A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Vladimir Safatle: Chamar de "muro" um muro



9 DE FEVEREIRO DE 2012 - 12H17 


Página Inicial

Recebi a informação de que um jornalista, o senhor João Pereira Coutinho, acusou-me de falar do conflito palestino como um turista que vai a campo e deslumbra-se com o que vê rapidamente. Um "turista ocidental", como diz o referido jornalista com sua impressionante ironia.


No entanto, se este senhor conhecesse ao menos um pouco da imprensa brasileira saberia que escrevo sobre este assunto e sobre questões ligadas à política no mundo árabe há mais de dez anos nos principais jornais do Brasil (Folha, "Valor Econômico", "Correio Braziliense").

Podem-se criticar frontalmente minhas interpretações, mas desqualificá-las como exercício de diletantismo é um expediente fácil de quem sabe apenas se isolar em uma visão de mundo preconcebida e imune a qualquer confrontação com os fatos.

Não por outra razão, suas colocações beiram a comédia involuntária. Primeiro, tenta apagar o muro que Israel levantou na Cisjordânia dizendo que não se trata exatamente de um muro mas de uma: "barreira de segurança".

Ok, talvez em Portugal "muro" deva significar outra coisa. Por isso, gostaria de lembrá-lo que, no Brasil, chamamos de "muro" um muro, o que talvez este senhor não saiba. Este é um exercício saudável que alguns deveriam fazer: chamar as coisas pelos seus nomes.

Por exemplo, ninguém que eu saiba procurou apagar o Muro de Berlim chamando-o de "barreira de segurança de Berlim". Talvez o senhor Coutinho gostasse de iniciar esta modalidade de novilíngua. Bem, a princípio, posso garantir que vi um muro, por sinal muito parecido com o que vi em Berlin quando este ainda existia.

Mas sei que há pessoas que, mesmo diante de um muro, continuarão a dizer que ele não existe. Os psiquiatras costumam chamar isto de "alucinação negativa".

Como se não bastasse, ao falar de sua "barreira de segurança", o senhor Coutinho afirma que ela foi erguida para proteger Israel de ataques terrorista, o que justificaria tudo. De maneira desonesta, ele "esquece" que Israel foi condenado por tribunais internacionais por levantar um Muro que anexava de facto áreas internacionalmente reconhecidas como pertencentes ao futuro Estado da Palestina.

Ou seja, o governo de Israel poderia construir quantas "barreiras de segurança" quisesse, desde que em seu território. O problema não diz respeito apenas a sua segurança, mas também a sua inaceitável conquista territorial.

Depois, este senhor afirma (isto eu tenho que citar na íntegra senão alguns acharão que inventei): "a existência de um estado autônomo e respeitoso das fronteiras de 1967 tem sido sucessivamente proposto pelas lideranças israelenses desde 1967".

Mas, se este é o caso, alguém poderia me explicar por que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse claramente, no próprio Congresso norte-americano sob aplausos dos republicanos, que nunca aceitaria a proposta enunciada por Obama de criar um Estado palestino nas fronteiras de 67?

Por sinal, em minha tosca ingenuidade, quem propõe respeitar as fronteiras de 67, não coloca, como fez o governo de Israel nos últimos vinte anos, centenas de milhares de colonos na área que procura "respeitar".

Se este senhor realmente se interessa pelo conflito palestino sugiro, inclusive, que leia a carta programa do Likud, partido do atual primeiro-ministro.

Lá ele descobrirá que sua carta de 1999 diz com todas as letras : "O governo de Israel rejeita o estabelecimento de um estado árabe palestino a oeste do Rio Jordão". Mas talvez, assim como o Muro que não existe, o senhor Coutinho baterá o pé e dirá que tais palavras nunca foram escritas, que o que vemos diante de nossos olhos é uma ilusão resultante de algum complô maquiavélico de esquerdistas amigos de terroristas e defensores da destruição dos valores ocidentais de liberdade e democracia.

Sobre a questão dos refugiados, creio ter deixado claro que a posição de Arafat na negociação com o antigo primeiro-ministro de Israel Ehud Barak foi, a meu ver, um equívoco. Apenas lembrei que não há nada "perverso" em exigir o reconhecimento de um direito internacionalmente aceito e aplicado em vários outros casos.

Ninguém imagina que 4 milhões de refugiados voltariam, mas nada impedia que uma solução de compromisso fosse encontrada, como absorção de uma parte e compensação financeira para os demais. Se os israelenses tem dúvida a respeito palestino do desejo de negociação, sugiro que recoloquem a mesma proposta na mesa. Vejamos o que acontecerá.

Por fim, da mesma forma como o senhor Coutinho faz questão de não ver certas coisas, ele consegue ver o que não existe. Em momento algum afirmei que "existe um apartheid de facto no interior de Israel entre israelenses e árabes-israelenses". Mas ler atentamente o que se critica talvez seja pedir demais.

Toda esta discussão lamentável apenas demonstra o nível raso do debate que temos sobre um assunto tão importante.

Em momento algum, o jornalista em questão reconheceu minimamente o sofrimento do povo palestino. Para ele, isto não conta, disto nem vale a pena falar. Melhor tratá-los como uma horda de terroristas potenciais que merecem o tratamento que tem. Mostrar indignação com o sofrimento palestino é capitular, deve pensar o referido jornalista.

Como se fosse impossível afirmar, ao mesmo tempo: "não aceitamos ataques terroristas contra o povo israelense" e "não aceitamos a humilhação cotidiana, a destruição moral do povo palestino, assim como a anexação de seu território". Pois se Israel quer se livrar do fantasma do Hamas, nada melhor do que mostrar aos palestinos que a via da diplomacia traz frutos concretos. Que tal começar parando de bloquear o reconhecimento do Estado da Palestina no Conselho de Segurança do ONU?

A criação do Estado de Israel foi uma necessidade histórica inquestionável. Tratava-se de procurar terminar com um dos processos mais vergonhosos de perseguição e destruição ao qual um povo foi submetido (diga-se de passagem, principalmente na Europa esclarecida, com seus pogroms, campos, numerus clausus para a admissão de judeus no sistema escolar).

Hoje, a criação do Estado da Palestina (e não um conjunto medonho de bantustãs) é uma necessidade histórica da mesma ordem. Quem não tem coragem de afirmar isto com todas as letras, mente quando diz preocupar-se com direitos humanos.

Melhor seria se estes aprendessem algo a respeito de juízos universais e incondicionais. Pois há situações inaceitáveis sob quaisquer circunstâncias. Ataques terroristas a população civil é um dos casos. Destruição moral de populações inteiras é outro.

