A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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domingo, abril 15, 2012

Manifestações contra a corrente


Em Espanha quer considerar crime o protesto do povo e legislar a prisão de pessoas que se manifestem ou protestem ainda que pacificamente !!!! EIS A RESPOSTA DE BILBAO !!!!
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terça-feira, março 22, 2011

Quando as empresas preferem ditadores à democracia- Amy Goodman

Mundo

Vermelho - 7 de Fevereiro de 2011 - 12h47
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.O Egito foi o segundo grande receptor de ajuda externa dos Estados Unidos durante décadas, depois de Israel. O regime de Mubarak recebeu cerca de US$ 2 bi ao ano desde que assumiu o poder, em sua imensa maioria para as forças armadas. Onde foi parar esse dinheiro? Foi para empresas dos EUA. O dinheiro vai para o Egito e logo volta para pagar aviões F-16, tanques M-1, motores de aviões, mísseis, pistolas e latas de gás lacrimogêneo.

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Por Amy Goodman, em Democracy Now!
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“As pessoas levavam um cartaz que dizia ‘Para: Estados Unidos. De: Povo egípcio. Deixem de apoiar Mubarak. Ele acabou!” – dizia o twitter de meu valente colega e produtor chefe de Democracy Now! Sharif Abdel Kouddous, desde as ruas do Cairo.
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Mais de dois milhões de pessoas se manifestaram naquele dia em todo o Egito: a maioria delas inundaram a praça Tahrir, no Cairo. Tahrir, que significa “libertação” em árabe, se converteu no epicentro do que parece ser uma revolução em grande medida pacífica, espontânea e sem líderes, no país mais povoado do Oriente Médio.
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Este incrível levante que desafiou o toque de recolher militar, foi conduzido pelos jovens, que constituem a maior parte dos 80 milhões de habitantes do país. Twitter, Facebook e as mensagens de texto de telefones celulares ajudaram esta nova geração a vincular-se e organizar-se, apesar de viver há três décadas em uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos.
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Em resposta, o regime de Mubarak, com a ajuda de empresas estadunidenses e europeias, cortou o acesso à Internet e restringiu o serviço de telefonia celular, deixando o Egito em uma situação de obscuridade digital. C.W. Anderson comentou se o que estava ocorrendo no Oriente Médio seria uma espécie de revolução do Twitter: “não é a tecnologia, mas sim as pessoas que fazem a revolução”.
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As pessoas nas ruas exigem democracia e autodeterminação. Sharif viajou para o Egito à noite, em um terreno incerto. As odiadas forças de segurança do Ministério do Interior e a polícia de camisas negras leais ao presidente Hosni Mubarak estavam reprimindo e matando gente, prendendo jornalistas, quebrando e confiscando câmeras.
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No sábado pela manhã, Sharif se dirigiu à praça Tahrir. Apesar do bloqueio da internet e das mensagens de texto, Sharif, talentoso jornalista e gênio da tecnologia, achou rapidamente uma maneira de publicar mensagens no twitter desde a praça Tahrir: “Que cena assombrosa: estão passando três tanques carregados de gente que grita “Fora Hosni Mubarak!”.

O Egito foi o segundo grande receptor de ajuda externa dos Estados Unidos durante décadas, depois de Israel (sem contar os fundos gastos nas guerras e ocupações do Iraque e Afeganistão). O regime de Mubarak recebeu cerca de 2 bilhões de dólares ao ano desde que assumiu o poder, em sua imensa maioria para as forças armadas. Onde foi parar esse dinheiro? Em geral, foi para empresas estadunidenses. Pedi a William Hartung, da New America Foundation, que explicasse isso:

“É uma forma de bem estar empresarial para empresas como Lockheed Martin e General Dynamics, porque o dinheiro vai para o Egito e logo volta para pagar aviões F-16, tanques M-1, motores de aviões, todo tipo de mísseis, pistolas, latas de gás lacrimogêneo de uma empresa chamada Combined Systems International, cujo nome figura nas latas achadas nas ruas do Egito”.
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Hartung acaba de publicar um livro, “Os profetas da guerra: Lockheed Martin e a criação do complexo militar industrial”. Continuou dizendo:
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“Lockheed Martin encabeçou acordos de 3,8 bilhões de dólares nestes últimos dez anos; a General Dynamics de 2,5 bilhões para tanques; a Boeing de 1,7 bilhões para mísseis e helicópteros e a Raytheon para todo tipo de mísseis para as forças armadas. Então, basicamente este é um elemento fundamental destinado a manter o regime, mas grande parte do dinheiro se recicla. Os contribuintes poderiam simplesmente dar o dinheiro diretamente para a Lockheed Martin ou a General Dynamics”.
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De maneira similar, a “chave geral” para bloquear a Internet e os telefones celulares no Egito foi ativada com a colaboração de empresas. A empresa Vodafone (gigante mundial da telefonia celular, proprietária de 45% das ações da Verizon Wireless nos Estados Unidos), com sede na Inglaterra, tentou justificar-se em um comunicado de imprensa: “Estava claro que Vodafone não tinha opções legais nem práticas, mas sim que devia satisfazer as exigências das autoridades”.
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Narus, uma subsidiária da Boeing Corporation, vendeu equipamentos ao Egito para permitir uma “inspeção profunda de pacote” (DPI, em sua sigla em inglês), segundo Tim Karr, do grupo de política de mídia Free Press.
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Karr disse que a tecnologia da Narus “permite às empresas egípcias de telecomunicações ver as mensagens de texto dos telefones celulares e identificar o tipo de vozes dissidentes que existem. Também fornece ferramentas tecnológicas para localizar essas mensagens geograficamente e rastreá-las”.
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Mubarak prometeu não se apresentar como candidato à reeleição em setembro. Mas o povo do Egito exige que ele saia agora. Como durou 30 anos? Talvez isso possa ser explicado melhor quando consideramos uma advertência feita por um general do exército dos EUA há 50 anos, o presidente Dwight D. Eisenhower, que disse: “Devemos tratar de evitar que o complexo militar-industrial adquira influência injustificada, seja ela buscada ou não”.
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Esse complexo mortal não é um perigo apenas para a democracia em nível nacional, mas também quando apoia déspotas no estrangeiro.
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Fonte: Texto publicado em carta maior, com tradução de Katarina Peixoto
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Protestos e notas de repúdio contra bombardeios na Líbia

Mundo

Vermelho - 21 de Março de 2011 - 9h02
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Um míssil explodiu no conjunto residencial de Muamar Kadafi, em um ataque das forças da coalizão imperialista. Os Estados Unidos disseram que os bombardeios vão minar a capacidade do governo de atacar as forças de oposição. O secretário da Defesa, Robert Gates, negou que a intenção seja matar o líder líbio, pois se trata de objetivo difícil de realizar.

Não se sabe onde Kadafi estava quando o míssil atingiu um dos prédios onde se situa sua morada no domingo (20). Poucas horas antes, o líbio qualificou os ataques ao seu país de ofensiva nazista com objetivos neocolonialistas, fez um chamamento ao povo a resistir de armas nas mãos e prometeu uma resistência de longa duração.

Leia também
Os militares dos EUA disseram que os bombardeios até agora – uma chuva de mísseis de cruzeiro Tomahawk e bombas de precisão a partir de aviões americanos e europeus–, estão criando dificuldades para as forças de defesa de Kadafi.

A agressão imperialista à Líbia desperta muitas reações. No domingo (20), no Rio de Janeiro, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursava para uma plateia seleta da elite política, cultural e empresarial do Brasil, desmanchada em demonstrações de servilismo, mais de duas mil pessoas se manifestavam contra a sua presença no país e contra a ação imperialista na Líbia. Uma das líderes do movimento, Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, discursou no ato político de protesto, afirmando que “o imperialismo estadunidense prossegue sua política de militarização e guerra, agredindo nações soberanas, com o objetivo de domínio geopolítico e de saquear as riquezas naturais, sobretudo o petróleo”.

