A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quinta-feira, novembro 08, 2012

A ONU e os direitos humanos



A ONU e os direitos humanos

Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.
Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos.
Desde o estabelecimento das Nações Unidas, em 1945, um de seus objetivos fundamentais tem sido promover e encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, conforme estipulado na Carta das Nações Unidas:
“Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitoshumanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, … a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações…”
Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de 1948, através da Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.
Desde sua adoção, em 1948, a DUDH foi traduzida em mais de 360 idiomas – o documento mais traduzido do mundo – e inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes. A DUDH, em conjunto com o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e seus dois Protocolos Opcionais (sobre procedimento de queixa e sobre pena de morte) e com o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e seu Protocolo Opcional, formam a chamada Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Uma série de tratados internacionais de direitos humanos e outros instrumentos adotados desde 1945 expandiram o corpo do direito internacional dos direitos humanos. Eles incluem a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), entre outras.
As Nações Unidas trabalham ativamente para definir, monitorar e ajudar os Estados-Membros a implantarem as normas internacionais dos direitos humanos. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) é responsável por liderar a promoção e a proteção dos direitos humanos, e implementar os programa de direitos humanos dentro da ONU.
Conselho de Segurança da ONU, que tem como principal responsabilidade a manutenção da paz e da segurança internacionais, também lida com graves violações dos direitos humanos, como o uso de crianças como soldados (Resolução 1612, 2005) e o uso do estupro como arma de guerra (Resolução 1820, 2008).
Desde 1948 a Assembleia Geral já adotou cerca de 80 tratados e declarações de direitos humanos. Como a Declaração sobre os Defensores Direitos Humanos (1998) e a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007).
A cada ano, a Comissão da Assembleia Geral para Assuntos Sociais, Culturais e Humanitários analisa uma série de assuntos, incluindo questões de direitos humanos. A Comissão ouve relatos de especialistas em direitos humanos e discute o avanço das mulheres, a proteção das crianças, questões indígenas, o tratamento dos refugiados, a promoção das liberdades fundamentais através da eliminação do racismo e da discriminação racial, e a promoção do direito à autodeterminação.
Mecanismos de direitos humanos estabelecidos pela ONU monitoram a implementação das normas de direitos humanos no mundo todo. Eles incluem o Conselho de Direitos Humanos, os “Procedimentos Especiais”, com mandatos temáticos ou específicos de cada país e o núcleo dos tratados dos organismos de direitos humanos.
Conselho de Direitos Humanos, estabelecido pela Assembleia Geral em 15 de março de 2006, e respondendo diretamente a ela, substituiu a Comissão sobre os Direitos Humanos da ONU, que existiu por 60 anos, como o órgão inter-governamental chave da ONU responsável pelos direitos humanos. O Conselho é formado por 47 Estados e é encarregado de fortalecer a promoção e a proteção dos direitos humanos em todo o mundo, solucionando situações de violações dos direitos humanos e fazendo recomendações sobre elas, incluindo a resposta às emergências. Através do mecanismo da Revisão Periódica Universal, o Conselho avalia a situação dos direitos humanos em todos os 192 Estados-Membros da ONU. Ele também trabalha em estreita colaboração com os Procedimentos Especiais da ONU, estabelecidos pela ex-Comissão sobre os Direitos Humanos.
Os “Procedimentos Especiais” são tanto um indivíduo – um relator especial ou representante – ou um grupo de trabalho. Eles são peritos proeminentes e independentes, indicados pelo Conselho de Direitos Humanos, que trabalham voluntariamente. Eles analisam, monitoram, aconselham e relatam publicamente as situações dos direitos humanos em países ou territórios específicos, ou grandes violações dos direitos humanos em todo o mundo como a prisão arbitrária, execuções extrajudiciais, tortura, prostituição infantil ou de privação de direitos como o direito à alimentação, à moradia adequada, à água potável, à liberdade de expressão, á educação e outros.
A maioria dos principais tratados de direitos humanos tem um órgão de supervisão, responsável por revisar a implementação do tratado pelos países que o ratificaram. Estes órgãos – como o Comitê sobre os Direitos da Criança (que supervisiona a Convenção sobre os Direitos da Criança) e o Comitê Contra a Tortura (para a Convenção Contra a Tortura) reúnem-se várias vezes por ano, em Genebra ou Nova York. Os indivíduos que tiveram seus direitos violados podem fazer denúncias diretamente aos Comitês, supervisionando quatro tratados de direitos humanos: o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, aConvenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e a Convenção contra a tortura e outro tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Órgãos judiciais da família das Nações Unidas, incluindo o Tribunal Penal Internacional, e tribunais penais especializados, como o da ex-Iugolsávia e para Ruanda, estabelecidos pelo Conselho de Segurança, trabalham para assegurar a justiça e a responsabilidade individual em casos de graves violações dos direitos humanos.
Outros links relacionados, clique aqui.
Visite o site dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: www.dudh.org.br [temporariamente fora do ar, em breve de volta]