Fonte: Folha.com

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

El Dominó Árabe

Lunes 7 de febrero de 2011 por CEPRID
PHYLLIS BENNIS
ZNET
Traducido para el CEPRID (www.nodo50.org/ceprid) por María Valdés
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¿Es así como finalizan los imperios, con la gente inundando las calles, exigiendo la dimisión de sus líderes y obligando a los dictadores locales a largarse? Tal vez no del todo, pero la amplitud y profundidad de las protestas, la difusión, la impotencia de los gobiernos apoyados por Estados Unidos para detenerlos, y la rápida disminución de la capacidad de los Estados Unidos para proteger a sus clientes desde hace mucho tiempo son sin duda la muestra de un nivel de fervor revolucionario no era visible en el Oriente Medio desde hace una generación. El legado de los gobiernos dominados por Estados Unidos en la región no será el mismo. El imperio de EE.UU. sobre los países ricos en recursos y estratégicamente vitales de Oriente Medio ha sido sacudido hasta sus cimientos.
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Hay en marcha un efecto dominó en el mundo árabe. Túnez fue la chispa, no sólo porque su levantamiento fue primero, sino porque el pueblo de Túnez ha ganado y huyó del dictador. Egipto sigue siendo para los Estados Unidos el más importante aliado árabe estratégico.
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La caída del dictador respaldado por EE.UU., Hosni Mubarak, quien ha estado en el poder durante más de tres décadas, podría significar el fin de la capacidad de Washington de apoyarse en El Cairo para evitar el nacionalismo árabe y la independencia. También marca el fin del papel de Egipto como colaborador en la ocupación israelí de Palestina. Pase lo que pase, lo más probable, aunque no inevitable, es que nunca más volverá Túnez a ser utilizado como punto de tránsito o Egipto como un "lugar negro" de las prisiones secretas de las agencias de EE.UU. dedicadas a la "rendición extraordinaria" de los detenidos para su interrogatorio y la tortura.
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Indicios del rechazo popular ya están en marcha en el Yemen y Jordania. Las otras monarquías respaldadas por EE.UU. y pseudo-democracias de la región están sintiendo el calor. El imperio de EE.UU. en la región se está desmoronando.
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Puntos de inflexión
Las alianzas de los últimos cincuenta años se rompieron, el viejo orden está terminando. ¿Qué será lo próximo? Como siempre ocurre cuando los procesos revolucionarios entran en erupción, es todavía demasiado pronto para decirlo. Las cosas se mueven lentamente hasta un punto de inflexión súbita, y entonces es demasiado rápida, demasiado brusca para mantenerse al día.
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La amplitud de la participación del pueblo es clave para entender las implicaciones de estos levantamientos.
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En Túnez, participan en las protestas los trabajadores y profesionales de clase media, pero fueron iniciadas por los desempleados privados de sus derechos, sin poder, y con educación. Mohammed Bouazizi, un hombre joven en la empobrecida ciudad de Sidi Bouzid, se prendió fuego en protesta no sólo por el desempleo sino la pobreza, la humillación y la degradación que enfrentó.
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Entre los cientos de miles a través de tunecinos, que marcharon, cantaron, exigieron y obtuvieron la abdicación de su dictador, miles son los jóvenes, hombres y mujeres cuyos títulos universitarios no han proporcionado seguridad, cuyas vidas se vieron limitadas por la falta de puestos de trabajo, la falta de oportunidades y la falta de esperanza.
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En Egipto, la participación fue aún más amplia. Los miles y cientos de miles de personas que llenan las calles, la más famosa la Plaza ocupada de Tahrir (Liberación), incluyen no sólo los más pobres de los tugurios urbanos de Egipto, labradores y campesinos. También se incluyen las clases medias, incluso muchos de los ricos, todos finalmente diciendo que no a la falta de dignidad y libertad en que viven. Su demanda era clara: no sólo la reforma, no sólo nuevas elecciones sino el fin del régimen de Mubarak.
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También es importante reconocer que las demandas en Túnez y más fundamentalmente en Egipto no se ven cerca de cumplirse. No manifiestan una oposición a los Estados Unidos, no hemos visto la quema de la bandera de EE.UU. o las multitudes atacar la embajada de EEUU. Ni siquiera critican los cerca de treinta años que Egipto viene colaborando con la ocupación de [Palestina] por Israel, especialmente su papel en el mantenimiento del sitio de Gaza. Su posición, tal vez el mejor punto, es la unidad política del país. La gente ha sido muy clara - y muy pública en los medios - sobre su conciencia y su indignación hacia el hecho de que los EEUU arme a Mubarak con las mismas armas con las que matan a manifestantes en las calles, esos botes de gas lacrimógeno “Made in USA” de Jonestown (Pensilvania). Pero las demandas de esta movilización se dirigen a cuestiones internas, encaminadas a cambiar la naturaleza de las estructuras de poder del país y su impacto en los ciudadanos. La política exterior va a venir un poco más tarde.
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El alcance del apoyo a la protesta también es crucial. En Túnez, la policía se dividió y muchos se negaron a disparar contra los manifestantes. El ejército en Túnez. A diferencia de Egipto y otros países, ha sido tradicionalmente apolítico, incluso en los niveles superiores, se negó a apoyar a la dictadura y de hecho fue un oficial de alto rango quien se hico eco de la demanda de los manifestantes para la renuncia de Zine el- Abidine Ben Ali.
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En Egipto, los organismos de seguridad y la odiada policía, con el respaldo de Mubarak y el Ministerio del Interior, intentaron reprimir con dureza las protestas pero a pesar de infligir numerosas víctimas, en muchas partes fueron simplemente dominados. Los miliares, por el contrario, en su gran mayoría se negaron a hacer frente al movimiento popular. Si bien el Ejército en su estrato superior es una cohorte privilegiada y estrechamente vinculada con el régimen de Mubarak, está compuesto de reclutas pobres que no estaban dispuestos a usar las armas contra sus conciudadanos. Apenas unos días después de la revuelta, los soldados, conductores de tanques, oficiales proclamaban con orgullo su unidad con el pueblo en las calles y eran recibidos con flores y dulces.
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A pesar de los1.500 millones de dólares o más en la ayuda militar que Washington ha proporcionado a Egipto cada año desde 1979, el gobierno de Mubarak no ha sido capaz de utilizar a los militares en contra de la revuelta popular.
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Los manifestantes en Túnez y Egipto están llamando a profundos cambios elementales en sus sociedades. No se trata de demandas económicas por sí solas, a pesar de terminar con la corrupción y la petición de puestos de trabajo, la educación y la salud. Estos no son sólo cuestiones de los derechos humanos, aunque la liberación de los presos políticos, así como los derechos de reunión y protesta están en el orden del día. Los manifestantes no son principalmente islamistas, aunque poderosos, pero siempre cautelosos los Hermanos Musulmanes de Egipto se unieron a las protestas callejeras el 28 de enero. (No es explícitamente secular tampoco). En Egipto, en especial los jóvenes, expertos en medios sociales y activistas con experiencia en la red, están jugando un papel de liderazgo inusual en la región, aunque recuerda a los jóvenes activistas del primer levantamiento palestino o intifada en 1987. Ellos se han ganado el respeto y la autoridad significativa de los antiguos líderes más experimentados con los que se han unido en una coalición amplia de oposición.
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Estas son movilizaciones para pedir el fin de no sólo décadas sino de generaciones de la dictadura y de una nueva era de la democracia y el poder popular. Están llamando a la democracia participativa y no sólo a nuevas elecciones, lo que hace a la región un conjunto mucho más difícil de controlar para los Estados Unidos.
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Paralelismos con América Latina
Las protestas de Egipto hasta el momento parecen más cerca de la destitución de las personas, como ocurrió con el dictador filipino Ferdinand Marcos en 1986, que ningún precedente internacional. Existen grandes diferencias entre las movilizaciones de Egipto y la movilización de Irán contra el sha de 1978-1979. Allí, las protestas masivas se compusieron principalmente de numerosos competidores, contendientes y movimientos sociales a veces antagónicas divididos en líneas políticas, sectarias y de organización.
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En el plano regional de Oriente Medio, no es algo que tenga un paralelo en los cambios del cono sur de América Latina en la década de 1980, cuando las dictaduras respaldadas por EE.UU. en Brasil, Argentina, Uruguay y otros fueron derribadas. La larga lucha por la democracia fue dirigida por experimentadas coaliciones políticas, coherentes en torno a amplios movimientos sociales progresistas, las federaciones sindicales, y partidos de izquierda que hicieron posible la negociación directa con el poder. A partir de Brasil, con el aumento del Partido de los Trabajadores, estos movimientos sociales lograron por vez primera poner fin a las dictaduras militares, a continuación, tomó la lucha aún más difícil contra los gobiernos civiles que siguen dependiendo de los EE.UU. y siguen apostando por los modelos económicos neoliberales que devastaron las poblaciones pobres e indígenas en todo el continente.
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Esas fuerzas sociales no tienen equivalentes exactos en el mundo árabe, donde años de mayor represión de los movimientos sociales (salvo en las mezquitas) las dejó relativamente menos orgánicamente unificadas. La democracia no se levantó de inmediato cuando las dictaduras militares fueron barridas en el patio trasero de Washington. Pero en ese gran bloque latinoamericano, donde las luchas populares continuaron, los Estados Unidos perdieron el control de esa zona estratégica, donde una vez reinó de manera suprema. Con las variedades de los gobiernos de centro-izquierda, progresistas en general sólidamente en el poder en Brasil, Chile, Argentina, Bolivia, Uruguay, Paraguay, y más allá, el imperio de EE.UU. ha sido debilitado, pero no ha sido derrotado. Tal vez sea un modelo que los movimientos sociales del mundo árabe, ahora aglutinador de todos el tunecino / modelo egipcio, buscan emular.
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La organización y la oposición: Túnez
Los manifestantes que ocupan las calles de Túnez, y la incapacidad / falta de voluntad de la policía y en especial de los militares a recuperar las calles para la dictadura, obligó a la caída del reinado de 23 años de duración Ben Ali, apoyado en su brutalidad y corrupción por EEUU. La oposición en las calles no surgió como un sistema unificado, con jerarquía disciplinada, organizada, sino más bien un poco anárquica, en parte espontánea y coordinada a menudo brillantemente por Twister e impulsada por fuerzas política y geográficamente dispares. Los líderes islamistas de la oposición tunecina, hace mucho tiempo obligados al exilio, parecen estar dispuestos a regresar a sus hogares para unirse a las protestas, pero al igual que sus homólogos egipcios no están tomando el control. Esta no es una revolución religiosa o sectaria.
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Es particularmente interesante que a medida que la oposición saborea su victoria, el único apoyo internacional que pidió no fue financiero o militar o diplomática, si no legal. Le pidieron a la Interpol hacer cumplir una orden de detención internacional para el ex dictador y su familia, así como por delitos contra la nación.
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Así Túnez, contra todos los pronósticos y expectativas, comenzó la trayectoria revolucionaria del Oriente Medio de hoy. Sin embargo, Túnez es un país relativamente pequeño, y ocupa un lugar insignificante en la lista de productores mundiales de petróleo (el 69). Ben Ali ha sido útil a los Estados Unidos (como en permitir vuelos de tránsito para ser interrogar detenidos), pero sin ninguna base militar de EE.UU. porque su valor estratégico era secundario. El presidente Barack Obama podría afirmar que "los Estados Unidos de América está con el pueblo de Túnez", en su discurso del Estado de la Unión.
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Egipto es otra historia. La siguiente frase en el discurso de Obama, que los Estados Unidos también "apoya las aspiraciones democráticas de todas las personas" de repente se convirtió en mucho más complicado.
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La organización y la oposición: Egipto
Si el pueblo de Egipto - con su unidad extraordinaria - logra ganar su llamado para la transformación estructural y no sólo a nuevas elecciones, la democracia participativa real y no sólo la reforma electoral, el más importante aliado de de Washington pronto será un conjunto mucho más difícil de controlar. La jugada de Mubarak, Omar Suleiman como su vice-presidente, provocó aplausos sin duda en la Sala de Situación de Casa Blanca - es un amigo de larga data de los militares de EE.UU. y de los funcionarios israelíes de todos los colores - pero acogido con burla en las calles de El Cairo. Ha sido durante años jefe de inteligencia de Egipto, aunque con un papel internacional principalmente. Él no era conocido por su participación directa en el régimen de los aparatos de represión y tortura, pero es ampliamente despreciado como uno de los más cercanos colaboradores de Mubarak. Su nombramiento no satisfará a nadie para pedir el fin del régimen de Mubarak.
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Por el momento, las calles de Egipto pertenecen a su pueblo. Los momentos icónicos poderosos siguen llegando en bruto y de forma rápida. El viernes, en el gran puente de El Cairo, un transporte blindado se trasladó al puente para obligar a los manifestantes a retirarse. Se movía entre la multitud, lentamente, pero la gente se volvió y se reunieron delante de él, obligándolo a detenerse a menos que el conductor estuviese dispuesto a estrellarse contra la multitud. No estaba, se retiró. A pesar de los resultados completamente diferentes, fue un momento que visualmente evocó la confrontación de 1965 entre la policía estatal y los manifestantes no violentos por los derechos civiles en el Puente Edmund Pettus en Selma, Alabama.
