A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quarta-feira, agosto 26, 2009

PCdoB - Paradigmas neoliberais eram falsos, reafirma Renato Rabelo

Partido Vivo

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Vermelho - 19 de Agosto de 2009 - 20h30
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No último dia do Encontro Nacional Sindical do PCdoB, o destaque esteve com o presidente do partido, Renato Rabelo. Ele reforçou a necessidade de se estudar e se discutir o Programa Socialista durante todo o processo do 12º Congresso. E reforçou: “a crise revelou que os paradigmas neoliberais eram falsos e essa constatação abre caminho para apresentarmos um projeto nacional de desenvolvimento mais conseqüente e mais profundo, de caráter anti-imperialista, antifinanceiro e antilatifundiário”.
Renato Rabelo - encontro sindical - agosto 2009

Renato critica setor financeiro

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Renato Rabelo procurou ressaltar a importância dos trabalhadores e dos sindicalistas na construção de um novo momento histórico na trajetória brasileira. Lembrou que o partido busca discutir a construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento como caminho para a construção do socialismo, etapa de um novo salto civilizacional. No Brasil, os dois primeiros ciclos civilizacionais visualizado nas teses do PCdoB são a formação do povo, da nação e do Estado brasileiros – marcados pela unidade de diferentes etnias – e a implantação do Estado nacional-desenvolvimentista por Getúlio Vargas a partir dos anos 1930. “O povo brasileiro se mostrou capaz construir uma cultura com a qual se identifica. Este é um êxito importante de nossos antepassados”, enfatizou.
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“Levando em conta esses dois ciclos civilizacionais, coloca-se agora a necessidade de darmos um passo adiante: criar condições para a construção do socialismo. O Programa tenta responder a esse desafio e nós e, bem como as próximas gerações, temos de enfrentá-lo”, disse o dirigente. Segundo ele, “a transição ao socialismo é estratégica porque somente uma transição como essa pode garantir progresso social e soberania. O programa tem um rumo (o socialismo) e um caminho (o projeto nacional de desenvolvimento) – e nenhum partido no Brasil apresenta algo com essas características”.
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Renato Rabelo contextualizou a realidade brasileira lembrando que depois de Vargas, “houve um esgotamento do projeto nacional desenvolvimentista, sem nada que o substituísse”. Particularmente após os anos 1980, a situação piorou. “Apenas a partir do segundo mandato do presidente Lula conseguimos abrir caminho para um novo projeto. Ficou clara, em seu governo, a escolha pela soberania, por maior democratização, por conquistas sociais e pela integração com a América Latina”. Mas, alertou, “há ainda muitas limitações”.
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O presidente do PCdoB criticou especialmente o poder das finanças nos rumos da economia. “O governo Lula ainda é marcado por dualidades e deficiências. Poderia estar em outro patamar, mas mudar essa situação depende da luta política, do enfrentamento da oligarquia financeira, responsável por nossas principais debilidades. Mas a crise certamente abre novas perspectivas, abre a possibilidade de mostrarmos que a solução está no socialismo”.

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O novo projeto nacional de desenvolvimento defendido pelo PCdoB deve, conforme salientou Rabelo, ter ao menos três características. A primeira, “forjar uma nação com identidade própria, soberana e independente e, neste sentido, é preciso que se aumentem os investimentos na defesa de nosso território para que se possa dissuadir as tentativas de ocupação do país”.
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O segundo item é a democratização do Estado brasileiro, marcado hoje por suas raízes antidemocráticas e conservadoras. “Para isso, a reforma política é fundamental. Temos de mudar o sistema porque hoje se vota em pessoas, não em partidos. São eleitos parlamentares que se colocam à frente de suas legendas, que defendem seus próprios interesses”. Ele voltou a defender o financiamento público de campanha e as listas pré-ordenadas “com candidatos que defendam o programa de seu partido porque hoje os partidos são meras exigências legais para se disputar uma eleição”.
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Por fim, Renato Rabelo destacou o papel da economia. “Precisamos de um desenvolvimento forte e continuado. De acordo com a Cepal, seria necessária uma taxa de investimento de 25% durante um período longo para que atinjamos crescimento de 8% ao ano. A saída é fortalecer a estrutura estatal, que precisa ser a força de vanguarda nesse processo”.
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De São Paulo,
Priscila Lobregatte

