A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, julho 12, 2010

Crise financeira: Governo deve "nacionalizar tudo e começar tudo de novo" - Joe Berardo

11 de Julho de 2010, 09:10
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Funchal, 11 jul (Lusa) - O empresário Joe Berardo defendeu hoje, em entrevista à Agência Lusa, que uma das soluções para Portugal sair da atual crise financeira passa pelo Governo "nacionalizar tudo e começar tudo de novo".
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Numa entrevista à agência Lusa, o comendador considerou que se perspetiva "um problema dramático nos próximos cinco anos" para a economia nacional.
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"Estamos a brincar com o lume. Portugal está completamente endividado, ao nível do Governo, das empresas e privados", opinou, acrescentando que o país "não se pode dar ao luxo" de fazer exigências.
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O Joe Berardo, ao defender a nacionalização completa da econonomia nacional em tempos de neo-liberalismo encartado em súcialistas e súciais-demo-cratas ou centros demo-cráticos súciais deve estar a perder alguns milhões e talvez pretenda que  o Estado lave os prejuízos e depois entregue a carne a ele e comandita, continuando o Povo a pagar-lhes a limpeza e eles a arrecadar em milhões. Terá alguma coisa a ver com o boato da intervenção no BCP, essa jóia da gestão privada em que 80% do crédito depende de .... dez devedores, dos quais dois accionistas, incluindo ele? É que também consta que o BCP  teve para ter o destino do BPN e do BPP - falência, com as «artes» do Jardim e perdões de milhões ao filho !
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Não esquecer que o homem é perito em preservação do património classificado edificado - betonizou a Quinta da Bacalhoa em Vila Fresca de Azeitão e destruiu os vinhedos, - para não esquecer o negócio do Museu de Arte Contemporânea que instalou no Centro Cultural de Belém  com manutenção paga pelo Estado, com participações anuais dele para a sua manutenção e conservação não em dinheiro mas em espécie - obras de arte por ele avaliadas e no final é ele que fixa o valor da colecção, caso o Estado pretenda ficar com ela. Negócios da China, em que ele sai sempre a ganhar e o povo a pagar !
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No primeiro caso parece-me que o Instituto de Preservação do Património teve de vergar-se ao peso do Homem e que no segundo a então Ministra da Cultura foi desautorizada pelo então 1º Ministro .(Victor Nogueira)
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ver também aqui no Kant_O_XimPi.

Moody's corta rating de oito bancos portugueses.

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segunda-feira, março 15, 2010

35 anos do 11 de Março, das nacionalizações e do controlo operário




35 anos do 11 de Março, das nacionalizações e do controlo operário
Trabalhadores derrotam golpe e levam revolução à economia

Assinala-se hoje o 35.º aniversário do 11 de Março de 1975, golpe militar promovido pelas forças contra-revolucionárias. A derrota do putch pelos trabalhadores e o povo aliados aos militares revolucionários do MFA consolidou a liberdade conquistada a 25 de Abril de 1974, abriu caminho à resposta que a sabotagem da burguesia impunha, afastou as classes dominantes do poder político e aboliu, no fundamental, o seu poder económico.

Desde o derrubamento do fascismo que as forças contra-revolucionárias procuravam travar o processo libertador empreendido pelos militares aliados do povo, e pelos trabalhadores e as suas organizações de classe.
A reacção começou logo em Julho de 1974 com o golpe Palma Carlos, com o qual António Spínola, então presidente da Junta de Salvação Nacional (JSN), pretendia «chamar a si “plenos poderes”»*; e continuou, meses depois, no «28 de Setembro», igualmente outro «golpe de Estado, mas culminando e tendo como elemento preparatório determinante um plano ambicioso de mobilização, concentração e manifestação gigantesca de forças reaccionárias»*.
Derrotando estas duas intentonas, prosseguindo a efectivação das aspirações e conquistas de Abril através do seu exercício prático, isto é, sem esperar pelos decretos de um poder político-militar roído por contradições de classe e tendências, e, por isso, incapaz de «tomar a iniciativa e a direcção das transformações revolucionárias»**, a luta de massas assumia-se como o motor da revolução.
O povo e os trabalhadores cumpriram, desde as primeiras horas de Abril, a liberdade de reunião e manifestação, de associação política, de acção e organização sindical e de greve, de imprensa e expressão; sanearam os fascistas das autarquias e deitaram mãos à identificação dos problemas locais e à sua resolução; avançaram para a Reforma Agrária depois da 1.ª Conferência dos Trabalhadores Agrícolas do Sul - convocada pelo PCP e realizada a 9 de Fevereiro de 1975, em Évora - alterando radicalmente as relações sociais nos campos do Alentejo e Ribatejo e respondendo, desta forma, à necessidade objectiva de proteger a revolução da violenta reacção dos latifundiários, que viam escapar-lhes o poder que haviam conservado durante a ditadura fascista.