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Las protestas han sido extraordinariamente no violentas e inclusivas. El viernes,cuando los muecines cantaron la llamada desde los minaretes de las mezquitas de El Cairo, miles de manifestantes se alinearon en la calle para decir sus oraciones. Miles más no, estos no fueron las protestas religiosas, y los islamistas estaban simplemente presentes entre la multitud de personas. No estaban ni en las primeras filas ni controlando. En Suez, la estratégica ciudad contigua al Canal, 4.000 policías adicionales fueron enviados para hacer frente a las manifestaciones del viernes, pero no pudieron, con algunos uniéndose a los manifestantes. Una estación de policía, famosa por haber sido ocupada por Israel durante la guerra de 1967, fue el único objetivo de ese día. En Alejandría, la policía se dividió y no pudo recuperar el control de las calles.
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Ha habido saqueos, y la gente en muchos barrios ha respondido mediante la formación de equipos locales de guardia con puestos de control y en algunos casos, tomándose la justicia por la mano. Algunos de los saqueadores han sido capturados con armas, identificados como del gobierno y sin duda hay temor de una posible campaña por el régimen para crear la anarquía, sembrar el temor y el caos como la única. Pero hasta ahora, el valor ha triunfado sobre el miedo.
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Una relación incierta: Egipto e Israel
Una de las grandes incertidumbres es cómo el impacto de la transformación actual afectará a los lazos, orquestados por EEUU, entre Egipto e Israel. El tratado de paz de Camp David en 1979, el primero firmado por un estado árabe con Israel, sigue siendo la pieza central de la doctrina de la seguridad de Israel y el núcleo de la relación de EE.UU. y Egipto. Las autoridades israelíes, no es de extrañar, están aterrorizadas ante la perspectiva del colapso del régimen de Mubarak. Como ex embajador de Israel de Egipto señaló: "Las únicas personas en Egipto que están comprometidos con la paz son las personas del círculo íntimo de Mubarak y si el próximo presidente no es uno de ellos, vamos a estar en problemas".
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Tácitamente reconociendo que la relación de Israel con el gobierno egipcio es posible sólo porque no hay rendición de cuentas democrática en Egipto, el viceprimer ministro, Silvan Shalom, fue más allá, diciendo que "si los regímenes de vecinos del Estado de Israel son reemplazados por sistemas democráticos, la seguridad nacional de Israel de manera significativa se vería amenazada”.
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Sin embargo, dos cosas sobresalen. En primer lugar, las demandas de los manifestantes están mayoritariamente centradas en los problemas internos de Egipto - libertad, derechos humanos, economía – y aglutinadas en la demanda de poner fin a la dictadura de Mubarak. Aunque es cierto que la inmensa mayoría de la gente en las calles no están contentos con las décadas de de colaboración en la ocupación de Israel de Gaza y más allá, esta no es su prioridad. En segundo lugar, es poco probable que cualquier nuevo gobierno que llegue al poder, ya sea provisional o permanente, se encamine hacia una ruptura a gran escala con los Estados Unidos e Israel, como el "desconocimiento" del acuerdo de paz de Camp David. Aparte de todo lo demás, los 1.500 millones de dólares que los EE.UU. ofrecen de ayuda a Egipto cada año se basan en los términos de Camp David. Ningún gobierno egipcio nuevo es probable que renunciase a eso, al menos de inmediato.
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¿Qué es una posibilidad probable para cualquier nuevo gobierno, transitorio o provisional, buscando la credibilidad de su propio pueblo? Sin duda, sería un movimiento inmediato para abrir el paso fronterizo de Rafah entre Egipto y Gaza, lo que permite la libre circulación de personas y mercancías. Que no terminaría, pero neutralizará en gran medida de la ocupación israelí y el asedio de Gaza. Esto permitiría a los estudiantes palestinos llegar a sus escuelas en el extranjero, permitiría a los pacientes buscar tratamiento médico en Egipto o en otros lugares, y permitir que las familias simplemente saliesen del hacinamiento de la diminuta Franja que ha sido una prisión para los 1,5 millones de palestinos que allí por lo menos los últimos cinco años. Sería una gran jugada, que termina el apoyo del Estado árabe y el sustento de las políticas de ocupación de Israel. Hay un peligro, por supuesto, que la respuesta de Israel sería una afirmación de que debido a que Israel está ahora más aislado necesita más ayuda militar y un compromiso de EE.UU. para apoyar una aún más la postura agresiva en la región, tales como un nuevo asalto contra Gaza o Líbano o incluso un ataque contra Irán. Israel probablemente rechazaría cualquier pedido de EEUU de nuevas negociaciones.
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Sin embargo, dado el continuo fracaso de las conversaciones, ya que no está basado en los requisitos de los derechos humanos y del derecho internacional, el fin de la ilusión del "proceso de paz" podría ser una buena cosa. Se requerirá una gran cantidad de la educación y la movilización aquí en los Estados Unidos para mantener lejos a nuestro gobierno de un abrazo de un aún más militarizado Israel. Pero un nuevo Oriente Medio sin por lo menos algunas de las dictaduras respaldadas por EE.UU. en todo el mundo árabe, todavía significa nuevas posibilidades de una paz justa basada en el derecho internacional y los derechos humanos.
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El que está en juego para Washington
La apuesta de los Estados Unidos en el derrocamiento de Mubarak y el aumento de - lo que todos esperamos que sea - una verdadera democracia, un gobierno basado en las personas de una especie totalmente nueva en Egipto, no podría ser mayor. En el pasado, además de la relación con Israel, Estados Unidos necesitaba Egipto, el mayor país árabe, para asegurar que el resto del mundo árabe siguiese siendo un bastión pro-estadounidense. En 1991 los Estados Unidos estaba desesperado por una "coalición árabe" para unirse a su guerra contra Saddam Hussein, por lo que Egipto fue clave. A pesar de la oposición pública masiva, la aprobación de Mubarak llevó a la coalición árabe contra Irak. (Washington perdonó el 50% de la deuda externa de Egipto como gesto por este apoyo).
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La pregunta ahora es ¿qué ha cambiado? ¿Tiene temor Washington todavía a que una verdadera independencia de Egipto sea peligrosa, porque el mantenimiento de los aliados árabes esclavos sigue siendo clave para mantener la hegemonía de EE.UU. en todo el Oriente Medio? Los Estados Unidos tiene bases militares en Egipto, vale la pena Egipto para garantizar su acceso y control efectivo del canal de Suez, y se basa en Egipto para llevar a cabo el interrogatorio por todos los medios necesarios a los detenidos en la llamada "guerra global contra el el terror" ¿Qué podría ser diferente ahora?
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Durante la Guerra Fría, Washington temía que la falta de alineación de Egipto [fue uno de los fundadores del Movimiento de Países no Alineados] realmente significaba que estaba en el campo soviético, la estrategia de EE.UU. fue a sacarlo. En 1956 cuando Israel, Gran Bretaña y Francia atacaron Egipto en una campaña para arrebatarle el control del Canal, los Estados Unidos se pusieron del lado de Egipto para detenerlo, dando una nueva influencia EE.UU. en El Cairo. Pero no fue hasta 1970, cuando el presidente Gamal Abdel Nasser murió y llegó al poder Anwar Sadat que Estados Unidos logró sacar a Egipto totalmente del campo de los nacionalistas árabes y los movimientos no alineados y ponerlo en su propia órbita. Cuando el presidente Jimmy Carter negoció el tratado de Camp David en 1979 con Sadat y el primer ministro israelí Menachem Begin, Egipto fue aislado en todo el mundo árabe. Sadat fue asesinado en 1981 como consecuencia de ello. Mubarak ha estado en el poder desde entonces.
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Otros gobernantes árabes como el rey saudita Abdullah y el rey jordano Abdullah II están en el lado de Mubarak: Abdullah ha "condenado" las protestas, y Abdullah II fue "tranquilizado" en una llamada con Mubarak. Según al-Jazeera, los medios de comunicación oficiales palestinas informaron de que el presidente palestino, Mahmoud Abbas, llamó por teléfono a Mubarak y "reafirmó su solidaridad con Egipto y su compromiso con su seguridad y estabilidad". Traducción: "Egipto" = su régimen, no su pueblo. De hecho el 29 de enero, según Human Rights Watch, la fuerza de Abbas en Ramallah, la policía disolvió una manifestación palestina en solidaridad con Egipto.
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¿La administración de Obama empieza a comprender los límites de la capacidad de Washington para influir, y controlar, en los acontecimientos en el país árabe que durante mucho tiempo ha visto como su aliado más cercano? ¿O se trata, como en 1978, pocos meses antes de que el Shah de Irán fue obligado a salir del poder por un levantamiento popular masivo, cuando Carter brindó por el sha como una "isla de estabilidad" en Oriente Medio?
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Los funcionarios de la administración Obama no han sido sordos. Por lo menos retóricamente, hay un cierto reconocimiento de que este es ya un muy nuevo Oriente Medio. El 26 de enero, el presidente Obama expresó su apoyo a un gobierno que responda a las aspiraciones del pueblo egipcio. La secretaria de Estado Hillary Clinton reconoció que el nombramiento de un vice-presidente y nuevo primer ministro no fue suficiente para responder a las preocupaciones de su pueblo. Eso es importante - la defensa del régimen de Mubarak y su versión de "estabilidad" ya no es el único tema sobre la mesa de EEUU. Pero sin embargo no lo están haciendo muy bien todavía. El portavoz de Clinton, PJ Crowley, admitió que el gobierno estaba "viendo" la ayuda militar concedida a Egipto todos los años, pero no dijo que Washington estuviese dispuesto a cortarla. Tanto Obama como Clinton están haciendo hincapié en la necesidad de una "ordenada" transición - y dado que el actual levantamiento popular en las calles no plantea eso lo de ordenada suena muy parecido a este gobierno no está aceptando esta transición en sus propios términos.
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Clinton declaró explícitamente que Estados Unidos no ayudaría a reformas que no lleven a la democracia. Y en una clara referencia a la Hermandad Musulmana, dijo que Washington no favorece una transición donde eche raíces una nueva forma de opresión. Una se pregunta, si Obama y Clinton piensan realmente que EEUU todavía tiene el poder, y mucho menos la derecha, para decidir lo que es una transición lo suficientemente "ordenada". ¿Es realmente Washington el que tiene que elegir el tipo específico de democracia o de fuerzas que que pudieran ser admitidas a participar en un gobierno de transición post-Mubarak?
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La esperanza
Ciertamente, todas estas consideraciones pueden cambiar rápidamente. La aparición de una oferta específica de negociaciones por el frente amplio de oposición conocido como la Coalición Nacional para el Cambio, liderada por el ex jefe de la Atómica OIEA y premio Nobel, Mohamed ElBaradei, podría significar un cambio en la posición de Washington. Si el gobierno de Obama deja claro que se trata de poner fin al apoyo financiero para Mubarak, y que da la bienvenida a las negociaciones como base para una verdadera solución de la crisis, los debates de urgencia podría tener lugar de inmediato entre el régimen de Mubarak y la oposición que podría llevar rápidamente a Mubarak y sus principales funcionarios a dimitir y una transición a un gobierno interino.
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Por supuesto que tal medida podría tener lugar de cualquier manera sin la aprobación de EEUU. Pero en un momento en que parece haber por lo menos un mínimo de reconocimiento en la Casa Blanca acerca de la profundidad de este mar de cambios en Medio Oriente, tal vez no es demasiado esperar que el gobierno de Obama tratará de moverse con la historia, y no en contra. La presión está en marcha. La oposición de Egipto ha llamado a una huelga general el lunes, 31 de enero y el martes, 1 de febrero para una "protesta de los millones".
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EE.UU. se enfrenta a un desafío estratégico en el Medio Oriente más allá incluso de lo que muchos estrategas de la Casa Blanca y del Pentágono reconocen. Los años en los que Washington tenía la última palabra en la región basada en las exigencias del petróleo, Israel y una versión de "estabilidad" han quedado definitivamente atrás. Una posibilidad es que los EE.UU. simplemente pierdan, una pieza más del imperio que se desmorona. Al igual que en América Latina, donde las dictaduras militares respaldadas por EE.UU. dieron origen a las versiones civiles con respaldo de Washington mientras continuó apoyando a los militares pero finalmente perdió el poder ante unos movimientos sociales organizados exigiendo mucho cambios más fundamentales, los EE.UU. sólo podría perder influencia en el Oriente Medio.
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Hay, sin embargo, otra posibilidad, a través del cual EE.UU. - no Washington, sino el pueblo de los Estados Unidos - en realidad podría ganar una mayor influencia, mayor seguridad real y mayor estatura en el mundo. Para ello sería necesario algo más que una "nueva estrategia en Oriente Medio." Eso significaría cambiar la misma definición de "estrategia" e "intereses estratégicos" que ha dado forma a la política exterior de los EE.UU. durante generaciones. Si la administración Obama adoptase un enfoque totalmente diferente, basado en un compromiso real con la igualdad global y el internacionalismo, un serio compromiso con el derecho internacional y el respeto de otras naciones, una nueva comprensión de los derechos de las personas, no sólo los gobiernos, para determinar su propio futuro, imagínense lo que sería una "nueva estrategia para Oriente Medio". El imperio de EE.UU. se derrumba en el Oriente Medio.
Los verdaderos intereses del pueblo de los Estados Unidos no tienen por qué hacerlo.
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Ya Washington ha perdido una gran parte de su poder e influencia en la región. Pero como mi colega y experto regional Joshua Landis, señaló, “mientras Bush habló de democracia y promovió la guerra civil y las dictaduras, tal vez Obama sea recordado como el presidente de los EEUU que dejó caer a los dictadores y apostó por la democracia”. Esa no sería una mala herencia.
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Phyllis Bennis es miembro del Instituto de Estudios Políticos de EEUU.
Nota del CEPRID: este artículo fue escrito el día 30 de enero. La rapidez con que se producen los acontecimientos hace que algunas partes se hayan quedado algo desfasadas, pero el análisis global que hace no pierde valor alguno.

