da América Latina.
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Mas esses golpes, em vez de atenuarem a minha solidariedade com as FARC contribuíram para a fortalecer.
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Em Portugal a desinformação não difere muito do que vai pela Europa. A máscara humanitária não consegue ocultar os objectivos ideológicos. A apologia de Ingrid Betancourt (que diziam estar quase moribunda, mas parece estar afinal de boa saúde) é um verniz que disfarça mal uma intensa campanha anticomunista. Enquanto felicitam Uribe pela sua tenacidade como defensor inquebrantável da democracia, os media lusitanos entoam já um requiem antecipado pelas FARC e entregam-se a exercícios de futurologia sobre o seu fim iminente.
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Esse frenesi anti-FARC não tem o poder de fazer História. Julgo útil sublinhar que o «resgate» de Ingrid – uso as aspas porque as circunstancias em que ela foi libertada são ainda nebulosas – não tem qualquer significado militar, não obstante configurar uma vitória politica de Uribe.
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O governo conseguiu infiltrar gente sua em algumas frentes. Milhões de dólares são oferecidos pelas cabeças dos membros do Secretariado e de outros dirigentes. Foram espiões os responsáveis pela morte do comandante Ivan Rios. As FARC não negam as dificuldades resultantes de traições não esperadas.
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Mas o panorama da luta não justifica atitudes de desalento. Em Maio e Junho destacamentos da guerrilha, que continua activa em dezenas de frentes, da selva amazónica ao litoral do Pacifico, da Serra Nevada e do Arauco aos vales das três cordilheiras andinas infligiram ao Exército e à Polícia Militar duras derrotas. Os próprios comunicados do Exército registam a existência de importantes perdas em combate.
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O andamento da História não tardará a desmentir as previsões triunfalistas de Uribe e dos seus generais.
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Mas não foi sem amargura que registei declarações não esperadas sobre as FARC de personalidades que durante anos foram solidárias com a sua luta. Tenho em mente particularmente as de dirigentes progressistas latino- americanos com responsabilidades a nível de Estado.
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Choca-me que venham somar as suas vozes às do coro de epígonos de Uribe.

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Esses homens, que admiro e respeito, não ignoram que Uribe – cujo nome figura nos ficheiros de narcotraficantes da Drug Enforcement Agency e da CIA – foi, quando governador do Departamento de Antioquia, um dos ideólogos e financiadores dos grupos de paramilitares. Uribe é responsável pela chacina de dezenas de milhares de camponeses e pelos bombardeamentos com glisofato que envenenaram rios da Amazónias, difundiram o cancro e outras doenças entre as populações do Putumayo e do Caquetá e tornaram improdutivos milhares de hectares de terras férteis. É esse criminoso que presidentes da União Europeia felicitam agora como exemplo do combatente democrata antiterrorista.
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É também chocante ver, em fotos difundidas pelo mundo, Ingrid a abraçar comovida o general Mário Montoya, comandante chefe do Exército da Colômbia. Ela foi candidata à Presidência da Republica e senadora. Não ignora que o general que tanto admira foi o criador de uma unidade terrorista clandestina, da Aliança Anticomunista Americana – AAA – promotora de matanças maciças de militantes de esquerda colombianos e de camponeses do Chocó. Foi também sob o seu comando que se realizou o famoso massacre da Comuna 13 de Medellin, recordado por Uribe quando o elogiou pela libertação de Ingrid.

