A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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domingo, maio 02, 2010

CGTP-IN marca manifestação nacional para 29 de maio

O secretário geral da CGTP-IN anunciou hoje a realização de uma grande manifestação nacional no dia 29 de maio em Lisboa, na sua intervenção no final das comemorações do 1º de Maio.(Ver vídeo no fim do texto)

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Lusa
19:54 Sábado, 1 de Maio de 2010 - Expresso
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Carvalho da Silva afirmou na sua intervenção hoje em Lisboa que a manifestação nacional visa "exigir novas políticas para o desemprego, a defesa do direito ao emprego e melhores condições salariais".  
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"Vamos fazer do dia 29 de maio um momento alto da luta dos trabalhadores. Da luta a favor dos trabalhadores, do progresso social e do desenvolvimento do país", disse o sindicalista perante os milhares de pessoas que participaram na manifestação do Dia do Trabalhador.  
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A manifestação anunciada por Manuel Carvalho da Silva foi ratificada pelos manifestantes, que aprovaram uma resolução em que consideram o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) "uma declaração de guerra aos direitos e ao nível de vida dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas, à proteção social e às funções sociais do Estado".  
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No longo discurso que fez, Carvalho da Silva também fez duras criticas ao PEC, dizendo que ele representa apenas "uma politica cega de consolidação orçamental" que impõe mais sacrifícios aos trabalhadores mas "não garante que daqui a 4 ou 5 anos a divida seja ainda maior".  
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"O défice é resultado dos milhares de milhões de euros que foram rapinados do Orçamento do Estado para tapar buracos do setor financeiro, que aconteceram por má gestão", acusou.  
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O sindicalista considerou, no entanto, que "o país tem futuro" mas para isso "é preciso cortar nas despesas desnecessárias". Carvalho da Silva salientou a importância da contratação coletiva na distribuição da riqueza e na melhoria das condições de vida e de trabalho. 
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"Na segunda metade do século XX não houve nenhum instrumento de governação que tivesse tanto efeito na distribuição da riqueza como a contratação coletiva", disse. "Por isso vamos continuar a mobilizar os portugueses e vamos intensificar a luta", acrescentou.  
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Aos jornalistas, Carvalho da Silva disse, no final do comício, a elevada participação dos trabalhadores neste primeiro de maio mostra que "a luta dos trabalhadores está em linha ascendente". "A mobilização vai crescer e teremos uma enorme manifestação a 29 de maio", afirmou.  
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Segundo Carvalho da Silva, que disse que a CGTP cruzou os seus dados com a polícia, participaram na manifestação de Lisboa cerca de 90 mil pessoas. 
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Mas no resto do país participaram também muitos milhares de pessoas, lembrou, citando os 4.000 participantes das manifestações de Évora ou Coimbra e os 5.000 de Aveiro.



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Preservativos e panfletos para convencer trabalhadores sexuais a aderirem ao 1º de Maio

Três activistas e dois trolleys carregados de preservativos e gel lubrificante percorrem a noite no Conde Redondo, Lisboa. Saíram à rua para fazer prevenção junto de trabalhadoras/es sexuais e apelar à adesão à manifestação contra o estigma no Dia do Trabalhador.

Muitas/os já sabem do que lhes falam. Na semana passada, outros rostos informaram-lhes sobre o MayDay e a inclusão das/os trabalhadoras/es sexuais na marcha do 1º de Maio.

"Prostituição é trabalho sexual. Trabalho sexual é trabalho!" são as palavras de ordem da convocatória, que desta vez partiu de quem faz do aluguer do corpo uma ocupação.

Não há organizadores formais, nem associações promotoras. Todos serão, hoje, entre o Largo de Camões e a Alameda, trabalhadoras/es sexuais.

"Apareçam no Martim Moniz às duas e meia", pedem-lhes, enquanto distribuem caixas com uma centena de preservativos. "Vamos estar todos de guarda-chuvas vermelhos", sinalizam.

Entre os três activistas - que pediram anonimato - há duas estreantes. O terceiro é uma cara já conhecida de muitas das pessoas que aguardam nas esquinas de uma das zonas de prostituição de Lisboa.

O movimento não é muito, mas lá se vão lançando olhares de carros, frequentemente de alta cilindrada. "É a crise, dantes gastava dez a quinze preservativos, agora até cinco é difícil. Eles passam, mas só olham, são sempre os mesmos", partilha um transgénero.