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sábado, novembro 20, 2010

Israel - Terrorismo de Estado

  • Rui Paz

É chocante a falta de vergonha com que este filme imperialista se desenrola diariamente
O terror israelita
O governo israelita decidiu construir mais 1300 fogos em Jerusalém Oriental, num colonato judaico que já contém 800 habitações ilegais. Estes colonatos estão a ser construídos em solo palestiniano ocupado desde 1967. São actos provocatórios completamente arbitrários onde um Estado, protegido, financiado e armado pelos Estados Unidos e pelos seus aliados europeus, comete os maiores crimes, expropria, deporta e sequestra impunemente populações inteiras. 
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As grandes potências da NATO cujos chefes se reúnem amanhã em Lisboa contemplam num silêncio cúmplice os crimes da maior potência militar e nuclear do Médio Oriente como se isso fosse a coisa mais natural deste mundo. 
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De facto, qualquer Estado que apoie activamente a causa do povo palestiniano vê automaticamente apontado contra si o espectro da sua total destruição. A política de terrorismo de Estado que Israel pratica contra o povo palestiniano e os povos vizinhos como o Libanês é semelhante àquela que a aliança militar tem vindo a praticar nos Balcãs, no Iraque ou no Afeganistão.

É chocante a falta de vergonha com que este filme imperialista se desenrola diariamente diante dos nossos olhos e como a ditadura étnico-religiosa israelita alastra impunemente na Palestina com os atentados à livre circulação da população dos territórios árabes; a humilhação da multiplicação dos pontos de controlo com horas e dias de espera; a expropriação e roubo das melhores terras aráveis e dos melhores reservatórios de água palestinianos; o emparedar de um povo inteiro condenado a viver numa prisão gigantesca; os ataques contra a autoridade palestiniana em Ramallah e a prisão de ministros e deputados eleitos pelo povo; a intensificação do bombardeamento e genocídio da população civil, como aconteceu ainda recentemente em Gaza com a operação Chumbo Fundido; o recurso à pirataria marítima para impedir a ajuda e solidariedade internacionais contra o embargo criminoso e desumano; o assassínio de funcionários palestinianos em Estados Árabes utilizando documentos falsos obtidos em estados membros da NATO sem receio de quaisquer consequências.

Só quem estiver cego face à realidade poderá acreditar que o actual regime de Telavive alguma vez desejará a paz e o respeito pelos direitos soberanos do povo palestiniano. Desde 1948 que Israel é o agressor e procura por todos os meios - e em primeiro lugar pelo terror - impedir a proclamação de um Estado Palestiniano. 
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A doutrina que vem sendo sistematicamente seguida por Israel foi formulada claramente pelo primeiro-ministro Menachem Begin: «nunca reconheceremos a partilha. “Eretz Israel” será recuperado pelo povo israelita na sua totalidade e para sempre»1. As potências imperialistas com os Estados Unidos à frente enganam descaradamente o mundo e o povo palestiniano quando fazem piedosas declarações contra a construção dos colonatos. O seu objectivo é juntamente com o regime israelita fazer desaparecer progressivamente do mapa a Palestina para ficarem com as mãos livres para se apoderarem do petróleo do Médio Oriente e impor os seus planos de domínio geoestratégico da região.