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Dentro de poucos anos, Álvaro Uribe somente será recordado como o presidente responsável pelo agravamento da tragédia colombiana. Foi e é o mais fiel aliado de George Bush na América Latina. Invocando a necessidade de levar adiante uma politica de segurança nacional, executou uma política de terrorismo de Estado sem precedentes desde o Bogotazo de 48. Arruinou o pais, transformando-o numa semi colónia dos EUA e inaugurou um estilo de governo de contornos fascistas.
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As Forças Armadas Colombianas, com quase 400.000 homens (e mulheres) são hoje as mais poderosas da América Latina, dispondo de armas equipamentos e tecnologia que Washington somente fornece a Israel.
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Mas, apesar das dezenas de milhares de milhões de dólares investidos na militarização do Estado com o objectivo de destruir as FARC, essa meta não foi alcançada.
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Quando a poeira da historia assentar o que das FARC deixará memoria não serão as acusações e a calúnias que hoje as apresentam como guerrilha de bandoleiros e narcotraficantes, mas o seu combate de quase meio século em defesa de uma Colômbia livre, democrática, progressista.

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Há 170 anos não houve injúria que a oligarquia colombiana não despejasse sobre Simon Bolívar, desde aristocrata louco, a Bonaparte latino-americano e ditador sanguinário.
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Não pretendo estabelecer paralelos. Mas acredito que o nome de Manuel Marulanda será recordado em futuro não distante como o grande revolucionário colombiano do século XX.


Serpa, 5 de Julho de 2008

PCP - É cada vez mais evidente a existência de uma central de informação do império

PAPEL DECISIVO E DETERMINANTE
É cada vez mais evidente a existência de uma central de informação do império. O centro determina a campanha através dos órgãos centrais do império e os media periféricos, espalhados pelo mundo fazem de caixa de ressonância. O sistema aperfeiçoou-se e os órgãos periféricos já não se limitam a prolongar o eco, renovam calúnias, escondem factos, inventam notícias, criam uma realidade virtual entrelaçando a campanha do império nos interesses de classe dos monopólios que lhe pagam os prejuízos.
Avante (Editorial) - 12.07.08
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Se é certo que os média dominantes não precisam de pretexto para propagandearem as virtudes do imperialismo e dispararem sobre os que se lhe opõem e o combatem, não é menos certo que dispondo de um pretexto, não resistem a desnudar-se na exibição da sua natureza e das suas práticas.
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É o que tem vindo a acontecer desde que se concretizou o resgate de Ingrid Betancourt e a recuperação de alguns prisioneiros de guerra em poder das FARC.
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Estamos perante uma poderosa ofensiva política e ideológica, na qual a prática desinformativa e manipuladora é rainha e o vale-tudo é rei.
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Pior do que o silenciamento a que os média votam a imensa maioria das iniciativas do PCP, é a manipulação a que amiúde procedem e que, em torno desta questão, têm vindo a utilizar em doses reforçadas.
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Escrever, como fez o Público, que «PCP escusa-se a celebrar libertação de Betancourt» - é mentir. Omitir que o Grupo Parlamentar comunista apresentou um voto próprio no qual assume uma posição que desmente a «notícia» divulgada pelo jornal, é manipular a informação e desprezar e insultar os direitos e a inteligência dos leitores.

