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"e como que a experiência é a madre das cousas, por ela soubemos radicalmente a verdade" (Duarte Pacheco Pereira)
A Internacional
__ dementesim
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Do rio que tudo arrasta se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.
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Quem luta pelo comunismo
Deve saber lutar e não lutar,
Dizer a verdade e não dizer a verdade,
Prestar serviços e recusar serviços,
Ter fé e não ter fé,
Expor-se ao perigo e evitá-lo,
Ser reconhecido e não ser reconhecido.
Quem luta pelo comunismo
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Só tem uma verdade:
A de lutar pelo comunismo.
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Bertold Brecht
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sábado, julho 11, 2009
Luta sindical nos EUA
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segunda-feira, julho 16, 2007

Forum Social nos EUA - Povos em luta
* John Catalinotto
Cerca de 10 000 pessoas – representantes de movimentos anti-racistas; agricultores; empregados domésticos; veteranos contra a guerra, antigos prisioneiros e seus famílias; defensores dos direitos de homo-sexuais, lésbicas, bi e transsexuais; dos direitos das mulheres e de organizações ambientais; e de praticamente todas as lutas progressistas existentes no EUA – participaram em Atlanta, de 27 de Junho a 1 de Julho, no primeiro grande Fórum Social realizado nos Estados Unidos (USSF).
Estiveram representados todos os 50 estados do país e mil organizações, e foram realizados 1000 workshops, encontros e sessões plenárias, uma grandiosa marcha sob o sol escaldante da Georgia e diversas manifestações. A iniciativa contou ainda com cerca de 400 convidados estrangeiros oriundos de 70 países, incluindo Porto Rico e Ilhas Virgens.
Um aspecto assinalável deste Fórum foi o facto de mais de metade dos participantes serem de origem afro-americana, latina, asiática ou indígena, incluindo muitos imigrantes. O que fez com que o Fórum fosse representativo dos sectores mais oprimidos da classe trabalhadora dos EUA. Homens e mulheres de todas as idades marcaram presença, bem como muitos jovens com menos de 30 anos. Camadas sociais que normalmente têm dificuldade em arranjar dinheiro para viajar arranjaram forma de financiar a sua participação. O mesmo se passou com os orientadores dos workshops e o movimento dos veteranos que aprenderam a organizar-se inspirando-se nos movimentos dos Direitos Civis e de Libertação dos Negros, Contra a Guerra do Vietname e outras lutas que tiveram lugar entre os finais da década de 60 e início da década de 70 do século XX.
Os participantes lutam por causas que vão desde os cuidados de saúde no Arizona às condições de vida em West Viriginia, passando pela repressão oficial contra os ex-prisioneiros em Los Angeles. Combatem contra a moderna escravatura dos trabalhadores imigrantes na agricultura e no serviço doméstico. Discutem a conquista de plenos direitos para os «deficientes», esforçando-se por organizar o trabalho no Sul, combatendo a brutalidade policial, defendendo os direitos dos imigrantes e os direitos reprodutivos, exigindo a libertação de presos políticos como Mumia Abu-Jamal, Leonard Peltier, de defensores da liberdade porto-riquenhos e dos Cinco Patriotas cubanos, bem como dos direitos de cerca de 2,2 milhões de presos de um Estado opressivo, e lutando pelo fim da ocupação da Palestina e do Iraque. Esta lista, como é evidente, não é exaustiva.No Fórum Social Mundial, em 2006, Ricardo Alarcón, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela apelaram à transformação dos fóruns sociais em espaços de debate para a organização da luta anti-imperialista. Isso ainda não aconteceu, e o Fórum Social norte-americano teve o mesmo âmbito restrito dos fóruns mundiais. Organizações de Cuba tentaram enviar a Atlanta uma delegação de cerca de 20 pessoas para participarem nos trabalhos do USSF, mas o Departamento de Estado dos EUA recusou-lhes os vistos de entrada. O procurador Roberto González, irmão de René González, um dos Cinco Patriotas cubanos presos, conseguiu estar presente. As organizações anti-imperialistas dos EUA também acreditam que o fórum é uma oportunidade para conhecer e trabalhar com alguns dos mais activos militantes da luta de classes nos Estados Unidos. Através dos workshops, participando em sessões plenárias, distribuindo e vendendo literatura e trabalhando através da Internet durante os cinco dias, os anti-imperialistas tiveram impacto no USSF.
