A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Portugueses desconfiam do Governo, seguros e banca


Entre os 23 países analisados por um barómetro, os portugueses são os que menos confiam no Governo. Seguros, serviços financeiros e banca são os setores que inspiram menor confiança

Lusa
10:11 Segunda feira, 7 de Fevereiro de 2011


Portugal «é o segundo país que atribui menos credibilidade a um representante do Governo ou regulador»

Tiago Petinga/EPA
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Portugal «é o segundo país que atribui menos credibilidade a um representante do Governo ou regulador»

Os portugueses são os que menos confiam no Governo entre um grupo de 23 países analisados num barómetro que avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media, que hoje será divulgado.
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De acordo com o Edelman Trust Barometer 2011 , que pela segunda vez inclui Portugal, apenas 9% dos 203 inquiridos afirmou confiar no Governo.
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Face a 2010, o "Governo é a única instituição cujo nível de confiança se reduz", refere o estudo. No ano passado, 27% dos inquiridos afirmou confiar no Executivo, um valor que desceu para 9%.
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Entre os mais desconfiados nos Governos estão os irlandeses (20%) e os alemães (33%), enquanto os chineses (88%) se mostram os mais confiantes.

ONG's inspiram confiança


Na mesma linha, Portugal "é o segundo país que atribui menos credibilidade a um representante do Governo ou regulador", sendo apenas superado pela Indonésia, numa tabela liderada pelo Brasil.
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Os portugueses consideram os técnicos das empresas (como cientistas ou engenheiros) os porta-vozes mais credíveis e os presidentes executivos os segundo menos credíveis.
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Já as Organizações Não Governamentais (ONG) são as instituições em que os portugueses mais confiam (69%), seguidas pelas empresas (47%) e os media (39%).
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No que respeita às empresas, os portugueses afirmam confiar mais nas multinacionais suecas (87%) e suíças (83%), estando no fim da lista três economias emergentes: Rússia (23%), Índia (24%) a China (28%). Metade dos inquiridos afirmou confiar nas multinacionais da vizinha Espanha.

Tecnologia também bem 'cotadas'


Uma análise por setores demonstra que a tecnologia (78%) e a biotecnologia (77%) são os setores em que os portugueses mais confiam, por oposição aos seguros (31%), serviços financeiros (31%) e banca (31%).
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Na comparação com 2010, a banca e os seguros registam os maiores decréscimos em termos de confiança dos portugueses.
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"Apesar da reduzida confiança no setor bancário, Portugal está acima de países como Espanha (35%), Estados Unidos (25%) ou Reino Unido (16%)", refere o barómetro.
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Dos inquiridos, são os indonésios que se mostram mais confiantes no setor bancário (92%) e os irlandeses os que se afirmam menos confiantes (6%).
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Segundo o barómetro, os motores de busca "são a primeira fonte de informação" e o media tradicionais "são os mais credíveis, com destaque para a rádio e imprensa escrita, generalista e de negócios".
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Em Portugal, o Edelman Trust Barometer 2011 resulta de uma parceria entre a consultora de comunicação GCI e a Escola de Negócios da Universidade do Porto e é baseado em entrevistas telefónicas feitas a cidadãos que veem regularmente notícias económicas e políticas, possuem pelo menos uma licenciatura e pertencem ao escalão de rendimento mais elevado.
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quarta-feira, janeiro 26, 2011

Eleições Presidenciais - Um pouco de rigor, s.f.f.


Desculpem lá !


Um pouco de rigor, s.f.f.


Eu sei que me vou pôr à frente de um Alfa Pendular que neste momento é conduzido tanto por contumazes palermas como por pessoas absolutamente estimáveis. Mas tenho muito gosto e honra em, suicidariamente, me opôr publicamente ao vendaval de ligeireza, precipitação e falta de rigor que parece assolar a opinião publicada.

Estou-me a referir ao facto de, independentemente de quadrantes políticos, haver um sem número de jornalistas, bloggers e até politólogos que, por critério geral mas sobretudo por critério de conveniência (isto é, aplicado ao adversário e nunca ao seu candidato preferido), exibem ufanamente o número de «votos perdidos» por este ou aquele candidato por comparação com os resultados de 2006.

Ora, manda a verdade e o rigor que se diga que se se quer falar de «votos perdidos» (e talvez seja bom lembrar que os votos não estão durante cinco anos guardados numa gaveta com buracos, antes se conquistam ex novo de cada vez), então os únicos «votos perdidos» por um candidato são os que decorrem da diferença entre as percentagens de 2006 e de 2011.

O que por aí fora está a ser feito e dito é, nem mais nem menos, o sofisma, algo tonto e objectivamente pouco sério, de supôr que a abstenção aumentaria 15 pontos mas que os candidatos, em termos de votos recebidos, teriam obrigação de ficar imunes ao natural efeito desse facto.
E, pronto, além do mais, com estes truques e habilidades não vamos a parte alguma.
P.S:
Só mais uma coisa: se perguntar não ofende, alguém me sabe dizer onde estão os trinta e tal pontos que a Marktest anunciava separarem Cavaco Silva da soma dos outros candidatos ?
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Adenda em 25/1:
Incorrendo tristemnente no sofisma e dislate que ali em cima denunciei e repetindo acriticamente o que continua a passar vergonhosamente nos rodapés dos telejornais, um Doutor em economia (o que pressupõe, suponho eu, elevados conhecimentos de matemática») de seu nome Francisco Louçã sentencia no «esquerda.net» que «Francisco Lopes, perde 173 mil votos, mais de um terço da votação obtida por Jerónimo de Sousa em 2006. Trata-se da maior perda, em proporção, das candidaturas que se apresentam na continuidade da campanha de 2005.» Pura efabulação: volto a explicar que os votos que F. Lopes realmente perdeu são exclusivamente os que decorrem de agora ter tido 7,14% e de em 2006 Jerónimo de Sousa ter tido 8,6% e nada mais. Para ter tido agora 8,6 %, F. Lopes precisaria de ter obtido 386.729 (4.490.341 votantes x 8,6% = 386.729) quando na verdade teve 300.860, o que dá uma diferença negativa de menos 86.433 votos, ou seja metade do que parva e ignorantemente Francisco Louçã e mais uma data de pessoal continua a dizer e menos de 1/5 e não 1/3 da votação de Jerónimo de Sousa há 5 anos. E, por fim, escusado será dizer que quem, como o BE, não foi a votos nunca perde nada.
 
