A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, abril 30, 2012

Ernesto Cartaxo - Significado e dimensão históricos do 1.º de Maio e a luta dos trabalhadores na actualidade


INTERVENÇÃO DE JOSÉ ERNESTO CARTAXO, CASA DO ALENTEJO, LISBOA, 120 ANOS DO 1º DE MAIO


 A história do movimento operário internacional está recheada de acontecimentos e datas extremamente importantes. O 1º de Maio assume, indiscutivelmente, particular relevo e o mais profundo significado histórico.
 
A este dia estão intimamente ligadas muitas das maiores e mais exaltantes jornadas e movimentações de luta da classe operária, que, com sofrimento, coragem e determinação, demonstrou claramente o quanto é capaz a vontade colectiva dos trabalhadores para melhorar as suas condições de vida e de trabalho, vencer injustiças e desigualdades sociais, mudar mentalidades, transformar as sociedades e pôr fim à exploração do homem pelo homem.
   
- AS ORIGENS DO 1º DE MAIO
     
   Pesem embora algumas deturpações e desvirtuamentos produzidos pelo arsenal ideológico do capital, é generalizadamente reconhecido que as origens do 1.º de Maio estão associadas aos trágicos acontecimentos que ocorreram em 1 de Maio de 1886, na cidade norte-americana de Chicago.
    
    Todavia, para se ter uma visão dialéctica do seu significado histórico, importa assinalar que, na sequência da Revolução Industrial, verificada nos finais do século XVIII, o operariado era objecto de uma intensíssima e desumana exploração, que se traduzia em imensas privações e brutalidades, sendo forçado a trabalhar 12, 14, 16 e mais horas por dia, na indústria e no comércio e, de sol a sol, na agricultura.

A exploração desmedida, sem qualquer tipo de escrúpulos, do trabalho infantil e do trabalho feminino era uma fonte suplementar de lucro para o empresário capitalista.
    
     Passada a revolta inicial contra as máquinas, por considerarem serem elas as causadoras dos seus sofrimentos, a classe operária, nascente, e os trabalhadores, em geral, encontram nas ideias contidas no Manifesto Comunista de Marx e Engels, publicado em 1848, as respostas sobre as verdadeiras causas que estão na origem de tão desumana e feroz exploração e sobre os caminhos a trilhar.
    As causas estavam no sistema capitalista, cujo modo de produção se baseia na apropriação privada dos meios de produção e na exploração desenfreada de quem neles trabalha, para a obtenção do máximo lucro, e o caminho apontado era a unidade, a organização e a luta. A palavra de ordem era: PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!

Animado e estimulado por estas ideias, o operariado empreende lutas constantes centradas na redução da jornada de trabalho, por melhores salários e contra a exploração, procurando pôr termo a esta desumana e intolerável situação.
   
    É assim que, em 1866, o Congresso de Genebra da 1ª Internacional estabelece como objectivo a limitação da jornada de trabalho em 8 horas como “condição indispensável ao êxito de qualquer outro esforço emancipador” e adopta, como divisão racional do tempo diário de trabalho, 8 horas de trabalho, 8 horas de descanso e 8 horas para a cultura e a educação, que se converte em exigência iniludível para a protecção do trabalhador como ser humano.   
    
    É neste contexto que a Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e do Canadá, numa conferência anual, que teve lugar em Dezembro de 1885, convoca uma greve geral para o dia 1 de Maio de 1886, pelas 8 horas.

       No âmbito desta greve, a que aderiram muitos milhares de trabalhadores, realizaram-se diversas e grandiosas manifestações.  
   
   Foi num comício de massas, realizado no dia 4 de Maio, na Praça Haymarket (Mercado do Feno), em Chicago, que foi montada uma manobra provocatória, que constou do rebentamento de uma bomba, colocada de propósito para justificar uma feroz e sangrenta repressão que se abateu sobre os manifestantes, que provocou várias mortes e centenas de feridos e levou à prisão de centenas de militantes sindicais, sendo de distinguir a de oito destacados dirigentes, mais tarde conhecidos como os “oito mártires de Chicago”, sete dos quais condenados à pena de morte e o outro a 15 anos de prisão.

    Mas esta heróica luta não foi em vão, porque 50.000 dos operários em greve conquistaram imediatamente o dia de 8 horas de trabalho, enquanto outros 200.000 conseguiram uma certa redução do horário de trabalho.
        Os trágicos acontecimentos de Chicago tiveram um grande significado, não só para os operários norte-americanos, mas também para todo o proletariado mundial, tendo merecido da parte deste a mais viva solidariedade e enérgica condenação.