O protesto foi realizado a despeito do aparato policial e militar, com tanques de guerra ocupando as ruas do centro do Rio de Janeiro, helicópteros militares sobrevoando a baixa altura e atiradores de elite, inclusive dos Estados Unidos, nos prédios em volta, intimidando os manifestantes com suas armas assassinas.

O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, reunido em São Paulo, emitiu nota de repúdio à agressão ao país do norte da África.

Da Redação
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Manlio Dinucci: Do Iraque à Líbia, a guerra dos vinte anos


Mundo

Vermelho - 21 de Março de 2011 - 12h26

A resolução do Conselho de Segurança que em 17 de março autorizou a tomar “todas as medidas necessárias” contra a Líbia lembra aquela que, em 29 de novembro de 1990, autorizava o uso de “todos os meios necessários contra o Iraque”.

Por Manlio Dinucci, em Il Manifesto

Há vinte anos, aproveitando-se da desagregação da URSS e do seu bloco de aliança, os Estados Unidos e as maiores potências europeias da Otan deslocavam o foco da sua estratégia no Golfo, atacando em 1991 o Iraque, um dos principais produtores petrolíferos, com reservas estimadas entre as maiores do mundo. Hoje no alvo está a Líbia, cujas reservas petrolíferas são as maiores da África, o dobro das estadunidenses.

Há vinte anos, o inimigo número um era Saddam Hussein, antes aliado dos EUA na guerra contra o Irã (outro grande produtor de petróleo), quando neste país Komeini estava no poder, guindado agora ao primeiro posto na lista dos inimigos. Como Saddam Hussein, que caiu depois na armadilha, quando a embaixadora dos EUA em Bagdá tinha dado a entender que Washington ficaria neutra no conflito Iraque-Kwait, hoje o inimigo número um é o líder da Líbia, Muamar Kadafi, com o qual a secretária de Estado Hillary Clinton declarava há pouco tempo querer “aprofundar e ampliar a cooperação”.

Há vinte anos, no momento em que o Conselho de Segurança autorizava a guerra contra o Iraque, os Estados Unidos e seus aliados já tinham deslocado no Golfo uma imponente força aeronaval (1,7 mil aviões e 114 navios de guerra), que seria usada mesmo sem a permissão da ONU. O mesmo ocorre hoje: antes da autorização do Conselho de Segurança a tomar “todas as medidas necessárias” contra a Líbia, já estava pronta uma potente força aeronaval dos EUA-Otan e já estavam ativadas para o ataque as bases na Itália. O método è o mesmo: jogar primeiro a espada sobre o prato da balança política e então usar todos os meios (inclusive a troca de “favores”) para impedir que um membro permanente do Conselho de Segurança use o “direito de veto”: em 1990 a URSS de Gorbachev votou a favor e a China se absteve; hoje a Rússia se absteve junto com a China, mas o resultado é o mesmo.

Hoje, como em 1990, a intervenção armada vem motivada com a “defesa dos direitos humanos” e a “proteção dos civis”. E são elogiados os governos árabes que participam desse nobre esforço: como a monarquia absoluta de Barein, que chamou as tropas sauditas para reprimir em sangue a luta do seu povo pelos mais elementares direitos humanos, e o regime iemenita, que está perpetrando o massacre dos civis que se manifestam pela democracia.

Hoje, como na primeira guerra do Golfo e na sucessiva – aquela que se fez contra a Iugoslávia em 1999, o Afeganistão em 2001, o Iraque em 2003 – a Itália continua a desempenhar seu papel de seguidor das ordens de Washington. Com a diferença que, enquanto há vinte anos ainda havia uma esquerda empenhada contra a guerra, hoje existe um tipo como Bersani (dirigente do Partido Democrata italiano) que, na véspera de uma intervenção armada com a mesma finalidade, exclama: “em boa hora”.

Fonte: Revista Eletrônica L´Ernesto
Tradução: Redação do Vermelho
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Altamiro Borges: a força e os limites da blogosfera

Mídia

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Vermelho - 22 de Março de 2011 - 14h38
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Em sua visita ao Brasil, o presidente do EUA, Barack Obama, havia programado um megaevento na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, palco de históricos protestos em defesa da democracia e a soberania nacional. Na última hora, o show de pirotecnia foi cancelado. Segundo a própria mídia hegemônica, a razão foi que o serviço de inteligência do império, a famigerada CIA, alertou a diplomacia ianque sobre os "protestos convocados pelas redes sociais". Obama ficou com medo!