Houve, então, um voto apresentado pelo PCP – no qual o Partido, naturalmente, se congratulou com a liberdade de Ingrid Betancourt; condenou as práticas terroristas do regime proto- fascista de Uribe – e exigiu a libertação de todos os prisioneiros; sublinhou a necessidade imperiosa de uma solução política para o problema e expressou a sua total solidariedade com a luta dos trabalhadores e do povo colombiano pela libertação do seu país.
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E houve um voto, apresentado pelo PS, no qual, essencialmente, se glorificava o regime uribiano com a sua prática repressiva.
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E houve um debate em torno dos dois votos apresentados. Um debate que, cumpre dizer em nome da verdade, evidenciou a incomensurável hipocrisia dos partidos da política de direita, os quais, mais do que congratular-se com a liberdade de Ingrid Betancourt, preocuparam-se, isso sim, na glorificação do regime fascista de Uribe - em tais moldes o fazendo que é legítimo supor que a «congratulação» desses partidos não foi pela liberdade de Ingrid Betancourt, mas sim e essencialmente, pela forma como foi resgatada – tudo levando a crer que se ela tivesse voltado para junto dos seus familiares na sequência das negociações que estavam em curso, é bem provável que esses partidos não tivessem pensado sequer em voto de congratulações…
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Quanto ao resultado das votações foi sem surpresas, como pode ver-se nesta edição do Avante! A opção do BE – votando a glorificação a Uribe e abstendo-se na condenação desse regime – está muito na linha dos posicionamentos característicos desse partido.
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Outra linha desta operação sem escrúpulos é a que visa a Festa do Avante!
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Também neste caso, estamos perante uma recorrência: como sabemos, todos os anos, por esta altura – ou seja: ao mesmo tempo que milhares de militantes e simpatizantes comunistas em jornadas de trabalho voluntário iniciam a construção daquele que é o maior acontecimento político, cultural, artístico, convivial realizado no nosso País - entra em acção o comando de serviço na ofensiva contra a Festa – uma ofensiva que de há uns anos a esta parte, tem como prato forte, a baixa invencionice provocatória que é aquilo a que eles chamam a «presença das FARC».
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E assim foi, e está a ser, este ano: um qualquer membro do PS – não se sabe a mando de quê nem de quem – escreveu e mandou publicar um «comunicado» «informando» da presença» das FARC na Festa.
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Os média, fugindo a testar a «notícia» - para não terem que reconhecer aquilo que estão fartos de saber: que a notícia é falsa - divulgaram-na como coisa certa. O Gabinete de Imprensa do PCP fez o necessário desmentido. Em vão: a mentira continuou a circular como se de verdade incontestada se tratasse; os comentadores do costume tomaram-na como base dos seus escritos provocatórios – um fóssil que aos domingos usa ocupar uma página do Diário de Notícias foi mais longe, em boçalidade provocatória, do que os seus gémeos haviam ido, mas o inevitável Jardim, bolsando no seu jeito peculiar, superou tudo e todos (até ver...) na boçalidade e no arroto provocatórios.
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O PCP insiste: é mentira, as FARC não vão estar na Festa do Avante! – mas eles não ouvem. Eles, os paladinos da livre informação, não ouvem: assobiam para o lado e, alegremente, continuam a divulgar a mentira.
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Entretanto, enquanto na Colômbia prossegue a acção de um regime que prende, tortura e assassina, e se avolumam os perigos de desestabilização da região com o aumento das dificuldades para os países e povos que a integram - cá por casa a política de direita prossegue, conduzida por um primeiro-ministro que nos garante vivermos no melhor dos mundos, graças à sua genial prestação governativa.
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Entretanto, notícias do estado do País mostram-nos todos os dias as duas faces da moeda dessa política de direita: numa face é o consumo do pão a baixar 20%; na outra, são as vendas de automóveis de luxo que sobem cerca de 40%; numa face, está a degradação acelerada das condições de vida da imensa maioria dos portugueses; na outra, estão os escandalosos lucros dos grandes grupos económicos e financeiros…
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Entretanto, a luta contra essa política e por uma ruptura de esquerda, continua. E nessa luta o PCP – em coerência plena com a posição que assumiu na questão colombiana - continuará a desempenhar um papel determinante e decisivo, afirmando-se como a verdadeira força de oposição à política e ao Governo PS/José Sócrates.
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Publicado no Avante nº 1.806 de 10 de Julho de 2008
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odiario.info

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sábado, julho 12, 2008

Farc rompem silêncio: pregam paz mas "não a das sepulturas"



11 DE JULHO DE 2008 - 17h09


As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) disseram nesta sexta-feira (11) que a libertação de seus prisioneiros não foi fruto de um resgate, mas de uma fuga facilitada por uma traição. O primeiro comunicado da guerrilha desde a libertação de Ingrid Betancourt e 15 outros prisioneiros, no dia 2, diz que "a paz que a Colômbia necessita não será a paz das sepulturas, baseada na corrupção, no terrorismo de Estado, na felonia e traição".