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Blogger samuel disse...
Muito bem! Abraço.
24 de Janeiro de 2011 17:14
Blogger vasco disse...
Vítor, percebo a lógica do raciocínio, mas considero que um voto perdido para a abstenção é um voto perdido. Ponto. Isto sem contrariar a questão da comparabilidade que referes e bem, ter nas % o termo mais rigoroso.
24 de Janeiro de 2011 17:16
Blogger Mar Arável disse...
Sócrates e Soares foram vencedores Cá estaremos para lhes dar luta
24 de Janeiro de 2011 17:37
Blogger VÍTOR DIAS disse...
Para Vasco: Pronto, eu até posso compreender o que diz. A verdade porém é que a influência de um partido ou candidato ( e a correlação entre eles)sempre se aferiu face ao número de VOTANTES e não ao de INSCRITOS. Já viu o que era estar a dizer-se que um partido teve menos não sei quantos votos do que os obtidos há 12 anos quando a abstenção tinha sido por exemplo ínfima ?
24 de Janeiro de 2011 20:34
Blogger Graciete Rietsch disse...
Claro que a abstenção tem influência no número de votos obtidos, mas custa mesmo ver essa perda num candidato que merecia muito mais. Estou triste, mas com a intensificação da luta tudo se esbaterá. Um beijo.
24 de Janeiro de 2011 21:10
Blogger vasco disse...
Vítor E esta: http://seis-oito.blogspot.com/2011/01/dados-selectivamente-curiosos.html ?
24 de Janeiro de 2011 21:43
Anónimo Anónimo disse...
Não deixa de ser surpreendente o nível de abstenção do eleitorado que tradicionalmente vota à esquerda... Cavaco ganhou em Beja e Setúbal, distritos tradicionalmente de esquerda... Talvez seja sintoma de que os partidos da esquerda não estão a entusiasmar os eleitores, que perferem ficar em casa do que ir colocar a cruz no boletim. Talvez se devesse reflectir sobre isto que parece ser um problema de toda a esquerda, PCP incluído. Cumprimentos, Vasco Branco
25 de Janeiro de 2011 10:46
Anónimo A.Silva disse...
O douto doutor Francisco Louçã esqueceu-se de referir que a fazer essas comparações então quanto perdeu Alegre que nestas eleições deveria juntar os votos do PS+BE+MRPP, ou seja no minimo devia juntar os votos que em 2006 Alegre, louçã e G. Pereira tiveram.
25 de Janeiro de 2011 23:41
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domingo, janeiro 23, 2011

O candidato anti-"sistema" *António Vilarigues




TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»
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O candidato anti-"sistema"
*António Vilarigues
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 Chegámos ao final da campanha com uma certeza: existe apenas um candidato que não pactua com este "sistema". "Sistema" onde não existe democracia económica, nem social. "Sistema" onde a democracia cultural é limitada. "Sistema" onde a democracia política está amputada.
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Francisco Lopes, pois é a ele que nos referimos, começou por ser, para os comentadores e analistas de serviço, o electricista com fracas habilitações literárias. O "homem do aparelho". O "ortodoxo". O "perfeito desconhecido" do País e do eleitorado. Mas a realidade no terreno, como hoje quase todos reconhecem (mesmo que a contragosto), foi outra.
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Francisco Lopes é o único candidato que afirma que não é de maneira nenhuma um candidato dos interesses de todos os portugueses. O único que declara, preto no branco, que não assume de maneira nenhuma os interesses da exploração, da especulação, da decadência e da corrupção.
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O único que comprova que o declínio nacional, a descaracterização do regime democrático e o ataque à soberania e independência nacionais marcam hoje a realidade do País. E que demonstra que há responsáveis: o PS e o PSD, com ou sem o CDS, que durante mais de três décadas partilharam alternadamente a governação em confronto com os valores de Abril.
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O único candidato que pode afiançar que não tem responsabilidades ou quaisquer compromissos com as políticas que estão na base da actual situação. O único que protagoniza uma ruptura com a destruição da produção nacional, a exploração dos trabalhadores, a abdicação nacional, as injustiças sociais. O único que denunciou e combateu um Orçamento do Estado destinado a impor mais sacrifícios, mais dificuldades e mais pobreza.
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Francisco Lopes é o único candidato que sublinha que este caminho de retrocesso e desigualdades sociais a que assistimos em Portugal contrasta com a escandalosa protecção e apoio dados ao grande capital e ao aumento dos seus colossais lucros. Que esta situação exprime as contradições do sistema capitalista mundial e o peso cada vez mais negativo do processo de integração europeia. E que este é um caminho inaceitável.
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O único candidato que sustenta que existem na sociedade portuguesa dois campos. De um lado, os que erguem os valores da solidariedade e da dignidade humana inseparáveis do direito ao emprego, de uma mais justa distribuição do rendimento, da valorização dos salários e pensões de reforma. Do outro, os que, refugiados em discursos caritativos e encenada comiseração, exploram a pobreza que eles próprios promovem, instrumentalizando os sentimentos de solidariedade, iludindo as razões e responsabilidades pelo aumento sem fim do número de pobres. Francisco Lopes opta de forma inequívoca pelos primeiros.
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Francisco Lopes é o único candidato que se dirige a todos os que sentem vontade de desistir. E diz-lhes que não desistam, que vale a pena acreditar, que vale a pena confiar em quem tem palavra e está consigo nas suas lutas e inquietações. E diz-lhes que a melhor resposta que têm para dar é juntarem-se a ele com o seu voto para condenar os que, no Governo e na Presidência, há muito desistiram de Portugal.
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Por tudo isto, e muito mais, é que o voto em Francisco Lopes é um voto diferente de todos os outros: porque é o único que conta para a mudança.
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Nota final: Aldrabice pura e dura é o único qualificativo que me ocorre. A sondagem da Marktest para a TSF e o Diário Económico sobre presidenciais ontem divulgada é um verdadeiro "caso de estudo". Consegue a proeza de não cumprir NENHUM dos parâmetros elementares de credibilidade. Nem quanto ao critério das amostras consideradas. Nem quanto à fiabilidade dos métodos de inquirição. Nem quanto aos procedimentos complementares de estimação. Nem finalmente quanto à forma como foram apresentadas por quase todos os meios de comunicação social (será que a maioria dos "especialistas" que a comentou leu a ficha técnica?...).
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Que credibilidade merece uma sondagem onde, só um exemplo, o Litoral Norte (que, sublinhe-se, não inclui o Grande Porto) teve 155 inquiridos, quase os mesmos que a Grande Lisboa (onde existem 2,5 milhões de eleitores)? E onde o Interior Norte teve 181, ou seja mais 25 (!!!) que a Grande Lisboa?
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Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação
In jornal "Público" - Edição de 21 de Janeiro de 2011

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Eleições Presidenciais, Cavaco, Alegre o que mais se verá !