Lutar pelo fim do terror israelita, pelo direito de regresso dos exilados e pelos direitos do povo palestiniano ao seu Estado soberano, nas fronteiras anteriores a 1967 com a capital em Jerusalém Oriental é uma questão vital para a paz mundial.
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1 (Noam Chomsky. «A ferida aberta. Israel, os palestinianos e a política dos EUA» – 2003 Hamburgo)
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Avante 2010 11 18
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sábado, outubro 23, 2010

Israel inicia construção de 600 casas em território palestino

Mundo

Vermelho - 21 de Outubro de 2010 - 11h57

O governo sionista começou a construção de mais de 600 casas em território palestino ocupado da Cisjordânia desde que encerrou — no dia 27 de setembro — a moratória parcial dos assentamentos na região. O recomeço das obras é visto por parte da comunidade internacional como um grande obstáculo para a paz na região.

De acordo com Hagit Ofran, encarregada de acompanhar o avanço das colônias judaicas na ONG israelense Shalom Achshav (paz agora), a construção "avança rapidamente".

“Está quatro vezes mais rápido do que antes da moratória, porque durante dez meses não puderam construir muito e agora estão tratando de fazer o máximo possível”.

Segundo Hagit, existem outras 13 mil unidades habitacionais que já contam com todas as licenças necessárias do governo israelense para a construção. Os colonos aceleraram as obras diante do temor de que, se o processo de paz com os palestinos for reativado, o governo de Benyamin Netanyahu anuncie nova ordem de interrupção temporária das obras.

No último dia 15, o Ministério de Habitação israelense voltou a ser criticado na esfera internacional após convocar um concurso público para a construção de 238 imóveis para judeus em duas colonias em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado desde 1967.

A direção da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) têm afirmado que só irão retomar as negociações de paz com Israel quando este cessar a instalação de colônias em seu território, postura que conta com o apoio da Liga Árabe.


Da redação com agências

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terça-feira, junho 08, 2010

Judeus alemães levarão mantimentos a Gaza em nova frota

Mundo

Vermelho - 7 de Junho de 2010 - 11h55

Israel e o sionismo estão conseguindo o impensável. Colocar os judeus contra eles. O assassinato cruel pelas tropas de Israel de 9, 19 ou mais de 50 libertários, quando navegavam em direção a Gaza carregados de ajuda humanitária, continua causando comoção e indignação da humanidade.


Por Georges Bourdoukan

Agora quem vai protestar são os membros da Organização Voz Judaica da Alemanha para a Paz no Médio Oriente

Já estão preparando uma Flotilha da Liberdade para seguir em direção à Palestina Ocupada.

Katie Laitrer, membro da organização, diz que os judeus alemães ficaram “assustados” não com o Hamas, mas pela virulência da soldadesca israelense.

“Pretendemos sair em julho”.

Explicou que inicialmente pretendiam seguir em apenas um barco, mas devido ao interesse de judeus de diversas partes do mundo em aderir, provavelmente haverá outros barcos.

Ela acusou Israel de agir “criminosamente” contra os membros da Flotilha da Liberdade. E que Israel “não deve agir como piratas”.

"Katie afirmou que já esteve em Gaza e foi muito bem tratada.

"Nós também conversamos com os gazenses recentemente e eles estão muito ansiosos por nossa vinda. Estamos assustados com o que aconteceu no Marmara, mas se você está empenhado em fazer coisas boas, você tem que agir. Pessoas também foram mortas na luta contra o fascismo”

Edith Lutz, outra membro da Organização judaica alemã informou que "dois anos atrás, participou da Flotilha Gaza Livre e quando chegou a Gaza, crianças perceberam que ela usava uma estrela de Davi.

“Fui cercada de crianças que diziam – olha, ela é judia. Quando nos encontramos com Ismail Hanieh (líder do Hamas) e o informaram que eu era judia, ele virou para mim e disse que o Hamas não tem nada contra os judeus ou israel, apenas contra a ocupação”.

Essas informações foram extraídas do jornal israelense Yediot Aharanot e pode ser lida em
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  • Lula e o ridiculo

    07/06/2010 15h48 Ridicularizar o presidente Lula não é monopólio dos "humoristas" israelenses, no Brasil 10 em 10 humoristas só representam o presidente de forma depreciativa, algumas ultrapassando com folga os limites do mau gosto, porém com toda essa caricatura com a figura do presidente acaba tendo o efeito contrario ao pretendido pois o torna uma figura ainda mais popular.
    Forrest Gump
    Boston - AC
  • Um exemplo dos judeus alemães para os judeus de Israel

    07/06/2010 12h30 Apesar da lei arcaica que inibe qualquer pessoa de dizer o que pensa , quando se trata de judeus e de os magistrados academissistas aplicarem a lei através de manuais, vou tentar ser breve no comentário. Estou muito satisfeito com a atitude dos judeus alemães. Eles estão dando uma grande contribuição para a paz na região. Israel está indo atrás de guerras, conflitos, provocações e vinganças. Não eh assim que Israel conseguirá uma boa imagem! Só aqui na América Latina , Nicarágua, Venezuela e Bolívia romperam relações diplomáticas com Israel. O Brasil poderia seguir os exemplos. Motivos não faltam. Até mesmo um programa humoristico de Israel chacota o Presidente Lula , comparando-o a um beberrão, mulherengo , ingênuo, burro, fanfarrão .... como está no site dos jornais . No mais eh acreditar que a paz vai vencer a guerra , e que o bem vai vencer o mal . Os judeus alemães estão dando um exemplo aos judeus de Israel. Só faltam os judeus do Brasil fazerem o mesmo , ou vão ficar inertes
    Décio Diniz Carvalho
    Belo Horizonte - MG
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domingo, junho 06, 2010

Militares israelitas assumem controlo do "Rachel Corrie"

De forma pacífica

05.06.2010 - 11:00
Militares israelitas subiram a bordo do navio "Rachel Corrie" que se dirigia para a Faixa de Gaza, depois de quatro avisos para a embarcação alterar a sua rota, mas afirmam que não foi utilizada violência.
O navio está a ser levado para o porto de Ashdod 
O navio está a ser levado para o porto de Ashdod (Baz Ratner/Reuters)

Segundo a BBC online, os militares não terão enfrentado qualquer resistência da tripulação do navio que transportava mil toneladas de ajuda para Gaza. "As nossas tropas subiram a bordo do navio e assumiram o controlo sem resistência por parte da tripulação e dos passageiros. Tudo se passou sem violência", precisou uma porta-voz militar à agência AFP.

O "Rachel Corrie", que foi interceptado em águas internacionais, está a ser levado para o porto israelita de Ashdod.

No "Rachel Corrie" seguem onze activistas, entre eles a Nobel da Paz da Irlanda do Norte Mairead Maguire e mil toneladas de ajuda para Gaza, sob bloqueio de Israel desde 2007, quando o movimento Hamas assumiu o controlo do território. O navio tem o nome de uma activista britânica morta em 2003 por um bulddozer israelita na Faixa de Gaza quando tentava impedir a demolição de casas palestinianas.

Autópsia revela que vítimas foram alvo de 30 disparos

A embarcação "Rachel Corrie" fazia parte da pequena frota com activistas pró-palestinianos que Israel impediu de chegar a Gaza no raide polémico de segunda-feira, mas teve um problema técnico que os organizadores da acção pensam poder ter sido sabotagem.

O jornal "The Guardian" revelou entretanto que os resultados da autópsia realizada aos nove activistas mortos segunda-feira na abordagem ao Mavi Marmara, o navio turco que encabeçava a frota pró-palestiniana. Segundo os exames, realizados a pedido do Ministério da Justiça turco, os nove homens foram atingidos por um total de 30 disparos e cinco deles morreram com ferimentos de bala na cabeça.

Segundo Yalcin Buyuk, vice-presidente do conselho de medicina forense turco, que realizou as autópsias, muitos dos disparos foram efectuados à queima-roupa, com armas de calibre 9 mm.

