A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
Mostrar mensagens com a etiqueta Agência Envolverde. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Agência Envolverde. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, março 21, 2011

Desastre japonês pode ser pior que Tchernobil

Geral

Vermelho - 21 de Março de 2011 - 19h25

Um desastre nuclear pior do que o acidente de Tchernobil em 1986 pode estar em gestação no Japão, onde centenas de toneladas de combustível atômico altamente radioativo estão a céu aberto e podem pegar fogo, contaminando a atmosfera.

Por Stephen Leahy, na agência IPS

Muitos países aconselharam seus cidadãos a abandonar o Japão. “Isto é território desconhecido. Há 50% de possibilidades de se perder os seis reatores e seus tanques de armazenamento”, afirmou Jan Beyea, físico nuclear da consultoria norte-americana Consulting in the Public Interest.

“Estou surpreso que a situação não tenha se agravado mais rápido. Se não houver progressos, será questão de dias antes que o combustível usado derreta”, disse Ed Lyman, físico da União de Cientistas Comprometidos e especialista em projetos de usinas atômicas. A central de Fukushima Daiichi foi danificada pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11.

Calcula-se que há cerca de 1.700 toneladas de combustível atômico usado, mas ainda perigoso, nos tanques de armazenamento próximos aos seis reatores, segundo Kevin Kamps, especialista em lixo radioativo da organização ambientalista norte-americana Beyond Nuclear. Os tanques mantêm há 30 ou 35 anos combustível usado nos reatores 3 e 4, mas perderam sua capacidade de contenção e a maior parte, se não toda ela, da água que era usada para refrigerá-los. Podem pegar fogo, lançando partículas radioativas na atmosfera, disse Kevin à IPS.

Na semana passada, helicópteros japoneses protegidos com chumbo lançaram água do mar sobre os reatores 3 e 4, em um desesperado e perigoso esforço para esfriá-los. Se parte do combustível usado pegar fogo e este se propagar, enormes áreas do Japão “poderão ficar contaminadas com Césio 137 por 30 a 50 anos”, disse Jan à IPS. O Césio 137 permanece radioativo por mais de cem anos. É uma conhecida fonte de câncer e tem outros impactos na saúde. Uma vez liberado, é muito difícil de ser controlado. O césio é a razão pela qual grande parte da região onde houve a explosão de Tchernobil, na Ucrânia, continua inabitável após 25 anos.

Um estudo realizado em 2010 pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, mostrou que meninos e meninas que nasceram depois do desastre, mesmo a mais de 75 quilômetros de distância, tinham problemas crônicos em seus pulmões devido à presença de Césio 137 nas partículas de pó e no solo. “As particular de césio foram espalhadas por centenas de milhas durante o fogo intenso em Tchernobil”, explicou Kevin. Só para comparar, Tchernobil tinha no total 180 toneladas de combustível nuclear, enquanto Fukushima Daiichi conta com 560 toneladas em seus reatores, mais 1.700 toneladas de combustível usado.

“A indústria nuclear do Japão e dos Estados Unidos sabia que a perda de refrigeração nos tanques de armazenamento de combustível usado seria um grave problema, mas simplesmente disseram que nada aconteceria”, afirmou Jan, coautor de um estudo de 2004 sobre este tema realizado para o Conselho Nacional de Pesquisas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Por ter trabalhado na indústria, Jan disse estar convencido de que esta é administrada por engenheiros extremamente confiantes em si mesmos que minimizam ou ignoram as probabilidades de desastre.

Os reatores nucleares geram enorme quantidade de calor, e devem ser constantemente resfriados para impedir que a proteção do combustível pegue fogo e este derreta. Já que uma reação nuclear não pode ser apagada, quando o combustível usado é retirado de um reator ainda continua gerando grande quantidade de calor e deve ser esfriado com água entre cinco e 20 anos.

Todos os reatores possuem tanques de armazenamento com grossas paredes reforçadas de concreto, localizados a 15 metros de profundidade, contendo cerca de 1,5 milhão de litros de água. Logo esta água esquenta e deve ser constantemente substituída por outra fria. A perda de eletricidade e as falhas dos geradores de apoio em Fukushima Daiichi limitaram o fluxo de água para os tanques de armazenamento e reatores.

Os níveis de radiação dentro da usina subiram tanto que é perigoso para os trabalhadores continuarem no local bombeando água marinha. O comum é usar água potável, porque a água do mar contém sais que posteriormente afetam os metais. Mas esta é uma emergência. A radiação atinge níveis mortais quando não há água suficiente para cobrir um tanque de armazenamento, explicou Kevin. “Será muito difícil aproximar-se o suficiente para esfriar os tanques. Se o pior ocorrer, e os seis tanques pegarem fogo, será um desastre inimaginável, podendo ser pior do que Tchernobil”, alertou.

A quantidade de césio que poderia ser liberada em Fukushima é muitos milhares de vezes maior do que a propagada pela bomba lançada sobre a cidade de Hiroshima na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), reconheceu Jan. “O Japão enfrenta enormes impactos potenciais em sua economia, sociedade e saúde do povo”, disse, referindo-se que estes podem durar décadas.

Fonte: Envolverde

.

quarta-feira, abril 14, 2010

Castração química na Polônia provoca escândalo na União Européia

Mundo

Vermelho -  - 6 de Outubro de 2009 - 16h30

O parlamento da Polônia se prepara para consagrar a castração química como castigo para pedófilos, causando escândalo na União Européia (UE) e em organizações internacionais de direitos humanos.

Por Pavol Stracansky, para a agência IPS

Os críticos do projeto de lei, já aprovado na Câmara de Representantes, alertam que será ineficaz para combater os crimes sexuais. Prevê-se que o Senado e o presidente direitista, Lech Kaczinski, consagrarão a vigência da lei nas próximas semanas. A iniciativa tem o objetivo de melhorar a imagem do governo perante o público polonês, predominantemente conservador e católico, mais do que reprimir os crimes sexuais, afirman ativistas.

Funcionários da UE anunciaram que a lei, se for aprovada, será levada aos tribunais internacionais de direitos humanos, mas não dentro do bloco. “Nos opomos à proposta de castração química feita por um governo que pretende mostrar uma imagem dura em resposta aos casos de violência sexual particularmente notórios”, disse à IPS o porta-voz do escritório da Anistia Internacional na Polônia, Andrzej Jaroskiewicz.

Os governos devem fazer tudo ao seu alcance para frear os crimes sexuais cometidos contra mulheres e crianças, mas impor tratamento médico compulsivo aos violadores é um caminho equivocado, disse Jaroskiewicz. “Esta proposta converte o tratamento médico em uma forma de castigo. Nos opomos às terapias hormonais para controlar o impulso dos que têm antecedentes de violência sexual, mas o apoiamos como tratamento, não como uma punição, e deveria ser necessário o consentimento de quem se submeterá a ele”, acrescentou.

Se o projeto for aprovado, a Polônia será o único país da UE a impor a castração química aos condenados por pedofilia. O castigo aconteceria depois de cumprida a pena de prisão dos culpados de violar menores de 15 anos ou familiares próximos. A iniciativa integra um pacote de leis destinadas a endurecer o castigo para os crimes sexuais. Foi apresentada após um destacado caso de incesto, ocorrido há mais de um ano, no qual um homem de 45 anos submeteu uma filha menor de idade durante seis anos e com ela teve dois filhos.

Uma pesquisa exibida pelo primeiro-ministro, Donald Tusk, quando apresentou o projeto indicava que 84% dos poloneses entrevistados apóiam a medida. Os pedófilos são “degenerados” e não podem ser qualificados “de humanos”, afirmou o chefe de governo. “Não creio que a proteção dos direitos humanos deva se estender” aos condenados por crimes sexuais, disse em outra oportunidade. “A maioria do público acredita que estas pessoas devem ser punidas duramente”, disse à IPS Barbara Grabowksa, do escritório em Varsóvia da Fundação Helsinque para os Direitos Humanos.

Não está claro o efeito da castração clinica nos crimes sexuais. O procedimento implica a administração de grandes doses de substancias para suprimir o desejo sexual, e normalmente é acompanhado por terapia psicológica. O procedimento não é 100% garantido na tentativa de impedir que os agressores sexuais voltem a atacar, segundo estudos norte-americanos citados pelo jornal polonês Gazeta Wyborca. “A castração química não resolve o problema. A causa do comportamento dos violadores é seu estado físico, não sua tendência sexual. O tratamento não pode controlar o cérebro” destes delinqüentes, disse à IPS o advogado Piotr Kladoczny, da Fundação Helsinque.

Membros do Parlamento Europeu disseram que, apesar das criticas partidas de Bruxelas, o bloco não pode impedir a aprovação desta lei nacional, pois os convênios regionais proíbem completamente apenas a pena de morte. Nações como Grã-Bretanha, Suécia e Dinamarca prevêem programas de castração química para condenados por crimes sexuais, mas somente de maneira voluntária. Na República Checa, inclusive, há um programa voluntário de castração química.

O Conselho da Europa, que reúne países de todo o continente incluídos os de fora da UE, condenou a prática checa. O bloco alertou no ano passado que foi aplicado tratamento a doentes mentais e que alguns acusados o aceitaram sob ameaça de terem a pena aumentada. A natureza compulsiva do projeto de lei em debate na Polônia também deixa sem resposta perguntas sobre sua implementação. “Qualquer decisão obrigatória a respeito pode ser uma fonte de abuso”, alertou Kladoczny.

Fonte: Envolverde
.

quarta-feira, abril 29, 2009

Mulheres migrantes sofrem múltiplas discriminações na Europa


"As mulheres migrantes sofrem uma multiplicidade de discriminações. A primeira é motivada pela questão de gênero. Outra é por estar em situação de migração. Há ainda as discriminações racial e por tipo de trabalho. Essa problemática é ainda pouco tratada nas pesquisas. É preciso aprofundar os estudos sobre migração feminina". A afirmação é da antropóloga social e pesquisadora da Faculdade de Sociologia da Universidade de Federico II de Nápoles (Itália), Adelina Miranda.


Por Talita Mochiute, do Aprendiz



Para a pesquisadora, que esteve no Brasil para participar do Colóquio Internacional Tolerância e Direitos Humanos, em São Paulo (SP), a primeira questão a ser considerada é que as migrações das mulheres têm especificidades em relação à dos homens. Uma delas refere-se ao lugar ocupado pelas migrantes no mercado de trabalho do país que as recebem.


Segundo Adelina Miranda, na Itália, aproximadamente 70% das mulheres imigrantes trabalham no serviço doméstico ou em atividades ligadas ao cuidado de crianças e idosos. Essa proporção é semelhante em países como Espanha ou na Grécia.


"O trabalho doméstico não é considerado trabalho", afirma a pesquisadora.


A profissão e a tarefa dessas mulheres não têm o mesmo valor e reconhecimento social que as atividades produtivas. "O modo como essas mulheres se colocam no mercado de trabalho é atravessado pelas questões inter-étnicas. A maioria das migrantes domésticas é negra ou do Leste Europeu", complementou a professora.


Para Adelina, a divisão sexual do trabalho também ajuda a entender a colocação das mulheres migrantes no mercado e as formas de discriminação. A divisão entre trabalho feminino, associado à atividade doméstica e de assistência, e de trabalho masculino, ligado ao setor produtivo, expressa uma hierarquia de gênero e aponta para a desqualificação do trabalho feminino. "O maior problema é enxergar esse fenômeno histórico como natural. Outro aspecto que merece atenção é a invisibilidade dessas mulheres", enfatizou


Demanda por profissionais


O grande número de mulheres nos serviços domésticos e de assistência a idosos e crianças pode ainda ser compreendido, conforme a visão da antropóloga, pelo problema do envelhecimento da população na Itália, Espanha e França e a falta de serviços do Estado para atender esse público.


A socióloga e membro do laboratório Migrinter da Universidade de Poitiers (França), Marie-Antoniette Hilly, analisando as migrações contemporâneas a partir da dinâmica do mercado de empregos, destaca o paradoxo que envolve as medidas contra as migrações tomadas pelos Estados europeus.


"Os Estados protegem suas fronteiras, mas necessitam de novos trabalhadores migrantes para suas economias", comenta a socióloga, que também estava presente no Colóquio Internacional Tolerância e Direitos Humanos. No entanto, só a mobilidade de pessoas qualificadas é encorajada.


Outro paradoxo apontado pela pesquisadora é que a globalização incentiva o intercâmbio entre as nações e a diminuição das fronteiras, enquanto o Estado tende a se proteger de acordo com a conjuntura econômica. "É preciso pensar na questão da hospitalidade e da cidadania num contexto de globalização", disse Marie-Antoniette.


© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.


Agência Envolverde
.
in Vermelho - 28 DE ABRIL DE 2009 - 17h59
.
.