Câmara Corporativa

Quarta-feira, Janeiro 19, 2011


Viagens na Minha Terra

    • Daniel Oliveira, Sondagens:
      Como pode uma sondagem em que 218 pessoas responderam em quem iam votar (e onde o interior norte tem bem mais gente que a Grande Lisboa) ser sequer comentada?
• Nuno Félix, Estava a pensar abrir uma empresa de sondagens, vou antes abrir uma barraca de churros que dá mais trabalho:
      Este estudo foi feito entre 14 e 16 de Janeiro, tendo em conta uma amostra constituída por 802 entrevistados, residentes em Portugal Continental, com mais de 18 anos e com telefone fixo. Da totalidade dos entrevistados, 156 são da Grande Lisboa, 88 do Grande Porto, 155 do Litoral Norte, 181 do Interior Norte, 129 do Litoral Centro e 93 do Sul. A taxa de resposta foi de 22,6 por cento para um intervalo de confiança de 95 por cento. O erro da amostra é de 3,46 por centro. Pegando nos números: Está a falar-se de apenas 170 respostas, o resto não respondeu, 632 pessoas, de telefones fixos. Faltam as faixas etárias para sabermos se só ouviram os idosos reformados e reformadas que estão em casa durante o dia para atender telefones fixos e cujo pendor conservador se acentua. Isto pode mesmo não corresponder a nada.
• A. Moura Pinto, Contra o manhoso, votar, votar! • A.R., Denominador comum • Carlos Barbosa de Oliveira, O retrato desfocado do Estado • Daniel Oliveira, Mais uma coelha na cartola do BPN • Eduardo Pitta, DANTES É QUE ERA? • Estrela Serrano, A rádio pública e a síndrome da “cadeira vazia” • Francisco Seixas da Costa, Notícias da família europeia • Isabel Moreira, Alguém pergunta isto a Cavaco • JM Correia Pinto, CAVACO SILVA: ADENSAM-SE AS DÚVIDAS • João Galamba, O estatuto dos magistrados e Plano B, precisa-se • João Pinto e Castro, O ruralismo é uma ideologia retrógrada • João Rodrigues, O monstro que ninguém dispensa • Nuno Serra, Da integridade política que se espera de um presidente • Pedro Marques Lopes, Santa Maria • Porfírio Silva, o candidato que tem um encontro marcado com a história • Ricardo Alves, A inventona da Belém: questões para Cavaco responder • Tiago Tibúrcio, Post sem final feliz
     
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    sexta-feira, novembro 05, 2010

    Maioria do povo romeno opina que vivia melhor antes da reintrodução do capitalismo