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sexta-feira, julho 24, 2009

Crise será superada, mas é parte do capitalismo, diz comunista



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Renildo Souza, membro do Comitê Central do PCdoB e especialista em economia, foi o responsável por apresentar aos alunos do curso de nível 3 da Escola Nacional o documento-base sobre a crise capitalista, que faz parte das discussões do 12º Congresso do partido. “A crise vai ser superada, mas é importante que se diga que faz parte da natureza do capitalismo. Então, haverá novo ciclo de expansão e, depois, novas recessões”, apontou.
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Souza critica ajuda a bancos
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“Temos uma crise de grande extensão e profundidade. Cerca de oito trilhões de dólares se evaporaram na riqueza das famílias desde o terceiro trimestre do ano passado até maio; 80 bancos foram fechados nos EUA desde 2007; o desemprego atingiu 9,5% nos EUA e na zona do Euro no primeiro semestre e 8,5% na América Latina. Essa é a dimensão da destruição dessa crise”, exemplificou Renildo Souza. “A lenda do mercado autorregulado conduziu ao desastre”, disse, citando documento-base.

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A partir dessa análise inicial, Souza partiu para a diferenciação entre as concepções econômicas. Para os neoliberais (pensamento neoclássico), “a produção cria seu mercado”. Seus pilares são “a impossibilidade de superprodução geral, o equilíbrio geral dos mercados e a auto-regulação dos mercados”.

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Falando dos keynesianos, Souza destacou que, segundo tal linha de pensamento, “a crise é possível, porém evitável pela intervenção do Estado, que preservaria o capitalismo”. Já para os marxistas, “a crise é intrínseca, inevitável e periódica e é imposta pelas próprias contradições da acumulação capitalista”. No sistema, “o lucro é a sua finalidade e se choca com as necessidades sociais e do meio ambiente; trata-se da necessidade inevitável de aumentar a produção pela produção e de explorar a mais-valia dos trabalhadores”.

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As faces da crise

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Souza apontou como quatro os conjuntos de características fundamentais da fisionomia da crise atual: revés da dominância financeira e insolvência latente dos mercados financeiros internacionais; recessão, queda dos preços e dos investimentos, desemprego; falência da política de liberalização econômica, comercial e financeira; aprofundamento do declínio relativo da economia dos Estados Unidos e nova divisão internacional do trabalho, com destaque para a China.

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Resultante da dominância financeira, a recessão surge, conforme apontou o dirigente, de “décadas de liberalização, hipertrofia e especulação da finança; da exacerbação do peso do capital fictício na dinâmica do capitalismo contemporâneo; da unidade dialética entre esferas da produção e da finança; da inviabilidade da contínua e expansiva punção da mais-valia para remunerar a especulação financeira; da maior polarização entre miséria e riqueza e da dominação da oligarquia financeira”.

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“O Estado capitalista intervém para salvar o capitalismo”, disse Souza, para lembrar que a crise atual deixou isso ainda mais latente. “Vimos a desmoralização do neoliberalismo a partir da necessidade da intervenção do Estado na economia, com trilhões de dólares, para socorrer o mercado ‘livre, autoregulado e eficiente’”.

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Souza reafirmou ainda o aspecto mais cruel da crise. “Quem mais sofre seus efeitos são os trabalhadores por causa do desemprego, dos cortes de salários e do cancelamento de direitos trabalhistas”. Por outro lado, apontou que para “salvar” a economia, os governos dos EUA e da Europa “lançaram pacotes trilionários voltados para bancos e empresas, sem contrapartida na garantia do emprego dos trabalhadores”. Por isso, para ele é essencial que haja “pressão política e mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus direitos” no sentido de se garantir “o socialismo como alternativa ao capitalismo e suas crises”.

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De São Paulo,
Priscila Lobregatte

Leia aqui a tese sobre a crise do capitalismo

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in Vermelho - 23 DE JULHO DE 2009 - 18h10

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Para dirigente, multipolaridade ajuda na luta pelo socialismo

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Dando continuidade às análises dos documentos apresentados para o 12º Congresso do PCdoB durante o curso de nível 3 da Escola Nacional do PCdoB, o membro do Comitê Central Dilermando Toni apresentou, em linhas gerais, o texto focado na conjuntura internacional. A aula foi ministrada dia 20, em Atibaia e foi seguida das apresentações dos dirigentes Renildo Souza e Nádia Campeão.
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Toni levanta limites dos EUA
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Em sua apresentação, Dilermando Toni focou-se na crise, na eleição de Obama, na ação dos EUA no cenário mundial, nos avanços revolucionários e progressistas na América Latina, na transição ao socialismo e na atual correlação de forças em nível mundial, pontos principais do documento-base.