As sessões plenárias – seguidas por 500 a 2000 pessoas, conforme os temas em debate – deram aos organizadores uma oportunidade para marcar o tom do fórum e aprofundar seis temas de luta: Reconstrução da Costa do Golfo após o furacão Katrina; Guerra, Militarismo e a Prisão do Complexo Industrial; As Vozes Indígenas: do Coração da Mãe Terra; Direitos dos Imigrantes; Libertação de Género e Sexualidade; Integração de Género e Justiça Social nos Nossos Movimentos; e Direitos dos Trabalhadores na Economia Global.Imani Henry, do International Action Center, que é igualmente um activista destacado no grupo dos direitos dos transsexuais, TransJustice, teve coragem de levantar a questão dos Cinco Patriotas cubanos na sessão sobre igualdade de género – foi a única vez em que este importante caso foi tratado em plenário. Henry também falou sobre o caso das Quatro de New Jersey – lésbias afro-americanas condenadas a mais de 11 anos de prisão em Junho último por defenderem os seus direitos. Henry apelou ainda a que Setembro seja um mês de luta contra a guerra, e o seu grito pelo fim do capitalismo e pela construção de uma sociedade socialista recebeu uma estrondosa ovação. Esta resposta positiva demonstra que, mesmo no coração do mundo imperialista, uma audiência de activistas pode apoiar, nas condições adequadas, um discurso pró socialista.
* John Catalinotto
Cerca de 10 000 pessoas – representantes de movimentos anti-racistas; agricultores; empregados domésticos; veteranos contra a guerra, antigos prisioneiros e seus famílias; defensores dos direitos de homo-sexuais, lésbicas, bi e transsexuais; dos direitos das mulheres e de organizações ambientais; e de praticamente todas as lutas progressistas existentes no EUA – participaram em Atlanta, de 27 de Junho a 1 de Julho, no primeiro grande Fórum Social realizado nos Estados Unidos (USSF).
Estiveram representados todos os 50 estados do país e mil organizações, e foram realizados 1000 workshops, encontros e sessões plenárias, uma grandiosa marcha sob o sol escaldante da Georgia e diversas manifestações. A iniciativa contou ainda com cerca de 400 convidados estrangeiros oriundos de 70 países, incluindo Porto Rico e Ilhas Virgens.
Um aspecto assinalável deste Fórum foi o facto de mais de metade dos participantes serem de origem afro-americana, latina, asiática ou indígena, incluindo muitos imigrantes. O que fez com que o Fórum fosse representativo dos sectores mais oprimidos da classe trabalhadora dos EUA. Homens e mulheres de todas as idades marcaram presença, bem como muitos jovens com menos de 30 anos. Camadas sociais que normalmente têm dificuldade em arranjar dinheiro para viajar arranjaram forma de financiar a sua participação. O mesmo se passou com os orientadores dos workshops e o movimento dos veteranos que aprenderam a organizar-se inspirando-se nos movimentos dos Direitos Civis e de Libertação dos Negros, Contra a Guerra do Vietname e outras lutas que tiveram lugar entre os finais da década de 60 e início da década de 70 do século XX.