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    Roménia - Batalha de ideias
    Quinta, 04 Novembro 2010 17:11
    041110_romenia Cubadebate - [Tradução do Diário Liberdade] Povo romeno opina agora que o comunismo realmente existente era melhor que o capitalismo realmente existente.
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    De acordo com uma consulta de opinião recentemente efetuada na Romênia, a maior parte da população afirma que a vida era melhor com o partido comunista no poder que na atualidade sob o capitalismo. A maioria dos interrogados dava uma visão positiva do comunismo, e mais de 60% considerava-o uma "boa ideia" em princípio. O estudo observa um incremento significativo da afinidade com o ideário comunista se comparado com uma consulta similar realizada quatro anos atrás.
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    Realizado entre agosto e setembro do presente ano pelo instituto romeno de sondagens de opinião CSOP, o estudo mostra que mais de 49% coincidia em que a vida era melhor sob o governo do falecido líder comunista Nicolae Ceausescu, enquanto só 23% pensava que a vida hoje é melhor. O resto dava uma reposta neutra ou ns/nc.
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    As razões oferecidas para a avaliação positiva do período comunista eram principalmente econômicas; 62% mencionou a disponibilidade de postos de trabalho, 26% as condições de vida dignas e 19% a moradia universalmente garantida.
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    A consulta foi patrocinada pela organização IICMER (Instituto para a Investigação dos Crimes do Comunismo e da Memória do Exílio Romeno), financiada publicamente com o fim de contribuir para o labor de "educar" a população sobre os males do comunismo. Entre as decepções mais amargas que os resultados o estudo proporcionaram a esta organização se contam respostas à pergunta sobre se os interrogados ou suas famílias tinham sofrido sob o sistema comunista.
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    Só 7% dos interrogados disse ter sofrido sob o comunismo, com 6% adicional que, não tendo sofrido dano pessoal, afirmava que sim o tinha experimentado algum membro de sua família. Também aqui as razões oferecidas eram sobretudo econômicas: a maioria referia-se à escassez que se produziu na década de 1980, quando a Romênia pôs em andamento um programa de austeridade com o fim de pagar a dívida exterior do país. Uma pequena parte da minoria que tinha sofrido durante o período comunista opinava que tinham saído prejudicados ao serem nacionalizadas suas propriedades, e um punhado (6% dos que recordavam más experiências sob o comunismo) diziam que enquanto os comunistas estavam no poder, eles, ou algum membro de sua família, tinham sido detidos em algum momento.
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    Manipulando abertamente o resultado da consulta, o IICMER assinalou que as numerosos interrogados (41% e 42%, respetivamente) estavam de acordo com a afirmação de que o regime comunista era ou criminoso ou ilegítimo. Umas minorias importantes (37% e 31%) estava em desacordo de forma explícita com essas afirmações, e o resto mostravam-se neutros ou não se pronunciavam.
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    Além disso, ainda que a maioria dos participantes valorizassem positivamente o comunismo -só 27% declarava estar em desacordo de princípios com ele-, a maioria dos que deram uma opinião definida também pensavam que as ideias comunistas não se chegaram a pôr em prática da melhor maneira antes da mudança de regime em 1989. 14% dava a resposta inequívoca de que o comunismo era uma boa ideia e de que se tinha levado à prática da melhor maneira na Romênia.
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    Portanto, uma boa parte dos romenos indecisos sobre se o comunismo foi ou não uma forma legal e legítima de governo e uma grande maioria dos que diziam que o comunismo se levou à prática de forma incorrecta eram, no entanto, inequívocos quando opinavam que o sistema posto em prática pelo Partido Comunista Romeno, com todos seus defeitos, oferecia uma vida melhor para a gente que a que oferece o capitalismo de nossos dias.
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    Benefícios comunistas
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    Antes de os comunistas tomarem o poder na Romênia, a maior parte da população era analfabeta e não tinha acesso ao atendimento sanitário. Unicamente uma minoria da população rural, que era a predominante, tinha acesso à previdência ou dispunha de corrente elétrica. As taxas de mortalidade infantil encontravam-se entre as piores da Europa e o prognóstico de vida era inferior aos 40 anos devido à inanição e a outras doenças. O regime da direita romena aliou-se com Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, e no quadro dessa aliança capitalista a maioria da população judia do país foi enviada aos campos de extermínio nazistas.
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    Levados ao poder depois da vitória soviética contra a Alemanha nazista em 1945, os comunistas romenos, até esse momento um grupo ilegal de luta clandestina contra o governo romeno pró fascista e os nazistas, eram só uns poucos milhares. Apesar disso, conseguiram mobilizar o entusiasmo das pessoas para a reconstrução do país, devastado pela guerra. Acabaram praticamente com o analfabetismo, os serviços sanitários melhoraram e alargaram-se de forma maciça, e -como os interrogados pelo CSOP revelam- os postos de trabalho, a moradia e os níveis decentes de vida se fizeram acessíveis para todos.
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    Animado por esses sucessos, o governo comunista dirigido por Nicolae Ceausescu ficou endividado durante a década dos 70 com a hcompra de equipamentos industriais de alto custo a Ocidente, a fim de aumentar a taxa de crescimento econômico do país, com a esperança de que os países ocidentais incrementariam suas importações de produtos romenos. Essa estratégia fracassou e o programa de austeridade implantado então para poder pagar a dívida nacional deu lugar a um ressentimento crescente.
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    Nicolae Ceausescu e sua esposa Elena foram executados por um pelotão de fuzilamiento no dia de Natal de 1989. Sua sentença de morte ditou-se após um julgamento sumário ordenado pelos novos dirigentes reformistas do país: foram declarados culpados de crimes contra o povo romeno.
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    Mas apesar dessa condenação, e ainda que a opinião geral que se reflita nos resultados da consulta CSOP seja que o sistema comunista, tal como se aplicou na Romênia, fracassou, só uma pequena minoria dos consultados no estudo (15%) diz que o ex chefe comunista Nicolae Ceausescu fosse um mau líder. A maioria mostraram-se neutras ou indecisos sobre isso, e 25% afirma que a liderança de Ceausescu foi bom para o país.
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    Em sua avaliação dos resultados da consulta, o IICMER observa que os romenos estão bem longe de serem únicos em sua avaliação positiva do comunismo do passado século. Segundo um inquérito realizado em vários países do Centro e o Leste da Europa em 2009 pelo Centro de Investigação estadunidense Pew, a percentagem de população em países ex-socialistas que considera a vida sob o capitalismo pior do que foi durante o período comunista, é a seguinte:
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    Polônia: 35%
    República Checa: 39%
    Eslováquia: 42%
    Lituânia: 42%
    Rússia: 45%
    Bulgária: o 62%
    Ucrânia: 62%
    Hungria: 72%
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    Particularmente significativo nos resultados da consulta CSOP/IICMER de 2010 na Romênia é que, à medida que adquirem mais experiência na vida baixo a "economia de mercado", a gente volta-se a cada vez mais negativa relativamente ao capitalismo e mais positiva sobre o comunismo. Na consulta anterior, realizada em 2006, 53% expressava uma opinião favorável para o comunismo; na de 2010 o porcentagem favorável sobe até os 61%.
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    As conclusões da consulta do CSOP não são surpreendentes, se se recordar o sucedido desde que se reintroduziu o capitalismo: uma pobreza crescente, um aumento da taxa de desemprego e da insegurança. O sistema de saúde romeno está atualmente em crise, e os trabalhadores do setor público viram seu salário reduzido em 25%. [1]
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    NOTA:
    [1] Informação técnica sobre esta consulta de opinião: 1.133 pessoas maiores de 15 anos foram entrevistados entre 27 de agosto e 2 de setembro de 2010. As entrevistas realizaram-se sobre a base de um formulário padronizado, cara a cara no lar. Margem de erro: 2,9%.
    James Cross é um colaborador habitual da revista eletrônica redantliberationarmy.worpress.

    quinta-feira, julho 29, 2010

    Brasil - Analfabetismo atinge 3 milhões de jovens trabalhadores rurais


    Geral

    Vermelho - 27 de Julho de 2010 - 19h05

    Cerca de 40% das pessoas entre 16 e 32 anos que moram e trabalham no campo são analfabetas. O analfabetismo atinge 3 milhões dos quase 8 milhões de trabalhadores rurais do país nesta faixa etária, de acordo com a secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Conferência Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Maria Elenice Anastácio. Se forem considerados os habitantes de pequenas cidades que sobrevivem da economia rural, os números podem ser ainda mais preocupantes.

    Para Maria Elenice, as condições atuais do ensino obrigam o jovem a escolher entre o estudo e o trabalho. “O trabalhador rural tem que buscar a cidade para ter acesso à saúde, à informação e à escola. Mas como vão pegar um transporte precário para estudar na cidade se estão cansados do trabalho exaustivo?", questionou.

    A coordenadora do curso de Licenciatura em Educação no Campo da Universidade de Brasília, Mônica Molina, também apontou a pouca oferta de escolas no campo como responsável pelas altas taxas de analfabetismo. “O interesse em estudar existe. Hoje, o trabalhador dá mais importância ao estudo do que em gerações anteriores, mas quando o aluno chega à 5ª série, dificilmente encontra turmas no meio rural. Então ele precisa ir estudar na cidade mais próxima e acaba desistindo”.

    Em pesquisa feita em assentamentos de reforma agrária, Molina constatou que, aproximadamente 70% das escolas rurais, são de 1ª a 4 série, enquanto 25% atendem os alunos de 5ª a 8ª e apenas 4% têm turma de ensino médio. A consequência é que poucos alunos vão além dos primeiros anos de escolaridade.

    Este fator, somado às faltas, repetição de séries, professores despreparados e recursos didáticos escassos, leva ao analfabetismo funcional. “Sem acesso á escolarização correta na idade apropriada, o jovem acaba perdendo a condição de ler e interpretar após alguns anos”, afirmou Mônica.

    Como solução, Mônica e Maria Elenice defendem a ampliação do número de escolas no campo. “De 2005 a 2007 foram fechadas 8 mil escolas rurais e agora temos que garantir as que já existem”, disse Molina. “Não adianta investir em transporte das pessoas para cidades próximas. Poucos vão arriscar a vida em pau de arara para terminar o ensino médio”, completou Maria Elenice.

    Fonte: Agência Brasil
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    sexta-feira, junho 11, 2010

    Quase metade dos portugueses lêem imprensa regional

    Regiões
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    Castelo Branco e Leiria são os distritos com mais leitores de jornais regionais.

