A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
Mostrar mensagens com a etiqueta Mary Stassinákis. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mary Stassinákis. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Instinto selvagem: bancos ignoram profundidade do abismo



 

Economia

Vermelho - 14 de Janeiro de 2010 - 16h29

.

Quando os maiores bancos norte-americanos resgataram os empréstimos de socorro que havia lhes concedido o governo, devolvendo as dezenas de bilhões dólares que fluíram do Tarp, o presidente, Barack Obama, convidou os CEOs ao Salão Roosevelt da Casa Branca, ocasião em que os pressionou para concederem mais empréstimos às empresas e às famílias.

Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil 

Entretanto, apesar do ineditismo da decisão do governo de apoiar os bancos com capitais estatais, o fluxo de crédito na economia real continua sendo restrito. De acordo com o Federal Reserve (Fed), Bank of America, JP Morgan Chase, Citigroup e Wells Fargo restringiram as concessões de empréstimos a empresas e indústrias em 15%, ou US$ 100 bilhões, no período entre abril e outubro, e em novembro em 1,2%, totalizando US$ 1,35 trilhão, nível mais baixo desde setembro de 2007.
.
Durante o período de 16 a 23 de dezembro do ano passado, o volume de empréstimos foi reduzido a US$ 1,33 trilhão. Contudo, economistas destacam desaceleração do ritmo de redução das concessões, de 2% no período abril-outubro, em base mensal, para 1,2% em novembro, um indício que poderá ser interpretado como positivo.
.
Em todo caso, o apoio aos bancos com capitais estatais não foi repassado à economia real com a concessão de mais empréstimos. Membros do Congresso dos EUA exercem severa crítica contra a "recusa" dos bancos de se mostrarem, igualmente, generosos a exemplo do que foi o governo para com eles.
.
Pequenos sem acesso
.
Os bancos encontram-se em "confortável" beco sem saída. Por um lado deveriam apoiar os capitais (Tier 1), os quais dependem das "resistências" de sua capitalização que haviam sido corroídas pelos gigantescos prejuízos no mercado do crédito habitacional.
.
Por outro lado, têm toda razão de não se exporem a riscos adicionais de crédito e se manterem bem mais severos em seus critérios para concessão de empréstimos, quando os fundamentos da economia confirmam que os EUA atravessam a pior crise após a Grande Depressão de 1930.
.
O Bank of America, uma das maiores "vítimas" da crise, devolveu finalmente os US$ 45 bilhões ao Tarp e reduziu a concessão de empréstimos a empresas e indústrias em 21%, ou US$ 58 bilhões, no semestre abril-outubro. Comprometeu-se, contudo, a aumentar os créditos às micro e médias empresas em US$ 5 bilhões, no âmbito de um amplo programa para fortalecimento da economia.
.
Moly Bogan, alta executiva da União das Micro e Médias Empresas dos EUA, declarou categoricamente: "Há meses agora estamos ouvindo o governo pedindo transfusão de capitais do Tarp às micro e médias empresas. Mas o fluxo de crédito não tem sido flexibilizado. O acesso a empréstimos é tão difícil agora quanto era há seis meses".
.

sábado, janeiro 16, 2010

Da Grande Depressão de 1929 à crise de 2009 - Mary Stassinákis


 

Economia

Vermelho - 10 de Novembro de 2009 - 12h34

.

Após 80 anos, a economia internacional enfrenta desafios idênticos. "Nunca senti satisfação tão grande. Se não falha minha memória, esta foi a única vez em que escrevi um livro sem pressa", disse o historiador e economista John Kenneth Galbraith, em 1954, sobre seu livro The Great Crash, 1929 (A Grande Depressão, 1929).

.

Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil 

.

Em setembro deste ano, quando a derrocada do Lehman Brothers abalou o sistema financeiro mundial e a economia internacional, a Editora Penguin anunciou que as vendas do livro de Galbraith haviam se multiplicado por 20, para 12.642 exemplares.
.
Obviamente, as comparações são inevitáveis. Oitenta anos após o crash de 1929, o mundo encontra-se, novamente, engaiolado em nova e idêntica crise econômica. Naquela época, assim como antes da crise atual, o mundo ocidental acreditava que não reviveria circunstâncias econômicas semelhantes.
.
Na década de 1920, contudo, todos buscavam se desentoxicar da amarga experiência da Primeira Guerra Mundial. As inovações do rádio e do automóvel enviavam a mensagem ao cidadão norte-americano de que se iniciava uma nova época de permanente bem-estar.
.
A nova geração de financistas antecipava brilho resplandecente em Wall Street nunca dantes visto e muitos norte-americanos queriam um pedaço do bolo dos superdesempenhos. As famílias do país compravam - com dinheiro emprestado - equipamentos domésticos, casas, automóveis e ações.
.
Da "festa" participava, também, o então presidente dos EUA, Calvin Koulitz. Seu nome foi encontrado na relação dos clientes vip da House of Morgan, junto com outros membros do Congresso e da Suprema Corte dos EUA Todos jogavam. Mas alguns encontravam-se em posição mais privilegiada dos demais.
.
Precursores de Madoff
.
De 1921 até 1929, o indicador Dow Jones em Nova York escalou de 60 unidades para 400, com o valor das ações aumentando 218,7%, percentual equivalente com ritmo anual de crescimento de 18%. Durante esta evolução provou-se que os bancos e suas financeiras, as quais emprestavam generosamente capitais, funcionavam em anarquia plena.
.
Em uma população de 125 milhões de habitantes, menos de 2 milhões deles experimentaram com ações, mas as consequências multiplicaram-se no crash, por causa de meio milhão de contas com margin calls, quando com um dólar compravam ações no valor de nove dólares. "Os bancos liberavam generosos créditos aos seus financistas e muitas empresas canalizaram recursos líquidos".
.
Aliás, muitos destes recursos provinham desde o início da Bolsa de Valores, criando uma auto-alimentada máquina de dinheiro. "Os empréstimos com margin calls equivaliam a 1/5 do valor das ações de empresas inscritas na Bolsa, construindo uma "fortaleza" de supervalores em terreno movediço", escreveu Ren Tsernou, do The New York Times.
.
Uma outra característica desta bomba-relógio eram os investment trusts, antepassados dos atuais golpes financeiros, como o Plano Ponzi, de Bernard Madoff. Com a única diferença que, naquela época, ninguém foi preso por ter criado "correntes especulativas", em antítese a Madoff, que cumpre pena de 150 anos.
.
Os investment trusts foram um complexo de capitais de investimentos, em que um era composto por ações de outro que, por sua vez, era uma composição de ações de um outro, e assim por diante.
.
Entretanto, as razões do crash não se limitam aos margin calls ou aos investment trust, que parecem, simplesmente, frente a complicados produtos para investimentos, como as debêntures de empréstimos, que provocaram na última década uma hemorragia de dois anos no sistema financeiro, ou os marginais hedge funds.
.
E embora os investidores se sentissem protegidos pela criação do Federal Reserve dos EUA, em 1913 não existia sequer a proposta de existência de uma Comissão do Mercado de Capitais e, muito menos, uma autoridade que garantisse os depósitos dos cidadãos.
.
Em março de 1929, quando começaram a ser sentidos os primeiros rangidos na Bolsa de Valores de Nova York, os banqueiros ignoraram a advertência do Federal Reserve (Fed) para contenção dos empréstimos generosamente liberados.
.
Um dos mais poderosos banqueiros, Charles Mitchel, CEO do National City Bank, posteriormente rebatizado como Citibank, "correspondeu" à instância do Fed, liberando créditos no total de US$ 25 milhões, para apoio do mercado.
.
Milhões de desempregados
.
A partir da "quinta-feira feira negra" de 24 de outubro de 1929, o indicador Dow Jones iniciou uma descida estável, apesar de que Mitchel e Albert Beguin, do Chase National Bank, e Thomas Lamad, do House of Morgan, terem "imobilizado" mais de US$ 240 milhões para salvarem as ações da queda livre.
.
Contudo, foi em vão. Naquele dia, o indicador Dow Jones despencou 9%, com o volume de transações três vezes maior desde os primeiros nove meses do mesmo ano, enquanto os investidores fugiam do mercado em desabalada carreira.
.
Na semana seguinte, calcula-se que US$ 30 bilhões viraram fumaça. No final, muitos não haviam perdido somente todas as suas economias, mas ficaram devendo aos seus financistas e, por extensão, aos bancos.
.
De 1929 até 1932, as ações na Bolsa de Valores de Nova York haviam perdido 73% de seu valor. Em 1930, 9 milhões de contas de poupança foram, literalmente, "zeradas" e 85 mil empresas foram à falência. Até 1932, o número de desempregados totalizava 14 milhões. A época sem preocupação havia terminado e seria preciso mais uma guerra mundial para reerguer os EUA e o resto do mundo do limbo.
.
Estado, a salvação
.
Uma das diferenças entre o crash de 1929 e a crise financeira que eclodia há dois anos e persiste até hoje é o numero das vítimas que provocou no setor. Calcula-se que, após o crash de 1929, cerca de 11 mil das 25 mil instituições financeiras dos EUA fecharam as portas, mas aquelas que foram à derrocada não foram grupos que desempenhavam papel protagonista no sistema.
.
Mas, de 2008, até hoje, colossos como o Citigroup e o Bank of America permanecem sob o "gerenciamento" do Estado. O Merrill Lynch não sobreviveria se não fosse absorvido pelo Bank of America, que desembolsou US$ 50 bilhões para anexá-lo em setembro passado, no âmbito de um acordo que está sendo investigado pelas autoridades judiciais de Nova York e pela Comissão do Mercado de Capitais.
.
O Bear Stearns, após uma história de 85 anos, foi "adquirido" pelo J.P. Morgan Chase por apenas US$ 2 para cada ação. Também, não se pode esquecer o caso mal cheiroso da seguradora American Internationl Group, que foi estatizada pelo governo de Barack Obama por US$ 85 bilhões dos contribuintes norte-americanos. Destino análogo tiveram as duas maiores empresas de financiamento habitacional dos EUA, as famigeradas Freddie Mac e Fannie Mae.
.
Volta à década de 1930
.
Franklin D. Roosevelt, presidente dos EUA de 1933 até 1945, havia dito em 1934 que o setor bancário lutou até sua derrocada final contra a Lei Glass-Steagall, a qual definiu severas linhas divisórias entre os bancos de investimentos e os bancos comerciais. Os bancos não poderiam oferecer unidades financeiras e os bancos de investimentos não poderiam apoiar-se sobre capitais formados por depósitos de clientes.
.
Esta divisão foi oficialmente abolida há uma década, com a promulgação da lei sobre a atualização dos serviços financeiros, a qual é considerada um dos culpados pela crise atual, que custou perdas totalizando US$ 1,6 trilhão.
.
A União Européia (UE) parece estar seguindo os passos de Roosevelt. Na semana passada, o ING concordou abandonar o setor securitário e se dedicar, exclusivamente, ao bancário por razões de antagonismo.
.
Ao contrário, ninguém queria ouvir recomendações análogas da boca do octogenário Paul Volcker, conselheiro legal do presidente Barack Obama, assim como do presidente do Banco da Inglaterra (Banco Central), Sir Mervin King. Ambos, em situações diferentes, sustentaram que nova intervenção sobre o sistema financeiro não pode e não deve ser repetida, para que não se repita a crise atual.
.
.

terça-feira, junho 30, 2009

Estado Social norte-americano afunda


.

Criados com as idéias do individualismo, os norte-americanos se aborrecem com os princípios do Estado Social e não utilizam essas palavras. Indiscutivelmente, contudo, existe nos EUA um Estado Social, e neste momento seu futuro está sendo posto em dúvida.

.

Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil


.

O significado da falência da General Motors está atrelado a isso, apesar dos insolúveis problemas do capitalismo norte-americano. Em linhas gerais, o Estado Social nos EUA tem dois aspectos: o privado, no qual contribuem as empresas; e o estatal, no qual a ação é assumida pelo governo.

.

E ambos estão em estado de cerco. As empresas, porque estão sendo pressionadas pela concorrência, e o governo porque agora é obrigado a aumentar o endividamento público e os impostos.

.

A GM é exemplo característico de uma grande empresa que desempenha papel de "Estado Social". Formalizando acordos coletivos com os sindicatos dos trabalhadores da indústria automobilística, a empresa assumiu a obrigação de pagar salários elevados, prometeu ocupação após a aposentadoria, aposentadorias elevadas e programas de seguro saúde quitados.

.

Tudo isso faz parte do passado, e vários destes benefícios já começaram a ser reduzidos ou eliminados para todos aqueles que foram contratados pela empresa nos últimos anos.

.

A falência também é um sinal, tornando este modelo de ocupação e cobertura ultrapassado. As empresas seguramente continuam oferecendo atraentes pacotes de "previdência", a fim de conseguir contratar e manter os funcionários de talento.

.

Em relação ao aspecto público, a maioria dos norte-americanos sintoniza a idéia do Estado Social com as ajudas às mães solteiras, o cupom para alimentos e talvez o fundo federal Medicaid, que proporciona assistência médica aos pobres.

.

Mas, em relação a 1960, o Estado mudou radicalmente. Naquela época, 52% dos gastos do governo federal era destinado à defesa e 26% para "ajuda a indivíduos". Em 2008, os percentuais conformaram-se respectivamente em 21% e 61%.

.

As pressões sobre os sistemas não cessarão. Em 1955, quando foram alicerçados os fundamentos da "assistência" para os trabalhadores da GM, o colosso, ao lado de seus semelhantes Ford e Chrysler, dominava 95% do mercado dos EUA.

.

As três indústrias automobilísticas facilmente poderiam repassar o custo do "Estado Social" aos consumidores. Aliás, desde meados da década do 1950 estas três empresas, assim como muitas outras, desejavam ver seus trabalhadores satisfeitos, esperando assim evitar que se filiassem em sindicatos.

.

Avaliando que dominariam tudo e todos no mercado, e que sua concorrência sempre seria controlada, poderiam continuar oferecendo aos seus trabalhadores os muito acalentados presentes da previdência social.

.

Teoricamente, o recuo dos sistemas privados de previdência social poderia ser coberto pela expansão do público. As propostas do presidente Barack Obama para a assistência refletem exatamente esta idéia. Mas qualquer análise realista dos fundamentos e dos dados comprova que não se trata de propostas realistas.

.

"Vamos tomar empréstimo hoje não para financiar o futuro, mas para cobrir as atuais necessidades dos fundos de previdência social. A lógica diz que não devemos estudar quais destes cobrem realmente os necessitados e livrarmo-nos do resto. Não devemos repetir - em nível nacional - os erros da GM, porque pagaremos muito mais caro por eles".

.

Garantias mínimas

.

O modelo de ocupação e cobertura previdenciária está mudando. Embora alguém possa fazer carreira em uma única empresa, as garantias de emprego até a aposentadoria não existem mais. Em 2008, apenas 50% dos trabalhadores homens com idade de 50 até 54 anos revelou trabalhar na mesma empresa há pelo menos uma década. Em 1982, eram 62% nesta situação.

.

Os dados para seguros saúde e aposentadorias são análogos. Em 2007, apenas 177 milhões de norte-americanos possuíam seguros saúde por intermédio de suas empresas. Trata-se de 59,3% da população do país. Em 1999, eram 63,0%. E desde 1980 a tendência diz respeito à readequação do sistema, através principalmente dos programas de poupança.
.
.
in Vermelho - 30 DE JUNHO DE 2009 - 12h07
.
.