Alfonso Cano, novo líder das Farc, em foto de 2001

O presidente Álvaro Uribe e as autoridades militares da Colômbia apresentaram a operação como um resgate "impecável", mas desde o primeiro momento os analistas puseram em dúvida a versão oficial. Uma emissora suíça qualificou-a de "farsa", viabilizada através de um suborno de US$ 20 milhões. Só agora, porém, a guerrilha comentou o episódio.


O comunicado traz a data do dia 5 (sábado passado) e é assinado pelo Estado-Maior Central das Farc-EP (Exército Popular, grupo guerrilheiro que se unificou com as Farc), dirigidas por Alfonso Cano, desde a morte do veterano líder Manuel Marulanda, em maio passado. Veja a íntegra:


"1. A fuga dos 15 prisioneiros de guerra, na quarta-feira passada, 2 de julho, foi conseqüência direta da desprezível conduta de César e Enrique, que traíram seu compromisso revolucionário e a confiança neles depositada.


2. Independente de um episódio como o ocorrido, inerente a qualquer confrontação política e militar, onde se apresentam vitórias e revezes, manteremos nossa política de concretizar acordos humanitários que logrem o intercâmbio [de prisioneiros] e além disso protejam a população civil dos efeitos do conflito. Caso persista no resgate como única via, o governo deve assumir todas as conseqüências de sua decisão temerária e aventureira.


3. A luta para libertar os nossos e outros combatentes políticos presos sempre estará na ordem do dia no conjunto das unidades das Farc, especialmente sua direção. Trazemos a todos eles na mente e no coração.


4. O caminho para obter transformações revolucionárias nunca foi fácil em nenhuma parte do mundo, longe disso. Portanto nosso compromisso se aprofunda diante de cada desafio ou dificuldade.


5. A paz que a Colômbia necessita deve ser resultado de acordos que beneficiem as maiorias. Não será a paz das sepulturas, baseada na corrupção, no terrorismo de Estado, na felonia e traição. As causas da luta das Farc-EP continuam vivas. O presente é de luta, o futuro nos pertence."


Fonte: Agência Bolivariana de Notícias, ABN (http://www.abn.info)

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in Vermelho

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quarta-feira, julho 09, 2008

Ingrid Betancourt em liberdade - Documento do PCP rejeitado pela Assembleia da República

Logo PCPO Grupo Parlamentar do PCP apresentou um voto de congratulação sobre «Ingrid Betancourt em liberdade». Do texto destaca-se que o resgate «coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros na posse da guerrilha e nas prisões do regime de Álvaro Uribe».





Actividade Parlamentar e Processo Legislativo


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Voto 163/X
Ingrid Betancourt em liberdade


Sexta, 04 Julho 2008




Número: 163
Legislatura: X
Sessão Legislativa: 3
Assunto: Voto de congratulação pela Ingrid Betancourt em liberdade
Tipo de Voto: Voto de congratulação
Autores

PCP

Data de Entrada | 2008-07-04
Votação


Rejeitado

Ingrid Betancourt em liberdade

(voto n.º 163/x)

Após seis anos de cativeiro na selva, é motivo de justa satisfação o regresso à liberdade de Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial colombiana

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O resgate de Ingrid Betancourt coloca em evidência a gravidade da situação em que se encontram centenas de prisioneiros na posse da guerrilha e nas prisões do regime de Álvaro Uribe e a necessidade de encontrar uma solução humanitária.

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Assinale-se que, sistematicamente, o Governo da Colômbia tem vindo a sabotar negociações, mediadas por responsáveis de diversos países, no sentido da troca de prisioneiros entre as partes do conflito.