    Lusa
    15:55 Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
     









    Quase metade dos portugueses 
lêem imprensa regional
    Quase metade dos portugueses lêem jornais regionais, preferindo os semanários, sendo no distrito de Castelo Branco que se encontram mais leitores dos títulos locais, segundo o estudo Bareme Imprensa Regional, da Marktest.
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    De acordo com a análise, 49,7 por cento dos portugueses lê jornais regionais, sendo os de periodicidade semanal os que mais conquistam leitores, com 28,3 por cento do total. 
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    Os títulos vendidos uma vez por mês e os quinzenais são os segundos nas preferências, enquanto que os diários se apresentam em quarto lugar.
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    O distrito onde os portugueses mais lêem jornais regionais é Castelo Branco, onde quase três quartos (71,3 por cento) da população aprecia os títulos locais, sendo seguido de Leiria, onde o valor chega aos 69,2 por cento. 
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    A lista dos cinco distritos onde se lê mais jornais regionais fica completa com a inclusão de Coimbra (com 68,8 por cento), Santarém (com 64,8 por cento) e Aveiro (64,2 por cento).
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    Pelo contrário, Lisboa é o distrito onde os portugueses têm menos hábitos de leitura de publicações regionais, embora os valores ainda cheguem a quase um terço da população (31,8 por cento).
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    De acordo com o Bareme Regional, a leitura de jornais regionais vai aumentando com o avançar da idade, sendo que o maior número de leitores se encontra na faixa etária a partir dos 55 anos.
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    Por outro lado, são as classes sociais médias e baixas que preferem os títulos locais, e especialmente as populações do Litoral Norte e Centro. 
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    segunda-feira, novembro 16, 2009

    20 anos depois da queda do muro, 'livre mercado' é repudiado

    Mundo

    Vermelho - 9 de Novembro de 2009 - 18h19

    Vinte anos após a queda do Muro de Berlim, que simbolizou o fim do chamado "socialismo real" no leste da Europa, é geral a insatisfação com o capitalismo no mundo, indica uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (9), divulgada pela BBC.

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    Só 11% dos entrevistados em 27 países considera que a economia capitalista funciona corretamente e 51% acha necessária mais regulação e reformas para a corrigir.
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    Apenas em dois países — Estados Unidos (25%) e Paquistão (21% ) — mais de 20% acham que o capitalismo funciona bem na sua forma atual. A sondagem, realizada entre 19 de junho e 13 de outubro junto a 29.033 pessoas, foi publicada no dia do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim, num momento em que o mundo enfrenta a pior crise econômica e financeira desde 1929.
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    "Parece que a queda do Muro de Berlim em 1989 não terá sido uma vitória esmagadora do capitalismo de mercado livre, contrariamente às aparências da época, em particular depois dos acontecimentos dos últimos doze meses", comentou Doug Miller, presidente do instituto de sondagens GlobeScan, que realizou o estudo.
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    Pouco mais de metade dos entrevistados (54%) aprova o desmantelamento da União Soviética enquanto que 22% o classifica como uma "coisa má" e 24% não se pronuncia.
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    Os estadunidenses (81%) são os que se mostram mais favoráveis, à frente dos polacos (80%), alemães (79%), britânicos (76%) e franceses (74%). No leste, os tchecos são menos afirmativos em relação a esta questão (63%), enquanto que os russos (61%) e os ucranianos (54%) acham lamentável o desaparecimento da URSS.
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    Uma maioria dos inquiridos em 17 dos 27 países defende uma maior regulação do mundo financeiro, sendo os brasileiros os mais favoráveis (87%), à frente dos chilenos (84%), franceses (76%), espanhóis (73%) e chineses (71%).
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    Em média, 23% dos inquiridos considera que o capitalismo tem defeitos irremediáveis e que é indispensável um novo modelo, sendo os franceses os que mais pensam assim (43%), seguidos pelos mexicanos (38%) e brasileiros (35%).
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    Brasil
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    Dos entrevistados brasileiros (835 pessoas nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). A sondagem revelou que 64% defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país e 87% defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios locais, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.
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    Fonte: Revista Fórum

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    Vinte anos de empobrecimento nos países de Leste, segundo sondagem norte-americana


    Sondagem norte-americana nos países de Leste
    Vinte anos de empobrecimento


    Os povos dos antigos países socialistas europeus e ex-repúblicas soviéticas perderam as ilusões sobre o sistema económico e político burguês, revela um inquérito norte-americano.

    O estudo de opinião, divulgado dia 2 (pewglobal), afirma que a generalidade dos povos perdeu parte do seu entusiasmo pelas ideias do capitalismo e da democracia, em comparação com um estudo similar realizado em 1991. A mudança mais abrupta foi registada na Ucrânia onde hoje apenas 30 por cento dos inquiridos aprova o sistema multipartidário contra 72 por cento há 20 anos.
    Na Rússia, por exemplo, as transformações ocorridas gozam do apoio das camadas mais jovens, porém, esta opinião não é partilhada maioritariamente na faixa etária acima dos 50 anos e muito menos no grupo com 65 anos ou mais, no qual apenas 27 por cento as aprova. Este padrão verifica-se em todos os antigos países socialistas.

    No socialismo vivia-se melhor

    A maioria da população dos ex-países socialistas considera que está hoje mais pobre do que há 20 anos, constatando que as mudanças beneficiaram sobretudo os políticos e os grandes empresários. Esta opinião é manifestada em mais de 80 por cento das respostas em seis países (Polónia, Rússia, Eslováquia, Hungria Bulgária e Ucrânia) e em 63 por cento na República Checa.
    Sobre o bem-estar material as maiores percentagens de «satisfeitos» verificaram-se na Polónia (47%) e na República Checa (45%). Nos restantes países prevalece a opinião de que actualmente se vive pior do que no socialismo. É o caso da Hungria (72 % contra 8% de «satisfeitos), Ucrânia (62% contra 12%), Bulgária (62% contra 13%), Lituânia (48% contra 23 %), Eslováquia (48% contra 29%) e (Rússia 45% contra 35%).

