A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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terça-feira, setembro 29, 2009

O Voto, única Arma do Povo?

Este domingo vamos votar CDU! (Gabi)



clicar na imagem para ler
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Respigando D'Ali e D'Aqui
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1 -Vota CDU - A força da mudança para uma sociedade mais justa e solidária. O resto vale o que vale, i.e., nada! (VN - 23 Set 10:00)
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2 - Vamos? Este povo não tem consciência da sua força e está tão infectado por 500 anos de Inquisição, Pide e política «súcial» que continua a crer que mais vale «botar» na ditadura da «súcia» que votar na democracia dos comunas. (VN - 23/Set 22:56)
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3 - Votar - Um direito, um dever! Contra o Reyno do «Súcial» e seus mandantes, ilusionistas, cortesãos e marionetas. Vota pela Democracia. Eu voto CDU ! - (VN 26/Set 16:39)

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4 - Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

(Brecht)

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5 - Olá. camarada!

Ou o chamado 3º Mundo consegue dar a volta a isto, ou o capitalismo destruirá o Planeta, a Humanidade e a Vida na Terra! Quanto aos comunistas em Portugal, ainda não conseguiram fuzilá-los ou gazeá-los, embora vontade não lhes falte!

Mas ...,. Roma e Pavia não se fizeram num dia (VN - 27/Set 23:14)

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6 )

a) quem tem capacidade não quer saber da vida politica para nada! a conversa é sempre a mesma (XYZ - 27/Set 22:32 )

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b) PS - Discordo do XYZ e não me considero nem sou considerado estúpido, incompetente ou incapaz, burro e matarroano. Nem vou à minha vidinha nem coloco a minha parcela de liberdade e de decisão nas mãos dos outros. Se assim fosse, ainda viveríamos na Idade da Pedra. Mas 500 anos de Inquisição, Pide e Reyno do «Súcial» parece terem castrado a inteligência de muitas pessoas! (VN - 27/Set 23:30)

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7 - Ai, teen, teen! A Europa está moribunda! Não fossem os emigrantes e o falhanço da via para o socialismo no campo socialista, e já os europeus tinham morrido à fome e os imigrantes tomado o poder! Quanto aos EUA, a bolha rebentará ou destruirão o Mundo com eles!

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E depois o Parlamento é apenas uma das frentes de actuação. E eles têm medo, não do BE, mas da capacidade de mobilização do PCP. Vê como se juntaram todos, uns em defesa da «Esquerda Possível», outros com Só-Ares, todos «esquecidos» dos males do neo-liberalismo, de que o PS e Sócrates, mas não só, têm sido zelosos executantes. E da outra banda, todos se convidaram para ver se a «Leytaria» não morria, comparecendo ... ao «enterro», mesmo não tendo sido convidados :-)

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Na hora da verdade ou do aperto, os bons espíritos entendem-se e desta nem ligaram à bandeja da «saída» dum «histórico» do PCP. Antes preferiram andar,como sempre, com um bé-bé ao colo! (VN - 28/Set/2009 1:10 )

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6 - Pode-se enganar todas as pessoas por algum tempo e algumas pessoas durante todo o tempo. Mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo. (Lincoln) - 23 Set 18:50
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segunda-feira, maio 11, 2009

Do rio que rudo arrasta se diz que é violento ...

Do rio que corre se diz que é violento…


11-Mai-2009

Álvaro ArranjaA opção do poder político e do circo mediático que o acompanha, em apresentar os acontecimentos da Bela Vista, em Setúbal, como um caso de polícia, dando uma resposta exclusivamente policial a problemas fundamentalmente sociais, parecem querer atiçar fogueiras que já arderam na França, Grécia e outros locais.


Com um desemprego que, de acordo com o Observatório Municipal, atinge os 23,5 por cento, o bairro sofre problemas comuns a todos as zonas afectadas pela pobreza, particularmente atingidas com as consequências da crise económica.


Será com uma intervenção social urgente que se poderá minorar as razões que levam à revolta e aos distúrbios violentos. Não com o reforço da imagem de "gueto" cercado e ocupado por forças policiais.


