A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Cem milhões de trabalhadores em greve na Índia

 
 
20 de Fevereiro de 2013 - 14h56         

Em torno de 100 milhões de trabalhadores iniciaram nesta quarta-feira (20), na Índia, uma greve de dois dias para protestar contra o aumento no custo de vida, a falta de oportunidades de emprego e a corrupção.


Apoiada por todos os sindicatos, exceto os aliados com o governante Partido do Congresso, a greve evidencia o descontentamento da classe operária indiana, que se sente excluída da prosperidade econômica do país na última década.

A inflação, a falta de investimento no setor público, a violação das leis trabalhistas, os baixos salários e a ausência de previdência social, levaram os trabalhadores à greve, informou um comunicado do Congresso de Sindicatos de Toda a Índia (AITUC) que tem mais de três milhões e meio de membros.

Os empregados das agências bancárias do país, que somam mais de um milhão, tiveram um alto nível de participação na greve devido a discordarem dos planos do Governo de abrir o setor, que pertence ao Estado, aos investidores estrangeiros.

Espera-se um grande apoio também dos trabalhadores do transporte e dos serviços públicos, portos, seguros, mineração e metalurgia, telecomunicações e inclusive de empregados de departamentos dos governo central e estaduais.

Os grevistas exigem a instauração de um salário mínimo nacional, contratos de duração indefinida para 50 milhões de trabalhadores temporários, a observação estrita das leis trabalhistas e uma cobertura universal de seguridade social para os trabalhadores do setor informal.

E ainda, a aplicação de medidas concretas para conter o constante aumento dos preços, sobretudo de alimentos e combustíveis, o fim da privatização das empresas estatais e a contenção da corrupção.

"Se o governo não atender estas demandas, depois da greve, vamos intensificar nossos protestos mediante medidas como as greves de fome em massa e outros atos de agitação", advertiu o secretário geral de AITUC, Gurudas Dasgupta.

Fonte: Prensa Latina

terça-feira, agosto 28, 2007

Choque de civilizações: vem aí a "guerra das favelas"?

Um dos estrategistas do Pentágono disse friamente:"as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que distinguirá o século 21". A doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada nessa linha para sustentar uma guerra mundial contra pobres urbanos. " Esse é o verdadeiro choque de civilizações".


Por Leonardo Boff*, na Carta Maior




Cena da favela de Dharavi, em Mumbai, Índia

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A expressão "choque de civilizações" como formato das futuras guerras da humanidade foi cunhada pelo fracasssado estrategista da Guerra do Vietnã Samuel P. Huntington. Para Mike Davis, um dos criativos pesquisadores norte-americanos sobre temas atuais como "holocaustos coloniais" ou "a ameaça global da gripe aviária", a guerra de civilizações se daria entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo.
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O processo de favelização do mundo
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Seu recente livro Planeta Favela (2006) apresenta uma pesquisa minuciosa (apesar da bibiografia ser quase toda em inglês) sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes. A humanidade sempre se organizou de um jeito que grupos fortes se apropriassem da Terra e de seus recursos, deixando grande parte da população excluída.
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Com a introdução do neoliberalismo a partir de 1980 este processo ganhou livre curso: houve uma privatização de quase tudo, uma acumulação de bens e serviços em poucas mãos de tal monta que desestabilizou socialmente os países periféricos e lançou milhões e milhões de pessoas na pura informalidade. Para o sistema eles são "óleo queimado", "zeros econômicos", "massa supérflua" que sequer merece entrar no exército de reserva do capital.
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Essa exclusão se expressa pela favelização que ocorre no planeta inteiro na proporção de 25 milhões de pessoas por ano. Segundo Davis 78,2% das populações dos países pobres é de favelados (p.34). Dados da CIA, de 2002, davam o espantoso número de 1 bilhão de pessoas desempregadas ou subempregadas favelizadas. ~
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"As cidades fracassadas e ferozes"...
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Junto com a favela vem toda a corte de perversidades, como o exército de milhares de crianças exploradas e escravizadas, como em Varanasi (Benares) na Índia na fabricação de tapetes, ou as "fazendas de rins" e outros órgãos comercializados em Madras ou no Cairo e formas inimagináveis de degradação, onde pessoas "vivem literalmente na m"(p.142).
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Ao Império norte-americano não passaram desapercebidas as conseqüências geopolíticas de um "planeta de favelas". Temem "a urbanização da revolta" ou a articulação dos favelados em vista de lutas políticas. Organizaram um aparato Mout (Military Operations on Urbanized Terrain: operações militares em terreno urbanizado) com o objetivo de se treinarem soldados para lutas em ruas labirínticas, nos esgoto, nas favelas, em qualquer parte do mundo onde os interesses imperiais estejam ameaçados.
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Será a luta entre a cidade organizada e amedrontada e a favela enfurecida. Um dos estrategistas diz friamente:"as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que distinguirá o século 21; a doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada nessa linha para sustentar uma guerra mundial de baixa intensidade e de duração ilimitada contra segmentos criminalizados dos pobres urbanos. Esse é o verdadeiro choque de civilizações"(p.205).
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Será que os métodos usados recentemente no Rio de Janeiro com a militarização do combate aos traficantes nas favelas, com verdadeiras execuções, já não obedece a esta estratégia, inspirada pelo Império? Estamos entre os países mais favelizados do mundo, efeito perverso provocado por aqueles que sempre negaram a reforma agrária e a inclusão social das grandes maiorias pois lhes convinha deixá-las empobrecidas, doentes e analfabetas. Enquanto não se fizerem as mudanças de inclusão necessária, continuará o medo e o risco real de uma guerra sem fim.
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* Teólogo e escritor; fonte: http://www.agenciacartamaior.com.br/; intertítulos do Vermelho