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Os complexos problemas em presença na Colômbia, exigem uma solução política e negociada de um conflito que se arrasta há mais de 40 anos, indissociável de um regime que promove o agravamento da exploração, da repressão e das perseguições, incluindo milhares de assassinatos e brutais torturas, fortemente condicionado pela ingerência política e militar da administração norte-americana.
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A necessidade de uma solução negociada para o conflito na Colômbia, torna-se ainda mais urgente num quadro em que os EUA o procuram radicalizar e instrumentalizar, como justificação para o reforço da presença de forças militares e como forma de desestabilização da região e dos países que a integram, com risco de escalada militar e ameaça à paz.


Nestes termos, a Assembleia da República:

  1. Congratula-se pelo regresso à liberdade de Ingrid Betancourt.

  2. Exprime o seu desejo de que a liberdade de Ingrid Betancourt possa contribuir para um caminho de paz para a Colômbia.

  3. Apela às partes envolvidas para que encetem negociações no sentido da libertação de todos os prisioneiros.

  4. Valoriza todos os esforços orientados para alcançar uma solução política negociada.

  5. Apela às partes para que se empenhem na busca de uma solução política negociada do conflito, que dura há mais de quatro décadas.

  6. Manifesta-se pelo respeito da soberania do povo colombiano na definição dos destinos do seu país.


Assembleia da República, em 4 de Julho de 2008



clicar na imagem para ler
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ADENDAS:
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Os “terroristas” – de Nelson Mandela às FARC

Miguel Urbano Rodrigues e a situação política na Colômbia

PCP - É cada vez mais evidente a existência de uma central de informação do império

As falsidades do Público do Ti Belmiro

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PCP não condena as FARC.

05 Julho 2008 - 06h42 | Baptista
Os políticos cada vez mais me desiludem.Esta posição tomada pelo PCP em relação às FARC assim como foram relativas à coreia de norte dizem-me que o PCP não condena os métodos para atinjir os fins.São de grande desumanismo.Parede
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05 Julho 2008 - 00h30 - Mundo (Correio da Manhã)
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FARC, Ingrid Betancourt e Uribe, narcotraficante?

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Uribe, Ingrid, as Farc, os Estados Unidos e os narcotraficantes
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Ingrid Betancourt e os leitores on line do Correio da Manhã


08 Julho 2008 - 09h00 - Teresa Caeiro

Operação perfeita

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» COMENTÁRIOS
08 Julho 2008 - 20h58 | Cristina Ferreira
Tal e qual. Adorei. Uma das mulheres mais brilhantes da política portuguesa.
08 Julho 2008 - 18h55 | Fernando Martins Vale
Parabéns Srª Deputada. Colocou o dedo na ferida da esquerda radical: para eles os fins justificam os meios. Curiosamente, diversos trabalhos que caracterizam a forma de pensar dos criminosos, referem o mesmo princípio para justificar os actos, seja o roubo, seja o terrorismo com fins políticos ou religiosos.
08 Julho 2008 - 18h42 | José Timão-Açores
Parece haver quem entende que só há merecimento no que é conseguido “de gatas”. Proceder de espinha direita, com razão, discernimento e verdade, serão méritos que, hoje em dia, a muitos não convirão. Acentuam diferenças.
08 Julho 2008 - 15h10 | Betatester
Amo-te Teresa. És linda minha popular preferida;)
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07 Julho 2008 - 00h30 - António Ribeiro Ferreira
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Ingrid Betancourt

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07 Julho 2008 - 15h52 | Adriana Duarte
Eu acho que Nickolas Sarcosi irá ser o primeiro ministro a separar-se duas vezes pois ele tem uma paixão recolhida pela Ingrid e os dois irão casar-se.
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05 Julho 2008 - 00h30 - Política

PCP não condena as FARC

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05 Julho 2008 - 06h42 | Baptista
Os políticos cada vez mais me desiludem.Esta posição tomada pelo PCP em relação às FARC assim como foram relativas à coreia de norte dizem-me que o PCP não condena os métodos para atinjir os fins.São de grande desumanismo.Parede
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05 Julho 2008 - 00h30 - Mundo