Israel, que tem sido alvo de uma chuva de críticas internacionais, alega que os militares agiram em auto-defesa.
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quinta-feira, junho 03, 2010

Dando nome aos bois: o que houve foi ‘pirataria’ e ’sequestro’

cons.jpg


Por Celso Lungaretti em 02/06/2010
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O número de visitantes do meu blogue deu um salto desde o ataque israelense à flotilha de ajuda humanitária a Gaza.
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.çÉ simplesmente repulsiva a forma como está sendo noticiado o episódio.
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Quase ninguém diz que se tratou de um ato de PIRATARIA. E foi. Não há outro nome para a agressão de um bando armado a embarcações civis em alto mar.
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E o que aconteceu com os ativistas que não foram mortos nem feridos pelo bando armado? Terão sido detidos, como se lê e ouve na mídia?
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Não, porque o bando armado não tinha autoridade para deter ninguém, muito menos em águas internacionais.
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O que houve não passou de um SEQUESTRO. Nem mais, nem menos. Então, nunca existiram 700 pessoas detidas, o que há são 700 pessoas sequestradas.
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Se quem as tivesse sequestrado fosse o governo de Chávez, Castro ou Ahmadinejad, a terminologia da mídia, com certeza, seria rigorosamente exata.
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Também é um embuste dá-los, agora, como deportados, já que não entraram em Israel por vontade própria, mas sim arrastados por sequestradores. Estão sofrendo mais uma violação dos seus direitos, ao não serem simplesmente soltos para ir onde quisessem, mas sim despachados na marra para um país que não escolheram.
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Em se tratando de Israel, os jornalistas pisam em ovos e são obrigados a utilizar os mais evasivos eufemismos.
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Depois, existe quem esteja perdendo tempo e desperdiçando espaço com análises sobre a ridícula alegação israelense de que seus assassinos teriam exercido o direito de autodefesa. O que não é sério, não devemos levar a sério, caso contrário nos acumpliciaremos com a desinformação
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Se qualquer barco é atacado por piratas no meio do oceano, a tripulação, sim, reage em legítima defesa.
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Os piratas, não. Eles estão simplesmente tentando neutralizar as vítimas, para concretizarem seu intento ilegal.
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Se, para tanto, as matam, o que fizeram foi cometer homicídio, por motivos vis. Ou seja, um crime dos mais crapulosos.
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Não são questões semânticas: a linguagem também pode servir para atenuar o impacto de episódios escabrosos, facilitando sua absorção e progressivo esquecimento.
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Os jornalistas que se mancomunam com esses contorcionismos retóricos, entretanto, não estão sendo imparciais, mas sim amorais. Ao contribuírem para a aceitação do inaceitável, fazem uma opção pela carreira, em detrimento da missão.
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Lembremos Brecht: “em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar”.
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Nove seres humanos valorosos deram a vida para que nada parecesse impossível de mudar. O mínimo que podemos fazer é honrar seu sacrifício.

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Charges

Vermelho - 2 de Junho de 2010 - 16h35

Charge de Latuff

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Fidel: O império e a guerra

América Latina

Vermelho  - 2 de Junho de 2010 - 16h00

Fidel: O império e a guerra

Há dois dias, em breves palavras, eu disse que o imperialismo não podia resolver o gravíssimo problema do consumo de drogas que assolam a população do mundo. Hoje desejo abordar outro tema, a meu juízo, de grande transcendência.

Por Fidel Castro

O atual perigo de que a Coreia do Norte seja atacada pelos Estados Unidos, a partir do recente incidente que teve lugar nas águas desse país, talvez possa ser evitado se o presidente da República Popular da China decidir utilizar o direito de veto, prerrogativa que este país não gostaria absolutamente de exercer nos acordos que se discutem no Conselho de Segurança da ONU.

Existe um segundo e mais grave problema para o qual os EUA não têm resposta possível: o conflito criado em torno do Irã. É algo que se via aproximar-se claramente desde que o presidente Barack Obama pronunciou seu discurso no dia 4 de junho de 2009, na Universidade Islâmica de Al-Azhar, no Cairo.

Em uma Reflexão que escrevi então, quatro dias mais tarde, quando dispus de uma cópia oficial do discurso, utilizei numerosas citações para analisar a importância do mesmo. Destacarei um número delas.

“Nos congregamos em um momento de tensão entre os Estados Unidos e muçulmanos ao redor do mundo…”

“… o colonialismo negou direitos e oportunidades a muitos muçulmanos, … a Guerra Fria frequentemente utilizava os países de maioria muçulmana como agentes, sem ter em conta suas aspirações próprias.”

Impressionavam realmente esse e outros raciocínios na boca de um presidente afroamericano, que pareciam verdades evidentes como as contidas na Declaração da Filadélfia, no dia 4 de julho de 1776.

“Vim aqui buscar um novo começo para os Estados Unidos e os muçulmanos ao redor do mundo, que se baseie em interesses mútuos e no respeito mútuo…”

“Como nos disse o Sagrado Alcorão, ‘tenham consciência de Deus e digam sempre a verdade.’”

“… é parte de minha responsabilidade como Presidente dos Estados Unidos lutar contra os estereótipos negativos do Islã onde quer que surjam.”

Continuou, assim, bombardeando temas escabrosos do universo de contradições insolúveis que envolvem a política dos Estados Unidos.

“Em meio à Guerra Fria, os Estados Unidos desempenharam um papel na derrocada de um governo iraniano eleito democraticamente.”

“Desde a Revolução Islâmica, o Irã desempenhou um papel nos sequestros e atos de violência contra militares e civis estadunidenses.”

“Os estreitos vínculos dos Estados Unidos com Israel são muito conhecidos. Este vínculo é indissolúvel.”

“Muitos esperam, em acampamentos para refugiados na Cisjordânia, Gaza e terras circundantes, uma vida de paz e segurança que nunca tiveram.”

Hoje sabemos que sobre a população de Gaza cai, com frequência, uma chuva de fósforo vivo e outros componentes desumanos e cruéis, lançados sobre a Faixa, com fúria verdadeiramente nazi-fascista. Não obstante, as afirmações de Obama pareciam vibrantes e, em ocasiões, sinceras, tanto que as ia repetindo uma e outra vez, em meio de um corre-corre febril pelo mundo, onde quer que, a sua hora programada, chegasse o avião número um da Força Aérea dos Estados Unidos.

No dia 31 de maio, a comunidade internacional foi comovida com o assalto, em águas internacionais, a dezenas de quilômetros da costa de Gaza, de quase uma centena de soldados das forças especiais de Israel, que desceram de helicopteros durante a madrugada, disparando freneticamente contra centenas de pessoas, pacifistas de diversas nacionalidades, causando, segundo a imprensa, não menos de 20 mortos e dezenas de feridos. Entre as pessoas atacadas, que transportavam mercadorias para os palestinos sitiados em sua própria Pátria, havia cidadãos norte-americanos.

Quando Obama falou na Universidade Islâmica de Al-Azha da “derrocada de um governo iraniano eleito democraticamente’ e imediatamente acrescentou que “Desde a Revolução Islâmica, o Irã desempenhou um papel nos sequestros e atos de violência contra militares e civis…”, se referia ao movimento revolucionário promovido pelo Aiatolá Ruhollah Komeini, que, de Paris, sem uma só arma, esmagou as Forças Armadas do mais poderoso gendarme com que os Estados Unidos contavam no Sul da Ásia. Era muito difícil que a mais poderosa potência do mundo resistisse à tentação de instalar ali uma de suas bases militares, ao Sul da URSS.

Há mais de cinco décadas, os Estados Unidos haviam esmagado outra Revolução absolutamente democrática, quando derrotou o governo iraniano de Mohammad Mossadegh. Este foi eleito primeiro-ministro do Irã no dia 24 de abril de 1951. O senado aprovou a nacionalização do petróleo, que havia sido sua bandeira de luta, no dia 1 de maio deste mesmo ano. “Nossos largos anos de negociações com países estrangeiros – declarou – não deram resultado até agora.”

É óbvio que estava se referindo às grandes potências capitalistas, que controlam a economia mundial. O Irã tomou posse das instalações ante a intransigência da British Petroleum, que então se chamava Anglo-Iranian Oil Company.

O país não tinha possibilidade de formar técnicos. A Grã-Bretanha havia retirado seu pessoal qualificado, e respondido com bloqueio de peças e mercados. Enviou sua frota de guerra em ação de combate ao país. Como resultado, a produção petroleira do Irã diminuiu de 241,4 milhões de barris em 1952, a 10,6 em 1953. Nessas condições favoráveis, a CIA organizou o golpe de Estado que derrubou Mossadegh, até sua morte que teve lugar três anos depois. A monarquia foi restabelecida e um poderoso aliado dos Estados Unidos ascendeu ao poder no Irã.

Os Estados Unidos não fizeram outra coisa com os demais países que não seja isto; desde que se criou esta nação nos solos mais ricos do planeta, não respeitou nunca os direitos dos povos indígenas, que ali viveram durante milênios, e de negros, que foram importados como escravos pelos colonizadores ingleses.

Estou seguro, entretanto, de que milhões de norte-americanos inteligentes e honestos compreendem estas verdades.

O presidente Obama pode pronunciar centenas de discursos, tratando de conciliar contradições que são inconciliáveis em detrimento da verdade, sonhar com a magia de suas frases bem articuladas, enquanto faz concessões a personalidades e grupos totalmente carentes de ética, e desenhar mundos de fantasias que só cabem em sua cabeça e que assessores sem escrúpulos, conhecendo suas tendências, plantam em sua mente.

Duas perguntas obrigatórias: poderá Obama desfrutar as emoções de uma segunda eleição presidencial sem que o Pentágono ou o Estado de Israel, que em seu comportamento não acata de forma alguma as decisões dos Estados Unidos, utilizem suas armas nucleares no Irã? Como será a vida em nosso planeta depois disso?