    Descrédito da «democracia»

    No domínio da democracia política, a maioria dos inquiridos expressa a sua frustração por na prática não poderem desfrutar dos princípios democráticos. Mais concretamente cinco dos oito países revelam grande insatisfação com o funcionamento da «democracia». Este sentimento é particularmente forte na Hungria (77%), na Bulgária (76%), na Ucrânia (70%), na Rússia (61%) e na Lituânia (60%)
    O descrédito do sistema é traduzido pelo facto de em todos os países estudados a esmagadora maioria da população não acreditar nos políticos eleitos. As percentagens mais elevadas dos que pensam que os «políticos eleitos levam em conta a vontade do povo» foram registadas na Polónia (37%) e na Rússia (26%). Esta opinião foi manifestada por apenas 23 por cento dos ucranianos, 22 por cento dos eslovacos e húngaros, 18 por cento dos checos, 15 por cento dos lituanos e 14 por cento dos búlgaros.
    Consensual é também a identificação dos maiores problemas que afectam a sociedade. Em praticamente todos os países da Europa de Leste a corrupção é uma das maiores chagas, seguindo-se com elevadíssimas percentagens o crime e as drogas.

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    Avante 2009.11.12
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    sexta-feira, maio 23, 2008

    O 25 de Abril ou 30 anos+1 dia após 24 de Abril? «Opiniães»


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    30 anos do 25 de Abril
    Criado segunda-feira, 12 de Abril de 2004
    Última actualização terça-feira, 27 de Abril de 2004


    O 26 de Abril
    Por Luís Salgado de Matos
    26.04.2004
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    Estamos a 26 de Abril - o dia seguinte. As comemorações governamentais sublinharam o progresso económico e social. Como se os cidadãos duvidassem. E menorizaram a questão política.
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    O Estado Novo falhou em enriquecer-nos? Em meados dos anos 1960, Salazar inverteu a divergência real entre a economia portuguesa e a transpirenaica, iniciada no final do século XVIII. Marcello Caetano manteve o enriquecimento.

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    O Estado Novo falhou porque não nos deu um Estado de Direito democrático. O 25 de Abril ganhou aqui.

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    Os portugueses de hoje acham a democracia boa e o actual regime não democrático. Os portugueses, seja qual for o partido em que votam. É o que diz o senso comum, ratificado pela recente sondagem Público/Universidade Católica.

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    Para isso, comparam o Estado contemporâneo ao pós-revolucionário. O contemporâneo sai a perder: é menos participado pelos cidadãos, mais dominado pela riqueza, mais roído pela corrupção.

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    Esta visão tem que se lhe diga. Os portugueses votam menos e associam-se menos por estarem contentes - e não só por estarem revoltados. A economia domina porque é o princípio da realidade - «Deus protege os grandes batalhões» - mas a vitória do «poder económico» é uma ficção pós-marxista. A corrupção vitima mais os ricos do que os pobres - os quais por definição não têm posses para satisfazer a corrupção activa. Os ricos só pagam o imposto da corrupção quando não têm outro remédio - e por isso a regionalização não passou: as regiões gerariam mais «luvas» e o referendo provava que elas não eram inevitáveis.

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    O Estado Novo caiu afogado em escândalos. Salazar saiu de cena com os «ballets rose». Caetano parecia incapaz de dominar a corrupção - cujas suspeitas eram lançadas pelos grupos económicos: o caso do BIP indignava. Caetano era incapaz de arbitrar.

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    A ditadura não conseguiu reformar-se. E a nossa República? Regenera-se. Excepto se os grupos de pressão mandarem nela ou se os partidos políticos esquecerem os eleitores. O leitor reparou que no poder dos partidos e dos lobis estão duas das maiores críticas ao actual regime português.

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    Os cidadãos acham hoje a República mais corrupta do que a ditadura. Desprezemos o surpreendente paradozo. Perguntemo: será?

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    A capacidade de combater a corrupção é um aspecto da auto-regeneração da democracia. Há anos imperavam suspeitas - em particular sobre as relações dos políticos com o futebol. Se punirmos mantendo a suspeita, liquidamos a República - pois já os clássicos sabiam que a desconfiança é virtude na oligarquia e veneno na democracia. A justiça deve combater a corrupção até ao fim. Só que este combate é também político, não deve resumir-se ao pretório e passará pelo voto. Sem conflito entre os tribunais e as urnas eleitorais.

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    Neste «day after», temos que ir congraçando a maioria à democracia, a opinião à lei e os interesses à República.

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    in Público

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    30 anos do 25 de Abril
    Criado segunda-feira, 12 de Abril de 2004
    Última actualização terça-feira, 27 de Abril de 2004

    DR
    O apoio dos milicianos foi decisivo para Salgueiro Maia e os outros operacionais

    Grande inquérito do PÚBLICO e da Universidade Católica
    A democracia e o fim da guerra foram os objectivos do golpe de estado
    Por Adelino Gomes
    24.04.2004
    Os homens que prenderam Marcello Caetano e puseram fim ao regime de ditadura em Portugal, em 25 de Abril de 1974, queriam a democracia, acabar com a guerra e mais justiça para os portugueses, indica um inquérito a nível nacional organizado pelo PÚBLICO e realizado pela Universidade Católica.

    Com apenas quatro excepções, os 325 oficiais que responderam ao inquérito, afirmam-se "orgulhosos" de terem participado no 25 de Abril de 1974. Dois terços declaram que se pudessem voltar atrás, teriam feito "exactamente" a mesma coisa, ainda que um em cada cinco diga que procuraria "moderar mais o processo" que se seguiu ao golpe de estado.

    Para mais de metade dos inquiridos (53 por cento), a acção do Movimento "cumpriu os objectivos iniciais", mas o processo de descolonização, "mesmo tendo em conta a conjuntura interna e externa", podia ter corrido "um pouco melhor" (51 por cento). Nesta matéria, historicamente fracturante, a percentagem dos que entendem que a descolonização correu "da pior maneira possível" surge surpreendentemente baixa, oito por cento, em contraste com os 41 por cento que defendem que ela terá decorrido "da melhor maneira possível".

    Melo Antunes, o mais importante
    O tenente-coronel Ernesto Melo Antunes (falecido em 10.8.1999) aparece, de longe, como a figura militar mais apreciada quer durante a conspiração, quer na transição para a democracia, quer ainda como a personalidade cimeira, militar ou civil, "da nossa história recente".

    O inquérito atingiu com êxito mais de três centenas de oficiais do quadro permanente que se envolveram, a partir do terceiro trimestre de 1973, no processo conspirativo que desembocou nas acções militares dos dias 16 de Março e 25 de Abril do ano seguinte. Foram inquiridos igualmente alguns milicianos que participaram na conspiração ou se comprometeram com os oficiais do quadro permanente a ela ligados, antes daquele dia.

