A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quarta-feira, julho 22, 2009

Alberto João e a rede bombista FLAMA



Pedro Cunha (arquivo)
Alberto João Jardim discorda da investigação que está a ser conduzida pela PJ sobre a colocação de bandeiras flamistas na madrugada de 25 de Abril passado em várias zonas da Madeira


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Acções do movimento no 25 de Abril
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Fundadores da FLAMA asseguram que o ressuscitar do movimento separatista só interessa a Jardim
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* Tolentino de Nóbrega
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Passados mais de 30 anos sobre a extinção da denominada Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (Flama), dois sobreviventes do directório fundador saíram da clandestinidade para se demarcarem das recentes actividades atribuídas a este movimento separatista, nunca julgado pela autoria de mais de 70 atentados bombistas perpetrados entre 1975 e 1978 no arquipélago.
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“A Flama desfez-se. Hoje é um conjunto de cadáveres que jaz no Cemitério de São Martinho”, sintetiza João Costa Miranda, um dos três sobreviventes do directório constituído por 16 membros. “Ressuscitar a Flama nesta altura é uma palhaçada, um disparate sem justificação possível. A frente nasceu num contexto, quando Portugal caminhava para uma ditadura comunista, mas agora não tem razão de ser, está extinta. Hoje levantar o espantalho da independência só interessa a quem quer colher dividendos da guerra com Lisboa”, diz Miranda. Mais directo foi Daniel Drumond, outro membro do directório, ao apontar o dedo à Quinta Vigia, sede da presidência do Governo regional. O terceiro elemento ainda vivo, que é fundador do movimento, está no estrangeiro.
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Alberto João Jardim discorda da investigação que está a ser conduzida pela PJ sobre a colocação de bandeiras flamistas na madrugada de 25 de Abril passado em várias zonas da Madeira. Com esta acção, “para já de forma pacífica”, era atribuído ao movimento o propósito de reiniciar “a sua luta”. “Acho um atentado às liberdades, direitos e garantias andar a perseguir seja quem for por ideias políticas”, justificou Jardim. “Nós estamos num país livre e as pessoas são livres de se manifestarem”, acrescentou o governante e membro do Conselho de Estado que tem usado a ameaça independentista em momentos de maior aflição financeira da região ou quando negoceia reforços financeiros com Lisboa.
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Jardim diz ter “achado piada” na acção da semana passada atribuída à Flama, que incluiu o hastear da bandeira separatista no mastro do Palácio de São Lourenço. É a segunda vez que tal bandeira é hasteada neste monumento nacional, sede da representação da República, mas cuja posse é reivindicada pelo Governo regional.
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Na madrugada de 20 de Julho de 1975, em vésperas de uma grande manifestação do PPD que abriu uma cruzada contra o “colonialismo de Lisboa”, o Funchal também amanheceu ornamentado com bandeiras do movimento a que foi atribuída a autoria de mais de 70 atentados bombistas contra bens do Estado (avião da Força Aérea, comando militar, Emissora Nacional e PJ) e viaturas de madeirenses conotadas com a esquerda. Os bombistas, disse-o Jardim no Parlamento da Madeira, “não são dignos de castigo, mas de recompensa”, uma vez que são “defensores da pátria e da democracia”.
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Em Fevereiro do ano passado, quando o Presidente da República visitou a Madeira, os sociais-democratas exigiram que a bandeira da região fosse hasteada no Palácio de São Lourenço.
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Ao colocar agora a bandeira no palácio, os seus autores declararam que não querem “pertencer a um país governado por um corrupto que deveria estar preso”. Miranda, que se assumiu como antigo responsável editorial do movimento, negou também qualquer ligação da Flama ao comunicado divulgado com o seu símbolo na semana passada. “Não tem qualquer semelhança com os nossos comunicados, nem no estilo, nem na ortografia e gramática. É um plágio tosco, rude e grosseiro”, frisou.
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Acusado pelo líder regional do PS de ter responsabilidade na Flama, Jardim elegeu Sócrates como “o maior inimigo da Madeira desde o 25 de Abril” e único alvo a abater nas próximas eleições. E admitiu relançar, depois do próximo ciclo eleitoral, a ideia da independência a um ano do fim do mandato que, mais uma vez, promete ser o último. “Vamos aguentar até 2010” e “não terei qualquer receio em defendê-la [a independência] se vir” que “o Estado central autoritário abusa de poder sobre o povo madeirense”.
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in Público -03. 05.2009 - 23h30
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Os filhos do menino Alberto João estrumam cartas e terreno (2)