Como disse D. Manuel Martins ( que continua, de facto, a ser o bispo de Setúbal) "o que importa é garantir o pão". Sem isso, podem-se mobilizar muitas companhias do Corpo de Intervenção da PSP, que a questão continuará.


Aos comentadores de serviço do sistema, que já inventam o fantasma de "grupos extremistas", é necessário dizer que o "extremismo" vem do desemprego, da pobreza, da "guetização", não de qualquer organização oculta.


Esperemos que em Portugal não triunfem os aprendizes de Sarkozy, que não hesitou em hostilizar as populações dos bairros sociais dos arredores de Paris, optando pela repressão policial, para que a segurança se tornasse a sua principal arma eleitoral.


Como dizia Brecht, "do rio que corre se diz que é violento, mas ninguém fala das margens que o comprimem".


Álvaro Arranja

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segunda-feira, agosto 11, 2008

Hiroshima e Nagasaqui - 63 anos dum Crime sem Castigo



Os imprescindíveis…

Assinala-se nos próximos dias 6 e 9 de Agosto a passagem de 63 anos sobre o criminoso bombardeamento atómico pela força aérea norte-americana das cidades de Hiroshima e Nagasaki. Relembrar o holocausto nuclear em cada ano que passa não é uma rotina ou tradição. É sobretudo um grito de alerta para que não se esqueça um dos mais hediondos crimes cometidos pelo imperialismo norte-americano.
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Nunca é demais lembrar que tal crime não correspondeu a qualquer estratégia militar para a vitória dos aliados na II guerra mundial. A rendição da Alemanha Nazi estava já assinada e a derrota militar do Japão era já um dado adquirido. Por mais que o imperialismo tente na actualidade reescrever a História e branquear alguns dos seus maiores crimes, é impossível ocultar que a decisão do uso da arma nuclear contra civis pela primeira vez na história da Humanidade serviu essencialmente para os EUA afirmarem o seu poderio militar e capacidade destruidora e para sinalizar uma política de crescente confrontação com a União Soviética.

Relembrar Hiroshima e Nagasaki é alertar e relembrar que o imperialismo, acossado pelas suas próprias contradições, pelos seus limites históricos e pela resistência dos trabalhadores e dos povos, pode, se não for travado, não olhar a meios para atingir fins, e reagir violentamente. Recordar o crime nuclear é assim chamar a atenção para os perigos que hoje ameaçam os povos do mundo. Instabilidade, insegurança, militarismo e guerra são aspectos centrais da evolução da situação internacional. Os valores de gastos militares por parte das principais potências imperialistas atingem os maiores valores de sempre desde o fim da II Guerra Mundial e a esmagadora maioria das armas nucleares existentes no mundo, cerca de 26.000 segundo dados da ONU, com capacidade para destruir toda a Humanidade, estão maioritariamente concentradas num pequeno punhado de potências da NATO e seus aliados, responsáveis, directa ou indirectamente, pela quase totalidade dos conflitos militares da actualidade que continuam a levar a destruição e a morte a várias regiões do globo.

Sucedem-se as manobras e decisões que aprofundam o carácter militarista das relações internacionais. No próprio Japão, vítima primeira do crime nuclear, reescreve-se a história, ignora-se o sofrimento daqueles que ainda hoje são obrigados a conviver com os efeitos da radiação, revê-se a constituição, tradicionalmente pacifista, e avança-se na remilitarização e na consideração da hipótese, pela primeira vez na história do pós-guerra deste país, da sua participação em missões militares estrangeiras.
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63 anos depois de Hiroshima e Nagasaki os tambores de guerra continuam a soar. As guerras, as ameaças e as ingerências multiplicam-se em vários pontos do globo. Avança-se com a instalação do chamado sistema anti-míssil na Europa, com o AFRICOM em África e com a reactivação da IV Esquadra norte-americana na América Latina. No Médio Oriente e Ásia Central paralelamente à subida de tom das ameaças ao Irão - numa hipócrita política de «pau e cenoura» em torno do dossier nuclear - a realidade demonstra como vazios e hipócritas foram os discursos sobre o chamado «processo de paz» na Palestina e como se ensaiam soluções militares tipo «keynesianas» no Iraque ao mesmo tempo que se prepara o terreno para intensificar a chacina no Afeganistão.
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«O capitalismo traz a guerra como a nuvem traz a tempestade». As palavras de Lenine continuam a ter uma actualidade gritante. Mas, como no seu tempo, hoje há também aqueles que não se rendem e que prosseguem a luta. Esses continuam a ser os «imprescindíveis» que Brecht tão bem soube evocar.







