A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, maio 24, 2010

Discurdo Directo com Jerónimo de Sousa



Discurso Directo com Jerónimo de Sousa

"PSD está a agir de forma tacticista com o PS"

por JOÃO MARCELINO (DN) e PAULO BALDAIA (TSF) Ontem49 comentários
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O secretário-geral do PCP não se arrepende de ter apresentado uma moção de censura ao Governo, apesar do chumbo. Para Jerónimo, a iniciativa serviu também para mostrar a associação do PSD às medidas do plano de austeridade e do PEC. Sobre as presidenciais, diz que o candidato próprio poderá ser apresentado durante a Festa do 'Avante!'.

Ouça na íntegra o Discurso Directo. Clique aqui
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O PCP apresentou na sexta-feira uma moção de censura ao Governo, que não passou na Assembleia da República, e censurava também o PSD. O texto não criou espaço para que o PSD pudesse juntar-se à moção. Não teria feito sentido o PCP negociar um texto que potenciasse, de alguma forma, que a moção de censura passasse na Assembleia?
Isso implicaria que abdicássemos daquela que tem sido a nossa afirmação e a nossa orientação nestes últimos anos, em que para o Partido Comu-nista Português a questão central e de fundo tem que ver com a política que este ou outros governos realizam ou realizaram. Nesse sentido, porque consideramos que bem podemos derrubar governos ou substituir governos se a política se mantiver, creio que o povo português não consegue…
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Mas em que é que uma moção de censura pode ajudar a mudar políticas num governo? Se não o fizer cair, obviamente.
Uma moção de censura, em primeiro lugar, comporta do nosso ponto de vista - e esta comportou - uma dimensão política de responsabilização da situação, na medida em que sistematicamente, durante muitos anos, a culpa tende a morrer solteira. PS e PSD, com ou sem a ajuda do CDS, substituem os líderes, criticam o Governo quando estão na oposição, mas simultaneamente fazem depois na prática a mesma política. Vão rodando, tem havido uma alternância e não uma alternativa em termos de política. Nesse sentido, a nossa moção tinha esta dimensão política, procurando a co-responsabilização, tendo em conta a associação que o PSD fez designadamente a estas medidas contidas no PEC e as suplementares apresentadas mais recentemente. Por outro lado, também procurando que a Assembleia da República fosse um espaço que permitisse a expressão da censura, a expressão do descontentamento, da indignação que hoje perpassa por muitos portugueses.
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Ao apresentar uma moção de censura que sabe que não vai ser aprovada porque censura também o PSD, não está o PCP a admitir que ter lá este Governo de José Sócrates ou não ter é igual?
Para nós, a questão de fundo continua a ser aquela, sublinho e insisto nesta ideia: a nossa crítica a José Sócrates não é por razões de feitio ou de carácter; é fundamentalmente porque dá rosto, é o rosto principal de uma política que tem conduzido o País para uma situação que consideramos dramática, de desastre nacional. Tal como, aliás, fez Barroso quando se foi embora, como fez Santana quando foi demitido, como fez Guterres quando se foi embora. A questão de fundo continua a ser esta.
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Mas para marcar essa oposição e essa diferença não precisava de uma moção de censura. Bastariam as declarações que tem feito e como tem comentado as medidas tomadas pelo Governo. Há quem diga que isto foi apenas um marcar de terreno em relação ao Bloco de Esquerda e que o que o PCP tentou fazer foi conquistar espaço político à esquerda.
Nunca pensámos no Bloco quando tomámos a iniciativa, foi uma decisão do Comité Central. A questão de fundo foi: após a aprovação do PEC, num quadro em que surgiram novas medidas, uma nova ofensiva - aquilo que consideramos uma violenta ofensiva contra os salários, contra as reformas, contra a justiça fiscal, contra a justiça social - foi o elemento novo que não se compadecia com uma simples interpelação ao Governo ou era resolúvel num debate quinzenal com o primeiro-ministro.
Então foi uma atitude quixotesca? Ficou tudo na mesma?
Não ficou, não.
O que mudou?
Em primeiro lugar, há a clarificação de cada força política em relação a esta situação que vivemos. Em segundo lugar, demos voz a essa indignação e a esse protesto. Pode dizer que é pouco, mas…
Foram acusados pelo primeiro-ministro de estar apenas a lançar politicamente uma iniciativa da CGTP, que tem uma grande manifestação marcada para Lisboa.
Porque obviamente o senhor primeiro-ministro não se conforma, não concebe nem admite que, quando as pessoas sentirem estas medidas violentas - e sentem-nas, na sua vida, no seu orçamento familiar, no seu emprego, no seu trabalho, no seu salário -, reajam, indignem-se e lutem contra este estado de coisas. Ou seja, um pouco o regresso daquela ideia "vocês levam pancada, comem e calam". O que consideramos é que também isto, alguém afirmava um dia, o próprio direito à indignação…
Foi Mário Soares, a propósito do bloqueio da ponte.
Foi o direito à indignação e o direito de os trabalhadores, o nosso povo, manifestarem também ali naquela tribuna da Assembleia da República aquilo que hoje perpassa pela sociedade portuguesa. Nesse sentido, consideramos que aquilo que vai ser determinante neste quadro tão difícil será, mais uma vez, a luta dos trabalhadores, das populações.