Cumplicidades

Enfrentando um vigoroso movimento popular e da classe operária disposto a defender o processo revolucionário e as liberdades conquistadas destruindo o domínio e o poder dos monopólios e latifundiários e construindo a democracia nos planos político, económico e social, o grande capital e os agrários procuraram, mais uma vez, salvaguardar o controlo do aparelho de Estado que, durante 48 anos, laborara ao serviço da concentração e acumulação de capital.
A novidade em relação a anteriores golpes é que, com Spínola afastado das suas altas funções, as forças contra-revolucionárias passaram ao ataque «de fora do poder político e contra ele»*.
Reagrupados e organizados, passaram à contagem das espingardas. No CDS de Freitas do Amaral e no PPD de Sá Carneiro tinham sólidos apoiantes para golpes e conspirações. No PS de Mário Soares encontraram um fiel aliado.
Nos bastidores, logo depois do 28 de Setembro, «estabeleceram-se contactos regulares de responsáveis do PS (nomeadamente Manuel Alegre, Edmundo Pedro e Vítor Cunha Rego) com o próprio Spínola, no seu retiro em Massamá»*, confirma Mário Soares. Contactos que, acrescenta, tinham como objectivo «ficarem ao corrente do que se pensava e projectava no sector dos militares chamado spinolista»*.
Já depois da morte de Spínola, Alpoim Calvão contaria que «em Outubro de 1974 dois importantes elementos do PS contactaram um oficial muito próximo do general Spínola sugerindo-lhe que se organizasse uma rede de oficiais prontos a intervir». A sugestão foi aceite.
Acompanhando de perto a evolução dos acontecimentos, a CIA encara «um golpe para Portugal, do tipo chileno» a realizar antes do fim de Março [de 1975], e para o qual Spínola terá recebido «luz verde do Embaixador dos EUA, Frank Carlucci»*.

Objectivos concretos

Como primeiro patamar para o golpe, está definida a substituição de oficiais vinculados ao MFA por spinolistas no Concelho das Armas e Serviços do Exército. Tal acontece e Soares confessa, posteriormente, ter achado «esses resultados encorajadores»*.
Segue-se o segundo patamar, que incluía o assalto ao Regimento de Artilharia de Lisboa (RAL1), a tomada do Palácio de Belém aquando da chegada dos membros do Conselho dos Vinte para uma reunião com o presidente Costa Gomes, o qual seria convidado a subscrever a exoneração e prisão destes. Acto contínuo, promover-se-ia o regresso de Spínola ao poder donde «proclamaria o estado de sítio, suspenderia as liberdades democráticas, adiaria as eleições para a Assembleia Constituinte marcadas para Abril e anunciaria para Novembro eleições, nas quais simultaneamente o povo português escolheria, de uma só vez, “o presidente da República, a Constituição por que deseja reger-se, o Programa de Governo, que deseja seja executado e os deputados da Assembleia Nacional” (sic) (de um rascunho apreendido na altura do golpe e que, por esta designação de “Assembleia Nacional” e não “Assembleia Constituinte”, se vê ser engano de pessoa vinda do “antigamente»)*.

Provocações e boatos

Pelo País, corriam há meses boatos de que os comunistas queriam instaurar uma ditadura. Provocações dos fascistas, da direita e de grupos esquerdistas manipulados por estes, eram atribuídas ao PCP. O patronato sabotava e lançava uma campanha de intrigas contra os comunistas, o MFA e o III Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves.
Escassos dias antes do golpe, de Madrid chegam dois oficiais spinolistas - Nuno Barbieri e Carlos Rolo - que tratam de espalhar o boato de que os comunistas preparam brigadas para matar Spínola e centenas de militares e civis incluídos numa suposta lista de contra-revolucionários. A operação chamar-se-ia «matança da Páscoa» e estaria prevista para dia 13 ou 17 de Março, sustentam.
No julgamento dos operacionais do 11 de Março, estes alegam ter recebido tal informação oralmente e no processo não consta a referida lista. «É verdadeiramente inacreditável que nem os oficiais informadores tenham dito, nem ninguém lhes tenha perguntado, quem lhes dera tal informação. Fantástico também que no processo não conste qualquer investigação da sua origem»*.
«Uma questão, que se coloca, é a quem podia aproveitar toda esta operação, toda esta especulação, toda esta pretensa justificação do golpe no dia 11.
«É fácil de concluir. Se o golpe ganhasse, Spínola assumiria plenos poderes, teria julgado e condenado o PCP acusando-o do horrendo crime, que se aprontaria para realizar. A acusação ao PCP de um tal “plano” justificaria, essa sim, uma “matança” dos comunistas para executar a qual, na preparação do golpe spinolista, aparecem referidos “especialistas” preparados e prontos para acções de retaliação e vingança. Se o golpe falhasse, poderiam os golpistas gritar (como vieram a fazer) terem caído numa “armadilha”, numa “ratoeira”, montada pelo PCP…»*.
«A “matança da Páscoa” foi mais uma das grandes e sórdidas mentiras e provocações da contra-revolução que acompanharam sistematicamente todos os seus golpes falhados: o golpe Palma Carlos, o 28 de Setembro, o 11 de Março, o 25 de Novembro.
«Ainda actualmente há quem insista em assim falsear a história. Tudo vale para passar a mentira»*.