A idade começa a pesar, a paciência a faltar, confessa. Hoje com 44 anos, recorda como aos 20 "tudo era uma fantasia", enquanto abre os braços em pose de diva.

Já ouviu falar da manifestação de hoje - talvez lá passe - mas entretanto teve "algum juízo" e foi tratando "da reforma". Porque "tudo tem um princípio e um fim". 

 
Uma e meia da manhã e à porta de uma "casa de hóspedes" várias mulheres esperam clientes que nem sempre vêm. "Apanho três autocarros para vir para aqui e pago 25 euros para voltar para casa de táxi. Por isso, nem sempre venho", conta uma.

Manifestação? Nem pensar. "Tenho roupa para lavar e para passar. E só de pensar que a família poderia descobrir..."


Os preservativos e os panfletos entregam-se no primeiro andar. Uma senhora de bata cor-de-rosa abre a porta, com ar de dona de casa.

"Isto está muito vazio para final do mês", diz o activista repetente. O trolley palmilha mais umas quantas ruas, em direcção à zona das imigrantes brasileiras. Dois travestis confirmam os boatos - a polícia tem avisado: não saiam à rua quando o papa estiver de visita.

"Eles pensam que se vive da paz do senhor, que se come com a paz do senhor, que se veste com a paz do senhor, que se paga a renda com a paz do senhor", ironiza um.

Provavelmente não virá trabalhar nos dias em que Bento XVI estiver em Portugal. Até porque problemas com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras já tem de sobra: faltam poucos dias até que a ordem de expulsão seja uma realidade.

Partilha dúvidas com o grupo: "E se me casasse com um português? Agora posso, não é?"

Ainda não, se calhar é melhor apostar num contrato de trabalho, aconselham.


Lusa 

Prostitutas exigem a legalização da actividade e acesso à Segurança Social


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Notícias Dinheiro  |  01/05/2010

 

Contra o trabalho precário: parada MayDay juntou-se às manifestações pelo 3º ano consecutivo


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quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Fados do Tempo da Outra Senhora (15) - Menino do Bairro Negro



















Fados do
Tempo da Outra Senhora (15)

Menino do Bairro Negro

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
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Letra e música: José Afonso
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Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada «Menino do Bairro Negro».
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Então a zona mais pobre do Porto, a miséria do Barredo foi descoberta nos anos 40/50 pelo Padre Américo na sua peregrinação pelos bairros mais miseráveis do Porto. A sua Obra em favor das crianças mais desfavorecidas teve e tem ainda um eco de que o Barredo é o símbolo.
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Morreu em 1956 num desastre de automóvel, e logo o grande Bispo que então governava o Porto, D. António Ferreira Gomes, entendeu que essa obra e esse símbolo não poderiam acabar e, para os perpetuar, imediatamente idealizou o Centro Social do Barredo, a que deu Estatutos inéditos em Portugal.
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Não chegou a assistir ao seu arranque porque entretanto aconteceu a sua conhecida divergência do Dr. Salazar. De qualquer maneira, o Bispo que passou a governar a Diocese deu seguimento à ideia e, em 1961, o Centro Social do Barredo começou a funcionar numa velha, mas muito grande e bela, casa do século XVII, na Ribeira.
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Tinha, para além de um Jardim Infantil que foi dos primeiros que no Porto houve, um espaço para Ocupação dos Tempos Livres das crianças das escolas e estruturas de apoio às famílias pobres. As profissões então em voga na Ribeira não beneficiavam ao tempo de qualquer esquema social. Havia, também, um Posto Médico e de Enfermagem, praticamente gratuitos, e um bem apetrechado Serviço Social de apoio às famílias.
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Um dos primeiros problemas a que o seu Serviço Social se dedicou foi ao problema habitacional na zona, que era gravíssimo, com casas e quartos velhos e superlotados (10 pessoas e mais num só quarto). A população era muito maior do que hoje é (9.000 pessoas na freguesia contra menos de metade agora), a natalidade era enorme (famílias com 10 filhos e mais).

Gravuras:
Arlinda Correa Lima - Menino da Vila - Óleo sobre tela - 1951.
Yara Tupinambá - Casas Velhas e Favela - Xilografia - 1958.
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Audição Musical em
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Menino do Bairro Negro - Mariza

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