domingo, março 21, 2010

Embaixador chinês na ONU expõe política de direitos humanos

Mundo

Vermelho - 18 de Março de 2010 - 18h09

A China respeita a universalidade dos direitos humanos e acredita que todos eles são "universais, indivisíveis, interdependentes e interrelacionados", disse na última quarta-feira (17) He Yafei, novo embaixador da China no escritório da ONU de Genebra.

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"O princípio da universalidade foi incluído na Carta da ONU, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros instrumentos internacionais de direitos humanos", disse He à Agência Xinhua.
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"A China ratificou mais de 20 acordos internacionais de direitos humanos, inclusive sete dos oito principais instrumentos de direitos humanos. Isso demonstra claramente a vinculação da China à universalidade dos direitos humanos", disse o embaixador, que era vice-ministro de Relações Externas da China antes de assumir seu novo cargo em Genebra, no início deste mês.
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O representante governamental reconheceu a universalidade dos direitos humanos e insistiu que os países possam ter julgamentos distintos sobre a questão e sobre as formas e meios diferentes de promover e proteger esses direitos, pela diversidade "de cultura, história, religião e diferença de sistemas sociais e níveis de desenvolvimento".
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De acordo com o embaixador chinês, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que tem sua sede em Genebra e que é integrado por 47 estados membros, é uma agência destinada a promover e proteger os direitos humanos por meio do diálogo e da cooperação.
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He afirmou que o Conselho analisou inteiramente todos os pontos da agenda e deu respostas oportunas aos assuntos substanciais da matéria.
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Além disso, o Conselho analisou a situação dos direitos humanos em 112 estados membros da ONU, inclusive a China, por meio de seu mecanismo de Análise Universal Periódica, que é um resultado "que vale a pena mencionar".
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O representante admitiu que o Conselho não é uma agência "perfeita" que segue sofrendo problemas como critérios duplos e politização.
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O funcionamento do Conselho necessita ser analizado para que seu trabalho possa ser melhorado e melhor alinhado à letra e ao espírito das resoluções da ONU, afirmou.
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Não obstante, o embaixador expressou sua oposição a qualquer tentativa de "reconstruir" a agência ou de "renegociar o que já está acertado".
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Na entrevista, He também sublinhou a crescente contribuição da China à ONU e sua integração mais profunda ao sistema internacional.
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A China é há muito o maior contribuinte de tropas dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, agregou. Atualmente, mais de 2.100 soldados chineses participam em cerca de 10 missões de manutenção da paz da ONU.
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O embaixador sublinhou que a China nunca figirá dos seus papéis internacionais e que continuará cumprindo suas obrigações mundiais.
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Fonte: Xinhua
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  • China?