    Com base na bibliografia geral sobre o 25 de Abril e em duas listas já organizadas, uma fornecida pela Associação 25 de Abril (A25), e a outra mandada elaborar em 1980 pelo então Presidente da República e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general Ramalho Eanes, o PÚBLICO recorreu a um conjunto vasto de informantes privilegiados (uma dezena de oficiais dos três ramos das Forças Armadas - entre eles dois ex-milicianos - de diferentes sensibilidades político-militares), de forma a completar a sua própria lista de 550 nomes a quem foram enviados inquéritos postais acompanhados de envelopes de resposta paga, em regime de anonimato das respostas. O inquérito obteve uma taxa de resposta de 67,6 por cento e uma taxa de cobertura do universo de 60 por cento. O trabalho de análise, elaborado pela Universidade Católica, debruçou-se sobre uma amostra final composta por 325 indivíduos (ver "Como foi feito o inquérito").

    Moderados e Otelo em destaque
    Para além de Melo Antunes, os inquiridos destacaram Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço como os militares "que tiveram o papel mais importante na acção político-militar que desembocou no 25 de Abril". Salgueiro Maia, António de Spínola, Vítor Alves, Costa Gomes e Garcia dos Santos foram outros nomes com elevada percentagem de referências.

    Vasco Lourenço, presidente da A25, surge igualmente bem colocado entre os mais decisivos militares durante a transição (quarto lugar) e (quinto lugar) na apreciação feita a figuras, militares e civis, durante o PREC (Processo Revolucionário em Curso).

    Nesta última lista figuram também os quatro civis que dirigiram os quatro principais partidos: Mário Soares, destacado em terceiro lugar, com 80 por cento de referências positivas e 10 por cento negativas; Francisco Sá Carneiro, com 66 por cento de referências positivas e 9 por cento negativas (sexto lugar); Freitas do Amaral, com 40 porcento de referências positivas e nove por cento negativas (sétimo lugar); e, no lugar imediato, Álvaro Cunhal, com 53 por cento de referências positivas e 32 negativas.

    Os dirigentes do Movimento - 21 por cento dos inquiridos que responderam - tendem a apreciar a actuação de Álvaro Cunhal de forma menos positiva que os outros.

    Soares bem, partidos, Governo e televisões mal vistas
    Mário Soares, com 60 por cento, obtém a maior percentagem de apreciações admirativas entre as figuras públicas mais admiradas pelas respectivas actuações "desde a consolidação da democracia até hoje. Curiosa e talvez ironicamente, a figura que os militares mais admiram a seguir (36 por cento) é um militar e chama-se António Ramalho Eanes. Regista-se a presença de mais quatro civis nos seis lugares seguintes: Sá Carneiro e Álvaro Cunhal e, a considerável distância, Jorge Sampaio e Cavaco Silva.

    Convidados a pronunciarem-se sobre o Portugal de hoje, os militares manifestam-se preocupados com a corrupção e o desemprego (que consideram piores do que antes do 25 de Abril de 1974), o baixo crescimento económico e o tráfico e consumo de drogas.

    Ao contrário da Presidência da República, na qual depositam "muita confiança", bem como nas Forças Armadas e na Polícia Judiciária, os inquiridos declaram-se nada ou pouco confiantes nos partidos políticos, no Governo e na televisão (cerca de 60 por cento nos dois primeiros, e 51 por cento na segunda).

    Em contraste com a génese claramente corporativa do Movimento, os oficiais inquiridos remeteram para o quarto lugar das suas motivações a melhoria da situação profissional. Esta percentagem foi de apenas 10 por cento entre os dirigentes, e de 21 por cento entre os restantes, contra 94 por cento e 87 por cento, respectivamente, daqueles que declaram ter pretendido a instauração de um regime democrático.

    As 325 respostas provieram de oficiais dos três ramos das Forças Armadas: 75 por cento do Exército; 17 por cento da Marinha; e 7 por cento da Força Aérea (um por cento não indicaram a origem). A patente de capitão (1º tenente no caso da Marinha) é a mais representada (52 por cento), seguindo-se as de major/capitão-tenente (20 por cento) e de tenente/2º tenente (16 por cento). A larga distância, as de tenente-coronel/capitão-de-fragata (cinco por cento), de alferes/guarda-marinha (quatro por cento) e de aspirante (um por cento).

    Apenas 14 por cento dos inquiridos não haviam ainda cumprido qualquer comissão no Ultramar. Vinte e oito por cento estiveram lá três ou mais vezes (com destaque para os dirigentes do Movimento); 30 por cento, duas; e 28 por cento, uma. Angola, Moçambique e Guiné, por esta ordem, foram os destinos operacionais mais frequentes destes militares.

    Com idades actualmente compreendidas entre os 50 e os 75 anos ou mais, os inquiridos encontram-se na sua maioria na situação de reserva ou de reforma (85 por cento), embora 11 por cento se mantenham ainda no activo.



    Como Foi Feito o Inquérito (Ficha Técnica)

    Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) para o jornal Público. O trabalho de campo, incluindo definição do universo e envio e recolha dos questionários, decorreu entre os dias 25 de Fevereiro e 16 de Abril de 2004. O universo alvo é composto pelos oficiais e milicianos das Forças Armadas que estiveram envolvidos na acção político-militar que conduziu ao derrube do regime ditatorial em 25 de Abril de 1974. Esse envolvimento foi entendido como implicando um ou mais dos seguintes seis critérios:
    a) Participação numa estrutura dirigente ou outra do Movimento dos Capitães
    b) Participação numa rede clandestina a nível de unidade ou outra;
    c) Participação em reuniões do Movimento antes do 25 de Abril, na Metrópole ou no Ultramar;
    d) Execução de missões de carácter operacional no derrube do regime ditatorial (no caso dos milicianos, apenas os envolvidos anteriormente no processo);
    e) Envolvimento na tentativa de golpe de 16 de Março de 1974;
    f) Tomada de conhecimento e compromisso de apoio prévios à acção do dia 25 de Abril de 1974.
    Para a determinação dos membros do universo, foram inicialmente utilizadas três fontes principais: bibliografia geral sobre o 25 de Abril; lista fornecida pela Associação 25 de Abril (A25), expurgada de civis e sócios que não cumpriam nenhum dos anteriores seis critérios, assim como de informação pessoal não relevante para o trabalho de campo; e uma lista, indispensável para atingir os membros do universo não associados da A25, mandada elaborar em 1980 pelo então Presidente da República e Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, general Ramalho Eanes, com o objectivo de distinguir os militares envolvidos no 25 de Abril. Após consolidação destas fontes numa primeira lista geral, procedeu-se a uma primeira correcção, eliminando os oficiais entretanto falecidos.
    O segundo passo na determinação dos membros do universo consistiu no recurso a informantes privilegiados (uma dezena de oficiais dos três ramos das Forças Armadas - entre eles dois ex-milicianos - de diferentes sensibilidades político-militares), de forma a completar esta lista pelo método de amostragem "bola de neve", através do qual cada novo contacto feito na base da informação obtida junto dos informantes privilegiados foi utilizado para recolher contactos adicionais. Os novos contactos obtidos foram adicionados à lista geral. Essa lista foi posteriormente corrigida ao longo do trabalho de campo, sendo expurgada dos oficiais ou milicianos entretanto falecidos e daqueles que nos informaram não satisfazer nenhum dos seis critérios gerais anteriormente avançados. Essa lista final continha 620 nomes.
    O passo seguinte consistiu em apurar moradas e números de telefone para todos os membros da lista. Em 70 casos, isso não foi possível, o que reduziu a lista a 550 nomes. Aos membros dessa lista de 550 nomes foram enviados inquéritos postais acompanhados de envelopes de resposta paga, em regime de anonimato das respostas. Todos os membros da lista dos quais se dispunha de contacto telefónico (480) foram contactados 10 dias após o envio do inquérito postal, de forma a confirmar recepção e estimular resposta. Aos restantes, dos quais se dispunha apenas de contacto postal, foi enviada 2ª carta. Foram recebidos, até ao dia 16 de Abril de 2004, 372 inquéritos devidamente preenchidos, correspondendo a uma taxa de resposta de 67,6% e uma taxa de cobertura do universo de 60%. Destes 372 inquéritos, foram finalmente excluídos para fim de análise dos dados 47 nomes de oficiais ou milicianos cujas respostas ao inquérito não satisfaziam nenhum dos seis critérios de definição do universo. Assim, a amostra final é composta por 325 indivíduos.
    Adelino Gomes (PÚBLICO) e Pedro Magalhães (Universidade Católica)