Derrota às mãos do povo

Preparado o contexto, na noite do dia 10 de Março, Spínola e os seus oficiais aquartelam-se em Tancos donde lançam a ofensiva. «Helicópteros e aviões bombardeiam o RAL1 considerado um regimento-chave do MFA e do 25 de Abril. Na PSP o comandante participa na provocação, mas é detido pelos outros oficiais. A meio do dia, os pára-quedistas cercam o RAL1, exigem a rendição do regimento e apresentam um ultimato, que o comandante Dinis de Almeida firmemente rejeita. Enquanto os comandantes do RAL1 e dos pára-quedistas discutem, os pára-quedistas são cercados por grande concentração de trabalhadores e da população. Oradores, com relevo para António Dias Lourenço, dirigente do PCP, explicam-lhes que foram enganados. Acabam por largar as armas e abandonar o local. O golpe fora derrotado»*.
Derrotado o golpe às mãos do povo, PS e Mário Soares – que não comparecera à reunião do Conselho de Ministros realizada em São Bento na manhã do golpe, repetindo a ausência registada a 28 de Setembro - negam cumplicidades com a reacção, associam-se às comemorações populares da derrota do 11 de Março e juram a unidade com o PCP. Falam «ao gosto do momento» porque «era necessário aguentar e inserirmo-nos na corrente», confessaria, mais tarde, Soares a Maria João Avillez (MJA)*.

Nova investida

Mas a inserção na corrente logo cedeu lugar à habitual deserção revolucionária e à provocação aberta. Alcançando a maioria na Assembleia Constituinte, o PS revigorou-se e, com PPD e CDS, com grupos esquerdistas e militares de pouca palavra para com Abril, alimentou a campanha de contestação permanente aos governos provisórios seguintes, determinantes no avanço revolucionário com as nacionalizações dos sectores estratégicos da economia nacional.
Logo em Maio de 1975, no Dia do Trabalhador, entram no Estádio 1.º de Maio «de roldão, em puro confronto físico, abrindo caminho ao empurrão, ao soco e aos encontrões», confessa Soares a MJA*. Seguem-se outros episódios da «ruptura de facto» e da «declaração de guerra aberta contra o primeiro-ministro Vasco Gonçalves, contra o PCP e contra o IV Governo Provisório»*.
A 4 de Julho, apesar das advertências de Vasco Gonçalves, Soares comparece numa recepção na embaixada dos EUA em Lisboa. «Os americanos não esqueceram o meu gesto», sublinha a MJA. Dias depois, segue o PPD no abandono do Governo e lança com outros dirigentes do PS uma campanha de difamação do Partido, dos militares progressistas e revolucionários do MFA e do então criado Conselho da Revolução.
«No dia 13 [de Julho], em coordenação com o andamento das coisas e à laia de morteiros da festa, o assalto e destruição do Centro de Trabalho do PCP em Rio Maior dá início ao planeado terrorismo bombista»*. O terrorismo bombista duraria todo o chamado «Verão Quente».
No final de Julho, «forma-se um triunvirato cimeiro do MFA (Costa Gomes, Vasco Lourenço e Otelo)»*. A 8 de Agosto toma posse o V Governo Provisório, mas logo a 27 desse mês o responsável do Comando Operacional do Continente (COPCON), Otelo, retira o apoio a Vasco Gonçalves. Copcon, Grupo dos Nove - cujo manifesto foi difundido na véspera da instalação do V Governo Provisório -, e esquerdistas pseudo-revolucionários partilham louros na liquidação do MFA. Nas ruas, em grandes acções de massas, os trabalhadores e o povo demonstram estar com os avanços revolucionários.
«Com o pronunciamento de Tancos a 2 de Setembro, conseguem finalmente consumar o resultado: Vasco Gonçalves exonerado de primeiro-ministro e de efectivas responsabilidades militares.
«Conseguiram arredar do poder aquele contra o qual, utilizando os mais indignos meios e campanhas, tinham movido uma guerra sem quartel. Sem quartel, porque, firme e corajoso, durante mais de um ano primeiro-ministro nos tempos cruciais da revolução, deu tudo de si próprio para que em Portugal fosse criada uma sociedade mais justa e melhor. Sempre com o povo, que o aclamava “força, força, companheiro Vasco/nós seremos a muralha de aço”.
«Afastaram o general, afastaram o primeiro-ministro. Não afastaram o “companheiro Vasco” do coração de muitas e muitas centenas de milhares de portugueses e portuguesas para quem a gratidão não é uma palavra vã»*.