    19/03/2010 14h49 Só pode ser uma piada de mal gosto de mal intenciondada associar a China a defesa dos direitos humanos.
    jefferson
    santo andré - SP
  • O direito à informação

    19/03/2010 9h08 E quais são esses 7 dos 8 pontos com os quais a China concorda? Faltou publicar a entrevista feita pela agência Xinhua.
    Ana Pontes
    Rio de Janeiro - RJ
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sexta-feira, março 20, 2009

Boicotes podem esvaziar conferência da ONU contra o racismo

20.03.2009

Mundo | 20.03.2009

Boicotes podem esvaziar conferência da ONU contra o racismo

A conferência contra o racismo da ONU, a ser realizada em meados de abril em Genebra, pode fracassar. Países ocidentais estão ameaçando um boicote por verem um tom antissemita no encontro.

Agora também a União Europeia (UE) ameaça boicotar a planejada Conferência Mundial Contra o Racismo da ONU, programada para 20 a 24 de abril em Genebra, na Suíça. O Canadá, a Austrália e os EUA já haviam rejeitado anteriormente participar do evento.


Diversos países do Ocidente temem que a declaração final da conferência mundial possa ser instrumentalizada para veicular opiniões unilaterais sobre o conflito no Oriente Médio.


Diante das ameaças, trechos polêmicos do projeto de declaração final – como as referências a Israel – foram cortadas, e um novo texto foi apresentado esta semana. Segundo o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, foram dados "passos na direção correta", mas mudanças adicionais são necessárias.


Polêmica em 2001


Nos últimos 20 anos, nenhum evento de cúpula das Nações Unidas foi tão controverso como a Conferência Mundial contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância de 2001, realizada na cidade sul-africana de Durban. Muitos dos países que se comportaram como porta-vozes da agenda antirracista durante a conferência, como Irã, Líbia, Cuba e Zimbábue, eram ditaduras e notórios infratores dos direitos humanos.


Protestos contra a escravidão na França, em 2006

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Protestos contra a escravidão na França, em 2006


Na época, temia-se que posições e argumentos racistas e antissemitas pudessem ser incluídos na declaração final. Mesmo que isso não tenha acontecido, as discussões haviam se acirrado tanto anteriormente que os Estados Unidos e Israel se afastaram da conferência.


Mas, no geral, o evento possibilitou avanços decisivos no debate sobre os direitos humanos, afirma Heiner Bielefeldt, diretor do Instituto Alemão de Direitos Humanos, de Berlim.


Do colonialismo à escravidão moderna


Bielefeldt lembra que, quando a política internacional de direitos humanos começou de fato, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, muitos povos – sobretudo na África, mas também na Ásia – ainda vivam sob domínio colonial.


"Nos anos 1940, proclamou-se a igualdade entre todos os seres humanos em seus direitos, mas ao mesmo tempo havia o domínio e a repressão coloniais. Essa contradição tornou necessária uma intensa abordagem do tema colonialismo, a fim de que os países do Sul pudessem incorporar a ideia dos direitos humanos", explica Bielefeldt.


Nesse sentido, a conferência de 2001 representou uma ruptura. Ideologias racistas foram censuradas em todas as suas variantes, independentemente de se referirem a diferenças biológicas, culturais ou religiosas. Outros alvos de repúdio foram o apartheid, a escravidão, o tráfico de escravos e o colonialismo.


Também os direitos dos povos indígenas foram incluídos na agenda do sistema de direitos humanos da ONU, assim como a situação dos refugiados e migrantes e os direitos de pessoas de origem africana e das etnias sinto e rom.


O documento final continha uma longa lista de propostas a serem implementadas em nível nacional. A meta da próxima conferência, denominada Durban Review (revisão de Durban), é discutir o estágio de avanço de todos esses assuntos.


Pouca ação desde Durban


Segundo comentou Bieledfeldt, a exigência de implementar iniciativas nacionais contra o racismo não chegou a ser cumprida em muitos países. "Seria ótimo se, digamos, cem países tivessem feito isso, o que permitiria uma revisão, uma retrospectiva, uma avaliação. Mas só foram poucos a implementar os planos nacionais de ação."


As primeiras recusas de participar da conferência deste ano partiram do Canadá e de Israel. A crítica se dirigiu sobretudo contra ataques unilaterais a Israel presentes num esboço de documento final.