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Há sete meses realizaram-se umas eleições. Nessa altura, estava consciente de que o País se encontrava num caminho que obrigaria a tomar estas medidas, ou também foi surpreendido por esta conjuntura, como o Governo e o primeiro-ministro dizem que foram?
Chamo a vossa atenção para, em sede de debates quinzenais, nas discussões do Orçamento do Estado, nas discussões do próprio programa do Governo, mais do que ninguém o PCP alertou para o caminho a que esta política estava a conduzir o País. Acusavam-nos de estar a ver fantasmas, de ter o discurso da chapa três, que estávamos a exagerar, que o PCP era prisioneiro de razões ideológicas e não via que o mercado livre tinha o direito livre de funcionar - estou a citar Sócrates em relação a respostas às nossas inquietações, à nossa previsão e, infelizmente, em relação à própria realidade. Nós avisámos, nós alertámos, mas éramos sempre entendidos como alguém que está a ver fantasmas, porque o que o Governo dizia na altura era "não, Portugal está no bom caminho, Portugal do oásis, o amanhã que vem e vai ser melhor", eram sempre estes argumentos! Foi o PCP que, de facto, numa previsão e numa antevisão, foi capaz de ver para onde é que conduziria esta situação. E não é por sermos mais inteligentes do que qualquer outro partido, mas fazemos uma análise objectiva.
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Objectiva dos números do défice e do endividamento externo?
E particularmente um elemento fundamental: a dívida externa, tanto pública como privada, resultante da destruição do nosso aparelho produtivo, da nossa produção nacional. Estamos a falar da indústria, estamos a falar da agricultura, estamos a falar das pescas e estamos a falar, consequentemente, do emprego e do desemprego. Numa análise objectiva ao desenvolvimento e à evolução da situação em que, todos sabemos, um país solidifica as suas contas, os seus défices, através do aumento da riqueza, através do aumento da receita. E aquilo que víamos era um Portugal cada vez mais dilapidado do seu aparelho produtivo, da sua produção nacional, víamos cada vez mais o Governo abandonar o mercado interno, onde, como é sabido, residem centenas de milhares de empresas que empregam mais de 80% dos trabalhadores portugueses. Quando vemos, por exemplo, em relação às negociações da OMC, o sector têxtil e dos lanifícios não ser protegido nessas negociações, quando vemos o encerramento das Sorefames, das siderurgias, das Quimigais, quando vemos aquilo que poderia ser o factor e o instrumento de criação de riqueza, foram abatidos. E isso não foi substituído pelos fundos comunitários que tão malbaratados foram.
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Esta moção de censura não passou. Acredita que esta legislatura chegará até ao fim?
Não sou capaz de ser profeta a esse nível, mas o que é que temos neste momento? Temos um Governo de minoria, que não foi capaz de aprender a lição com os resultados das eleições legislativas, em que perdeu a maioria absoluta.
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É de minoria, mas tem conseguido apoios para viabilizar o Orçamento, viabilizar o PEC e ver uma moção de censura do PCP não ser aprovada.
Sim, porque à direita, e particularmente ao PSD, coloca-se uma questão central, que é de uma importância de carácter estratégico de salvar a política de direita, de manter o rumo e as opções políticas e económicas que tanto o PSD como o PS no Governo têm vindo a realizar. E, olhando até para a reacção dos grupos económicos que apontaram o caminho, olhando até para as posições do Presidente da República com a chamada concertação estratégica, o PSD foi, eu não diria obrigado porque acho que foi de livre vontade, dar aquilo que anteontem foi dito, uma mão ao Governo. Mas não foi a mão ao Governo do PS, foi a mão a essa política que persiste ao fim de décadas.
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Uma orientação estratégica do PSD à espera de que, eleitoralmente, possa valer mais? Se daqui a um ano o PSD apresentar uma moção de censura, porque as sondagens mostram o PSD como um partido eventualmente vencedor, o PCP estará disponível para apoiar uma moção de censura do PSD?
Nessa perspectiva de antevisão, obviamente o conteúdo dessa moção de censura determinará a nossa posição de voto. Porque há uma censura como a que fizemos na sexta-feira, por boas razões. Por exemplo, este recente anúncio de Passos Coelho, de que, caso se confirme que o primeiro-ministro faltou à verdade no processo TVI, não teria condições para continuar, avançando com a ideia da moção de censura. Vamos lá também ser realistas, se de cada vez que Sócrates tivesse faltado à verdade ao povo português sofresse uma moção de censura, já tinham existido cinco ou seis, tendo em conta que Sócrates tem faltado sistematicamente aos compromissos, diz hoje uma coisa, daqui a dez dias diz outra. Admito que o PSD, dando a mão para salvar esta política de direita, simultaneamente e com um grande tacticismo eleitoral, queira que o Partido Socialista se vá cozendo em banho-maria, se vá desgastando, para se colocar como alternância.
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Mas a pergunta objectiva é esta: o PCP, se a justificação for boa, admite um dia poder votar uma moção de censura ao lado dos partidos a que chama de direita, ao lado do PSD e do CDS? Ou isso é de todo impossível?