Fonte: Cuba Debate 
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Na ONU, ministro turco condena Israel por ataque

 

Mundo

Vermelho - 2 de Junho de 2010 - 10h12

Na ONU, ministro turco condena Israel por ataque

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nesta segunda-feira (31) em caráter de emergência para discutir o ataque de Israel a embarcações que tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Durante seu discurso, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, classificou a ação das Forças de Defesa Israelenses como inadequadas e cobrou que Israel seja responsabilizado pelo ataque. 

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Abaixo o Vermelho reproduz na íntegra o discurso proferido pelo ministro turco.

Sr. Presidente:

Compareço hoje diante de você em resultado de um acontecimento muito triste e trágico em que um estado membro desta augusta casa cometeu um crime grave em desrespeito total a todos os valores que juramos manter desde o estabelecimento do sistema das Nações Unidas.

Estou perturbado com o fato de que as Forças de Defesa Israelenses atacaram uma iniciativa multinacional e civil que transportava ajuda humanitária para Gaza em águas internacionais, a 72 milhas náuticas (133,34 km) da costa para ser exato, matando e ferindo muitos civis. Esta ação foi desnecessária e inadequada. As ações israelenses constituem uma grave ruptura do direito internacional.

Em termos simples, isto é o equivalente a banditismo e pirataria. Isto é assassínio efetuado por um estado. Não há desculpas, não há justificação possível. Uma nação que segue este caminho perdeu a sua legitimidade como membro respeitoso da comunidade internacional.

A flotilha civil multinacional composta por uns poucos navios e um total de cerca de 600 pessoas de 32 países, transportando ajuda humanitária para a empobrecida Gaza foi ilegalmente atacada na manhã de hoje. O único objetivo desta missão civil era providenciar o alívio muito necessário aos filhos da Gaza ocupada que têm estado sob o ilegal e desumano bloqueio israelense durante anos. Os navios não representavam uma ameaça ao Estado de Israel ou a qualquer outro estado.

A ajuda humanitária estava a caminho de criança que foram despojadas das suas oportunidades de viverem como crianças e desfrutarem todos os confortos básicos que a sua e as nossas crianças têm como garantido. Estas crianças não sabem de onde virá a sua próxima refeição. Elas não têm abrigo ou vivem em condições extremamente desprovidas. Elas não recebem educação; elas não têm futuro em que possam contribuir para uma Palestina e região pacíficas e estáveis.

Sr. Presidente,

Os navios transportam bens de conforto e instalações tais como playgrounds que recordariam às crianças a sua condição de crianças. Eles transportavam necessidades muito básicas como medicações para câncer e leite em pó para fortalecer o crescimento e a saúde das crianças na ausência de leite adequado. A comunidade internacional tem sido testemunha desta tragédia humanitária durante anos, deixando de atuar. E hoje é onde nos encontramos.

Hoje observamos através da cobertura ao vivo um ato de barbárie em que a provisão de ajuda humanitária foi punida através da agressão em alto mar, a 72 milhas das águas internacionais. Hoje muitos trabalhadores da ajuda humanitária retornam em sacos para cadáveres. E Israel tem sangue em suas mãos. Isto não foi ao largo da costa da Somália ou nos arquipélagos do Extremo Oriente onde a pirataria ainda acontece. Isto foi no Mediterrâneo onde tais atos não são a norma. Isto foi onde precisamos de bom senso. Isto foi onde a civilização emergiu e floresceu e onde as religiões abrâmicas ganharam raízes. Estas são religiões que pregam a paz e ensinam-nos a estender a nossas mãos quando outras estão em estado de necessidade.

A utilização da força foi não só inapropriada como também desproporcionada. O direito internacional dita que mesmo em tempo de guerra, civis não devem ser atacados ou feridos. A doutrina da autodefesa não serve de modo algum para justificar as ações tomadas pelas forças israelenses. A liberdade em alto mar constitui um dos mais básicos direitos sob a lei internacional do mar, incluindo o direito internacional costumeiro. A liberdade de navegação é uma das mais antigas formas das normas internacionais, datando de há muitos séculos.

Nenhum navio pode ser travado ou abordado sem o consentimento do capitão ou do estado bandeira. A lei permitindo tal ação em casos excepcionais está claramente declarada. Além disso, qualquer suspeita de violação da lei por parte do vaso e da sua tripulação em alto mar não absolver o estado interveniente dos seus deveres e responsabilidades sob a lei internacional aplicável. Tratar a entrega de ajuda humanitária como um ato hostil e tratar os trabalhadores da ajuda como combatentes é um reflexo de um perigoso estado mental, com efeitos deletérios para a paz regional e global. Portanto, as ações israelenses não podem ser consideradas legais ou legítimas. Qualquer tentativa de legitimar o ataque é fútil.

Sr. Presidente,

Esta ação inaceitável foi perpetrada por aqueles que no passado aproveitaram de navios a transportar refugiados e que escapavam de uma das piores tragédias do século passado. Eles deveriam estar mais conscientes da importância da assistência humanitária, dos perigos e da desumanidade de guetos como aquele que atualmente testemunhamos na Gaza ocupada.

Tenho orgulho em representar uma nação que no passado ajudou aqueles que necessitavam a escaparem do extermínio.

Após o ato de agressão, ouvi declarações oficiais a afirmarem que os civis nos navios eram membros de um grupo islâmico radical. Entristece-me ver que responsáveis de um estado caiam tão baixo a ponto de mentir e lutar para criar pretextos que legitimariam as suas ações ilegais. Contudo, a flotilha consiste de cidadãos de 32 países. Todos eles civis, representando muitas fés, a cristandade, o Islã, o Judaísmo e pessoas de todos os credos e origens. Ela representa a consciência da comunidade internacional. Ela é um modelo das Nações Unidas.

Portanto, isto foi um ataque às Nações Unidas e aos seus valores. O sistema internacional sofreu uma pancada brutal e agora é da nossa responsabilidade retificar isto e fazer com que o bom senso e o respeito para com o direito internacional prevaleçam. Devemos ser capazes de mostrar que a utilização da força não é uma opção a menos que claramente declarada em lei. Devemos manter nossos compromissos e punir aqueles que os infringem. O sistema deve consertado. Caso contrário a confiança das pessoas no sistema, nos seus líderes, em nós, será demolida.

Nenhum estado está acima da lei. Israel deve estar preparado para enfrentar as consequências e ser responsabilizado pelos seus crimes.

Sob tais condições, qualquer mínima oportunidade que existia respeitante à paz e à estabilidade na região sofreu um sério retrocesso. O processo em curso foi sufocado por este simples ato único. Aparentemente é como se Israel houvesse efetuado um esforço extra a fim de negar quaisquer desenvolvimentos positivos e esperanças quanto ao futuro. Eles tornaram-se advogados da agressão e da utilização da força.

Em vista de tudo isto, hoje, apelo ao povo de Israel a que exprima o seu horror em relação a esta malfeitoria. Ele não deve permitir outra ação flagrante que permita mais uma vez apresentar Israel como um agressor. Ele deve dar passos para restabelecer o seu status como um parceiro crível e membro responsável da comunidade internacional.

A Turquia gostaria de ver o Conselho de Segurança a reagir fortemente e adotar hoje uma Declaração Presidencial condenando fortemente este ato israelense de agressão, exigindo um inquérito urgente ao incidente e apelando à punição de todas as autoridades e pessoas responsáveis. Apelo a este Conselho a que avance e faça o que dele se espera.

Esperamos que seja incluída na decisão o que se segue. Israel deve desculpar-se junto à comunidade internacional e às famílias daqueles que foram mortos e feridos no ataque. Um inquérito urgente deve ser empreendido. Um severo sentido de desgosto e advertência deve ser emitido pelas Nações Unidas. Israel deve ser instado a obedecer o direito internacional e os direitos humanos básicos.

Aos países envolvidos deve ser permitido recuperarem seus mortos e feridos de imediato. Os navios devem ser expressamente libertados e permitidos entregarem a assistência humanitária ao seu destino. As famílias dos mortos, feridos, ONBs e companhias de navegação envolvidas devem ser plenamente compensadas. O bloqueio de Gaza deve ser finalizado imediatamente e toda assistência humanitária deve ser permitida que entre.

Gaza deve ser tornada um exemplo desenvolvendo-a rapidamente, para torná-la uma região de paz. A comunidade internacional deve ser convidada a contribuir.

Sr. Presidente,

Este é um dia negro na história da humanidade pois a distância entre terroristas e estados foi borrada. Qualquer um que obstrua o restabelecimento da dignidade e do respeito da ordem internacional mundial terá de responder perante a opinião pública mundial.

Cabe-nos mostrar que todos os estados estão limitados pelo direito internacional e pelos valores humanos. A Turquia está preparada para arcar com a sua responsabilidade quanto a isto. Estou certo de que este é o nosso objetivo comum.

Para finalizar, saúdo todos os trabalhadores humanitários que diligenciaram proporcionar ajuda. Trata-se de pessoas na vanguarda. Apresento as minhas condolências às famílias daqueles que deram as suas vidas nesta tentativa quaisquer que sejam os seus antecedentes, a sua religião ou a sua etnia. Partilho da sua dor.

De acordo com a tradição abrâmica e a minha crença, matar um ser humano é matar a humanidade como um todo. Ontem a humanidade afogou-se nas águas internacionais do Mediterrâneo.