Manifestações pró-Israel em Berlim, janeiro de 2009

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Manifestações pró-Israel em Berlim, janeiro de 2009


Para Bielefeldt, os ataques a Israel despertam a suspeita de um antissemitismo camuflado e não podem ser incluídos na declaração final. O pesquisador considera inaceitável essa fixação unilateral em Israel; para ele, o país acabou se tornando uma superfície de projeção para muitas coisas.


Boicote seria fatal


No entanto, o esboço de documento final contém inúmeros outros aspectos sobre o tema racismo. Afinal, segundo aponta Bielefeldt, o insulto a Israel não é de interesse primário dos países do Sul. O pesquisador lembra de outros problemas relevantes, como a discriminação por causa da cor da pele ou as antigas e as novas formas da escravidão.


A ausência de várias nações ameaça transformar a conferência numa farsa. Foi por isso que, após o anúncio de que os Estados Unidos não compareceriam ao evento, a comissária de direitos humanos da ONU, Navanethem Pillay, conclamou todos os países à participação.


Das nações europeias, Itália, Alemanha e Holanda são as que apresentam as maiores restrições à participação. Bielefeldt considera fatal para o evento um eventual boicote prévio dos países europeus.


"Acho que é preciso intervir na conversa, fazer resistência contra tendências de uma política unilateral anti-israelense, contra todas as formas de antissemitismo dissimulado. A agenda antirracista é importante demais para deixá-la a critério dos países que representam uma linha dura ideológica, como o Zimbábue, o Irã, Cuba, entre outros. Isso seria fatal."


SM/AS/dw/afp/kna

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Deutsche Welle 2009.03.20

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terça-feira, julho 08, 2008

Brasil - Deputados criticam europeus pela criminalização dos imigrantes

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Théodore Géricault

A Jangada da Medusa

(1818 - 1819)

Paris, Museu do Louvre





4 DE JULHO DE 2008 - 13h53


A legislação aprovada no Parlamento europeu sobre ciminalização dos imigrantes ilegais continua sendo alvo de censuras e críticas entre os parlamentares e autoridades brasilerias. Esta semana, a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e o deputado Luiz Couto (PT-PB) fizeram discursos na tribuna da Câmara, para tratar do tema. “Com essa diretiva, o continente europeu resgata a xenofobia, o preconceito e a violação de direitos humanos fundamentais. Aspectos esses que levaram o mundo inteiro à 2ª Guerra Mundial”, afirmou Manuela.



Ela destacou “a vigorosa resposta brasileira através do Ministério das Relações Exteriores, que, de forma altiva, aplicou o princípio da reciprocidade”, embora admita que “neste caso, não há como estabelecermos procedimentos recíprocos, simplesmente porque o Brasil estaria violando suas próprias leis, e mais do que isso, estaríamos violando a Carta de Direitos Humanos. Não existe em nossa legislação a possibilidade de mantermos presos, sem acusação formal, imigrantes por até 18 meses”.


Para a deputada, “instituiu-se de fato uma situação kafkiana para os imigrantes. Instituiu-se o "delito da imigração", acrescentando que “essa formulação foi gestada e aprovada pelos setores mais conservadores da sociedade e está muito longe de ser a opinião de todo o povo europeu, haja vista os protestos em diversos países europeus”.


Ela lembrou ainda que “o Brasil acolheu os emigrantes europeus em diferentes levas, sempre com respeito e humanidade. Fazem parte hoje de nossa cultura e de nosso País”, acusando os dirigentes europeus – Berlusconi (Itália), Merkel (Alemanha), Sarkozy (França) e Brown (Inglaterra) – de construirem uma Europa “triste, xenófoba e sombria”.


“Tristes lembranças que achávamos sepultadas há mais de 60 anos, mas que foram resgatadas pelos novos tempos de liberalismo. O mesmo liberalismo que busca refrear nosso crescimento, que tenta atacar a soberania dos países em desenvolvimento e também destrói conquistas sociais no Primeiro e no Terceiro Mundo”, afirmou Manuela.