Uma moção que, obviamente, teria de fazer aqui - e não acredito nisso - uma autocrítica, quase uma catarse em relação às suas responsabilidades comuns.
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Mas é impossível ver o PCP a votar ao lado do PSD e do CDS uma moção de censura ao Governo?
O PSD vai ter de explicar, não me cabe a mim a explicação.
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Mas teoricamente é possível?
Academicamente é tudo admissível, e constitucionalmente, regimentalmente.
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Voltará a ser o texto como foi desta vez para o PSD, o que o PCP apresentou?
Uma moção de censura tem de ser fundamentada nalguma coisa. E, obviamente, o PSD não contará connosco, não contará com o PCP, com a sua absolvição nas suas graves responsabilidades que levaram o País à situação em que se encontra.
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Estava à espera que o Bloco de Esquerda corroborasse os argumentos do Partido Comunista?
Não fizemos nenhuma consulta prévia ao Bloco de Esquerda, nem tínhamos o direito de o fazer.
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Mas estava à espera de levar o Bloco de Esquerda a reboque desta sua moção de censura ao Governo?
Nem sim, nem não, não sabia. O Bloco de Esquerda em muitas matérias tem tido uma identificação de posições com o Partido Comunista Português, particularmente na crítica social, na crítica económica. Mas não foi nem factor impeditivo nem factor de apressar qualquer posição que o Bloco pudesse tomar.
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O PCP defende que a correcção do défice deve ser feita de uma forma mais faseada, mas são os países fortes do Eurogrupo que impõem a Portugal, à Espanha, à Grécia, uma travagem busca. A solução é sair do Euro?
Repare, os países mais fortes é que estão a exigir isto a Portugal. Porque é que não o fizeram em relação a economias mais fortes? Por exemplo, a Inglaterra tem um défice maior que nós. Alguma vez ouviu esta pressão?...
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Não tem a desconfiança das empresas de rating. Não está no Eurogrupo e tem uma capacidade de riqueza…
Sim, mas quem são as empresas de rating? As empresas no fundo, do nosso ponto de vista, são um instrumento dos chamados mercados do capital financeiro, dos grandes bancos, que um pouco com base…
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Os grandes bancos que emprestam dinheiro a quem vive acima das suas possibilidades.
Sim, mas repare: fomos envolvidos numa teia tendo em conta uma política de cedências, de abdicação da nossa soberania, tendo em conta erros que se cometeram com estes governos sucessivos. Mas a questão de fundo é que essas empresas e esse capital agem como um predador. Às vezes vemos aqueles filmes da lei da selva, em que os predadores atacam geralmente as presas mais vulneráveis…
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Se estivéssemos fora do Euro estaríamos mais vulneráveis.
Chamei a atenção para um facto: em 90, o Partido Comunista Português realizou uma conferência económica em que também, com uma capacidade de previsão e de análise, o meu camarada Álvaro Cunhal fez uma intervenção de fundo nessa matéria, vale a pena reler! Porque, a estes anos de distância, demonstrou-se que uma entrada precipitada na União Económica e Monetária, na Moeda Única, levaria inevitavelmente não ao reforço da nossa economia mas sim ao estrangulamento e à submissão dos interesses dos poderosos. Era a panela de ferro contra a panela de barro.
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É de admitir uma saída de países como Portugal do Euro, para voltarem a ter soberania monetária?
Esta União Económica e Monetária serve para quê? Podemos dizer, está inscrito no Tratado de Lisboa que funcionará o princípio da coesão económica e social. Grande declaração, um princípio saudável! A verdade é que nós verificámos com esta crise, cada um tratou por si - os mais fortes procuraram no essencial entalar os mais fracos.
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Não está a responder-nos. Ficamos no Euro ou devemos ponderar sair do Euro?
Agora não procurem criar uma situação ainda mais dramática com uma decisão súbita em relação a essa medida. O que pensamos é que esta União Económica e Monetária e o sentido que se dá à Moeda Única são inaceitáveis para o futuro de Portugal. Não exijam que digamos "mata e morre!", não é isso. Agora, confirmam-se todas as preocupações, e este sistema é profundamente injusto porque está ao serviço dos grandes, dos poderosos, do directório das potências, e não ao serviço desse princípio tão sacralizado da coesão económica e social.
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Discurso Directo com Jerónimo de Sousa