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Por Altamiro Borges

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Este episódio, uma vitória dos internautas progressistas do Brasil, comprova a força da internet. Num meio ainda não totalmente controlado pelas corporações capitalistas é possível desencadear ações contra-hegemônicas e quebrar o “pensamento único” emburrecedor da velha mídia. Desde Seattle, quando manifestações contra a rapina imperial foram convocadas basicamente pela internet, este fenômeno chama a atenção dos atores sociais. De lá para cá, o acesso à rede só se ampliou – no mundo e no Brasil.
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Uma arma poderosa
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Nas recentes convulsões populares no mundo árabe, que derrubaram os ditadores da Tunísia e do Egito – sempre tratados como “amigos do Ocidente” pela mídia tradicional – a internet foi uma arma poderosa. Ela não produziu as “revoluções”, mas ajudou a detoná-las. Agora mesmo, na Líbia, há uma guerra de informações da globosfera, acompanhada da real e sangrenta guerra dos mísseis. A internet faz parte hoje da guerra, virtual e real, que se trava nas sociedades. Não dá para desconhecer esta nova realidade.
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Os meios tradicionais de comunicação, hegemonizados por poucas corporações – no máximo 40, segundo recentes estudos sobre a crescente monopolização da mídia mundial –, não detêm mais o monopólio da informação. Os avanços tecnológicos abriram brechas, mesmo que temporárias, nesta frente estratégia da luta de idéias. Jornais e revistas da oligarquia estão falindo devido ao maior acesso à internet. Mesmo as redes televisão sofrem com a migração para este novo meio, principalmente da juventude.
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A força da blogosfera
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No Brasil, esta realidade é bem palpável. Nas eleições presidenciais de outubro passado, a chamada blogosfera progressista jogou papel de relevo na encarniçada disputa. As manipulações dos impérios midiáticos, que se transformaram em cabos eleitorais do candidato da direita, foram desmascaradas online pela internet. No auge da campanha fascistóide, de baixarias e de falsos moralismos, os blogs independentes atingiram mais de 40 milhões em audiência, segundo pesquisa recente.
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O impacto foi devastador. José Serra, o candidato do Opus Dei e o preferido do império, conforme telegrama vazado pelo WikiLeaks, usou vários palanques para atacar o que ele chamou, pejorativamente, de “blogs sujos”. Já o presidente Lula, sofrendo violento cerco da ditadura midiática, produziu vídeo para estimular a produção independente dos blogueiros. Na guerra de informações, a internet foi decisiva para desmascarar a direita e para mostrar o real significado da candidatura lulista de Dilma Rousseff.
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Passos na organização dos blogueiros
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Neste intenso processo da luta de classes, com a centralidade a batalha eleitoral, a blogosfera progressista deu os primeiros passos para a sua organização no Brasil – de forma autônoma. Em agosto passado, mais de 330 blogueiros e twitteiros realizaram o seu primeiro encontro nacional, em São Paulo. Neste evento histórico, eles decidiram lutar pela democratização da comunicação, contra qualquer tipo de censura à internet, e por políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade informativas.
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Fruto deste encontro histórico, os blogueiros progressistas quebraram a monopólio da mídia tradicional e realizaram a primeira entrevista coletiva com um presidente da República, Lula, em novembro passado. A velha mídia até tentou desqualificar o evento inédito, numa crise de “ciúme” ridícula. Na prática, ela sentiu o baque de uma mudança de paradigma que está em curso. Parafraseando o revolucionário italiano Antonio Gramsci, a coletiva com Lula evidenciou que “o velho está morrendo e o novo ainda não acabou de nascer”.
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Os desafios do futuro
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O segundo encontro nacional de blogueiros progressistas está agendado para junho próximo, em Brasília. Nele não haverá mais o fator galvanizador que estimulou o primeiro – a luta contra a mídia golpista, que se transformou no “partido do capital” durante o pleito presidencial. O desafio será encontrar novos pontos de unidade na enorme diversidade existente na rede. Sem verticalismo e estruturas hierarquizadas, este movimento amplo e plural tem muito a contribuir na luta pelo avanço da democracia no Brasil.
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Os blogueiros progressistas, que hoje já constituem uma vasta e influente rede no país, podem amplificar a luta pela democratização dos meios de comunicação. Está na ordem do dia o debate sobre o novo marco regulatório da mídia, que garanta a verdadeira liberdade de expressão para os brasileiros – e que não se confunde com a “liberdade de empresa” dos monopólios midiáticos. Também está em curso a discussão sobre a liberdade na internet, com investidas da direita contra este direito libertário.
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Além de interferir nestas batalhas estratégicas, os blogueiros precisam ampliar sua capacidade de interferir na luta de idéias contra-hegemônicas na sociedade. É preciso que “floresçam mil flores”, que surjam mais e melhores blogs independentes, garantindo maior diversidade e pluralidade informativas. É urgente também qualificar os nossos instrumentos, produzindo conteúdos jornalísticos de qualidade. Para isso, é preciso encontrar caminhos de sustentação financeira da blogosfera, que potencializem essa nova militância virtual.
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Riscos de retrocesso
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A internet abriu brechas para novas vozes se expressarem na sociedade. Mas ela não deve ser idealizada. Quem detém maior audiência são os portais de notícia e entretenimento dos mesmos grupos midiáticos. A publicidade, que cresce na rede (nos EUA, ela superou pela primeira vez na história os anúncios nos jornais impressos), é totalmente sugada pelos barões da mídia. Ou seja: a internet é um campo de disputa. Sem ampliar e qualificar sua produção, a blogosfera progressista será derrotada, falará para seus nichos.
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Além disso, a tecnologia não é neutra. Os monopólios da comunicação, que tornam reféns vários governos, já estudam mecanismos para cercear a liberdade na rede. Barack Obama, que a cada dia se revela um falso democrata, já enviou ao Congresso dos EUA um projeto para “vigiar” a internet. No Brasil, um parlamentar do bloco neoliberal-conservador, Eduardo Azeredo (PSDB), também se apressou em copiar o império e já apresentou projeto para abortar a neutralidade na rede. Os embates neste campo tendem a crescer.
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Agressão imperialista contra a Líbia: geopolítica e desforra

Editorial.

Vermelho - 20 de Março de 2011 - 16h21
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Mais uma vez o imperialismo usa a desculpa esfarrapada de “defender populações civis” para impor, pela força, a um país soberano, seus interesses e objetivos geopolíticos. Desta vez, o alvo do mesmo perverso roteiro, já encenado no Iraque, no Afeganistão, na Sérvia, é a Líbia.

A ação, contrariamente ao ocorrido no Iraque em 2003, tem um frágil biombo para disfarçar a agressão. Ele é constituído pela resolução do Conselho de Segurança da ONU que aprovou, por 10 votos contra cinco abstenções, as medidas agressivas contra Tripoli. O imperialismo não conseguiu sequer unir todo seu campo; entre os cinco países que não aceitaram acompanhar aquela medida, um deles é justamente a Alemanha, uma das principais potências imperialistas. Os outros quatro são, significativamente, os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o bloco cuja emergência marca o cenário recente no mundo.

As ações iniciadas contra a Líbia, sob comando dos EUA e reunindo forças militares de um conjunto de países europeus, destacando-se entre eles a França e a Inglaterra (além de Espanha, Itália, Noruega e Dinamarca), constituem mais uma grave violação da soberania de uma nação independente.

Desde o início, os protestos na Líbia tiveram uma característica distinta dentro da onda libertária que sacode o mundo árabe. Nos demais países, todos os sinais indicam movimentos democráticos que surgiram de maneira espontânea, manifestando o descontentamento das multidões e o repúdio contra regimes notoriamente aliados dos países imperialistas. Isso ocorreu na Tunísia, no Egito, e está em curso em outras nações, particularmente no Iêmen e no Barein. Nestes dois países, a repressão contra os manifestantes é sangrenta e mortal, deixando um rastro de cadáveres em sua passagem mas que, nem por isso, desperta nas potências o alegado sentido humanitário que proclamam contra Muamar Kadafi, evidenciando a hipocrisia das motivações que levaram à adoção da resolução agressiva do Conselho de Segurança da ONU.

Na Líbia, os protestos foram usados pelo imperialismo como uma oportunidade para a intromissão, usando como instrumento seus notórios aliados que fazem parte da chamada Frente Nacional pela Salvação da Líbia (criada e financiada pela CIA) e da monarquista União Constitucional Líbia, também apoiada pelo governo dos EUA.

Desde o início dos protestos contra Kadafi, em 20 de fevereiro, multiplicam-se os sinais de envolvimento das potências imperialistas no apoio a estas facções rebeldes, que logo constituíram um autodenominado Conselho Nacional Líbio; há notícias inclusive de que contrabandearam armas para eles. E a imprensa ligada ao imperialismo cumpriu o seu papel difundindo, pelo mundo, todo tipo de desinformação a respeito dos acontecimentos na Líbia, num nítido esforço para obter o apoio da opinião pública a favor da agressão contra o país.

Tudo isso já foi visto no passado recente, e pretende justificar este outro perigoso passo na escalada guerreira do imperialismo contra os povos.

Os ataques contra a Líbia, iniciados no sábado, envolveram mais de 19 aviões só dos EUA e 110 mísseis disparados de navios de guerra, danificando a infraestrutura do país, atingindo inclusive um hospital cardiológico, e deixando 64 civis mortos pelo menos na capital, Trípoli.

Os líbios resistem e há informações de que o governo começou a distribuir armas para um milhão de cidadãos, número que desmente a perda de apoio de Kadafi entre a população, que se mobiliza em defesa da unidade e da soberania do país.

A agressão imperialista contra a Líbia é mais uma aventura ofensiva de resultado imprevisível e demonstra, mais uma vez, a disposição do imperialismo de usar apenas a agressão e a força militar para impor suas próprias soluções aos conflitos internacionais.

A resistência pode ser tão determinada quanto a que ocorre nos outros cenários de guerra no Oriente Médio. Um dos objetivos do imperialismo é reforçar sua posição num quadro que está instável desde o inicio dos protestos árabes, no começo do ano. Além de controlar o petróleo líbio, o imperialismo busca uma posição de força na vizinhança de um Egito que pode deixar de ser um aliado incondicional e criar uma situação nova e desfavorável a seus interesses no norte da África. E pode haver também a vontade de desforra contra Kadafi que, durante décadas, foi um forte adversário de seus objetivos e domínio.

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  • Eis a questão? Que questão?

    21/03/2011 20h40 Kátia, se você é tão contra governos tiranos, por que não mencionou o tirano pró-americano do Iêmem, cuja repressão matou 52 manifestantes na véspera do ataque à Líbia? Ou o tirano pró-americano de Barein, cuja repressão no dia anterior matou quatro pessoas?
    Marcelo Amadeo
    Rio de Janeiro - RJ
  • O brasil está na lista?

    21/03/2011 15h37 Me pergunto se o que aconteceu com Iraque, Afganistão e agora com a Líbia pode acontecer com o Brasil um dia?
    edison
    sao carlos - SP
  • Império é isso...mas

    21/03/2011 11h29 Todos os argumentos utilizados pela coalizão imperialista capitaneadas pelos americanos e seu fantoche da hora,Mister OBAMA que deslumbrou os incautos brasileiros no Teatro Municipal do Rio, não se justificam por colocar em xeque a AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS E A SOBERANIA DO POVO LÍBIO. Abraço!!!
    Flávio Maia
    Caxias do Sul - RS
  • Defender a democracia ou atacar o império? Eis a questão.

    21/03/2011 10h01 Defendo a soberania das nações e disconcordo de intervenções que não são solicitadas por quem de direito. No entanto, não me disponho a defender governos tiranos com o intuito exclusivo de atacar nações conhecidamente imperialistas. Oposição só por ser do contra é irresponsabilidade. A relação entre as nações deve acontecer no âmbito do diálogo. Assim se constrói a democracia que queremos. Cabe à ONU, em minha opinião, mediar o debate e não reunir tropas. Que cada povo decida o que é melhor para si e para os seus. Entretanto, ser soberano não representa justificativa para totalitarismos e atrocidades. Quando Kadafi chegou ao poder, aquele foi um fenômeno de base popular. Contudo, com o passar dos anos, o que era o reflexo da vontade do povo, aparentemente tornou-se a manutenção dos privilégios e desmandos dos governantes. Assim, parece-me irresponsável defender esse governo, tal como é inaceitável assistir a destruição do país por tropas estrangeiras. Conversando a gente se entende.
    Kátia Nunes
    Nova Lima - MG
  • Vagabundos

    21/03/2011 9h03 Essa cambada de americanos não passam de covardes imperialistas, enfrentar a URSS qdo da 1ª invasão do afeganistão isso não fizeram, e sabe pq?? Porque só batem em cachorro morto por isso são covardes.
    paul priest
    bauru - SP
  • SÓ REFLEXÃO.

    21/03/2011 8h46 Olhando por ângulo externo, vendo as massas acompanhando tudo pela televisão me pergunto: ser consciente é pouco ou já se pode admitir que é muito? Não existem guerras sem que haja algum interesse, mas a difusão desse fato atinge pouco as pessoas. Como conseguir sobreviver à margem desse fato?
    Ademir de Oliveira
    Juína - MT
  • Mente e acredita na mentira

    21/03/2011 0h12 Cito imprecisamente Eduardo Galeano, qdo diz que os países do capitalismo central, especialmente o mais violento e sem moral, pode se dá o luxo de inventar mitos e até de acreditar msm neles(refere-se ao livre comércio). Mas, isso não enche o bucho de ninguém na periferia. Defender a paz, a liberdde dos povos, a vida de civis (a OTAN?, ó aí macho!!), a democracia etc etc não passam de sombras retóricas na boca dos EUA. Entre isso e Kadafi, como se manifestar num voto na ONU? Pra n apoiar um nem outro, abstenção? Acho que sim.
    Manoel
    Natal - RN
  • Obama, faça como o Janio

    20/03/2011 22h48
    Renuncie, com a agressão à Libia você perdeu o resto da pouca moral que você tinha. Fale que forças ocultas o obrigaram a abandonar seu posto, quem sabe assim voce volte a ser algum dia um cidadão respeitado.
    diego perez
    florianopolis - SC
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Protestos em Angola: ingerência externa ou insatisfação popular?

Mundo

Vermelho - 21 de Março de 2011 - 17h49

As manifestações deflagradas na Tunísia, no Egito, no Iêmen e na Líbia, com o propósito de destituir os governantes no poder, inspiraram a criação de um site e a disseminação pela internet de um e-mail intitulado “A nova revolução do povo angolano”.

Por Nelson Domingos António*

Tal mensagem contém uma petição feita em nome do povo exigindo:
  1. “A saída imediata do Presidente ditador José Eduardo dos Santos, seus ministros e companheiros;
  2. A formação de uma nova ordem política, social e econômica;
  3. A reimplementação das eleições presidenciais periódicas em nossa Constituição;
  4. A implementação de uma democracia social, que deve ter o interesse do povo angolano de coração;
  5. A formação de um novo governo com os interesses do povo angolano de coração;
  6. O estabelecimento de um sistema de administração pública transparente e responsável de todos os recursos de Angola;
  7. A priorização dos cidadãos angolanos sobre os benefícios e reconstrução social de Angola”.
A petição supracitada padece de miopia conjuntural, porquanto o recente processo político de Angola difere da história recente dos países acima mencionados. Diferente de Angola, tais países não acabam de sair de uma sangrenta guerra civil (1975-2002), cujas feridas ainda precisam cicatrizar e cujo povo almeja ardentemente fruir a paz. Destituir os atuais governantes no poder, nos moldes dos países citados, pode ressuscitar o temido fantasma da guerra civil.

A vigente Constituição angolana promulgada em fevereiro de 2010, consagrou o atual desenho institucional, que conjuga elementos do presidencialismo e do parlamentarismo, fato que tem suscitado críticas, sobretudo, no que concerne à eleição presidencial e aos poderes outorgados ao presidente. A despeito deste desenho institucional, a Constituição assegura eleições periódicas para a escolha dos membros do legislativo, mediante o voto direto, que consequentemente elege para Presidente o cabeça de lista do partido ou coligação mais votado (Art. 109; 113; 143). Deste modo, os cidadãos têm em suas mãos o poder de escolha, garantido constitucionalmente, de manter ou afastar os governantes no poder, sem a necessidade do retorno às armas.

Por outro, é outorgado constitucionalmente à Assembléia Nacional o direito de rever a Constituição decorridos 5 (cinco) anos de sua entrada em vigor (Art. 235), o que possibilita à sociedade civil questionar artigos constitucionais, bem como apresentar propostas que correspondam às reais necessidades e anseios dos cidadãos e cidadãs.

Angola experimentou 27 anos de plena destruição e miséria. Findada a guerra as desigualdades sociais tornaram-se mais evidentes, sobretudo, em virtude da mudança do modelo de economia socialista, -em que o Estado era o provedor dos bens para a subsistência do povo-, para a economia de mercado. Todavia, o Movimento Popular para a Libertação de Angola - MPLA, partido no poder, tem defendido “a democracia social”, nas palavras de seu vice-presidente, Roberto de Almeida. Isto é notório no esforço do Governo em seus projetos de requalificação dos bairros degradados, na distribuição de moradias populares e em demais projetos reconstrução e desenvolvimento nacional. Todavia, ainda há muito o que fazer. Neste sentido, torna-se válida a pressão popular para obter maior transparência na alocação dos recursos públicos para a redução das desigualdades no país, porquanto neste ponto é perceptível certa insatisfação de grande parte da população, ainda à margem da sociedade.

O direito de manifestação, assegurado constitucionalmente no Art.47, deve ser salvaguardado com tenacidade pelos angolanos e angolanas, porquanto em um passado não tão distante tal direito foi-nos cerceado.

A manifestação convocada para zero horas do dia 7 de março de 2011, deixou transparecer uma tentativa de ingerência externa, a despeito de o autor da convocação para a manifestação reservar-se ao anonimato. Emissoras portuguesas veicularam notícias que disseminavam o pânico entre os seus cidadãos residentes em Angola. Acusaram o Governo angolano de oferecer o pagamento de €1.000,00 (mil euros) aos cidadãos que participassem da “Marcha pela Paz”, ocorrida no dia 05 de março. O que será que está por trás disto?

A “Marcha pela Paz” foi uma resposta antecipada do Governo e dos cidadãos e cidadãs à frustrada manifestação que aconteceria dia 07 de março. A “Marcha pela Paz” mobilizou milhares de angolanos e angolanas em todo o território nacional, em repúdio ao retorno a instabilidade, a insegurança, ao comprometimento de 80% do orçamento para a compra de armamento e demais suprimentos bélicos, a destruição de cidades, a precarização do ensino e da saúde, a mutilação e ceifa de inúmeras vidas inocentes e a eterna dependência aos países capitalistas. Afinal, quem ganha e quem perde com o retorno a guerra? A quem interessa a instabilidade e a guerra em Angola?

*Doutorando em Ciência Política - Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ)
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quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Egito: Uma revolução popular por uma junta militar?

Mundo

Vermelho - 22 de Fevereiro de 2011 - 10h47
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Além da expulsão do tirano Hosny Mubarak do poder, absolutamente nada mais foi decidido no Egito. A única certeza é que a primeira rodada da revolução popular terminou. Mas não existe nenhuma certeza de que não existirão outras rodadas também de queda-de-braço do regime militar com os manifestantes da Praça Tahrir (Liberdade).


Por Anwar Kalil, na Africa News Agency

Se, contudo, a situação evoluir conforme demonstra neste momento, então, o lucro da revolução - a derrubada de Mubarak - deverá se comprovar, totalmente, não correspondente para com a magnitude do caráter popular da revolução.

Vista de forma rigorosamente fria, a situação é a seguinte: até o presente momento o resultado da insurreição foi livrar o povo egípcio do regime de Mubarak e empurrar-lhe - goela abaixo - uma junta militar, composta de pretorianos do regime de Mubarak, felizmente, sem ele.

O exército egípcio era detentor do poder antes, e o exército egípcio continua sendo detentor, também, agora, aliás, com sua feição mais crua, sem parlamento e sem Constituição.

Supõe-se que o mesmo regime que estrangulou a democracia no Egito durante, pelo menos, 40 anos, o mesmo regime conduzirá o país à redemocratização! O esquema é visivelmente estúpido, mas, curiosamente, é também diabólico. É também absolutamente seguro que a percepção sobre democracia dos generais do regime ditatorial e atuais componentes da junta é totalmente diferente daquela do povo rebelde.

Se, então, a junta militar for deixada totalmente livre e desimpedida para definir esta feição e conteúdo da nova democracia egípcia, aquilo que surgirá não terá nenhuma relação com aquilo com que sonharam os heróicos insurgentes da Praça Tahrir e o sacrifício de centenas de mortos terá sido em vão.

Ligado a EUA e Israel

Sequer para salvar as aparências, a junta militar não julgou necessário compor uma governo de unidade nacional constituído de civis, representantes primeiramente dos insurgentes, algumas personalidades e forças da existentes oposição. É absurdo, mas, neste momento, o Egito está sendo governado pelo governo que deixou Mubarak antes de ser derrubado, e agora com poderes ditatoriais.

O ditador do país hoje, marechal-de-campo Mohammed Houssein Tandawi, que desempenhou por 20 longos anos o cargo de ministro da Defesa do regime de Mubarak e antes havia sido chefe dos pretorianos da guarda presidencial, de 1988 até 1991. Trata-se de um elemento de absoluta confiança dos EUA e do Estado de Israel.

A vida se encarregará de mostrar se o exército egípcio buscará eternizar seu poder por intermédio de legalização de partido ou de partidos que manterá sob seu controle. A vida, igualmente, mostrará se o povo do Egito aceitará uma tal evolução rumo às eleições sob o controle absoluto do exército ou se exigirá um governo civil de unidade nacional, a fim de garantir uma mais essencial e mais profunda redemocratização.

O rigorosamente seguro é que as até o presente momento evoluções não criam nenhum risco para a continuação da política externa de submissão do Egito aos EUA e ao Estado de Israel, porque desde que o poder continuar completamente nas mãos do regime militar, nada muda e, nada mudará no Egito.

Medidas superficiais

Obviamente, ninguém poderá saber hoje como evoluirá a marcha da redemocratização do Egito, a qual definirá também a possibilidade de existir, teoricamente, uma coalizão governamental que se harmonizará com a vontade do povo egípcio e que desdenhará o ignominioso acordo de paz do Egito com o Estado de Israel. A ver.

Há também um enigma: como se manifestarão os insurgentes? Fator desconhecido e desestabilizador para cada planejamento relativo às evoluções políticas egípcias é finalmente o como se manifestarão política e eleitoralmente os milhões de egípcios que se rebelaram.

O caráter social da insurgência e a total impossibilidade de revelação de algum vetor de liderança política deixaram sem resposta a seguinte pergunta: poderá alguém ou alguns expressarem politicamente as disposições e as expectativas dos irados egípcios?

Se sim, então no Egito e em todo o Mundo Árabe haverá um terremoto político. Se não, então, essencialmente, nada mudará, além de algumas medidas superficiais de redemocratização, indiferentes para o resto do mundo.

Fonte: Monitor Mercantil

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Vicenç Navarro: Quem apoiou a ditadura de Túnis?

Mundo

Vermelho - 22 de Fevereiro de 2011 - 6h41
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O estabelecimento e a manutenção da ditadura de Ben Ali na Tunísia teve o apoio dos governos dos Estados Unidos e da França, da Otan, do FMI e da Internacional Socialista, até ser confrontada pelas mobilizações que forçaram a queda do ditador, as quais tiveram papel determinante de setores da classe trabalhadora.


Por Vicenç Navarro, no Informação Alternativa

É uma pena que Pontecorvo, na minha opinião o melhor realizador de cinema que existiu no século 20, não esteja agora entre nós e possa fazer um filme sobre Túnis, o qual poderia intitular-se “A Batalha de Túnis”, que completasse o seu excelente “A Batalha de Argel”. O caso de Túnis é paradigmático do que tem vindo a ocorrer nos países árabes.

Na verdade, lembra-me muito o que se passou no Irã durante o tremendamente repressivo reinado do Xá, estabelecido com o apoio dos governos ocidentais, liderados pelos EUA, a fim de travar as exigências populares lideradas, naquele momento, por movimentos laicos de raízes democráticas e socialistas.

Apresentavam o Xá como o elemento estabilizador (argumento utilizado amplamente para apoiar ditaduras inapresentáveis). No dia de Ano Novo de 1977, o Presidente Carter apresentou o Xá do Irã como o pilar de estabilidade que o Oriente Médio precisava. Dois anos mais tarde, em 16 de janeiro de 1979, o Xá teve que fugir do Irã, nomeando um governo fantoche que durou apenas umas semanas.

Algo semelhante ocorreu em Túnis. O governo do Presidente Ben Ali tinha recebido o apoio de todos os países da Otan e do Fundo Monetário Internacional (FMI), como o eixo de estabilidade do Norte de África. Dez dias depois de um jovem desempregado de 26 anos se tentar suicidar, como protesto face à crueldade e dureza existente, Ben Ali teve que fugir do país, formando-se um governo fantoche que duraria apenas alguns dias. Milhares e milhares de cidadãos saíram à rua e forçaram a saída da camarilha que rodeava Ben Ali em Túnis.

O que é interessante é observar a mudança fulminante dos governos que o tinham apoiado. Ben Ali teve que mudar o rumo do seu avião durante a sua fuga, já que, quando estava a voar para Paris, o governo de Sarkozy lhe comunicou que não podia aterrar em França, e teve que ir para a Arábia Saudita, o regime ditatorial que foi recolhendo os ditadores mais inapresentáveis de África e da Ásia, tais como Idi Amin do Uganda e Pervez Musharraf do Paquistão.

O Presidente Sarkozy, na verdade, tinha assinalado o governo de Ben Ali como um dos regimes mais avançados do mundo árabe e, nos primeiros dias da rebelião popular, a Ministra de Relações Exteriores francesa, Michele Alliot-Marie, indicou à Assembleia Nacional que a França estava disposta a enviar tropas para ajudar o governo de Ben Ali como parte do convênio de colaboração entre ambos os países. E o Ministro da Cultura do mesmo governo de Sarkozy, Frederic Mitterrand, tinha indicado que definir o regime liderado por Ben Ali como uma ditadura era claramente "um exagero". Semanas mais tarde, o Presidente Sarkozy negava-lhe a permissão de se exilar em França.

Mas três coisas merecem especial menção. Uma foi a mobilização de grandes setores da classe trabalhadora exigindo o despedimento do governo, tendo sido as bases dos sindicatos (infiltrados pelos partidos clandestinos de esquerda) os que se constituíram como centro dos movimentos sociais de rejeição àquela ditadura. Tal como ocorreu na cobertura mediática do Egipto, este elemento de grande importância mal teve visibilidade [1].

A outra observação foi que o partido no qual Ben Ali baseava a sua rede de corrupção (o Partido Democrático Constitucional) era membro da Internacional Socialista (como o era o partido do ditador Mubarak do Egipto), mostrando o grau de confusão e cumplicidade desta Internacional. E o outro fato é que o Diretor Geral do FMI, o “socialista” Dominique Strauss-Kahn, candidato preferido entre os socialistas para competir com Sarkozy nas próximas eleições (mostrando a confusão dos Socialistas franceses) tinha recentemente visitado Ben Ali e louvado as suas políticas de austeridade de despesa pública social, apresentando-o como um exemplo a seguir, declarando-se amigo e conselheiro de Ben Ali.

Por último, como era previsível, o governo estado-unidense era um dos maiores defensores de Ben Ali, devido ao seu apoio incondicional aos EUA na sua política de apoio a Israel. Foram o governo estado-unidense e os seus aliados na Otan aqueles que armaram e apoiaram Ben Ali.

Tal como sublinhou Fulvio Martini, antigo diretor dos serviços secretos militares SISMI, em declarações ao parlamento italiano, "em 1985-1987, a Otan organizou o golpe militar em Túnis que destruiu Burguiba e apresentou Ben Ali como seu substituto". A partir de então, o governo federal dos EUA foi o máximo provedor de armas daquele sistema ditatorial, incluindo US$ 282 milhões em armamento durante a Administração Obama.

Todos estes aliados não podem alegar nenhum tipo de ignorância do carácter repressor daquele regime. A Anistia Internacional tinha vindo a documentar a enorme violação dos direitos humanos naquele país, e o próprio Departamento de Estado, no seu relatório confidencial, publicado no WikiLeaks, explicava com detalhe a corrupção e a repressão daquele regime. A história repete-se.

Uma última observação. Este artigo escrevi-o no mesmo dia em que o Presidente das Cortes Espanholas, o Sr. José Bono (membro destacado do PSOE), visitou a Guiné à frente de uma delegação parlamentar espanhola. Na Guiné existe uma das ditaduras mais brutais que existiram em África, dirigida por um dos ditadores mais sangrentos e repressivos que se conheceram naquele continente. E qual seria a minha enorme surpresa quando o socialista Bono o saudou indicando que "entre a Guiné e Espanha temos mais coisas que nos unem do que aquelas que nos separam".

Imaginam Pablo Iglesias a dizer algo semelhante a Hitler? Tal comportamento ofende não só qualquer socialista, mas qualquer cidadão com sensibilidade democrática. O que José Bono, que não merece representar o povo espanhol, estava a dizer com aquela frase é que os interesses econômicos da Guiné, a sua riqueza petrolífera, era mais importante que a denúncia do comportamento repugnante daquele ditador.

E esta é a razão pela qual os governos europeus (incluídos os seus partidos socialistas governantes) estão a apoiar governos ditatoriais como o de Túnis, perante a rejeição das suas populações.

[1] Ver o meu artigo O que não se sabe sobre o Egito, 17/02/2011.

Fonte: Vicenç Navarro

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terça-feira, fevereiro 22, 2011

Fidel denuncia: “O plano da Otan é ocupar a Líbia”

Mundo

Veremlho - 22 de Fevereiro de 2011 - 6h20
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O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, em sua mais recente Reflexão fala das pérfidas intenções das potências imperialistas sobre a Líbia e adverte para a possibilidade de os Estados ordenarem uma invasão da Otan no país árabe.
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O petróleo se converteu na principal riqueza em mãos das grandes transnacionais ianques; através dessa fonte de energia dispuseram de um instrumento que acrescentou consideravelmente seu poder político no mundo. Foi sua principal arma quando decidiram liquidar facilmente a Revolução Cubana tão logo foram promulgadas as primeiras leis justas e soberanas em nossa Pátria: privá-la de petróleo.

Leia também
Sobre essa fonte de energia se desenvolveu a civilização atual. A Venezuela foi a nação desse hemisfério que pagou o maior preço. Os Estados Unidos se fizeram donos das enormes jazidas com que a natureza dotou esse país irmão.

Ao terminar a última Guerra Mundial começou a extrair maiores quantidades de petróleo das jazidas do Irã, assim como das reservas da Arábia Saudita, do Iraque e dos países árabes situados ao redor deles. Estes passaram a ser os principais fornecedores. O consumo mundial se elevou progressivamente à fabulosa cifra de aproximadamente 80 milhões de barris diários, incluídos os que são extraídos no território dos Estados Unidos, aos que ulteriormente se somaram o gás, a energia hidráulica e a nuclear. Até o início do século 20 o carvão tinha sido a fonte fundamental de energia que tornou possível o desenvolvimento industrial, antes que fossem produzidos bilhões de automóveis e motores consumidores de combustível líquido.

O residuo do petróleo e do gás está associado a uma das maiores tragédias, não resolvida em absoluto, que sofre a humanidade: a mudança climática.

Quando nossa Revolução surgiu, a Argélia, a Líbia e o Egito não eram ainda produtores de petróleo, e grande parte das enormes reservas da Arábia Saudita, do Iraque, do Irã e dos Emirados Árabes Unidos estavam ainda por ser descobertas.

Em dezembro de 1951, a Líbia se converte no primeiro país africano a alcançar sua independência depois da Segunda Guerra Mundial, na qual seu território foi cenário de importantes combates entre tropas alemãs e do Reino Unido, que deram fama aos generais Erwin Rommel e Bernard L. Montgomery.

95 % de seu território é totalmente desértico. A tecnologia permitiu descobrir importantes jazidas de petróleo leve de excelente qualidade que hoje alcançam 1,8 milhão de barris diários e abundantes depósitos de gás natural. Tal riqueza lhe permitiu alcançar uma perspectiva de vida que atinge quase 75 anos, e a mais alta renda per cápita da África. Seu rigoroso deserto está situado sobre um enorme lago de água fóssil, equivalente a mais de três vezes a superfície de Cuba, o que lhe tornou possível construir uma ampla rede de aquedutos de água doce que se estende por todo o país.

A Líbia, que tinha 1 milhão de habitantes ao conquistar sua independência, conta hoje com algo mais que 6 milhões.

A Revolução Líbia teve lugar no mês de setembro de1969. Seu principal dirigente foi Muamar Kadafi, militar de origem beduína, que em sua mais distante juventude se inspirou nas ideias do líder egípcio Gamal Abdel Nasser. Sem dúvida que muitas de suas decisões estão associadas às mudanças que se produziram quando, assim como no Egito, uma monarquia débil e corrupta foi derrocada na Líbia.

Os habitantes desse país têm milenares tradições guerreiras. Diz-se que os antigos líbios fizeram parte do exército de Aníbal quando esteve a ponto de liquidar a Antiga Roma com a força que cruzou os Alpes.

Poderá estar-se ou não de ascordo com Kadafi. O mundo foi tomado por todo tipo de notícias, empregando especialmente os meios de informação de massas. É preciso esperar o tempo necessário para conhecer com rigor o quanto há de verdade ou mentira, ou uma mescla de fatos de todo tipo que, em meio ao caos, ocorreram na Líbia. O que para mim é absolutamente evidente é que ao governo dos Estados Unidos não preocupa em absoluto a paz na Líbia, e não vacilará en dar à Otan a ordem de invadir esse rico país, talvez em questão de horas ou muito breves dias.

Os que com pérfidas intenções inventaram a mentira de que Kadafi se dirigia à Venezuela, assim como fizeram na tarde de domingo, 20 de fevereiro, receberam hoje una digna resposta do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, quando expressou textualmente que fazia “votos para que o povo líbio encontre, no exercício de sua soberania, uma solução pacífica a suas dificuldades, que preserve a integridade do povo e a nação líbia, sem a ingerência do imperialismo…”

Por minha parte, não imagino o dirigente líbio abandonando o país, eludindo as responsabilidades que lhe são imputadas. Sejam ou não falsas em parte ou em sua totalidade.

Uma pessoa honesta estará sempre contra qualquer injustiça que se cometa com qualquier povo do mundo, e a pior delas, neste instante, seria guardar silêncio diante do crime que a Otan se prepara para cometer contra o povo líbio.

Para o comando dessa organização belicista é urgente fazê-lo. É preciso denunciar isto!

Fidel Castro Ruz
21 de fevereiroi de 2011, às 22 h14

Fonte: Prensa Latina
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  • O nome do boi

    22/02/2011 21h49 A única crítica ao alerta de Fidel é por ele omitir o nome do boi, embora se saiba que só desinformados, sifilíticos mentais e jegues do NE desconhecem a quem interessa a deposição de Kadafi. Pergunte-se a um camelo do Saara, a uma sucuri do Amazonas, à Lewinski, às vadias do Departamento de Estado e da Chancelaria alemã, quem dá as ordens na Casa Branca, UE, ONU e Otan. Cada um em sua vez e a seu tempo, como reza o Eclesiastes, responderá: o sionismo, oxente!
    Nathan, o Sábio
    Poxoréu - MT
  • Os facistas sem rumo...

    22/02/2011 19h59 Evidente que os histéricos comentários contra CUBA E agora contra LIBIA, são produto de total ignorância, perguntem aos centos de brasileiros que estão lá trabalhando á anos, assim saem da dúvida do que acontece...para os que estão confusos e querem saber do que se trata é só leer os colunistas do vermelho, e FIDEL claro,logico á controvérsias, para os que tem receio da violência, lembro os ataques aereos diarios sobre IRAK E AFGANISTAO do santo OBAMA, os ditadores do mundo!!
    maria teresa
    florianopolis - SC
  • Viva "EL KHADAFI!" (II)

    22/02/2011 19h58 Por outro lado, duas "democracias" são hoje as que mais ameaçam e matam no mundo, a ianque(EUA) e a sionista(judia/israelense). Democracia na atualidade virou um termo que tem duas funções: usa-la como forma de universalizar a globalização economica, dominação de fontes de recursos e matéria prima; e a disseminação da mentira, jornalismo atual, que "cria" a informação, manipula e dá sustentação à primeira. Khadafi pode até ser um ditador, mas nunca foi um tirano ou um déspota, sua figura se mistura com a independência da Líbia, com o pan-arabismo, com uma espécie de socialismo com a "cara árabe", e com um significado de resistencia ao imperialismo, não importa este qual bandeira. Se há luta e mortes na Líbia é poque a sociedade libia se dividiu e aí sim está a um passo da guerra civil. Cada um faça o seu julgamento e tome sua posição, a minha já é certa(mesmo que venha perder): "VIVA EL KHADAFI!"
    Carlos Loyo
    São Paulo - SP
  • Viva "EL KHADAFI!" (I)

    22/02/2011 19h57 Democracia....qual democracia? Da antiga Grécia?(apenas aos considerados cidadãos/proprietários de terras?) a norte-americana? (apenas aos partidos do "sim" e do "sim senhor"?). O termo democracia é uma idéia multi-facetada e dá imagem para multiplas interpretações e/ou conveniencias. Lembro-me da "democracia" do Sr.Gorbachov(ex-URSS), primeiro abandonou e entregou seus aliados e "camaradas" à fúria e a sanha do imperialismo e seus aceclas, por ultimo criou as condições para que a contra-revolução triunfasse na ex-URSS,...
    Carlos Loyo
    São Paulo - SP
  • ditadores

    22/02/2011 19h48 Amigos, não podemos dar razão ao ditador Gadafi só porque tem-se algumas restrições contra o governo americano, aquele cara é um assascino e nós brasileiros sabemos o que é viver sobre jogo de ditadores. Abaixo todo tipo de ditadura, inclusive a de cuba!
    Herminio
    São Luis - MA
  • É Verdade

    22/02/2011 19h39 Sorte que temos Fidel Castro, a nos iluminar as mentes, nesses tempos confusos. A Líbia há de continuar livre e socalista !
    Luiz Augusto Barroso
    Rio de Janeiro - RJ
  • ...

    22/02/2011 19h34 O que Fidel tem a dizer sobre o bombardeio de civis a mando do Kadafi na Líbia? O que diferencia, nesse aspecto, Kadafi de Franco, Pinochet, Stalin, Mussolini e Pol Pot, que realizaram verdadeiros massacres em seus países?Não é nada salutar à esquerda ter um líder como Fidel defendendo um governo que comete atrocidades dignas de monstros, tiranos, não de progressistas.
    Felipe
    Cabo Frio - RJ
  • ENQUANTO ISSO

    22/02/2011 19h20 Quando Fidel vai REFLETIR sobre a falta de papel higiênico para o povo cubano? Cortina de fumaça tem limite. Imagine se houvesse internet em CUba (ah, esqueci, é culpa do bloqueio). Se os cubanos soubessem que as ditaduras estão caindo, fariam o mesmo contra os Castro que governa mais tempo que Mubarak e Khadaffi juntos.
    Joâo de Deus
    Altamira - PA
  • Só pra finalizar

    22/02/2011 18h03 Dizer que todas as críticas em relação aos comunistas são uma "tentativa da direita de atribuir características negativas a seus inimigos" é uma visão muito simplista e maniqueísta, típico de mentes que pensam pequeno e que não conseguem enxergar a complexidade real das relações políticas... Mas, realmente, é mais fácil dizer isso que tentar debater com argumentos de verdade, por isso entende o comportamente de vocês...
    Filipe Albuquerque
    Fortaleza - CE
  • Esquerda só lê o que quer

    22/02/2011 18h00
    Olha só o que o cara escreve: "esta é uma das características dos fascistas forjarem uma imagem negativa daqueles que considera como inimigos.". O que vocês fazem nesse portal, é diferente disso em algo? Pelo visto, fascistas e comunistas têm muito em comum. E qual o problema com o ateísmo? Eu sou ateu também. A citação foi apenas pra mostrar a contradição dos comunazinhos que frequentam o site, que, ao mesmo tempo que criticam a adoração alienada dos religiosos por seres mitológicos, promovem a mesma adoração, mas com pessoas reais. Não vejo diferença alguma entre as duas catagorias (religiosos e comunistas): amobos são fanáticos que não aceitam ter suas verdades questionadas, ficam logo nervosos quando alguém o faz... E sim, leio as notícias do portal pra ver as besteiras que vocês gostam de ler e que tomam como verdade absoluta, por isso mesmo eu tenho argumentos e você não... Aliás, você deu algum argumento em relação à crítica que fiz sobre a adoração?
    Filipe Albuquerque
    Fortaleza - CE
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    • Como diz o filosofo