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Lusa José Miguel Júdice e Rebelo de Sousa falam em democracia estável
José Miguel Júdice e Rebelo de Sousa falam em democracia estável

Constituição: Defendem fim de proibição

Partidos fascistas

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* Cristina Rita

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Eliminar a referência à proibição de partidos com base na ideologia numa revisão constitucional numa democracia estabilizada merece o apoio do ex-bastonário da ordem dos advogados José Miguel Júdice e de Marcelo Rebelo de Sousa. O tema entrou na agenda por causa da proposta polémica do PSD da Madeira.
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"Isto não significa que os constituintes defendam o fascismo, (...), mas que acabaram por entrar na idade adulta, deixando-se de criancices", afirmou José Miguel Júdice à Antena 1.

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Ao CM, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que "faz sentido desaparecer qualquer proibição de constituição de partidos com base na ideologia". E recorda que é raro o Tribunal Constitucional recorrer ao artigo de proibição. "Caiu em desuso", remata. No domingo, na RTP, Marcelo considerou um "erro e um absurdo" a proposta inicial de Alberto João Jardim da revisão constitucional com a hipótese de proibir partidos comunistas. E destacou que o PSD já respondeu pela voz de Castro Almeida, na RTPN, ao dizer que tal ideia não fazia sentido algum.

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Montalvão Machado, do PSD, reitera a posição do partido de que o tempo não é de revisão constitucional, mas admite, a título pessoal, que o assunto possa merecer, no futuro, "reflexão". Também a título pessoal, o socialista Ricardo Rodrigues refere que apenas se não provocasse "conturbações".

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in Correio da Manhã -
21 Julho 2009 - 00h30
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Os filhos do menino Alberto João estrumam cartas e terreno (1)

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A Voz da Razão

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Fascistas e comunistas

* João Pereira Coutinho, Colunista
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Alberto João Jardim quer proibir o comunismo na Constituição. Se esta já exclui o fascismo, por que não o seu irmão historicamente gémeo? A proposta pôs a extrema-esquerda a rabiar e permitiu que sumidades avulsas viessem declamar o seu amor pela ‘democracia’ e pela ‘liberdade’. Eu, modestamente, gostaria de dizer duas coisas.
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Primeiro: a Constituição faz muito bem em proibir partidos fascistas. Segundo: a Constituição faria muito bem em proibir partidos comunistas. Precisamente em nome da ‘democracia’ e da ‘liberdade’. Ao contrário do que se pensa, a ‘democracia’ e a ‘liberdade’ só existem quando os actores políticos estão dispostos a respeitar esses valores sem o desejo programático de os liquidar. Aceitar ideologias totalitárias em nome da ‘democracia’ e da ‘liberdade’ é como aceitar a raposa no interior do galinheiro.

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in Correio da Manhã -17 Julho 2009 - 00h30
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sexta-feira, julho 17, 2009

PSD quer prender os comunistas ?

PSD quer prender os comunistas ?


Política
Quinta, 16 Julho 2009 16:09

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Com pézinhos mansos e o silêncio de demasiados ele aí está...o fascismo.
Pode não se dar importância aos disparates de Alberto João Jardim. É saudável não se ligar áquela aberração política mas pode ser perigoso assobiar para o lado quando as aleivosias daquele senhor atingem o nível do mais puro fascismo sem que se verifique uma imediata, clara e total demarcação do PSD.
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Aquilo que o PSD/Madeira veio defender é gravíssimo e não pode ser ignorado. Significa, não vale a pena escamotear, acabar com o regime democrático tal como foi instaurado no 25 de Abril, significa fazer hoje aquilo que em pleno 25 de Novembro, no momento mais radicalizado da confrontação política e de assumida vitória contra os comunistas, nem sequer o CDS alguma vez defendeu.

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Dirão, talvez, que se trata só de mais uma asneira do Jardim da Madeira. Mas não é.! É uma proposta formal de um importante sector do PSD presidido por um senhor que é membro do Conselho de Estado e que se propõe proíbir (e consequentemente perseguir) os representantes de mais de 15% dos cidadãos portugueses (mesmo considerando apenas a representatividade eleitoral, para além do PCP há diversas outras organizações que se assumem como comunistas). O próprio Presidente da República não pode ficar silencioso perante esta posição do seu conselheiro.

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Discordo dos comunistas e não partilho a visão socialista que é defendida pelo marxismo-leninismo mas não quero ser parvo e conheço a História (portuguesa e mundial). A proibição do comunismo e dos comunistas foi sempre o primeiro passo para a perseguição a todos os democratas e para a instauração do fascismo.

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É uma boa altura para os democratas do PSD (acredito que a grande maioria dos seus militantes são democratas) assumirem uma posição clara. Em particular conto ver a Zita Seabra, o Moita Flores, o David Justino, (cada um por diferentes razões) dizerem claramente que não se confundem com as posições fascistas deste sector do PSD. Não vale dizer que o assunto agora não interessa pois issso é objectiva e subjectivamente estar do lado de Alberto João Jardim. Há coisas com que não se brinca, nunca.

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in

gaveta.info

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PCP - Sobre as propostas de Alberto João Jardim e do PSD-Madeira contra a liberdade e a democracia



Quinta, 16 Julho 2009

PCPO PCP considera que as propostas de Alberto João Jardim e do PSD-Madeira têm concepções de carácter insultuoso, anti-democrático e fascista, constituem um ataque à democracia e uma ofensa a todos os democratas e são próprias de alguém que está mais próximo dos ideais e da prática do regime fascista do que do regime democrático.

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Repetindo propostas que haviam feito noutros processos de revisão constitucional e que não mereceram qualquer consideração, Alberto João Jardim e o PSD-Madeira, apesar de terem habituado o país a todo o tipo de disparates e provocações, insistem novamente em concepções de carácter insultuoso, anti-democrático e fascista que merecem do PCP seguinte comentário:
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Esta proposta, visando a ilegalização do ideal comunista, é um ataque à democracia e uma ofensa a todos os democratas e é própria de alguém que está mais próximo dos ideais e da prática do regime fascista, das suas concepções anti-democráticas e que ao longo de 48 anos lançou mão a todo o tipo de argumentos e práticas políticas para impedir e reprimir a intervenção do PCP, do que do actual regime democrático.
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A equiparação do ideal comunista ao fascismo constitui um insulto para todos os comunistas que durante décadas se bateram pela liberdade e pela democracia em Portugal, sofrendo na pele as mais graves privações e a mais violenta repressão, alguns dos quais pagando com a sua própria vida, para que o nosso país se libertasse das amarras do fascismo e o Povo português vivesse hoje em liberdade.
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Estas concepções traduzem uma atitude daqueles que, agindo em nome dos interesses dos grupos económicos e financeiros, estão apostados num ainda mais profundo ataque aos interesses dos trabalhadores e do Povo português e sabem que é no PCP que reside a força política que se opõe a esses desígnios e que ao mesmo tempo protagoniza o projecto de ruptura e mudança para uma vida melhor de que Portugal precisa.
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Estas concepções são também inseparáveis do receio que Alberto João Jardim e o PSD- Madeira revelam da crescente afirmação e crescimento político e eleitoral do PCP e da CDU, nomeadamente na Região Autónoma da Madeira, e do seu papel na denúncia das injustiças sociais, da pobreza, da corrupção que têm sido desenvolvidas pela política de direita seja na Madeira, seja no resto do país.
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A Constituição da República Portuguesa, pelo seu conteúdo e projecto, pela sua ligação aos valores de Abril, constitui um poderoso instrumento na defesa da liberdade e da democracia, da justiça social e progresso, e por isso mesmo, se alguém está hoje distante da Constituição é Alberto João Jardim e o PSD-M.
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O PCP continuará, com toda a confiança, a intensificar a sua acção e luta por uma mudança de políticas, por um país mais justo e mais democrático.
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16.7.2009
O Gabinete de Imprensa do PCP
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Jardim quer proibir o comunismo

Constituição

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por LÍLIA BERNARDES,Ontem

Jardim quer proibir o comunismo

O PSD/Madeira quer a extinção do representante da República e propõe a criação da figura do presidente da região como poder de veto

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É uma autêntica revolução a proposta de lei de revisão constitucional do PSD/Madeira, documento autónomo que será defendido por Alberto João Jardim na sessão do Parlamento Regional do próximo dia 22, e que o líder regional espera que venha a ter a concordância e apoio de Manuela Ferreira Leite. A presidente do PSD estará presente na festa do Chão da Lagoa, marcada para 27.

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O PSD/M exige que a referência a regiões autónomas no texto constitucional se faça em maiúsculas, que a expressão Estado Unitário seja substituída por Estrutura do Estado. Os sociais-democratas madeirenses pretendem que haja um esclarecimento de que, em matéria de regimes políticos, "a democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, não apenas de direita, caso do fascismo, esta expressamente prevista no texto constitucional em vigor, como igualmente de esquerda, caso do comunismo", refere o documento a que o DN teve acesso.

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Na exposição de motivos, o PSD advoga que "chegou a hora de se fazer uma reavaliação global" do funcionamento do sistema político-constitucional em relação às Regiões Autónomas e, em particular, à Madeira. Daí defender-se uma "radical mutação nas disposições constitucionais de concretização dos poderes regionais".

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De acordo com o documento a que o DN teve acesso, o PSD/M propõe a extinção do "vigilante oficial", representante da República; a possibilidade de candidaturas independentes às eleições legislativas regionais; a existência de partidos regionais; a possibilidade de as assembleias legislativas regionais, deputados e grupos parlamentares, bem como grupos de cidadãos eleitores, e o próprio presidente da Região Autónoma - nova figura proposta pelo PSD - poderem convocar referendos regionais sobre matérias de interesse regional que devam ser decididas pelos órgãos do Estado ou das Regiões Autónomas. Tudo isto "sem interferência de órgãos estranhos, como são os órgãos de soberania".

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Na constituição actualmente em vigor, só o Presidente da República pode convocar referendos nas ilhas.

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O texto apresenta mais de 30 alterações, entre elas a reconfiguração dos órgãos de Governo Regional, surgindo, deste modo, o cargo de presidente da Região Autónoma, que cumula a posição de chefe do Governo Regional com poderes de promulgação e veto dos diplomas regionais, entre outras. O PSD pretende, ainda, o reforço da superioridade dos estatutos político-administrativos, "verdadeiras constituições regionais em relação aos demais actos legislativos ordinários, do Estado ou das Regiões Autónomas", refere.

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in Diário de Notícias

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quarta-feira, abril 30, 2008

A democracia, a Madeira e as políticas de direita


O ruído provocado por Jardim no limiar da visita de Cavaco Silva à Madeira terá despertado em alguns um indignado protesto. Olhando pelos olhos dos que viram, e reduziram, o episódio da menorização da assembleia legislativa regional à expressão do empobrecimento da vida democrática na região, corre-se o risco de não ver o essencial.
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Ficará bem, e dará jeito, reduzir os problemas da vida política na Madeira aos limites do chamado «défice democrático». De uma assentada remete-se para um caso isolado o problema da democracia e das liberdades, como se ele não tivesse expressão num quadro mais vasto da vida política nacional, ao mesmo tempo que se ilude que o essencial da expressão da degradação da democracia política – na Região ampliada pela cultivada boçalidade de Jardim mas longe de poder ser separada do partido que chefia – encontra a explicação maior no ataque à democracia económica e social. Pelo que os inusitados elogios que das mais altas figuras do Estado, do Presidente da Assembleia da Republica ao Presidente da República, se ouvem a Jardim e «à sua obra», aparentemente desadequados, são sinónimo de uma identidade mais ampla e profunda com o essencial do rumo do modelo e opções de política económica que na região se desenvolvem. Mais do que divergências o que ali mora é cooperação alimentada por uma confluência estratégica de interesses de classe.
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Olhar para a região e não ver para além do anómalo funcionamento das instituições regionais impostas por uma maioria, e pela esforçada actividade circense do seu responsável máximo, é não ver que por detrás da degradação política da vida regional está um regime de incompatibilidades que favorece a mais completa promiscuidade entre o poder político e económico em que se alimenta e desenvolve uma teia clientelar e uma pressão sufocante de dependências económicas e sociais; é não ver que por detrás do off-shore da Madeira, ponto de convergência de interesses pouco transparentes que une figuras do chamado bloco central, se esconde um quadro de degradação da actividade económica e produtiva da região; é não ver que por detrás dos investimentos públicos e das sociedades de desenvolvimento persiste uma Madeira profundamente assimétrica, com um quadro social marcado pelo aumento do desemprego e por um alastramento da pobreza que, segundo estudo do ISCTE, atinge hoje um terço da população.
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Comemorar Abril
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Se as transformações económicas e sociais foram condição de sobrevivência e afirmação da própria democracia e das liberdades na Revolução de Abril é absolutamente verdade que o ataque à democracia económica e social terá, com está a ter, consequências na democracia política e nas liberdades. Na Madeira, como no continente e nos Açores, o ataque aos direitos sociais tem tradução nas limitações à democracia e às liberdades. Ao aumento da exploração e à eliminação dos direitos dos trabalhadores está associado o ataque à liberdade sindical já hoje inexistente em milhares de empresas e locais de trabalho; à luta de contestação à destruição de serviços públicos e funções sociais do Estado sucedem-se os casos de pressão e intimidação policial; ao exercício de esclarecimento e informação recorre-se crescentemente à limitação do direito de propaganda política.
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O uso e abuso do aparelho de Estado ou a fusão absoluta entre decisões governamentais e interesses partidários está tão presente no governo daquela região como no da República. As recentes decisões do governo de Sócrates de adoptar um mapa para as futuras associações de municípios desenhado, no caso do distrito de Évora, em função das decisões e conveniências da distrital do PS para assegurar uma maioria de que só disporá com a consumação de um golpe (remeter Mora para o distrito de Portalegre), a escandalosa marginalização do presidente da região de turismo de Évora da comissão instaladora da futura região Alentejo por interesses do PS e gesto de vingança pessoal do Secretário de Estado, ou as já conhecidas acções de favorecimento de municípios do PS em matéria de acesso a fundos comunitários, são apenas exemplos recentes que fazem, perante eles, Jardim não passar de menino de coro.
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Fazer da Madeira, marcada sem dúvida por uma perpetuada e antidemocrática teia de dependências, a expressão única de degradação política deixaria de fora muito do que empobrece a vida democrática nacional. Comemorando Abril, não é de mais lembrar que é na defesa das suas conquistas e avanços e na resistência às políticas de direita que a democracia e as liberdades se afirmam e defendem. E que a democracia é bem mais do que o melhor ou pior funcionamento das instituições e do que este jogo de alternâncias na condução das políticas que a negam e reduzem
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in Avante 2008.04.24
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sábado, abril 26, 2008

O senhor Silva e o menino Alberto

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Senhor Presidente,

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Chega hoje ao fim a sua visita à Madeira e, independentemente dos sinais que venha a emitir no momento da despedida, não posso deixar de exprimir-lhe, como madeirense e como português, um forte sentimento de desgosto e preocupação. Desgosto porque entendo que o senhor Presidente não esteve à altura do seu estatuto de primeiro magistrado da Nação numa parte importante – e até com carga simbólica – do território nacional. Preocupação porque a forma como essa visita se desenrolou, o modo como foi planeada e gerida, não podem deixar de influenciar negativamente o futuro do seu mandato e o respeito devido a quem exerce as funções de Presidente da República.

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Na Madeira, o senhor não foi – não soube ser – Presidente de todos os portugueses, como solenemente prometeu no início do seu mandato. E quem não o é – não o soube ser – na Madeira, poderá sê-lo noutros recantos do país? Eis a questão que, a partir daqui, é legítimo colocar.

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Na Madeira, o senhor foi um chefe do Estado diminuído no seu cargo, depois de ter aceite um programa oficial que o impediu de presidir a uma sessão solene na mais alta instância representativa da democracia na Região e de ouvir, nesse local próprio e não na quase clandestinidade de um hotel, os representantes da oposição regional.

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Acresce que antes ainda da sua chegada ao Funchal, o presidente do Governo Regional não se coibiu, com a má-criação e brutalidade costumeiras, de esclarecer as razões pelas quais essa sessão solene tinha sido eliminada do programa oficial, assim como tinham sido excluídos quaisquer actos públicos onde a oposição madeirense pudesse exprimir-se formalmente.

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Ao classificar de «bando de loucos» os deputados de outros partidos, Alberto João Jardim não apenas insultou gravemente (e de uma forma reiteradamente impune) cidadãos que representam uma parte do povo madeirense. Insultou também a própria sede do poder democrático na Região e revelou, de modo incontroverso, o desprezo absoluto que lhe inspiram as instituições do Estado, incluindo o Presidente da República.

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Além disso, ao comportar-se dessa forma, o presidente do Governo Regional estava também a provocá-lo e, indirectamente, a insultá-lo a si, na medida em que apoucava o significado da sua visita e do seu cargo, considerando-o refém virtual dos seus caprichos de pequeno ditador insular.

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Nada disto é decerto surpreendente tratando-se de Alberto João Jardim. Mas precisamente porque o não é, torna-se incompreensível que a preparação da sua visita oficial à Madeira tenha sido feita com tanto amadorismo e tanta condescendência. De resto, só por infinita e impensável ingenuidade – a que, perdoe-me a ousadia, apenas os idiotas úteis costumam prestar-se – os seus assessores poderão ter admitido que, de transigência em transigência, engolindo em seco os vexames, fazendo orelhas moucas às provocações soezes, se poderia criar um clima de diálogo e pacificação entre o Governo da Região e o Governo da República.

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O senhor Presidente simulou acreditar nisso, em nome da eficácia, ao defender o seu direito de reserva para não falar em público sobre matérias conflituais. Permita-me que lhe diga que se trata de um enorme, funesto equívoco. Aliás, mesmo que porventura conseguisse alguma pacificação transitória nas relações entre Sócrates e Jardim, essa acalmia seria absolutamente ilusória até Jardim obter alguns ganhos de mercearia que lhe permitissem colmatar um buraco mais crítico da monstruosa dívida regional.

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É que a história foi sempre essa, mesmo com aqueles governos que se prestavam com a maior placidez a ceder mundos e fundos à gula insaciável do despesismo jardinista, para, logo depois, o tiranete da Madeira retomar os velhos insultos e chantagens até extorquir mais e mais, numa espiral sem fim.

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Não, senhor Presidente, não há pacificação possível com quem faz da guerra verbal, da chantagem permanente, das ameaças e insultos, do desprezo pela democracia, da construção de um sistema de promiscuidades, compadrios e subserviências de tipo mafioso, os únicos métodos – ilustrados exaustivamente ao longo de trinta anos – que conhece e pratica para exercer o poder. Além disso, a partir do momento em que o Presidente da República aceita ou escamoteia – por razões ditas de eficácia – os atropelos e as ofensas à democracia e à sua própria dignidade institucional, que mensagem passa ele não só para uma região onde ocorrem intoleráveis anormalidades antidemocráticas mas também para o país inteiro?

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Essas anormalidades são justificáveis em nome da autonomia regional e da legitimidade política conquistada ao longo de três décadas de vitórias eleitorais por Alberto João Jardim? Ou são-no também devido ao espectacular desenvolvimento material da Madeira desde o 25 de Abril, sem que se questione o beco sem saída de um ‘modelo’ não reprodutivo, enquistado na ‘monocultura’ do betão, enquanto se delapida o património natural e se hipoteca o futuro do arquipélago e das próximas gerações?

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A demagogia, o populismo, a corrupção, as redes de promiscuidade entre a política e os negócios, as desigualdades no acesso aos meios e condições da democracia – incluindo o domínio dos media – ameaçam o exercício das liberdades nas sociedades abertas dos nossos dias.

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Vencedor incontestável das últimas eleições italianas, apesar dos seus dois fiascos políticos anteriores, Berlusconi assenta o seu poder num avassalador império económico e mediático que parece ter ‘sequestrado’ a vontade e até o imaginário de um país em crise profunda. A legitimidade eleitoral desse poder não é questionada, mas que dizer das regras do jogo em que assenta?

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E que dizer, senhor Presidente, de uma região portuguesa em que a autonomia da sociedade, da política, da economia, até da cultura, foi sequestrada pelo centralismo despótico e demencial de quem, revendo-se ao espelho, chama «bando de loucos» aos que discordam dele?

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Publicado por vicentejorgesilva
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in semanário Sol


quarta-feira, outubro 24, 2007

O jardim da Madeira



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Alberto João Jardim ameaça com os tribunais todos os que acusaram de corrupção o PSD-Madeira e não tiverem provas do que define por “calúnias”.
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in Correio da Manhã 2007.10.21