Resposta necessária

Na batalha ideológica que constitui a avaliação dos factos e o esclarecimento sobre o curso do processo revolucionário, a burguesia destila ódio de classe sobre o controlo operário e as nacionalizações, ocultando que estes se impuseram como a resposta necessária à defesa da democracia, da economia e das liberdades alcançadas, e corresponderam às aspirações populares de criação de um novo modelo de desenvolvimento. Depois de retirado o poder político à contra-revolução, era necessário enfrentar igualmente o poder económico de um punhado de grupos monopolistas associados ao capital estrangeiro, os quais constituíam sólida base de apoio aos partidários do retrocesso.
O controlo operário, apesar de exercido desde os primeiros tempos após o 25 de Abril, manifesta-se inicialmente «pelo saneamento do grande patronato fascista e dos seus agentes directos»**.
«A intervenção dos trabalhadores não pôde porém limitar-se aos saneamentos. Logo teve de alargar o seu âmbito para responder à sabotagem económica e às ofensivas do patronato reaccionário contra os direitos dos trabalhadores»**, estabelecendo-se, «pouco a pouco, em virtude do abandono de empresas pelos patrões, da fuga destes para o estrangeiro, de situações de insolvência ou evidente falência técnica, de desvios e transferências de fundos, de fraudes contabilísticas, da retirada de máquinas e equipamentos, do não aproveitamento de matérias-primas, do esgotamento de stocks, da não aceitação ou do cancelamento de encomendas, do desinteresse na busca de mercados, da degradação económica e financeira e do risco próximo do encerramento das empresas»**.
Foi, na verdade, «uma luta corajosa, tenaz, por vezes heróica»**, de «alto e positivo significado político, social, económico e moral» sem a qual «a democracia portuguesa não teria tido vida longa»**, quer tenha sido exercida em colaboração com as administrações privadas ou nomeadas pelo Estado, quer tenha obrigado à constituição de cooperativas e, portanto, à passagem à autogestão, quer tenha ainda motivado a assunção de funções de gestão fruto da realidade imposta.
Em todo o percurso e nas mais variadas experiências concretas, revelou-se «a par do espírito de organização, da coragem e combatividade, o poderoso espírito criador da classe operária e das massas trabalhadoras»**.

A revolução chega à economia

No mesmo contexto, «as nacionalizações aparecem como resultado do processo revolucionário, como consequência lógica da agudização da luta de classes, que opunha à Revolução portuguesa os grupos monopolistas, o grande capital»**.
Antes do 11 de Março, já se haviam nacionalizado as três entidades emissoras de moeda, mas foi «a derrota da reacção no 11 de Março, o comprometimento do grande capital na conspiração, o súbito avanço das forças revolucionárias, a luta enérgica dos trabalhadores, a acção dos militares do MFA, a aliança Povo-MFA, que permitiram dar início às nacionalizações que, num curto espaço de tempo, abrangeram os sectores básicos da economia nacional»**.
Após a decisão do Conselho da Revolução de nacionalizar os bancos e as companhias de seguros, tomada a 14 e 15 de Março, inicia-se um processo que, com a acção dos trabalhadores e da classe operária aliada à firmeza dos IV e V governos provisórios, colocou ao serviço do povo e do desenvolvimento do País «245 empresas: 24 bancos e outras instituições de crédito, 36 companhias de seguros, 16 de electricidade, 5 de petróleos, 8 de fabricação de produtos minerais não metálicos, 1 de fabricação de vidro, 1 na indústria do ferro e aço, 2 de construção de material de transportes, 2 mineiras, 4 de produtos químicos, 6 de celulose e papel, 5 de tabaco, 7 de bebidas, 8 de pesca, 1 da agricultura, 96 de transportes terrestres, 8 de transportes marítimos, 1 de transportes aéreos, 10 de cinema e televisão, 4 editoras e tipografias»**.
Este forte Sector Empresarial do Estado (SEE), a par das centenas de empresas intervencionadas, de capitais públicos ou participadas, gerou potencialidades para atacar grandes carências, criou milhares de postos de trabalho e, mesmo atacado visando a sua liquidação, permitiu a racionalização dos recursos existentes no interesse do progresso e da melhoria das condições de vida, não apenas dos trabalhadores dessas empresas, mas da maioria da população.
As consequências da política de direita que nos últimos 34 anos serviu a restauração capitalista estão a mostrar que, no actual contexto de crise, a existência de um sector público forte e capaz de retirar o País do declínio, dos défices estruturais e da dependência estrangeira, mantém-se com aguda actualidade.
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(*) Álvaro Cunhal, «A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril (A contra-revolução confessa-se)», Edições Avante!, Lisboa, 1999
(**) Álvaro Cunhal, «A Revolução Portuguesa – O Passado e o Futuro», Edições Avante!, Lisboa, 1994
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AvanteNº 1893
11.Março.2010
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sexta-feira, janeiro 09, 2009