Eleição presidencial "não é preocupação imediata"

por JOÃO MARCELINO (DN) e PAULO BALDAIA (TSF)  Ontem 
Eleição presidencial "não é preocupação imediata"
O PCP já decidiu que vai apresentar um candidato próprio às presidenciais. Ele será obrigatoriamente um militante do partido, há hipótese de ser um independente? Quando é que esse anúncio vai ser feito? Se nos quiser dar a novidade em primeira mão…
Não posso dar novidade de uma coisa que ainda não sabemos. Mas de qualquer forma será uma candidatura do PCP. É uma decisão da direcção do Partido Comunista Português. Temos sempre um processo de avaliação amplo e democrático. Temos condições de apresentar um bom candidato que saia…
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Pode ser um candidato que volte a repetir uma candidatura anterior?
Não quero avançar, até podia ter a tentação por alguma fuga, mas o problema é este: decidimos um candidato próprio, essa decisão está tomada, vamos criar as condições no plano dos meios para o êxito dessa candidatura. Mas a verdade é que nós, desde as primeiras presidenciais, sempre decidimos e apresentámos o candidato ou candidata entre Agosto e finais de Outubro. Foi sempre a nossa decisão.
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A Festa do Avante! é uma boa altura?
É uma boa altura, mas mediante uma decisão do Comité Central, que ainda não decidiu. Sinceramente, não decidiu ainda. Temos tantos problemas, tanta coisa para fazer neste momento tão grave da vida nacional, que a estes dez meses de distância das presidenciais não é a nossa preocupação imediata e central.
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Mas se o colectivo do Partido Comunista Português decidir que faz sentido que seja o secretário-geral a avançar, ele como qualquer outro membro do Partido Comunista tem de estar disponível para essa missão?
Também depende da vontade do próprio, obviamente, mas quando há uma decisão colectiva com a participação desse próprio ou própria camarada que foram indicados ou assumidos pelo colectivo como o melhor candidato para defender essa importante batalha das presidenciais, obviamente com a vontade do próprio, nós aceitamos. Falou aqui de uma eleição em que, de facto, permitimos a vitória, ou, melhor dizendo, a derrota de Cavaco Silva, demos uma contribuição inestimável. Depois, fui candidato numa segunda e fomos até ao fim com um resultado muito interessante, de cerca de 9%. Mas é uma decisão que compete ao Comité Central, e não serei eu, com certeza…
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Se houver a hipótese de derrotar novamente Cavaco Silva, estarão disponíveis para apoiar um dos dois candidatos independentes que já avançaram? Um deles já tem apoio de dois partidos. Manuel Alegre ou Fernando Nobre: qual dos dois está mais próximo daquilo que são as ideias que o PCP defende para o exercício do cargo de presidente da República? Antecipando a possibilidade de uma segunda volta, naturalmente.
Permitam-me que clarifique uma questão que muitas vezes me faz confusão, a ideia de que a existência de mais candidatos, de mais candidaturas que vão surgir, penso eu…
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Ainda mais?
Sim, tem acontecido sempre em todas as eleições presidenciais. Com possibilidades maiores ou menores, não vou discutir isso. Por exemplo, não há dúvida de que Cavaco Silva vai ser candidato, já está em pré-campanha, inevitavelmente, mas ainda não anunciou!
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Cavaco Silva já está no lote daqueles que concorrem.
Mas ainda não anunciou! Mas, para além disso, numa primeira volta a existência de várias candidaturas, designadamente à esquerda de Cavaco Silva, e esta ideia que se se dividirem isso possibilita a vitória a Cavaco Silva, ora, a verdade é esta: se Cavaco Silva conseguisse, e oxalá que não, uma maioria de 50% mais um, tanto faz que estivessem dois, como três, como dez! E depois, por outro lado, uma candidatura do PCP tem um mérito inquestionável. Alguém se convence de que seria o dr. Manuel Alegre ou o dr. Fernando Nobre que potenciaria o voto, a participação e o empenhamento dos comunistas?
Se houver uma segunda volta, o Partido Comunista estará sempre ao lado do candidato que puder derrotar Cavaco Silva?
Que não nos doa a cabeça até lá! Temos tanta coisa para fazer, para pensar! Vamos ter um candidato, vamos ter uma intervenção destacadíssima, particularmente com a actualidade que ganhou a questão da Constituição da República Portuguesa, tendo em conta os anúncios, perigos de revisão, de subversão, vai ser uma referência fundamental para a nossa candidatura. Mas não nos peçam para dar resposta a uma questão que, do nosso ponto de vista, não está colocada com urgência, apesar da sua importância.
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Tem alguma importância a eleição do presidente da República, no contexto das dificuldades e das decisões que é preciso tomar em Portugal? Faz algum sentido se a personalidade eleita é de direita, de esquerda ou de centro?
Consideramos - partindo daquilo que é a função principal do presidente da República e que está consubstanciada no seu juramento, de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, esta é a missão, a função fundamental do presidente da República - que se estiver lá alguém que corresponda aos grandes interesses, que corresponda à direita, que não gosta da Constituição, acho que não é a mesma coisa que alguém que defenda a Constituição.
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Mas Cavaco Silva a esse nível tem tido um mandato exemplar. Ou não?
Mais por omissão do que por ataque à Constituição da República. A nossa crítica, fundamentalmente, em momentos decisivos, desde questões relacionadas com o Código do Trabalho, designadamente, com a legislação para a administração pública, com medidas negativas do Governo, em que Cavaco Silva, do nosso ponto de vista, para fazer cumprir a Constituição devia ter ido mais longe. Mas daí a afirmar que neste mandato houve sistemática violação da Constituição da República por parte do Presidente da República, nós não dizemos isso. Mas considero que, por omissão, a função presidencial não foi cabalmente cumprida, particularmente em grandes questões sociais, em questões particularmente de legislação do trabalho.
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Discurso Directo com Jerónimo de Sousa