    terça-feira, abril 22, 2008

    Setúbal - pobreza na Belavista

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    * V.F.
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    clicar nas imagens para ler
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    in O Setubalense - 2008.04.21
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    quarta-feira, abril 16, 2008

    «Correio da Manhã» é campeão absoluto


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    clicar nas imagens para ler
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    * João Vaz
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    in Correio da Manhã 2008.04.16
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    terça-feira, abril 15, 2008

    Utilizadores aprovam SNS

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    Sondagem: Serviço de Saúde

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    * Cristina Rita
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    Apesar dos problemas registados no atendimento às populações em situações de urgência, a imagem que os portugueses têm do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é negativa. Segundo uma sondagem CM/Aximage, só 16,9 por cento dos inquiridos classifica a qualidade dos serviços como má.
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    Mais: 39,6 por cento até a consideram boa, mas 40,3 por cento apontam para um cenário assim-assim. Um meio termo revelador de que a satisfação não é total, mas ainda assim aquém de um quadro negativo.

    Perto de 80 por cento dos inquiridos recorreu ao SNS no último ano e só 22,9 por cento respondeu que não. A população activa usufruiu menos do SNS do que a inactiva: 82,5 por cento contra 74,1 por cento, respectivamente.


    Se cruzarmos os dados dos que recorrem ao SNS com a opinião sobre a qualidade dos serviços, conclui-se que entre os 39,6 por cento que a classificou de boa, 44,9 por cento recorreu ao SNS contra 21,5 por cento que não o usou.


    Curioso é o resultado na avaliação a meio termo, isto é, assim-assim. A maioria não usou o SNS. Ou seja, 51,9 contra 36,8 por cento que o fizeram. Isto na distribuição dos 40,3 por cento que destacaram a análise do SNS como assim-assim.


    Quanto à redução das taxas moderadoras para utentes com mais de 65 anos, a maioriaapoiaamedida: 63,6 por cento dos inquiridos contra 11,1 por cento. De registar que entre os eleitores que votaram no BE em 2005 ninguém a achou má.


    SONDAGEM

    Na sua opinião, a qualidade dos serviços prestados no Sistema Nacional de Saúde é:

    Boa: 39,6%

    Má: 16,9%

    Sem opinião: 40,3%

    E a redução da taxa moderadora para as pessoas com mais de 65 anos é:

    Boa: 63,6%

    Má: 11,1%

    Assim-assim: 22,1%

    Sem opinião: 3,2%


    FICHA TÉCNICA DA SONDAGEM

    OBJECTIVO: Utilização do Sistema Nacional de Saúde (SNS); Qualidade dos serviços prestados pelo SNS; Redução das taxas moderadoras para pessoas com mais de 65 anos;

    UNIVERSO: Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo ou telemóvel

    AMOSTRA: Aleatória estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto) e representativa do universo, extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 554 entrevistas efectivas (300 a mulheres). A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral;

    TÉCNICA: Entrevista telefónica por C.A.T.I. (Computer Assisted Telephonic Interview)

    TRABALHO DE CAMPO: Decorreu entre os dias 2 e 4 de Abril de 2008

    ERRO PROBABILÍSTICO: Para o total de uma amostra aleatória simples com 554 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é de 0,021 (ou seja, uma ‘margem de erro’ - a 95% - de 4,16%)

    TAXA DE RESPOSTA: 70,0%

    RESPONSABILIDADE: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.

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    » COMENTÁRIOS no CM on line
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    14 Abril 2008 - 19h51 | mpereira
    Venham fazer essa sondagem para o norte! porque esta deve ter sido feita em lisboa!!! minha mãe com fractura do colo do fémur, esteve 12 horas para ser operada! e foi operada por um tarefeiro!!!!minho
    14 Abril 2008 - 19h44 | mp
    Sinceramente, não entendo estas sondagens! Meu marido esteve 6 anos á espera de ser operado, quando chamaram já tinha recorrido ao particular, agora, li com espanto que as autópsias são feitas por auxiliares de acção médica e enfermeiros reformados que acham disto, amanhã vão ler nos jornais -minho auicular
    14 Abril 2008 - 18h47 | P.Silva
    Está óptimo o SNS,senão vejamos (...)entre marcar 1 consulta de otorrino no Egas Moniz,ser consultada,fazer um TAC e ir saber o resultado são 7 meses,tudo começou em Nvembro e vai terminar em Maio.Devem escolher pessoas a dedo quando fazem estas sondagens.
    14 Abril 2008 - 18h01 | Rui Relvas
    O SNS, neste momento e por culpa do governo, está o que se pode chanat de uma lástima. Mas, entre ter esta lástima e não ter nada, sempre é preferível ter este...
    14 Abril 2008 - 13h01 | vitor silva
    Como não entrei nas sondagens,classifico de boa os 2 itens em analise.
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    in Correio da Manhã - 14 Abril 2008 - 11h00
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