De tal modo que, em 1889, os representantes dos movimentos socialistas de diversos países se reúnem em Paris e resolvem internacionalizar o 1.º de Maio, declarando-o dia de luta do proletariado, pela jornada de oito horas, e marcando para o 1.º de Maio seguinte, 1890, manifestações simultâneas em todos os países.
  Nascia, assim, há 120 anos, o Dia Internacional do Trabalhador e estava dado um novo e importante passo na luta do Trabalho contra o Capital.
- O 1.º DE MAIO EM PORTUGAL
 Desde o primeiro ano das comemorações do 1.º de Maio, em 1890, até aos dias de hoje, passando pela monarquia, pela 1.ª República e durante a ditadura fascista, o operariado português sempre comemorou activamente o Dia Internacional do Trabalhador, em unidade e luta e com solidariedade internacionalista, reclamando junto do patronato e das autoridades portuguesas o estabelecimento das 8 horas de trabalho diário e a melhoria das suas condições de vida e de trabalho.
        
         Neste percurso histórico, os ecos da Revolução de Outubro de 1917, na Rússia, chegam a Portugal e suscitam um grande entusiasmo nos trabalhadores portugueses.
    
  Em 1919, após um 1.º de Maio grandioso, é conquistada e consagrada, em Lei, a jornada das 8 horas diárias e 6 dias de trabalho por semana, ainda que só para os trabalhadores da indústria e do comércio.
          
   A 6 de Março de 1921, forma-se o Partido Comunista Português e a classe operária inicia a construção da sua vanguarda revolucionária.
           
    Na ditadura fascista - que suprimiu as liberdades fundamentais, fascizou os sindicatos e oprimiu o nosso povo durante 48 anos – o regime, desde cedo, procurou impedir as comemorações do 1.º de Maio. Em vão, porque, de acordo com a situação concreta em cada momento, o proletariado português, sob a orientação do PCP, soube sempre encontrar as formas mais apropriadas à sua comemoração, não obstante a repressão de que era alvo.
          
        As lutas do 1.º de Maio de 1962, nas quais se empenham mais de 150 mil trabalhadores agrícolas do Sul, do Ribatejo e do Alentejo, acabam por impor o reconhecimento das 8 horas de trabalho diário, pondo termo ao feudal sol a sol.

           Assinalam-se, ainda, importantes manifestações nos 1.º de Maio que se seguiram até 1973 e que, em articulação com as inúmeras lutas que se travavam ao nível das empresas e dos locais de trabalho e na frente sindical, forjaram as condições que viriam a tornar possível a vitoriosa madrugada libertadora do 25 de Abril, desencadeada pelo glorioso Movimento das Forças Armadas.
        Apenas 6 dias após a manhã da liberdade, o povo português comemorou o mais espantoso 1.ºde Maio, organizado pela Intersindical, criada em 1970. Era a alegria incontida de um povo que enterrava 48 anos de terror, de miséria, de obscurantismo. Era a consagração popular do 25 de Abril.
         Pela primeira vez, dando satisfação a uma reivindicação da Intersindical, o 1.º de Maio era consagrado feriado nacional.
          A arrancada do 1.º de Maio de 1974 vai dar início a uma série de conquistas que correspondem a prementes reivindicações e anseios das classes trabalhadoras e das massas populares. A determinação e a energia criadora das massas populares em movimento impulsionam a evolução do processo de democratização da vida e da sociedade portuguesa. Conseguem-se profundas transformações económicas e sociais com as nacionalizações, a reforma agrária e o controlo operário. Conquistam-se liberdades e direitos fundamentais.
         É em 1996, na sequência da luta travada e de várias iniciativas parlamentares do PCP, nomeadamente a apresentação de um projecto de Lei, em 17 de Janeiro deste ano, que o governo de Guterres é forçado a consagrar, na lei, as 40 horas semanais com dois dias de descanso semanal.
- A IMPORTÂNCIA E ACTUALIDADE  DA LUTA
 Como se comprova, ainda que de forma muito sintética, o movimento operário e sindical, através da luta, dura, difícil e perseverante que desenvolveu, escreveu algumas das páginas mais exaltantes da sua história contra a exploração capitalista, o que permitiu alcançar conquistas e avanços civilizacionais que em muito contribuíram para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores e das suas famílias.
  Contudo, o capital não dorme nem desarma. A partir de 1976, com as políticas de direita seguidas pelos sucessivos governos, a contra-revolução desencadeia-se e de novo se abate sobre os trabalhadores a exploração, a repressão e a tentativa de destruição das conquistas alcançadas.
A prová-lo está a ofensiva neoliberal em curso de que é exemplo a postura do governo PS/Sócrates, que, ao rever para pior o já negativo Código do Trabalho do PSD/CDS, deu alento à ofensiva patronal, no sentido de o desregular e de impor como jornada de trabalho “normal” as 10, 12 ou mesmo 14 horas por dia, sem o pagamento de qualquer compensação pelo trabalho extraordinário, o que constitui um regresso ao século XIX e às condições de trabalho que estiveram na origem do 1.º de Maio e da sua internacionalização.
É em honra da memória dos “mártires de Chicago”e da luta de gerações e gerações de revolucionários, muitos deles com o sacrifício da própria vida, e contra a exploração capitalista que temos o dever e a obrigação de tudo fazer para que se desenvolva e intensifique a luta de massas por uma ruptura com as políticas de direita e para que as comemorações do 1.º de Maio, constituam uma imponente jornada internacionalista de unidade e luta por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, sem exploradores nem explorados.