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Segundo ele, a dinâmica não sustentável da economia mundial entrou em crise a partir da economia parasitária dos Estados Unidos, penalizando milhões de trabalhadores em todo mundo. “Esta é a consequência mais perversa”, assinalou. Toni lembrou que “a solução corrente, com o uso de pacotes de salvamento que se elevam a vários trilhões de dólares, mostram o verdadeiro papel do Estado burguês”.

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Isso coloca para os comunistas a necessidade de garantir, na ordem do dia, a discussão sobre a via socialista como saída para as recorrentes crises inerentes ao capitalismo. “O sistema resolve suas crises aumentando a exploração dos trabalhadores e a pressão sobre países emergentes, o que mostra o esgotamento histórico do capitalismo”. Além disso, apontou que “não se pode aceitar que o ônus da crise seja jogado sobre os trabalhadores e deve-se apoiar medidas que visem proteger e fortalecer a economia nacional”.

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No que diz respeito à posição política dos EUA nos mundo, Dilermando Toni apontou a mudança de postura da Casa Branca a partir da eleição de Barack Obama. “Há maior investimento na tática do smart power (poder inteligente), que privilegia a via diplomática, porém vem casada com a manutenção do poder militar para garantir a hegemonia estadunidense. No fundo, o imperialismo não muda de natureza”.

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Onda latinoamericana

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Sobre a América Latina, o dirigente salientou a onda progressista, revolucionária e antiimperialista que tem tomado o continente. “Até pouco tempo atrás, aqui só se falava em neoliberalismo. O retorno dessa discussão sobre o socialismo é altamente positiva, por mais mesclada que essa onda se apresente”.

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Segundo Toni, a América Latina tem procurado “se integrar de maneira crescente e não apenas no aspecto econômico, mas também entre as nações. Isso faz com que sejam criados pólos contra-hegemônicos, o que é significativo num continente que sofreu forte intervenção do imperialismo”. Mas, alertou, “é ilusão achar que os EUA deixaram de tentar interferir. Mesmo que façam discurso mais ameno do que antes, na verdade tentam isolar a Venezuela e ganhar o Brasil pelo seu papel estratégico”.

Tradicionalmente praticante de uma política imperialista, os Estados Unidos se veem agora diante de um novo quadro marcado pela piora de sua situação econômica e pela transição de uma fase unipolar para a multipolaridade. “Para eles, agora, é importante manter o status quo nuclear, não deixando que outros países possuam poder dissuasivo; manter os mercados de capitais liberalizados para que seus capitais possam circular livremente conforme os interesses de sua oligarquia financeira e superar sua crescente dependência energética”.

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Portanto, a geopolítica internacional é hoje marcada, de um lado, pelo parasitismo dos EUA, por seu isolamento crescente e por suas grandes dívidas; por outro, está marcada pelo surgimento de novos atores da periferia do sistema, como os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

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Esses países também trazem inovações numa “situação inédita”, conforme definição do dirigente, por gerarem “uma nova divisão internacional do trabalho”, utilizarem fontes de energia variados, fortalecerem suas empresas estatais e terem grande peso no aumento das reservas internacionais, além de três deles possuírem poder atômico.

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A China, por sua vez, desponta como mais forte desse grupo de países. “Firma-se como potência econômica mundial e procura avançar e conquistar posições. A China sai relativamente fortalecida da crise, com crescimento de 7,9% no segundo semestre deste ano em comparação com o ano passado”. Além disso, colocou que “os três maiores bancos do mundo agora são chineses, e são estatais. Pelo câmbio corrente, já em 2011 seu PIB deverá ultrapassar o do Japão, hoje o segundo maior do mundo”.

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A multipolaridade, segundo Toni, “ajuda na luta pelo socialismo”. Porém, ressaltou: “apesar do quadro de transição, o imperialismo ainda é amplamente dominante do ponto de vista econômico, político, ideológico e militar e ainda é o principal adversário dos povos. Apesar dos avanços na acumulação, a correlação de forças não se alterou substancialmente. Trata-se de fortalecer ainda mais a luta antiimperialista, pela paz e pelo socialismo”.

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De São Paulo,
Priscila Lobregatte

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Acesse aqui o Projeto de Resolução Política - Internacional

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in Vermelho - 23 DE JULHO DE 2009 - 17h07

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