Os participantes lutam por causas que vão desde os cuidados de saúde no Arizona às condições de vida em West Viriginia, passando pela repressão oficial contra os ex-prisioneiros em Los Angeles. Combatem contra a moderna escravatura dos trabalhadores imigrantes na agricultura e no serviço doméstico. Discutem a conquista de plenos direitos para os «deficientes», esforçando-se por organizar o trabalho no Sul, combatendo a brutalidade policial, defendendo os direitos dos imigrantes e os direitos reprodutivos, exigindo a libertação de presos políticos como Mumia Abu-Jamal, Leonard Peltier, de defensores da liberdade porto-riquenhos e dos Cinco Patriotas cubanos, bem como dos direitos de cerca de 2,2 milhões de presos de um Estado opressivo, e lutando pelo fim da ocupação da Palestina e do Iraque. Esta lista, como é evidente, não é exaustiva.No Fórum Social Mundial, em 2006, Ricardo Alarcón, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela apelaram à transformação dos fóruns sociais em espaços de debate para a organização da luta anti-imperialista. Isso ainda não aconteceu, e o Fórum Social norte-americano teve o mesmo âmbito restrito dos fóruns mundiais. Organizações de Cuba tentaram enviar a Atlanta uma delegação de cerca de 20 pessoas para participarem nos trabalhos do USSF, mas o Departamento de Estado dos EUA recusou-lhes os vistos de entrada. O procurador Roberto González, irmão de René González, um dos Cinco Patriotas cubanos presos, conseguiu estar presente. As organizações anti-imperialistas dos EUA também acreditam que o fórum é uma oportunidade para conhecer e trabalhar com alguns dos mais activos militantes da luta de classes nos Estados Unidos. Através dos workshops, participando em sessões plenárias, distribuindo e vendendo literatura e trabalhando através da Internet durante os cinco dias, os anti-imperialistas tiveram impacto no USSF.
As sessões plenárias – seguidas por 500 a 2000 pessoas, conforme os temas em debate – deram aos organizadores uma oportunidade para marcar o tom do fórum e aprofundar seis temas de luta: Reconstrução da Costa do Golfo após o furacão Katrina; Guerra, Militarismo e a Prisão do Complexo Industrial; As Vozes Indígenas: do Coração da Mãe Terra; Direitos dos Imigrantes; Libertação de Género e Sexualidade; Integração de Género e Justiça Social nos Nossos Movimentos; e Direitos dos Trabalhadores na Economia Global.Imani Henry, do International Action Center, que é igualmente um activista destacado no grupo dos direitos dos transsexuais, TransJustice, teve coragem de levantar a questão dos Cinco Patriotas cubanos na sessão sobre igualdade de género – foi a única vez em que este importante caso foi tratado em plenário. Henry também falou sobre o caso das Quatro de New Jersey – lésbias afro-americanas condenadas a mais de 11 anos de prisão em Junho último por defenderem os seus direitos. Henry apelou ainda a que Setembro seja um mês de luta contra a guerra, e o seu grito pelo fim do capitalismo e pela construção de uma sociedade socialista recebeu uma estrondosa ovação. Esta resposta positiva demonstra que, mesmo no coração do mundo imperialista, uma audiência de activistas pode apoiar, nas condições adequadas, um discurso pró socialista.
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(Na «Assembleia do Povo», a sessão de encerramento do USSF, Catalinotto propôs uma série de protestos anti-guerra a realizar em Washington no final de Setembro, durante o debate no Congresso sobre a ocupação do Iraque.)
(Na «Assembleia do Povo», a sessão de encerramento do USSF, Catalinotto propôs uma série de protestos anti-guerra a realizar em Washington no final de Setembro, durante o debate no Congresso sobre a ocupação do Iraque.)
in Avante 2007.07.12
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domingo, julho 01, 2007


Soldados contra a guerra
* John Catalinotto
Os Marines norte-americanos lançaram em Maio uma nova ofensiva. Desta feita não foi um desembarque na praia de um qualquer país estrangeiro, mas um ataque legislativo contra os seus próprios veteranos da guerra do Iraque.
* John Catalinotto
Os Marines norte-americanos lançaram em Maio uma nova ofensiva. Desta feita não foi um desembarque na praia de um qualquer país estrangeiro, mas um ataque legislativo contra os seus próprios veteranos da guerra do Iraque.
Em vez de se decidir por uma «menos que honrosa» desmobilização de Adam Kokesh, o júri composto por três oficiais considerou que as regras militares também devem ser aplicadas aos ex-membros da força na reserva e recomendou a sua «exoneração geral», o que rasa o castigo.
O processo surgiu na sequência de um conjunto de iniciativas promovidas em diversas cidades por membros da associação IVAW (Veteranos do Iraque Contra a Guerra, na sigla inglesa), que apresentaram uma recriação do conflito como forma de alertar consciências. Vestidos com uniformes oficiais incompletos, os veteranos mostraram o tipo de actuação a que se encontra sujeita quotidianamente a população do Iraque. Activistas antiguerra desempenhavam o papel de civis iraquianos.