Tratados como bandidos


O mesmo assunto foi tema de discurso do deputado Luiz Couto, que demonstrou preocupação com os brasileiros que viajam para o exterior e lá são presos e deportados. "Só na França foram mais de 50 que trabalhavam na construção civil, alguns deles de forma legal", afirmou.


Luiz Couto disse que repudia a postura de governantes da França, da Espanha e de Portugal de prenderem brasileiros e brasileiras nos aeroportos e os mandarem de volta. Para ele, há um sentimento de xenofobia por parte de algumas autoridades dos Estados Unidos e da Europa, especialmente Espanha e Portugal, "que querem enxotar brasileiras e brasileiros que trabalham de forma digna naqueles países e agora estão sendo presos e considerados bandidos".


O parlamentar propõe que o Brasil ratifique a Convenção da ONU que trata da questão da regulamentação dos trabalhadores imigrantes e de seus familiares. Segundo ele, é essa convenção que vai dar possibilidade a que o imigrante, que esteja legal ou não, não seja tratado como bandido.


O deputado petista também quer que a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara defendam a ratificação da convenção que regulamenta o trabalho dos imigrantes e dos seus familiares.


De Brasília
Márcia Xavier

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24 DE JUNHO DE 2008 - 19h25

Brasil endurece discurso contra a xenofobia na Europa


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta terça-feira (24) duras críticas ao que classificou de "vento frio da xenofobia" dos países europeus. Na avaliação de Lula, o preconceito contra imigrantes é hoje uma questão séria em toda a Europa e só existe uma solução para isso: "Não é proibindo os pobres de irem para a Europa, é ajudando a desenvolver os países pobres; por isso, falamos tanto na construção de parceria com os países do Terceiro Mundo para produzir etanol e biodiesel."


Ele invocou o artigo 13º da Declaração Universal dos Direitos Humanos "contra os tambores do medo e da intolerância", que diz: "Todo ser humano tem o direito de circular livremente."


As críticas que Lula fez, em seminário ocorrido em Brasília, sob o tema "A responsabilidade social nas empresas e os 60 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos", foram uma resposta à aprovação, na semana passada pelo Parlamento Europeu, de uma nova lei de imigração que prevê sanções mais fortes a todos aqueles que ingressarem de forma ilegal na Europa, incluindo a expulsão.


Ainda no discurso, o presidente disse que o mundo "ainda não entende (a defesa que o Brasil faz do aumento da produção do álcool, incluindo a parceira com os países subdesenvolvidos), mas vai entender".


Vento frio


Ao citar as comemorações dos 60 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Lula continuou com as críticas: "É forçoso expressar nossa perplexidade, passadas seis décadas do mais ousado compromisso de paz, assinado por entre as rinhas da Segunda Guerra, fronteiras marcadas por preconceito e discriminação voltam a circundar países." O presidente continuou: "O vento frio da xenofobia sopra outra vez sua falsa resposta para os desafios da economia e da sociedade. Hoje, como ontem, o desemprego, a fome e a instabilidade financeira reclamam maior coordenação entre as nações e maior solidariedade entre os povos."


Depois do pronunciamento no Parlamento Europeu, por causa do endurecimento das leis de imigração, Lula elogiou a postura brasileira: "Em meio a ameaças e sombras, a trajetória brasileira distingue-se, positivamente, no cenário internacional. Graças a uma convergência de esforços entre o Estado e as organizações da sociedade civil, acumulamos um saldo de conquistas humanistas que nos orgulha, mas redobra a responsabilidade e nos encoraja a ir além."


O presidente argumentou ainda que, no governo, os cuidados com os segmentos mais fracos e os contingentes mais humildes da sociedade deixaram de ser encarados como ação meramente paliativa. Segundo Lula, essa concepção de desenvolvimento, "indissociável do fortalecimento da cidadania, trouxe para dentro da democracia e da economia parte expressiva da população brasileira que, durante séculos, foi mantida na soleira da porta, praticamente do lado de fora do país".


in Vermelho

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