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ver

Agosto - Mais Brilhante que Mil Sóis

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Reaberto em 3 de Março - Brecht e a Poesia

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sábado, julho 12, 2008

A Banca e a Independência da Investigação criminal


Sexta-feira, Julho 11, 2008

Dupla penalização

Serão os accionistas, aqueles que já tinham sido prejudicados com as concessões de crédito a pequenos investidores no âmbito dos aumentos de capital realizados pelo BCP, e não os administradores, aqueles que as autorizaram, engendraram e, eventualmente, com elas lucraram, que pagarão a coima (entre 25 mil e dois milhões e 500 mil euros) que punirá a contra-ordenação muito grave que a CMVM aplicou ao Banco Comercial Português.

PS: Polícia Sócrates

Com a nova Lei de Segurança Interna, que o PS aprovou sozinho sem os votos de Manuel Alegre e Teresa Alegre Portugal, os Governos passam a ter ao seu serviço um secretário-geral de segurança com poderes na área da investigação criminal. É um caminho perigoso: o Governo, este ou outro qualquer, passa a poder interferir directamente no que se investigue ou deixe de investigar, até aqui competência exclusiva do Ministério Público. A separação de poderes deixa de ser empecilho para que governantes menos escrupulosos caiam na tentação de colocar as polícias ao seu serviço.

O país do Burro


o pais doburro.blogspot


"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Bertolt Brecht (1898-1956)
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terça-feira, março 04, 2008

REABERTO - Brecht e a Poesia

Bertold Brecht

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis



Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem



O Vosso tanque General, é um carro forte

Derruba uma floresta esmaga cem
Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista

O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar



Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas



Elogio da Dialéctica

A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nòs queremos nunca mais o alcançaremos

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nòs
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aì que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã



Dificuldade de governar

1

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2

E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?



Nada é impossível de mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


sábado, abril 14, 2007









Variações sobre a indiferença








"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável."

Brecht

***

“Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando,
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.

É PRECISO AGIR!"

Bertold Brecht (1898-1956)


Trecho de "Bartlet’s Familiar Quotations" (1933)
Martin Niemöller

O Pastor Protestante Martin Niemöller, líder religioso alemão nascido em 14 de janeiro de 1892 viveu o holocausto em seu País, lá sendo prisioneiro num campo de concentração. Chegou a comandar submarinos no início da 2ª Guerra Mundial, quando a igreja esteve submetida ao jugo do Partido Nazista. Em 1934 ele deu início a um movimento em defesa da Igreja na Alemanha, atraindo a ira de Hitler, o que lhe valeu o aprisionamento em 1º de julho de 1937. Condenado inicialmente a sete meses de prisão acabou sendo confinado durante sete anos em campos de concentração, sob o argumento de estar em “custódia de proteção” da Alemanha Nazista. Libertado em 1945, acabou sendo eleito Presidente do Conselho Mundial das Igrejas, em 1960. Martin Niemöller faleceu em Wiesbaden, em 1984.