Nacionalização da Banca




AnselmoDias

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A banca, pelas funções que lhe são atribuídas, exerce uma actividade fundamental, resultante da recolha das poupanças da população, sob a forma de depósitos e de outros produtos bancários e a transformação disso tudo em investimentos, sob a forma de crédito. Esta actividade, a de bombear recursos, que não são seus, para dinamizar a actividade económica, coloca uma questão fundamental quanto à titularidade da propriedade do sistema bancário. Quanto a nós (ver Programa do PCP), o sistema financeiro deve pertencer ao sector empresarial do Estado, na perspectiva de que o mesmo desempenhe «...um papel determinante no desenvolvimento das forças produtivas e na aceleração do desenvolvimento económico». Por este facto, a inserção da banca no sector empresarial do Estado, é uma questão que continua na ordem do dia, razão pela qual tem toda a oportunidade o conjunto de reflexões que a seguir se desenvolvem.

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Em 1976, na versão inicial da nossa Constituição, era referido que «o sistema financeiro será estruturado por lei, de forma a garantir a captação e a segurança das poupanças, bem como a aplicação de meios financeiros necessários à expansão das forças produtivas, com vista à progressiva e efectiva socialização da economia».

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Quem, excluindo o CDS, aprovou esta versão constitucional?

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Aprovaram, a ADIM-Macau, o MDP/CDE, o PPD, 17 deputados independentes, o PS, a UDP e o PCP, o único partido que, dos atrás citados, coerentemente, se mantém fiel aquele conteúdo programático.Dos restantes partidos, três deixaram de existir (a ADIM-Macau, o MDP/CDE e a UDP) e os sobrantes, o PSD e o PS, não obstante o voto favorável, comprovaram que as suas assinaturas formais, favoráveis ao papel indispensável da banca na socialização da economia, escondia o propósito de a trair, logo que as condições favoráveis à contra-revolução estivessem em marcha.E assim foi.A traição do «bloco central de interesses»

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A traição do PS e do PSD fez-se à velocidade com que um vira-casacos muda de farpela. Com efeito, no seu congresso de 1974, o PS aprovou que «o Partido Socialista combate o sistema capitalista e a dominação burguesa (...) repudia o caminho daqueles movimentos que, dizendo-se sociais-democratas ou até socialistas, acabam por conservar (...) as estruturas do capitalismo e servir os interesses do imperialismo».

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O capitalismo dizia então, o PS, é uma força opressiva e brutal, pelo que «a estratégia antimonopolista e o reforço da acção do Estado passam forçosamente por um plano escalonado de nacionalizações (…) retirando aos grandes grupos monopolistas o poder económico e politico».

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O PSD, no seu programa, aprovado em Novembro de 1974, congeminou uma formulação mais soft mas não menos mentirosa que a do partido que suporta o actual Governo.

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Com efeito, o mano siamês do PS afirmava que o seu objectivo era «modificar a estrutura da economia expandindo progressivamente o sector da propriedade social dos meios de produção».E mais: o PSD não só pugnava por limitações substanciais ao princípio da propriedade privada como defendia que «as nacionalizações (...) constituem um dos meios para se conseguir o estabelecimento de uma sociedade justa e livre».

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Passado pouco tempo da aprovação da Constituição inicia-se a sua descaracterização, primeiro, de mansinho, por via da Lei de Delimitação dos Sectores, da chamada «Lei Barreto», da Lei das Indemnizações, bem como dos sucessivos Códigos de Investimentos Estrangeiros.

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Depois, ardilosamente, no tempo de Cavaco Silva, com o pretexto de que as nacionalizações não incidiram sobre as próprias empresas mas sim sobre o seu capital social, dá-se inicio às privatizações de 49% do capital, isto antes de a Constituição o permitir.Posteriormente, no âmbito da 2.ª revisão constitucional, com o acordo havido entre o PSD e o PS, em Outubro de 1988, desenvolve-se a «cavalgada heróica» da iniciativa privada aos bens do Estado.

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A este propósito é importante ter presente o livro «A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril», do camarada Álvaro Cunhal, que, no contexto das privatizações, diz o seguinte:«Toda esta história das privatizações promovidas por sucessivos governos do PSD e PS, com o apoio do CDS quando necessário, é uma longa história de esbulho e saque dos bens do Estado, de corrupção em altas esferas do poder, de escuras negociatas, comissões, «luvas», recompensas a «cabeças de turco», que se contam por milhares de milhões de contos, tudo isto resolvido com a permissão, quando não protecção, do poder político e com a consequente garantia dos infractores. Uma prática fraudulenta marcou com irregularidades e escândalos a privatização de numerosas empresas, incluindo empresas estratégicas.»

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Quem não se lembra do negócio da privatização do Banco Fonsecas & Burnay comprado pelo seu próprio avaliador e único concorrente à privatização, pelo que é hoje o BPI, um banco com nome português mas com, pelo menos, 68% de capital estrangeiro?

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E a negociata da reconstituição do grupo Champalimaud, parte do qual foi depois vendido aos espanhóis?

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E a passagem pelo Banco Português do Atlântico, antes da criação do BCP, dessa ínclita e cristianíssima figura, endeusada nos cursos de economia da Universidade Católica e, provavelmente, pela hierarquia da Igreja, como exemplo de grande gestor, de nome Jardim Gonçalves?Quem não se lembra que uma parte significativa das privatizações foi realizada com o próprio dinheiro da banca nacionalizada?Com efeito, não houve, em termos significativos, entrada de dinheiro fresco na economia, com a venda do património do sector empresarial do Estado. O que houve foi a utilização das poupanças dos depositantes, através das quais, por via do crédito, os actuais banqueiros e demais magnatas compraram, a preços de saldo, durante o cavaquismo e, sobretudo, aceleradamente, nos governos do PS, aquilo que, na versão inicial dos programas de tais partidos, era a alavanca indispensável para a efectiva socialização da economia.

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Tudo isto no âmbito de uma história simultaneamente interventiva e omissa:– Interventiva por parte dos governos do PS e do PSD, cujos interesses, no dizer de um antigo ministro, coincidem com os interesses dos especuladores e dos predadores;

– Omissa por parte dos responsáveis políticos pela Policia Judiciária e do Ministério Público, que tendo conhecimento do fartar vilanagem nas privatizações, não houve, nem investigação, nem processos e, muito menos, decisões judiciais, para bem do alívio do espaço prisional, porque do que se trata é de um caso de policia, não obstante o seu enquadramento ideológico e político.

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A «nacionalização»ao serviço do capital

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É neste caldo de cultura que se entende a recente «nacionalização-entre-aspas» do BPN e a intervenção no BPP.Os mesmos que, em 1974, aprovavam nacionalizações, foram os mesmos que, após o I Governo Constitucional, se lançaram na cruzada a favor das privatizações e continuam a ser os mesmos que, sob um drible semântico, socializaram os prejuízos de um banco totalmente privado, cuja dimensão ainda não é conhecida, mas que se antevê dramaticamente elevada.

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A «nacionalização» do BPN constitui um triplo logro:1.º logro: a «nacionalização-entre-aspas» foi feita para suprir os efeitos de uma gestão onde pontificou a recepção ilegal de depósitos, de burla informática, de insolvência dolosa, de favorecimento de credores, de burla qualificada a que acresce um suporte contabilístico falso, ocultado por um balcão virtual condensado num computador!!!

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2.º logro: os prejuízos tornados públicos, cerca de mil milhões de euros, seguramente subavaliados, não vão ser pagos por quem os originou, mas pelo dinheiro dos contribuintes, parte do qual, no âmbito da engenharia financeira do Orçamento de Estado, vai ser desviado para amortizar a divida de um banco onde pontificavam conhecidos ministros e secretários de estado dos governos do PSD, designadamente de Cavaco Silva;3.º logro: o destino do BPN já está traçado. O último prémio Nobel da economia, Paul Krugman, afirmou num artigo recentemente publicado no jornal Público, que. «...a finança deverá ser reprivatizada assim que for seguro fazê-lo». Embora isto não tenha sido dito a propósito do BPN, a verdade é que a mensagem já está dada: a «nacionalização» do BPN insere-se numa medida temporária.

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O que o Governo tem a fazer é muito simples: limpar a toxicidade existente, à custa dos nossos impostos, sanear as contas, na perspectiva de «quem-pagou-pagou», e devolver a ovelha ronhosa ao seu redil.A nacionalizaçãoao serviço do povoHá alternativa a esta pseudo-nacionalização?Há! Para tanto basta fazer, pela vontade popular, uma ruptura democrática com actual política e pugnar para que os principais meios de produção estejam ao serviço da Nação, designadamente o sistema financeiro, como foi feito há 34 anos, e cuja efeméride recordamos.

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Para se compreender bem o contexto dessa nacionalização a sério da banca há que ter, em devida conta, o contexto politico vivido na altura e, sobretudo, a dinâmica da luta de classes.Entre o dia 25/4/1974, data da acção militar e o dia 14/3/1975, data da nacionalização da banca houve dois grandes acontecimentos que importa rememorar.~

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Assim:

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– Golpe de Palma Carlos: Tendo tomado posse, como primeiro-ministro, em 16/5/74, prestou-se, como «cabeça de turco de Spínola», a apresentar, passados dois meses de ter assumido tal cargo, uma proposta, em Conselho de Estado, pela qual pretendia afastar o MFA do processo politico em curso, bem como formatar uma Constituição Provisória à figura desse travestido oficial prussiano de monóculo que deu pelo nome de general Spínola. Tendo, na altura, em 8/7/74, perdido a votação, volta à carga, passados dois dias, agora, em Conselho de Ministros. Novamente é derrotado, embora tenha obtido o voto favorável, entre outros, de Sá Carneiro. A esta derrota das forças golpistas correspondeu um avanço progressista na medida em que na semana seguinte a tais intenções é nomeado primeiro-ministro o então tenente-coronel Vasco Gonçalves.

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– O 28 de Setembro - A «Maioria Silenciosa»: Esta iniciativa, de conter o rumo do processo revolucionário, por parte de Spínola e de uma vasta panóplia de personagens, de partidos reaccionários, com o apoio declarado dos grandes empresários e banqueiros, teve um efeito importante na exigência da nacionalização da banca, em Janeiro do ano seguinte.

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E por quê? Porque foi possível conectar as relações entre aqueles que financiavam a organização que queria invadir Lisboa no dia 28 de Setembro, com vista a apoiar o general do monóculo a demitir Vasco Gonçalves, a retirar o PCP do Governo Provisório, a manietar a esquerda militar, enfim, «salvar o País», salvação essa que passava por entregar a Spínola o efectivo controlo das forças armadas e dos grandes meios de comunicação social, sem esquecer o ajuste de contas que se pretendia fazer. De facto, não eram apenas exigências politicas e de controlo militar que a reacção pretendia. Era também a vingança, aliás testemunhada pelo motorista de Manuel Vinhas que, ao Diário de Lisboa de 14/4/1975, confirmou que aquele capitalista lhe havia assegurado que «vai haver um grande banho de sangue».

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O 28 de Setembro e a respectiva «Maioria Silenciosa» foram derrotadas porque, no dizer de Álvaro Cunhal, «A poderosa movimentação e a luta das massas populares de norte a sul do país, nomeadamente nas entradas de Lisboa, cortou o passo à marcha contra-revolucionária, impediu a sua entrada na capital, impediu a manifestação de apoio a Spínola e a concretização do golpe de Estado. Estrondosa derrota das forças contra-revolucionárias, directamente de Spínola, Presidente da República. Impunha-se no imediato a sua demissão».

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Pois bem. Após o golpe de Palma Carlos e enquanto decorria a tentativa de invadir Lisboa e subverter o processo revolucionário, no Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas estava montado um esquema que permitia, em grande parte, por via de uma poderosa e influente rede de delegados sindicais, visualizar, pelo cruzamento de dados, as operações bancárias, a forma, o volume e os intervenientes no financiamento, não só da «Maioria Silenciosa» como dos partidos de índole fascista a ela associados. A banca privada estava, naturalmente, envolvida na contra-revolução.

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Os trabalhadores bancários sabiam disso.Sabiam que o sistema financeiro, pelo capital de que dispunha, dispunha, politicamente, do poder de condicionar o sentido progressista da revolução. A esta vertente, ligada ao poder politico, havia, também, uma outra vertente: a de pôr em causa a estabilidade económica do aparelho produtivo, condicionando, pela asfixia, o crédito às empresas e, assim, atirar, sobretudo, as micro, as pequenas e as médias empresas contra o Governo Provisório liderado por Vasco Gonçalves.

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Mas havia, fundamentalmente, uma forte consciência de classe que relevava a importância de uma função social do sistema financeiro que devia e deve pertencer ao Estado e não à iniciativa privada.Que função social é essa?É a de captar as poupanças dos depositantes, respeitar a sua titularidade, assegurar os valores confiados e transformar essa poupança em investimento no aparelho produtivo, garantindo mais emprego, mais produção nacional, desenvolvendo o mercado interno, sem esquecer que uma parte do lucro dos bancos devia e deve reverter para o Orçamento do Estado, em ordem a que o mesmo investisse e invistanas suas funções sociais. Tudo isto a par da exigência de uma boa gestão, quer na rentabilidade dos capitais próprios, quer no comportamento ético para com os depositantes, quer para com os utentes.A par disto havia, também, contas a acertar com os banqueiros.