sexta-feira, abril 27, 2012

1º DE MAIO DE 2012 -- CGTP-IN





Publicado em 27/04/2012 por 
TEMPO DE ANTENA DE DIVULGAÇÃO DAS COMEMORAÇÕES DO 1º DE MAIO DE 2012 PROMOVIDAS PELA CGTP-IN EM TODO O PAÍS

segunda-feira, maio 03, 2010

Milhares de manifestantes num dia de festa e protesto em Portugal


 

Mundo

Vermelho - 1 de Maio de 2010 - 19h32

As duas centrais sindicais de Portugal (CGTP e UGT) estão nas ruas do país em manifestações de comemoração do 1º de Maio e de protesto contra o desemprego e pela melhoria das condições de trabalho.

Milhares de trabalhadores ligados à CGTP desfilaram em direção à Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, para assinalar o Dia do Trabalhador e dizer ao governo que mude as políticas econômicas e sociais.

Tanto a polícia como os organizadores da manifestação não quiseram fazer uma estimativa do número de participantes, mas quando a cabeça da manifestação chegava à Praça do Chile a cauda ainda estava no Martim Moniz, de onde partiu.

Quem luta sempre alcança

Ao som de palavras de ordem como "é preciso é urgente uma política diferente", "é mesmo necessário o aumento de salário" e "quem luta sempre alcança", os manifestantes do distrito de Lisboa e margem sul do Tejo percorrem a Avenida Almirante Reis passando por centenas de pessoas que, nos passeios, aguardam o desfile para o integrar ou simplesmente assistir.
Muitos são os que assistem à manifestação das suas varandas e janelas, empunhando cravos vermelhos. À cabeça da manifestação segue a direção nacional da CGTP, precedida por uma banda de metais.

As palavras de ordem invocam justiça social e a defesa do emprego, dando a esta manifestação do Dia do Trabalhador um forte sentido de protesto. Mas, ao mesmo tempo, o colorido das bandeiras e a música também lhe dão um toque de festa.

Antes do início do desfile, dois dirigentes socialistas, Edite Estrela e Vítor Ramalho, foram como habitualmente nos últimos anos cumprimentar a direção da CGTP.

Fonte do PCP presente no desfile disse à Agência Lusa que o secretário geral comunista, Jerónimo de Sousa, aguardava a manifestação na Alameda Afonso Henriques.

UGT

Contra o desemprego e pela melhoria das condições laborais cerca de 30 mil manifestantes mobilizados pela UGT desfilaram pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, no âmbito das comemorações dos 120 anos do 1º. de Maio.

"Apesar do que se pensa, em tempos de crise há menor sindicalização, mas este ano contamos com uma grande mobilização", disse à Agência Lusa João Proença, secretário geral da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Depois de partir do Marquês de Pombal, a manifestação segue em direção à Praça dos Restauradores, ao som de palavras de ordem como "trabalho sim, desemprego não" e ao ritmo de bombos e de concertinas.

Degradação

Com 30 anos, e há 14 trabalhando na indústria química, Vítor Sampaio participa na manifestação em representação do SINDET (sindicato da indústria química).

"Desde que comecei a trabalhar, noto uma degradação das condições de trabalho. Por causa da produtividade não se olha os meios", disse o jovem delegado sindical, que apelou à "sindicalização dos jovens", acrescentando "que novas ideias e novas pessoas podem mudar as coisas".

José Batista está na rua em nome do SINDECELCO (sindicato das comunicações e dos media).

Apesar de não ter participado na greve dos carteiros dos CTT filiados ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, ainda em curso, o delegado sindical disse que pode vir a fazê-lo caso a administração dos CTT "não der resposta à reivindicação dos trabalhadores até 7 ou 8 de maio".

"Sabemos de empresas que dão prejuízo mas os salários não foram aumentados, enquanto a nossa empresa teve resultados líquidos de 50 milhões de euros e estamos à espera de uma resposta positiva para nossas reivindicações", afirmou.

Fonte: site português Jornal de Notícias
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Brasil - O que está em jogo neste 1º de Maio?



Movimentos

Vermelho - 30 de Abril de 2010 - 21h21

As comemorações atuais do Dia Internacional do Trabalhador, a cada 1º de maio, guardam semelhanças e diferenças, umas e outras radicais, com o fato histórico que deu origem à celebração da data. A exemplo da Revolta de Heymarket (1886) — que ocorreu num bairro operário de Chicago e culminou no massacre de 12 manifestantes —, os protestos deste sábado (1º/5) também serão em defesa de melhores condições de trabalho.

Por André Cintra

Na Chicago de 124 anos atrás, milhares foram às ruas e desencadearam uma greve de proporções nacionais nos primeiros dias de maio. A carga diária de trabalho era, em média, de 13 horas, no rastro da 3ª Revolução Industrial. Não havia direitos nem tampouco benefícios — sequer os descansos semanais eram regulamentados. Mas a principal bandeira de lutas era mesmo a redução da jornada de trabalho para oito horas por dia.

As provocações policiais não impediram que a greve se estendesse dia após dia, chegando até a confrontos entre a classe trabalhadora e a repressão — esta a serviço dos interesses da jovem burguesia industrial. Sete manifestantes foram condenados à morte, e um oitavo, a 15 anos de prisão. Partindo de Heymarket, o brado destemido daqueles operários ecoou pelos Estados Unidos e pelo mundo. Em 20 de junho de 1889, a 2ª Internacional Socialista deliberou a convocação anual de manifestações, de 1º em 1º de maio, para reafirmar a bandeira da jornada de oito horas de trabalho diário.

Chega-se a 2010 e, por mais extemporâneo e absurdo que possa parecer, as seis centrais sindicais brasileiras priorizam a mesma reivindicação no Dia do Trabalhador — a jornada de trabalho de oito horas diárias (ou 40 horas semanais). As cruezas do capitalismo mudam de faceta, mas não perdem sua natureza opressora.

É verdade que as celebrações de hoje apenas esporadicamente acabam em violência. Em São Paulo, palco das grandes manifestações nacionais do 1º de Maio, a programação inclui até festa, com farta programação musical. Mas o dia do ano que é dedicado aos trabalhadores, mundo afora, não pode perder seu sentido de classe — sua marca mais valiosa.

O 1º de Maio — escreveu o escritor uruguaio Eduardo Galeano em O Livro dos Abraços — “é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo”. Neste ano de 2010, em que os efeitos da crise do capitalismo se revelam impiedosamente em curso, sobretudo na Europa, é necessário que os trabalhadores reforcem esse espírito de unidade, consciência e transformação.

Se “cada passo de movimento real vale mais do que uma dúzia de programas” — conforme ensinava Karl Marx —, há poucas datas mais propícias para o hastear dessas bandeiras do que o 1º de Maio. Assim, que cá ou acolá as manifestações do Dia Internacional do Trabalhador — com ou sem festa, um pouco mais ou um pouco menos politizadas — façam jus à memória dos heróis de Heymarket.

Que o significado histórico desta data potencialize, no Brasil, a luta não só pelas 40 horas semanais — mas também pela concretização de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, fortalecimento da nação e valorização do trabalho, no rumo do socialismo e da libertação dos povos. Enquanto a exploração permanecer viva, sob a égide de um odioso e decadente sistema, fará sentido a luta por um novo mundo — pela vitória definitiva na luta de classes, pela emancipação dos trabalhadores.
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