Resgate de Ingrid foi pago pelos EUA

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» COMENTÁRIOS
05 Julho 2008 - 10h50 | Mário Joaquim
Não acham que a Ingrid está com muito bom aspecto, para quem há meia dúzia de dias teria que ser libertada imediatamente senão corria o risco de morrer? Ainda bem que foi libertada e é pena que não se façam operações destas para todos os raptados, ainda que nos tenham de atirar areia para os olhos. Torres Novas
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04 Julho 2008 - 20h26 - Mundo

França nega resgate por Ingrid

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» COMENTÁRIOS
05 Julho 2008 - 02h16 | victor venh
Estou mais que convencido que houve dinheiro envolvido,a Franca nunca admitira! Esta operacao e quase imposivel mesmo involvendo americanos!
04 Julho 2008 - 22h54 | cesar
Em democracia somos todos iguais na diferença. Quantos têm sido sequestrados, devolvidos, libertados, mortos e não têm merecido uma linha, um mínimo gesto de simpatia ou solidariedade.Não acredito na boa vontade gratuita nestes casos mediáticos
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04 Julho 2008 - 11h54 - Mundo

Israelitas ajudaram no resgate de Betancourt

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» COMENTÁRIOS
04 Julho 2008 - 21h41 | viriato
conselheiros militares israelitas=mossad.Aos poucos a verdade dos valentes colombianos vem sendo desmontada.Bom e depois há o dinheiro dos franceses.Cheira-me a ópera bufa.-faro

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03 Julho 2008 - 08h24 - Mundo

“Isto é um milagre”

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» COMENTÁRIOS
04 Julho 2008 - 02h26 | worldinare
Caro Manuel. Lamento mas está muito mal informado. Não é preciso ser comunista para saber que as FARC e o Partido Comunista Colombiano estão separados por não concordarem com a conduta da guerrilha que controla o comercio da cocaina e que assassina. O que o PCP deve dizer é o mesmo que os outros partidos o dizem. Já ninguem acredita nas historias fascistas sobre os comunistas papões!!
04 Julho 2008 - 00h25 | rosita
se a operação foi assim mesmo, parabéns à Colômbia e aos militares corajosos. A vida dos sequestrados deve ter sido um inferno.
03 Julho 2008 - 23h17 | victor venh
Diziam que estava a beira da morte!Estas bem gordinha!
03 Julho 2008 - 23h12 | viriato
será que este ano vêem á festa dos camaradas.cuidado!O Uribe está de olho neles.faro
03 Julho 2008 - 20h55 | Manuel Silva
Para quem tem as FARC como amigos o que tem o nosso PCP a dizer sobre a libertação desta refém? Muito provavelmente dirá que esta “imperialista” deveria passar mais uns anos na selva para completar a sua reeducação! Lisboa
03 Julho 2008 - 19h03 | mp
Que encontre a Paz ao lado dos seus queridos. desfrute pois bem merece MUITA SORTE.PARABÉNS A TODOS OS QUE CONTRIBUIRAM PARA A LIBERTAÇÃO.
03 Julho 2008 - 18h23 | Silvino
Bem pode agradecer aos EUA, sem o apoio deles ainda hoje estava na selva.
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15 Junho 2008 - 00h30 - Mundo

Guerrilheiro oferece Ingrid

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» COMENTÁRIOS
15 Junho 2008 - 23h20 | Mário João Vicente
Amor,ódio e traição.Aonde fica a verdadeira revolução?Bem,de revolução esta guerra de interesses não tem nada.Fora com os netos e bisnetos dos colonos(fraceses,japoneses,alemães,italianos...) na América Latina.

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Quarta-feira, Julho 09, 2008

Qual o verdadeiro enredo da peça de teatro de Ingrid Betancourt ?


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Só as notícias acima referidas tiveram os comentários que o CM on line publicitou
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