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Os trabalhadores não estavam esquecidos das condições de vida e de trabalho e da forma arrogante, desde sempre, como os banqueiros, a coberto das estruturas fascistas, se portaram no decurso das negociações, quer das revisões contratuais quer das actualizações salariais.

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Mas, sobretudo, os trabalhadores não estavam esquecidos da dupla função exercida pela oligarquia financeira durante o fascismo: por um lado foi usufrutuária do regime, por outro lado, por via desse usufruto, passou a intervir directamente no poder político. Quem é que não se lembra da existência das Corporações e, no caso em apreço, da Corporação do Crédito e Seguros, estrutura copiada do fascismo italiano que, a pretexto da conciliação de classes, mais não foi do que um instrumento da ditadura ao serviço da acumulação de capital?

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É neste ambiente, simultaneamente complexo e exaltante, que chegamos a Dezembro de 1974, mês em que ficou decidido, na direcção do sindicato, reclamar, pública e oficialmente, a nacionalização da banca comercial (os bancos emissores já haviam sido nacionalizados).

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No inicio do mês seguinte, no pavilhão do Atlético Clube de Portugal, mais de 4000 bancários aprovaram, entusiasticamente, a moção apresentada pela direcção do sindicato no sentido da nacionalização da banca, a única forma de colocar este sector chave da economia ao serviço do Povo Português.

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Estávamos, contudo, a cerca de dois meses e meio de uma nova tentativa de golpe de Estado, tentativa essa que teve lugar em 11 de Março.É bom referir esta data para evidenciar que não foi o Conselho da Revolução que, de supetão, resolveu nacionalizar a banca.

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É bom referir que não existia, na maior parte dos oficiais do MFA, a intenção da apropriação dos principais meios de produção, embora, nalguns deles, houvesse o desejo de um maior controlo da banca, a par, também, de um consciente grupo que defendia não só a necessidade da nacionalização, como de orientar a Revolução no sentido do socialismo. Havia, pois, muitas contradições, aliás testemunhadas pelo autor destas linhas.

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De facto, numa das várias reuniões entre o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e a Coordenadora do MFA foram, pelos trabalhadores, apresentadas várias provas da sabotagem da banca, pelo que se reclamava medidas adequadas, inclusive a nacionalização. Eram intervenientes neste diálogo o capitão Costa Martins e o comandante Crespo. Na mesma sala, mas fisicamente distanciado, estava um outro oficial que, fingindo-se entretido a ler uma revista, estava, no fundo, concentrado na discussão atrás referida. Este último oficial apercebeu-se de que o teor da conversa tinha dois planos: por um lado a forte convicção dos sindicalistas, por outro a falta de argumentos dos seus camaradas oficiais, relativamente à evidência de um maior controlo da banca, incluindo a sua nacionalização. Foi por isso que ele se aproximou da mesa de reunião, e, pedindo licença para participar, declarou que o 25 de Abril não foi uma revolução socialista e que isso, a nacionalização, não estava no projecto do MFA. Esse oficial era, nem mais nem menos, o major Melo Antunes.

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Mas, indagarão os nossos leitores – a que propósito vem toda esta lembrança da nossa história recente?

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O propósito é muito simples, evidenciar:

– que a nacionalização da banca em 1975 foi uma exigência do povo, dos trabalhadores, da facção revolucionária do MFA e, sobretudo, do PCP, para que o sistema financeiro estivesse ao serviço do Povo Português, em todas as suas vertentes: políticas, económicas e sociais;

– que os fundamentos que levaram àquela nacionalização se mantêm intactos. A este propósito aconselhamos, vivamente, a leitura do preâmbulo do DL 132-A/75 de 14 de Março, o diploma pelo qual a banca foi nacionalizada;– enquanto que a nacionalização do BPN, em 2008, foi uma exigência do capital, a pretexto do efeito sistémico, chavão que serve para tudo, inclusive para apagar os crimes cometidos e para alijar para cima do Orçamento de Estado a socialização dos prejuízos da banca privada.

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Tão simples quanto isto.

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in Avante Nº 18320

8.Janeiro.2009

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Fontes:

A Constituição da República;O Programa do PCP, Edições Avante, 1997

A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril, de Álvaro Cunhal, Edições Avante, 1999;

Jornal «Avante», de 9/1/1975;

Sabotagem Económica «Dossier» Banco Espírito Santo, Diabril Editora, 1975;

Discurso do General Vasco Gonçalves,

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IMAGEM - Cartaz de Helena Vieira da Silva
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