Correntes que integram CGTP tornam-na uma "criação única" na UE

por JOÃO MARCELINO (DN) e PAULO BALDAIA (TSF)  Ontem
Sei que são os sindicatos que devem convocar as greves gerais, mas os partidos políticos têm posições políticas sobre a matéria. Há motivos para voltar a existir uma greve geral em Portugal este ano?
Na sua introdução já colocou o problema, é um direito das associações sindicais, um direito dos sindicatos, convocar greves, incluindo a greve geral. Nesse sentido, deixemos que as centrais sindicais, particularmente a CGTP, decidam livremente, autonomamente, sem ingerências.
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Se o líder do PCP tiver uma opinião sobre a matéria, está a ingerir-se na vida dos sindicatos?
Não, obviamente temos opinião, uma opinião sindical, tanto que temos uma política sindical.
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Qual é a sua?
Aquilo que considero é que as formas de luta, insisto, devem ser determinadas no plano unitário pelos sindicatos. Isso não invalida uma opinião. Analisando a gravidade da situação, a ofensiva que hoje decorre para os salários e para os direitos de quem trabalha, tendo em conta particularmente que por razões menores se fizeram greves gerais, aos trabalhadores mais tarde ou mais cedo vai colocar-se a forma de como vão desenvolver a sua resposta e a sua luta, tendo em conta esta grave ofensiva.
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Toda a gente sabe que a esmagadora maioria dos dirigentes sindicais da CGTP são militantes do Partido Comunista. Portanto, essas coisas discutem-se também no interior do partido. A posição do secretário-geral do PCP joga aí um papel importante, não quer reconhecer isso?
São muitos os dirigentes e delegados sindicais comunistas, mas eu não subestimava a participação - não sei se é maioritária se não, não fizemos essas contas - de muita gente sem partido, de socialistas, de católicos, de muita gente independente que constitui o que é hoje a CGTP- -Intersindical Nacional. Aliás, criação creio que única, com esta composição, no quadro da própria União Europeia. Acho que é uma riqueza deste movimento sindical português esta composição, particularmente a sua composição unitária. E as decisões que tomam devem - independentemente de termos opinião, e obviamente que temos - ser discutidas nesse espaço unitário que é a CGTP.
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sábado, maio 19, 2007




"UGT funciona como uma direcção-geral do Poder" (Carvalho da Silva - CGTP)

CGTP usou a greve para dividir a UGT (João Proença - UGT)

"Precariedade, desemprego, flexisegurança, desigualdade. O país está marcado por estas quatro palavras"

* Domingos de Andrade e Paulo Baldaia

Recorre com frequência ao comportamento da criança a quem se pergunta o que quer ser quando for grande. Talvez por estar a chegar à barreira dos 60. Ou talvez por ter sido pai há quatro anos. Ou talvez por alimentar a humildade, que lhe está no berço minhoto de pais agricultores. Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP há duas décadas, é agora quase doutor com "D" grande em Sociologia. Mas continua o mesmo de sempre.