A iniciativa causou grande impacto, porque foi possível ver «marines» a empurrar pessoas pelas ruas, a cobrir a cabeça dos detidos com sacos, aterrorizando-os. Alguém no Pentágono não gostou da representação que deixava claro que os soldados dos EUA no Iraque fazem o mesmo que os oficiais das SS na Polónia ocupada, em 1942. Os oficiais tentaram, assim, impedir os veteranos de exercerem o seu direito à liberdade de expressão (http://www.ivaw.org/).
Casa Branca não admite dissidências
Neste contexto, os Marines interpuseram acusações contra Kokesh e processos semelhantes pendem sobre o sargento Liam Madden e o capitão Cloy Richards, simplesmente por se manifestarem contra a guerra.
As queixas não resultam em pena de prisão, mas apanhar uma desmobilização «menos que honrosa» tem sérias consequências. Desde que Richards está «fora de combate», não recebe os pagamentos enquanto militar incapacitado e pode mesmo vir a perder a assistência médica gratuita a que tem direito nessa condição. Os militares podem ainda ser obrigados a restituir o valor das despesas de educação.
Se os Marines conseguirem impor as «menos que honrosas» desmobilizações, tal pode ser um factor de intimidação dos restantes veteranos. Mas esse tipo de actuação no meio de uma atmosfera antiguerra também pode ter um efeito boomerang entre os militares.
Uma das consequências surpreendentes das queixas apresentadas contra estes soldados foi a organização Veteranos de Guerras Estrangeiras, um grupo que quase sempre apoiou as posições políticas dos governos norte-americanos, declarar-se favorável ao direito dos marines expressarem posições contrárias e até de protestarem. Esta posição é um sinal do desagrado crescente em relação ao Iraque, mesmo que oficialmente a organização defenda a ocupação.
Os veteranos envolvidos agiram mais por cólera do que por intimidação. De 1 a 3 de Junho, deslocaram-se num autocarro coberto com panos contra a guerra, de Washington até Kansas, dando entrevistas pelo caminho. A cada passo despertavam mais atenção para a existência de um grupo coeso de veteranos antiguerra do Iraque. Também sublinharam que os marines que se encontram no activo e no terreno de conflito os apoiam.
Madden, que recebeu uma desmobilização «honrosa» a 20 de Janeiro último, foi um dos promotores do «Apelo pelo Regresso» e é muito conhecido entre os seus camaradas. Iniciado a 23 de Outubro de 2006, o apelo exige uma retirada imediata do Iraque e foi subscrito por mais de dois mil soldados no activo, 60 por cento dos quais cumpriram pelo menos uma comissão naquele país.
O oficial da marinha Jonathan Hutto, que esteve no apelo inicial de Madden e é agora um dos mais destacados dirigentes do «Apelo para o Regresso», instou os soldados no activo e os militares da Guarda Nacional, a 31 de Maio, a constituir comités de defesa a favor de «Madden e de todos os que enfrentam a face da repressão que tenta calar em qualquer parte do mundo a voz dos que se manifestam contra esta guerra injusta».
A declaração sublinha que a conduta «desleal» da qual Madden é acusado está relacionada com o facto de ter afirmado, num debate ocorrido numa universidade, que os EUA cometeram «crimes de guerra» no Iraque.«Madden mantém que nunca poderia ser “desleal” na medida em que esteve no terreno durante sete meses e serviu o seu país durante cinco anos. Acresce que Madden continua a pensar que se o uniforme militar pode ser usado para aventuras imperialistas, certamente também pode ser usado para acções em prol da paz e da justiça», escreveu Hutto.
Para além de divulgar e angariar fundos para o apoio a Madden e a outros veteranos, o objectivo dos comités de defesa é «dinamizar um movimento amplo que exija o fim da guerra e das retaliações contra os militares oposicionistas, e em prol da democracia» ( www.appealforredress.org ).
in Avante 2007.06.14
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