Fonte www.resistir.info 
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Israel mais isolado: Egito abre acesso à Faixa de Gaza

 

Mundo

Vermelho - 2 de Junho de 2010 - 15h32

Após o ataque de Israel à frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, ordenou, nesta terça (01), a abertura da passagem de Rafah, única entrada da Faixa de Gaza que não é controlada por Israel. O objetivo é permitir a entrada de ajuda humanitária e a saída de doentes do território palestino.

A passagem foi fechada em junho de 2007, quando o grupo islâmico Hamas tomou o controle do território palestino, após expulsar as forças leais ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Desde então, o Egito só a abre esporadicamente, para permitir a saída de palestinos feridos em ataques israelenses.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores egípcio, Hossam Zaki, disse que seu país manteria esforços destinados a aliviar o sofrimento dos cidadãos palestinos em Gaza pelo envio de remédios e de qualquer tipo de ajuda procedente de países árabes e ocidentais.

Terrorismo de Estado

Já nesta quarta, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, classificou de "terrorismo de Estado" o violento ataque israelense, durante uma conferência em Belém (Cisjordânia)."Nosso povo foi exposto ao terrorismo de Estado quando Israel atacou o comboio da liberdade. O mundo inteiro, com o povo palestino, enfrenta este terrorismo", declarou.

Abbas falou durante uma conferência internacional sobre investimentos na Palestina, na qual fez um minuto de silêncio em memória dos ativistas mortos. Ele também disse que pedirá ao presidente dos EUA, Barack Obama, que tome "decisões corajosas para mudar a face do Oriente Médio".

"Minha mensagem a Obama durante nossa entrevista em Washington, na próxima semana, será que precisamos de decisões corajosas para mudar a face da região", enfatizou.

EUA: declaração cercada de cautela

O ataque ao comboio humanitário obrigou os Estados Unidos, tradicionais aliados de Israel, a se posicionarem sobre a questão da Faixa de Gaza. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que a situação na Faixa de Gaza é "insustentável e inaceitável" e não pode durar mais tempo. O pronunciamento, contudo, foi cercado de cautela e passou longe de uma condenação ao ataque.

"As necessidades legítimas de segurança por parte de Israel precisam ser garantidas, assim como as necessidades legítimas dos palestinos por assistência humanitária e acesso regular a material de reconstrução", disse Clinton. Hillary também pediu a todos os envolvidos que sejam "cuidadosos" em suas reações ao ataque.

"Eu acho que a situação, de nossa perspectiva, é muito difícil e requer reações cuidadosas, pensadas de todos os envolvidos", disse a jornalistas. Na contramão do que defendem os outros países, a secretária de Estado afirmou ainda que Washington apóia uma investigação israelense sobre o ataque ao comboio. Resta saber que credibilidade teria uma apuração promovida justamente pelo autor da agressão.

ONU condena ataque, não Israel

O Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou nesta quarta uma resolução exigindo "investigação internacional" sobre a intervenção militar israelense. A resolução estipulando "o envio de uma missão internacional para investigar violações das leis internacionais" foi aprovada por 32 dos 47 membros do Conselho, enquanto três países pronunciaram-se contra, entre os quais, os EUA. A França e o Reino Unido se abstiveram.

Na terça, o Conselho de Segurança da ONU já havia condenado a ação militar e pediu uma investigação dos fatos, mas evitou criticar diretamente o governo de Israel. A ONU lamentou "a perda de vidas humanas", mas não lançou nenhuma condenação contra o autor do ataque.

Além disso, a nota de 24 linhas classifica a situação de Gaza como "insustentável" e sublinha que a solução possível para o conflito árabe-israelense é através de negociações bilaterais. Pouco depois do pronunciamento da ONU, o governo israelense disse que a condenação era "hipócrita" e que o Conselho de Segurança sequer teve tempo para analisar os fatos.

Brasil acusa violação ao direito internacional

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, reforçou as críticas ao ataque de Israel e defendeu uma investigação internacional. "Há uma violação não só do direito humanitário como do direito internacional como um todo, pelo menos na aparência. Aliás, uma aparência muito evidente. Mas creio que é sempre útil ter uma investigação completa sobre isto", assinalou Celso Amorim, durante audiência no Senado.

Para ele, a origem do problema é o bloqueio à Faixa de Gaza, que estimula o uso de passagens irregulares por onde podem entrar "até outras coisas" na região. O ministro citou o exemplo de uma escola que o Brasil, a Índia e a África do Sul se dispuseram a construir na Faixa de Gaza, mas ainda não puderam fazê-lo, porque não há material de construção disponível.

"Este bloqueio impede que a população de Gaza tenha acesso aos bens de que necessita, que não são só comida e roupas, mas também escolas e hospitais", referiu. Antes, o próprio presidente Lula defendeu que “o diálogo é a melhor forma de resolver. Não atirando, como Israel fez na segunda feira, num barco que estava em águas internacionais".

O governo brasileiro já havia condenado o ataque "em termos veementes" na segunda-feira, através de um comunicado emitido pelo Itamaraty.

Nicarágua congela relações com Israel

A Nicarágua, por sua vez, anunciou nesta quarta a suspensão de relações bilaterais com Israel. "O governo da Nicarágua suspende a partir desta data as relações diplomáticas com o governo de Israel", declarou à imprensa a porta-voz do governo e primeira-dama, Rosario Murillo, sem especificar por quanto tempo os vínculos diplomáticos estarão congelados.

Israel ainda não recebeu comunicação oficial sobre a suspensão de relações, em represália ao ataque que causou nove mortes e deixou dezenas de feridos. O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores israelense, Andy David assinalou que"se deduz que trata-se de uma suspensão de relações, não de uma ruptura de relações, mas não entendemos muito bem o que quer dizer a Nicarágua com isso".

Turquia protesta

Na Turquia, os protestos seguem intensos. Segundo a polícia turca, dois grupos de várias centenas de pessoas fazem guarda permanentemente em frente à residência do embaixador israelense em Ancara, Gaby Levi, e diante da embaixada. O ministro de Interior turco, Besir Atalay, garante que não houve incidentes de destaque, à exceção do protagonizado por um pequeno grupo que lançou garrafas de plástico contra a embaixada na noite de terça.

Atalay afirmou que a Polícia controlou o grupo, e as forças de segurança garantem a segurança dos diplomatas israelenses e de suas famílias. Em Istambul, a ONG IHH, uma das principais organizadoras da "Frota da Liberdade", disse que os manifestantes se reuniram na terça para protestar contra a ação israelense frente ao consulado insraelense.

Para esta quarta, foi convocado um protesto no turístico bairro de Sultanahmet, em Istambul. A ONG muçulmana Mazlumder, que tem um diretor dado como "desaparecido" no ataque israelense, convocou os cidadãos turcos a se reunirem perante o Palácio de Justiça de Sultanahmet para fazer um pedido coletivo para que Israel seja julgado por "crimes contra a humanidade".

Israel inicia deportações

Criticado por todos os lados, Israel expulsou nesta quarta centenas de ativistas estrangeiros pró-palestinos após a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de deportar todos os presos durante o ataque contra a flotilha. "Apenas um dos prisioneiros está atualmente na prisão", declarou o porta-voz da administração penitenciária israelense, Yaron Zamir.

Por sua vez, a porta-voz do serviço de imigração indicou que "404 passageiros da flotilha esperam para deixar o aeroporto Ben Gourion (em Tel Aviv) e 102 estão a caminho do aeroporto para serem repatriados". Cerca de 125 outros militantes expulsos por Israel foram levados para a Jordânia pelo posto fronteiriço da ponte Allenby.

Netanyahu advertiu que Israel manterá seu bloqueio à Faixa de Gaza, estabelecido há quatro anos, enquanto um cargueiro irlandês, o MV Rachel Corrie, é aguardado em Gaza para o início da semana. "Abrir uma rota marítima para Gaza representaria um grande perigo para a segurança de nossos cidadãos. É preciso, então, continuar com o bloqueio marítimo", afirmou o chefe de governo israelense em um comunicado.

"É verdade, há uma pressão internacional e críticas sobre nossa política. Mas é preciso compreender que ela é vital para preservar a segurança de Israel e seu direito de se defender", justificou Netanyahu. O governo irlandês exortou nesta quarta-feira Israel a permitir a passagem do MV Rachel Corrie, fretado por uma organização irlandesa e que transporta quinze passageiros, entre eles o prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire.

No início da tarde desta quarta-feira, mais da metade dos 682 militantes originários de 42 países que estavam a bordo de seis barcos da "flotilha da liberdade" já tinham sido expulsos.

Com agências

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  • Erro grosseiro

    02/06/2010 17h29
    Espero que esse site corrija imediatamente o erro grosseiro que está cometendo, quando afirma que Israel está deportando as pessoas. O que está havendo de fato é a libertação de pessoas sequestradas ilegalmente por uma gang de fascínoras das Forças armadas de israel. Não pode haver deportação de quem foi sequestrado em ato nítido de PIRATARIA, acompanhado de assassinato, pela gang israelense. Considerando todo respeito que tenho poo esse site, espero que essa correção seja efetuada o mais breve possível.
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    José Maria Hollanda Alvares Pimenta
    Rio de Janeiro - RJ
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