Parece agastado quando se perde a olhar o Tejo. Mas diz que não, a correr. E justifica-se. Preparar a greve geral para 30 de Maio não é tarefa fácil. É ir para a cama às tantas da manhã. É pensar na mobilização. É tratar de fazer do 1.º de Maio que hoje se comemora a primeira advertência séria ao Governo. Manuel Carvalho da Silva não quer, de resto, falar sobre muito mais. A palavra greve sai-lhe uma, e outra e outra vez, repetida até à exaustão. Em entrevista ao JN, o líder da CGTP quase só se liberta quando fala dos vizinhos sindicais. Irritado. "A Direcção da UGT faz um pouco a política de cuco".

Jornal de Notícias|O país está preparado para uma greve geral?

Carvalho da Silva|Têm que estar preparados os trabalhadores. Por isso, situamos muito bem as razões de protesto, que não são novas, mas que se têm acentuado, além de outras que estão a emergir. Esta greve tem, indiscutivelmente, de ter razões muito fortes. Razões sócio-laborais. E as coisas não mudam se não houver uma tomada de atitude das pessoas. Porque do ponto de vista político o contexto é muito complexo.

Há, depois dos últimos governos de Guterres, Santana e Durão, uma predisposição para dar o benefício da dúvida ao Governo?

As pessoas não têm alternativa de mudança. E esse é um grande desafio.Esse é que é o grande problema de fundo. Mas o cenário político está bastante empobrecido. E as últimas semanas não têm mostrado nada de bom, nem dado sinais de melhoria, antes pelo contrário. Pessoalmente, constato que há muita preocupação por isto acontecer. É todo este cenário que nos incentiva à greve geral.

Não era consensual, dentro da CGTP, a marcação de uma greve geral. Receia um fracasso?

Não receio fracasso nenhum. Nenhum dos dirigentes da Central o receia, mesmo aqueles que mais se bateram para que pudéssemos adoptar outras formas de luta no dia 30, que não a greve geral.

Está a falar de si?

Não, não estou a falar de mim. E, depois, já passou o tempo de falar sobre isso. Agora, há é a necessidade de sensibilizar os trabalhadores para as razões da greve e para a necessidade de tomarem uma atitude.

Que razões são essas?

Precariedade, desemprego, flexisegurança, desigualdade. O país está marcado por estas quatro palavras. É preciso uma mobilização geral dos trabalhadores e é preciso uma consciencialização para travar a degradação destes quatro campos. Hoje, a ofensiva contra os direitos laborais está, momentaneamente, centrada na Administração Pública. Mas não vai ficar por aqui. E é transversal a todos os governos europeus. A flexisegurança é disso o exemplo. E a flexisegurança, de que tanto se fala, resume-se a isto liberdade de contratar e de despedimento. Mas liberdade de contratar já existe, ou não? Anda-se por aí a dizer que a Segurança Social em Portugal vai ser melhor do que o que era; que a Saúde vai ser melhor do que era; que o subsídio de desemprego vai ser melhor do que era. Mentira. Os neo-liberais querem uma liberalização do despedimento a troco de promessas que não se cumprem.

Um dos temas abordados na primeira Comissão Executiva da CGTP, em que se discutiu a greve geral, foi a necessidade de chegar a acordos com outros sindicatos. Já houve conversas com a UGT

Seria desejável se houvesse ambiente para isso.

O líder da UGT, João Proença, já deixou ficar claro que não há razões válidas para fazer uma greve geral.

Um sindicalista que se preze, que queira ser digno da função, deparando com uma situação de uma organização sindical que está envolvida numa luta, que tem razões objectivas, que tem fundamentos sólidos, não discute questões processuais, ou se é ajustado ou não. Perante uma greve, um sindicalista só pode ter uma posição se as razões são justas, é ser solidário, de forma activa ou de forma passiva.

E acha que João Proença e a UGT não estão a ser?

Eles que respondam por aquilo que disseram. Mas um sindicalista que se posiciona como se fosse primeiro-ministro e que, num contexto em que essa luta tem razões fundadas, diz o que diz, faz muito mau trabalho. Já agora, em relação à UGT, ou à direcção da UGT, ao mesmo tempo que dizem isso posicionam-se fazendo um pouco a política de cuco. Está em marcha uma dinâmica de luta e o patronato privado e público, ou seja, patronato e Governo, já começou a desenvolver em vários sectores medidas para desarmar a luta. Estamos, também, a assistir a isto, que é desgraça dupla ver trabalhadores que estão contra a luta a fazer o aproveitamento da luta. Isto é feio. Para não usar outra expressão.

Quer dizer que a UGT está a aproveitar o momento para, através dos seus sindicatos, ajudar o Governo?

Eu disse que os patrões e o Governo estão, como sempre fizeram, em marcha com medidas desse tipo.