Pacifista, reconhecido por seus discursos contra as armas nucleares, o Pastor Martin ficou imortalizado pela sua afirmação durante a Segunda Guerra contra os Nazistas em “Bartlets´s Familiar Quotations” (1933):

" Eles começaram perseguindo os comunistas, e eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, vieram buscar os judeus, e eu não protestei, porque não era judeu.
Depois ainda, vieram buscar os sindicalistas, e eu não protestei, porque não era sindicalista.
Aí, vieram buscar os homossexuais, e eu não protestei, porque não era homossexual.
Aí então, vieram buscar os ciganos, e eu não protestei, porque não era cigano.
E depois, vieram buscar os imigrantes, e eu não protestei, porque não era imigrante.
Depois, vieram me buscar.
E já não havia ninguém para protestar! "

O Pastor Martin disse certa vez: “Eles começaram a ganhar força quando perdemos a coragem!”

Meme for the War on Terror

This is a 21st century update of Martin Niemöller's poem about the rise of the Third Reich/Nazi Germany in the late 1930's.

I have borrowed his sentiment and metre, and updated the words to reflect our current situation.

Please pass this along to anyone who will listen, and remember that there may still be time to act.


When they came for the communists,
I remained silent;
I
was not a communist.

When they locked up the liberals,
I remained silent;

I was not a liberal.

When they came for the homeosexuals,
I did not speak up;

I was not a homosexual.

When they came for the Moslems,
I did not stand up;

I was not a Moslem.

When they came for the immigrants,
I did not speak out;
I was not an immigrant.

When they came for the poor and powerless,
I did not stand up;

I was not poor.

When they came for me,
there was no one left to stand up or speak.

Parodiando o pastor protestante Martin Niemöller, símbolo da resistência nazista:

“Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;

Depois fecharam ruas, onde não moro;

Fecharam então o portão da favela, que não habito;

Em seguida arrastaram até a morte uma criança,
que não era meu filho…”

Claudio Humberto, 09 FEV 2007


No caminho com Maiakóvski

Eduardo Alves da Costa,

motivado por Niemöller, escreveu um belíssimo poema “No Caminho com Maiakovski”, em que um dos versos lembra o tema.

“Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.

Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.

Lendo teus versos, aprendi a ter coragem.

Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm a ninguém é dado repousar a cabeça alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;

e nós, que não temos pacto algum com os senhores do mundo,

por temor nos calamos.

No silêncio de meu quarto a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;mas amanhã, diante do juiz,

talvez meus lábios calem a verdade como um foco de germes capaz de me destruir.

Olho ao redor e o que vejo e acabo por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe e a propaganda lhe destrói a consciência.

A mim, quase me arrastam pela gola do paletó à porta do templo

e me pedem que aguarde até que a Democracia se digne a aparecer no balcão.

Mas eu sei, porque não estou amedrontado a ponto de cegar,
que ela tem uma espada a lhe espetar as costelas

e o riso que nos mostra é uma tênue cortina lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo e não os vemos ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão

e acabam por nos roubar até o último grão de trigo.

Dizem-nos que de nós emana o poder mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso defender nossos lares

mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição de falso democrata

e rotulo meus gestos com a palavra liberdade, procurando, num sorriso,

esconder minha dor diante de meus superiores.

Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


Mas o primeiro deles, foi Maiakovisky – poeta
russo (…) que escreveu ainda no início do século XX :

Um passeio com Maiakovisky

Na primeira noite
eles se aproximam
e colhem uma flor
de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
já não se escondem :
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz
da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Textos e fotos extraídos de fontes diversas

sexta-feira, outubro 20, 2006

PERGUNTAS DE UM OPERÁRIO LETRADO

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

BRECHT

sexta-feira, agosto 25, 2006







foto "Contraluz - autor desconhecido"


Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem.

Bertold Brecht

quarta-feira, agosto 09, 2006

"sou um escritor de peças, mostro
o que vi, no mercado dos homens
vi como o homem é negociado, isso
eu mostro, eu, o escritor de peças.

Para poder mostrar o que vejo
consultei os espectáculos de outros
povos e de outras épocas
reescrevi algumas peças, com cuidado
examinando a técnica usada e
assimilando
aquilo que me podia ser útil.

E também as frases que eram
pronunciadas
dei a elas uma marca especial.
Para que fossem como as sentenças
que se anota
para que não sejam esquecidas."

B. Brecht

segunda-feira, julho 10, 2006



Dificuldade de Governar

1.
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht