A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
Mostrar mensagens com a etiqueta O Globo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta O Globo. Mostrar todas as mensagens

sábado, setembro 11, 2010

Joseph E. Stiglitz: A hipoteca, estúpido!

Economia

Vermelho - 10 de Setembro de 2010 - 9h39

Joseph E. Stiglitz

Sinal seguro de uma economia distorcida é a persistência do desemprego. Nos EUA, hoje, um em cada seis trabalhadores que buscam emprego full-time não o encontra.

É uma economia com enormes necessidades não satisfeitas e, todavia, com vastos recursos ociosos.

O mercado imobiliário é outra anomalia americana: há centenas de milhares de pessoas sem teto (mais de 1,5 milhão de americanos passaram pelo menos uma noite num abrigo em 2009), enquanto centenas de milhares de casas estão vazias.

Os arrestos seguem em alta. Dois milhões de pessoas perderam suas casas em 2008, 2,8 milhões mais em 2009 e o número deste ano será ainda mais elevado. Nada disto é novo, e sim a relutância do governo Obama em reconhecer que falharam seus esforços para recuperar os mercados imobiliário e de hipotecas. Curiosamente, há um consenso crescente na esquerda e na direita de que o governo terá de continuar sustentando o mercado imobiliário no futuro.

Isto causa perplexidade porque, na análise convencional sobre que atividades deveriam ficar no domínio público, administrar o mercado hipotecário nacional nunca é mencionado.

Esta é a área na qual o setor privado supostamente se sobressai.

Contudo, a posição do governo é compreensível: ambos os partidos americanos apoiaram políticas que estimularam o investimento maciço no mercado imobiliário e a excessiva alavancagem, enquanto os ideólogos do livre mercado dissuadiram as autoridades de intervir para frear a concessão exagerada de crédito. Se o governo decidisse sair agora, o preço dos imóveis cairia mais, os bancos sofreriam estresse financeiro maior e as perspectivas a curto prazo da economia seriam ainda piores.

Mas é precisamente por isso que um mercado hipotecário gerenciado pelo governo é perigoso. Taxas de juros distorcidas, garantias oficiais e subsídios fiscais estimulam o investimento contínuo em imóveis, quando o que a economia precisa é de investimentos em, por exemplo, tecnologia e energia limpa.

A atual política americana é confusa.

O Fed (banco central) não é mais o emprestador de último recurso, mas de primeiro recurso. O risco de crédito no mercado hipotecário está sendo assumido pelo governo, e o risco de mercado pelo Fed. Ninguém deveria se surpreender com o que aconteceu: o mercado privado praticamente desapareceu.

Com o governo assumindo o risco do crédito, as hipotecas se tornam tão seguras quanto títulos do governo de vencimento comparável. Dessa forma, a intervenção do Fed no mercado imobiliário é realmente uma intervenção no mercado de títulos do governo. O Fed está empenhado na difícil tarefa de tentar estabelecer não só as taxas de juro de curto prazo, mas também as de longo prazo.

Ressuscitar o mercado imobiliário é difícil por duas razões: os bancos que financiavam as hipotecas estão mal; o modelo de securitização está gravemente quebrado. Infelizmente, nem o governo Obama nem o Fed parecem dispostos a enfrentar essas realidades.

A securitização funcionou apenas porque havia agências de classificação de risco com credibilidade para assegurar que os financiamentos fossem dados a pessoas que pudessem pagá-los. Hoje, ninguém confiaria nessas agências ou em bancos de investimento que criaram produtos financeiros defeituosos.

Em resumo, as políticas do governo para apoiar o mercado imobiliário não só falharam, mas estão prolongando o processo de desalavancagem, o que cria condições para uma malaise ao estilo japonês. Há políticas alternativas com prognósticos muito melhores para fazer a economia dos EUA e mundial a voltar à prosperidade.

Grandes empresas aprenderam a lidar com más notícias, reduzir o valor das perdas e seguir em frente, mas nosso governo, não. A dívida excede o valor do imóvel em uma em cada quatro hipotecas nos EUA. Despejos criam mais pessoas sem teto e mais casas vazias. É preciso uma rápida redução do valor das hipotecas.

Os bancos terão de reconhecer as perdas e, se necessário, buscar o capital adicional para fazer frente às exigências em termos de reservas.

Fonte: O Globo
.
.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Diarreia mata quase 1,5 milhão de crianças a cada ano, diz Unicef

14/10/09 - 12h58 - Atualizado em 14/10/09 - 13h29


Infeccções propagadas por água suja causaram 18% das mortes.
Doença é a segunda causa de óbitos, atrás da pneumonia.

Da France Presse

.

Quase 1,5 milhão de crianças de menos de cinco anos morrem a cada ano de diarreia, segunda causa de mortalidade infantil depois da pneumonia, segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta quarta-feira (14).

Segundo Olivier Fontaine, da OMS, os dados, referentes a 2007, mostram tendência de queda. Em 2004, data dos últimos dados recolhidos sobre a questão, o número de mortes causadas pela diarreia entre as crianças chegou a quase 2 milhões de vítimas.

Nos países em desenvolvimento, só 39% das crianças com diarreia recebem os cuidados necessários
.

"O que é preocupante é ver que nossas atividades de informação não têm efeito, porque a contribuição relativa da diarreia para a mortalidade total não mudou nos últimos anos", continuou Fontaine. A mortalidade total de crianças menores de cinco anos passou de 10,4 milhões em 2004 para 8,9 milhões em 2007, segundo ele.

No total, as infeccções diarreicas propagadas pelas águas sujas estão na origem de quase 18% das mortes de crianças no mundo, destacou. Além disso, apesar dos esforços realizados pelas organizações humanitárias, a diarreia é a segunda causa de mortes entre os mais jovens.


"Portando, existem tratamentos eficazes e pouco custosos, mas nos países em desenvolvimento, somente 39% das crianças com diarreia recebem os cuidados necessários", lamentou a diretora da Unicef, Ann Veneman, citada em um comunicado.


A OMS calculou em quase 50 milhões o número de crianças salvas graças ao tratamento à base de soro fisiológico e zinco desde sua adoção há 25 anos.

Leia mais notícias de Saúde

.

(http://g1.globo.com)

.

quarta-feira, abril 29, 2009

Gripe suína: 'O Globo' veste marrom


O noticiário internacional sobre a expansão da gripe suína se divide entre os jornais de maior prestígio, que trazem informações oficiais e recomendações à população, e os chamados tablóides, modo genérico de qualificar a imprensa de má qualidade, que sai com manchetes alarmantes e pouca informação útil. No Brasil, o papel dos tablóides — ou, como chamamos, da imprensa marrom — foi assumido pelo Globo com sua manchete: "Gripe se alastra no mundo e Brasil mostra despreparo".

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa



Nos demais jornais brasileiros e na imprensa internacional de qualidade, a informação predominante dá conta de que a Organização Mundial de Saúde elevou o nível de alerta porque o vírus demonstra capacidade de transmissão entre humanos, o que pode facilitar sua expansão muito rapidamente em grandes cidades.


Embora os casos confirmados se restrinjam a cinco países — México, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Escócia —, O Globo entendeu que o vírus "se alastra no mundo". É um caso de alto alarmismo e baixo jornalismo.


Realidade distorcida


Dos três chamados grandes jornais de influência nacional, O Globo tem se caracterizado pela linguagem menos refinada e pelas escolhas de manchetes mais ruidosas. Quando se trata de casos de corrupção ou de violência extremada, pode-se justificar. Mas, no caso de um risco para a saúde pública, o gosto pelo escândalo pode representar um desserviço à sociedade.


Quando a notícia de um fato que pode causar pânico na população é produzida com os cuidados necessários, um número maior de pessoas procura adotar as medidas recomendadas pelas autoridades e a sociedade reage melhor.


Quando a mesma notícia produz mais alarmismo do que informação útil e segura, o resultado pode ser a irracionalidade coletiva, que reduz as chances de sucesso das ações preventivas.


No caso da gripe suína, todos os grandes jornais, com exceção do Globo, apresentam, em suas primeiras páginas, recomendações e dicas para que os leitores tenham uma idéia mais clara dos cuidados a serem tomados. Entre essas recomendações, uma das mais importantes é evitar a automedicação.


A manchete do Globo distorce a realidade, gera pânico, desinforma e nada garante que ajude a vender jornal. Então, para que o alarmismo?


Liberdade e responsabilidade


A escolha do Globo, que contrasta com as dos outros grandes jornais brasileiros, abre espaço para um bom debate sobre liberdade e responsabilidade no jornalismo. Além de informar pouco e fazer muito barulho, a primeira página do Globo de terça-feira (28) mistura a notícia sobre o grave perigo de uma epidemia mundial a querelas da política, ao inserir uma charge no meio da notícia principal. Na charge, o presidente da República aparece desenhado, com um guarda-chuva, sob uma chuva de porcos, e a frase: "Mais essa agora".


Ora, que graça pode haver em ilustrar a notícia sobre o risco de uma pandemia de graves consequências com preocupações eleitorais do presidente da República? Ou será que os editores pretendiam relacionar a figura do presidente à afirmação sacada na manchete, segundo a qual "o Brasil mostra despreparo" para enfrentar um surto de gripe?


No momento em que o Supremo Tribunal Federal se reúne para votar a extinção da Lei de Imprensa, a edição de terça-feira (28) do Globo pode servir como bom exemplo de mau jornalismo — ou de como a liberdade de imprensa deveria ser acompanhada de muita responsabilidade.



in Vermelho - 2009.04.28 - 15h57
.
.