Está a fugir à questão. Adiante. Os transportes foram fundamentais para o aparente sucesso da greve geral de 2002. Há um acerto, este ano, entre os diversos sectores, mesmo envolvendo sindicatos da UGT

Os sindicalistas, todos, de todos os sectores, da CGTP e da UGT, merecem-me o máximo de respeito. E espero que sejam capazes de estabelecer as pontes de diálogo. A direcção da UGT, muitas vezes, funciona é como uma direcção-geral do Poder do momento, funciona como lóbi do Poder. E até tem a sua eficiência. Mas nós, quando falamos em greve, estamos a falar do sindicalismo reivindicativo português, do sindicalismo que tem acção, que está nas empresas, a viver as dificuldades com os trabalhadores, que está no combate.

Quando diz que a UGT funciona muitas vezes como fazendo lóbi com o Poder instituído

... Eu não disse fazendo lóbi com o Poder instituído. Eu disse que, por vezes, a direcção funciona como um departamento geral, como uma super direcção-geral de vários ministérios, identificando-se com dinâmicas no Poder.

É o mesmo

Há diferenças significativas. Os lóbis são uma forma de organização muito considerável nas sociedades actuais. Portanto, a estrutura da sociedade e a organização da sociedade é aquilo que é.

in Jornal de Notícias 2007.05.01


Entrevista CM: João Proença

CGTP usou a greve para dividir a UGT

João Proença, secretário-geral da UGT, acusa a CGTP de usar a greve geral de dia 30 para enfraquecer e dividir a UGT, afirma que não vai mudar coisa nenhuma e que pode inclusive ser prejudicial para a luta dos trabalhadores. Diz que a reforma em curso na Administração Pública está um caos.

Correio da Manhã – A UGT não apoia a greve geral de dia 30 marcada pela CGTP. Porquê?

João Proença – A UGT apoia as greves marcadas pelos seus sindicatos. Mas nunca assumimos a luta pela luta, a greve pela greve. Sobre a greve dita geral declarada pela CGTP não há um motivo concreto.

– É um motivo meramente político?

– É muito difuso, político em geral. Se formos ver bem, porquê feita hoje e não há dois anos? E depois a CGTP não teve qualquer contacto com a UGT.

– Não houve qualquer contacto?

– Nada. Não houve qualquer contacto tentando viabilizar a adesão da UGT ou dos seus sindicatos a essa greve. Pelo contrário, a CGTP usou a greve para dividir a UGT e enfraquecê-la.

– Contactou sindicatos da UGT?

– Fez isso para tentar demonstrar que a UGT não está com a greve, logo não está com os seus sindicatos e os seus trabalhadores. E foi isso que obrigou a UGT a vir publicamente explicar o porquê de não fazer a greve.

– Porquê então?

– Não vai para a greve porque nem sempre uma greve é boa. É boa se tiver uma forte adesão dos trabalhadores e demonstrar a sua força. Uma greve fraca enfraquece a luta dos trabalhadores.

– A greve vai contar com o apoio de sindicatos da UGT?

– Os sindicatos da UGT poderão fazer parte da greve. Não temos aqui nenhum estalinismo de procedimentos que leve sanções a quem faça a greve. Mas não prevemos que algum sindicato significativo, nomeadamente da área dos Transportes, muito importante para a CGTP, faça greve.

– Não há razões para a greve? Reforma do Estado, desemprego?

– Não, porque no dia seguinte à greve geral vamos continuar a não saber o que é que a CGTP pretendeu alcançar com a greve geral. Manifestar o descontentamento dos trabalhadores da Administração Pública? É mais do que manifesto. Estão claramente zangados com o Governo. Já fizeram uma greve nacional bastante conseguida.

– E essa greve mudou alguma coisa?

– Acho que o Governo alterou alguns procedimentos, de uma forma muito ligeira, mas a verdade é que estamos hoje confrontados com um verdadeiro caos na reforma da Administração Pública.

– É o caos?

– Está naquela fase de caos. Se vai dar alguma coisa positiva não sei. Sei que para os trabalhadores está a ser negativa com a ameaça da mobilidade. Em termos de País a ver vamos.

– A reforma não está a andar?

– Assistimos à paralisação da Administração Pública e à desmobilização dos trabalhadores. Sentem que têm os seus postos de trabalho ameaçados, sentem que podem ir para o quadro de mobilidade se não forem do total agrado do chefe. Arriscam-se a ir parar ao quadro de mobilidade porque os critérios não existem.


– São arbitrários?

– Veja o que se passou no Ministério da Agricultura, em que não há critérios. O ministro disse para cada dirigente fazer os seus critérios, fizeram uma avaliação para ajustar aos critérios.

– Tudo ao contrário?

– Claro. Um disparate total. O próprio ministro demitiu-se da reestruturação. Como é possível? Há uma decisão política, não sei de quem, para se reduzir os trabalhadores em trinta por cento. É inaceitável que ele diga a cada um dos seus dirigentes para aplicar esse corte.

– Sem critérios?

– O que tinha de dizer era quais eram os serviços fundamentais, os que ia extinguir e por aí adiante. Não. Cada director-geral reduza trinta por cento e façam como muito bem entenderem. Avaliação? Não houve a tempo.

– Como é que explica isso?

– Acho que tem havido erros graves na maneira como está a ser conduzida a dita modernização da Administração Pública, nomeadamente na maneira como os trabalhadores foram tratados na chamada harmonização dos direitos. Poderia ter havido mais diálogo e, essencialmente, não confundir direitos com privilégios.

– Voltando à greve. Não vai alterar este estado de coisas?

– Não vai alterar nada.

– Vai ser uma greve essencialmente do sector público?

– Estou convencido de que vai ser a greve de protesto de muitos trabalhadores da Administração Pública. Mas uma greve de protesto que conduz a poucos resultados.

– A greve também provocou divisões na CGTP.

– Sim, a decisão foi tomada por uma tendência que é esmagadora, a comunista, contra os restantes sindicalistas.

– Incluindo o próprio secretário-geral?

– Não comento essas especulações.

"NÃO É DIFÍCIL DESPEDIR"

CM – Começou agora a falar-se de flexigurança no mercado de trabalho. Não existe já em Portugal?

J.P. – Os relatórios da OCDE falam da pouca flexibilidade porque só olham para o despedimento individual, o que é profundamente errado. Em Portugal há uma grande flexibilidade como há uma elevadíssima precariedade. Portugal e Espanha são os países com maior precariedade na Europa.


– O que é que falta então?

Falta a adaptabilidade das condições de trabalho. As empresas hoje só produzem se tiverem encomendas. A definição rígida de posto de trabalho já não se adapta à realidade.

– Mas como é que se altera a situação? Com mais leis?

A lei pode dar uma ajuda. Mas, por exemplo, os empregadores dizem que fazem contratos a prazo porque é difícil despedir. É falso. Porque para se despedir trabalhadores há o despedimento colectivo. Repare que para uma empresa até 50 trabalhadores o despedimento colectivo é composto por apenas dois funcionários num prazo de três meses.

in Correio da Manhã 2007.05.19

João Proença e a UGT

João Proença no 1.º de Maio:

...“O líder da UGT não deixou ainda assim de censurar fortemente o Executivo Sócrates, sobretudo pelo aumento do desemprego, da precariedade do trabalho e das desigualdades sociais. "Sentimos novamente a pobreza e a exclusão", disse, já que o combate ao défice público "tem sido feito à custa dos salários e das pensões", além da quebra no investimento público. "Não é aceitável as políticas do quero, posso e mando!"

João Proença, num discurso duro para o Governo, responsabilizou-o pelo "caos" na administração pública. "Assiste-se também a uma ameaça generalizada aos trabalhadores de passarem para o quadro da mobilidade. Basta que não agradem ao chefe."

Perante cerca de mil pessoas, Proença frisou que a única inspecção que não é reforçada é a do trabalho. "Até parece que os trabalhadores são a última prioridade do Governo.”



In "Diário de Notícias" de 02-05-2007



Teriam que me explicar como se Eu fosse muito, muito, muito burro, porque é que este mesmo dirigente sindical e esta central sindical dizem não haver razões para a convocação de uma greve geral...

A cara não bate com a careta, aponta razões suficientes, mas sente-se obrigado a fazer o "frete" ao PS não alinhando na greve geral e tentando dividir os trabalhadores.

Talvez nas "fretadas" que a UGT se envolve, se encontre a explicação para o facto de no 1.º De Maio da UGT estarem cerca de 1.000 (???) pessoas e no 1.º de Maio da CGTP estarem cerca de 60.000. Os trabalhadores sabem bem quem são os seus dignos representantes e quem são os farsantes do meio sindical.

Não fosse o protagonismo que o governo e a comunicação social se vêm obrigados a dar-lhe e este dito sindicato já nem fazia parte da história actual. Assim, lá vai tentando cumprir (sem êxito) a sua função de divisão no meio laboral.

A GREVE GERAL marcada pela CGTP será uma grande resposta da classe trabalhadora às politicas neo-liberais do governo Sócrates/PS e não serão meia dúzia de falsos sindicalistas que a conseguirão pôr em causa.

A resposta às palavras de João Proença, vou buscá-la a uma frase de Che Guevara:

"A Revolução é algo que se tem na alma, não na boca para viver dela"

In blog Vermelho Vivo 2007.05.02  (http://bandeira-vermelha.blogs.sapo.pt/23747.html)