      22/02/2011 17h25 Como diz o filosofo: uns são contra tiranias, apenas para colocar a sua no lugar. Entendo as razões de Paulo Shetara ser contra tiranias.
      Juliano Strasburg de Ávila
      São Leopoldo - RS
    • Direita Lê Vermelho

      22/02/2011 17h19 Tem maluco da direita que perde tempo lendo texto da mente senil de Fidel Castro, afinal quem é senil o que escreve ou o que perde tempo lendo o texto do senil. Vontade de ser manipulado, adoração a Fidel é fruto de uma das características mais presentes nos comunistas, sempre a mesma verborréia direitosa, alias esta é uma das características dos fascistas forjarem uma imagem negativa daqueles que considera como inimigos. Ateus, essa é velha dos tempos da TFP, da marcha da família com Deus e pela propriedade, do Dops e das torturas a opositores no Brasil de 1964-1985. Esta na momento de renovar o repertorio.
      Juliano Strasburg de Ávila
      São Leopoldo - RS
    • Deve estar com medo!

      22/02/2011 17h02 Com todas estas ditaduras caindo, ele também deve estar com medo, alias, como todo bom ditador barato, passou o poder para um familiar, no caso o seu irmão! Não entendo como alguns são contra ditaduras árabes, mas defendem a ditadura arcaica cubana! Fora todas as ditaduras: de esquerda, direita e religiosas! Como diz o filósofo: uns são contra tiranias, apenas para colocar a sua no lugar!
      Paulo Shetara
      Campinas - SP
    • Bem lembrado

      22/02/2011 15h41 Pelo cidadão que postou abaixo. Fidel também disse ter certeza da invasão do Irão, e agora fala mais essa abobrinha. Pior é ver que tanta gente ainda leva essa mente senil a sério. É muita vontade de ser manipulado mesmo... Aliás, essa adoração a Fidel é fruto de uma das características mais presentes nos comunistas: quase todos adoram um culto à personalidade... São ateus, mas têm seus santos e seus dogmas. Ou seja, são altamente contraditórios...
      Filipe Albuquerque
      Fortaleza - CE
    • lucidez ?

      22/02/2011 14h55 o fidel marcou data prá invasão do irã no fim do ano passado, disse at´o dia, um sábado.sai mentiroso!!!
      mario s. matos
      são paulo - SP
    • Fidel você não se enganou II

      22/02/2011 14h45 E quanto chamar Pilatos Obama de genocida, talvez não seja a palavra mais precisa, creio que seria melhor chamá-lo de cara de pau ou cínico, pois não podemos esquecer sua omissão diante das mortes em Honduras e nos crimes de guerra cometidos neste instante contra civis no Iraque e Afeganistão, alem disso, é bom dar uma olhada no orçamento militar do governo de Pôncio Pilatos Obama e veremos que ele é um Senhor da Guerra mais refinado que Bush, pois lava as mãos para que essas nunca apareçam sujas de sangue. Fidel não se enganou.
      Juliano Strasburg de Ávila
      São Leopoldo - RS
    • Fidel você não se enganou

      22/02/2011 14h42 Caso a OTAN invada a Líbia sob qualquer pretexto manchará as mãos do Obama. Sim, Obama não assinou ainda nem uma ordem de invasão, no entanto, apoiou nos bastidores o golpe em Honduras onde pessoas morreram e, em relação ao Iraque e Afeganistão onde a morte de centenas e centenas de civis patrocinadas pelas tropas estadunidenses invasoras pode nos levar a conclusão que realmente ele não tem as mãos sujas de sangue, pois como Pôncio Pilatos lavou as mãos sujas de sangue diante da indústria bélica e das multinacionais do petróleo. Quanto às medidas afirmativas com relação à INVASÃO do Iraque e Afeganistão por medo de provocar instabilidade na região, essa afirmação chega a ser ingênua, pois não é o medo da instabilidade, afinal não é o medo que move essa gente e sim o petróleo e venda de material bélico, ou seja, o lucro gerado pela guerra, portanto, é isso que impede Pôncio Obama de tomar medidas. Quanto a Europa e Inglaterra é sabida a subordinação destes aos interesses estadunidenses.
      Juliano Strasburg de Ávila
      São Leopoldo - RS
    • Quid prodest ?

      22/02/2011 13h33 Deixa de ambiguidades, Marcelo, que a hora é de definição e ação.A OTAN essa organização de jagunços europeus - França, Alemanha, Itália et caterva - , não se presta a outra coisa, senão, garantir o imperialismo yankee - outra contra a URSS - agora contra países asiáticos que ameaçam a hegemonia de Tio Sam.Democracia é conceito vago, tanto quanto tirania e outros qualificativos para justificar o exercício do poder absoluto, de um grupo sobre outro.A diferença está no modo de exercê-lo, e quanto a isso, o país mais "democrático" do mundo, os EUA, com sua "exuberância econômica" tocada cassino digital do mundo, operado pelos bankster de Chicago, ops, de Wall Streeet nas bolsas Nasdak e NYSE, na essência produz tantos miseráveis e excluídos quanto as piores ditaduras.Pela análise de Fidel não foi o que ocorreu nesses últimos 40 anos com a Líbia e outros - " eixos do mal".
      Ribeiro
      Amparo - PR
    • Fidel acho que você se enganou...

      22/02/2011 13h29 O governo Obama até agora não fez nenhuma invasão a nenhuma nação, se a OTAN invadir a Libia quem estaria invadindo seria os EUA. Caso a OTAN invada a Libia sob qualquer pretexto manchará as mão do Obama. Podem acusa-lo de financiar ditaduras como Honduras e tentar derrubar o governo venezuelano agora usar a força de maneira bestial até agora isso não aconteceu. Seria o fim da picada, acho que o Presidente estadunidense não tomou medidas mais afirmativas com relação a invasão ao Iraque e ao Afeganistão por medo de provocar maior instabilidade na região, por isso acho dificil qualquer invasão da OTAN na Libia, se fosse o Bush no dia 15 isso já teria acontecido. Que a Europa, mas precisamente a Inglaterra está querendo uma guerra disso ninguém duvida agora guerra não é a cara do Obama. Podem chamá-lo de tudo menos de genocida. Com relação ao Kadafi, aí sim eu concordo com Fidel, ele montou a Libia para o filho ele não vai deixar isso de mão beijada para a democracia não.
      Ana Cruzzeli
      Taguatinga - DF
    • libia, amiga ou inimiga dos gringos?

      22/02/2011 13h23
      vejo articulistas ora defendendo ora condenado o que acontece na libia. Nesse caso, alibia é um pais amigo ou inimigo dos gringos? alguem esclareça, pois estou confuso nesse caso
      francisco martins
      arapongas - PR
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      • É necessário se ponderar...

        22/02/2011 12h48 Bom, pode até ser inverdade coisas que sejam publicadas nas mídias de massas. Mas que Kadafi esteve por 4 décadas no poder eu vejo como algo inadmissível dentro de um veio democrático. Além de tudo, se a barbárie que aí está (publicado pela mídia de massas) for verdade, não vejo porque não acusá-lo de crime contra a humanidade e castigá-lo exemplarmente.
        Marcelo César
        Guarulhos - SP
      • PARABENS FIDEL!!!

        22/02/2011 11h21
        A lucidez de FIDEL sempre alertando ao mundo, LIBIA É A COBIÇA DOS EUA.....
        maria teresa
        florianopolis - SC
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