A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
Mostrar mensagens com a etiqueta Quentim Metsys. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Quentim Metsys. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, agosto 26, 2008

Riqueza e Pobreza (2)




14 Agosto 2008 - 00h30
Correio da Manhã
.

Riqueza: Cem maiores fortunas portuguesas valem agora 32 mil milhões

Os dez mais ricos

As fortunas portuguesas estão a diminuir e um dos principais sinais das perdas registadas é a queda de Belmiro de Azevedo, o empresário que é também o rosto maior da Sonae, do primeiro para o segundo lugar da listas dos cem mais ricos do País, revela a revista ‘Exame’.

Pela primeira vez desde 2004, os mais ricos viram as suas fortunas decrescer. O total das perdas em 2007 ronda os dois mil milhões de euros, uma queda de seis por cento. Na prática, as cem maiores fortunas de Portugal valem agora 32 mil milhões de euros, cerca de um quinto do PIB. Feitas as contas, os bilionários viram desaparecer cerca de cinco mil milhões de euros por dia em 2007.

Belmiro de Azevedo foi um dos mais penalizados pelo decréscimo. O empresário nortenho, que em 2007 tinha quase três mil milhões de euros, vê este ano os rendimentos reduzidos a 1722 milhões de euros, uma diminuição de 42,4%. A sua fortuna desceu para quase metade em apenas um ano, à conta da flutuação do mercado de capitais, através das perdas dos activos das várias cotadas da Sonae.

Américo Amorim, o empresário da cortiça que detém participações na Galp Energia e no Banco Popular, é agora o homem mais rico de Portugal, tendo visto a sua fortuna crescer 11,6% para os 3106 milhões.

Maria do Carmo Espírito Santo, a discreta empresária da família Espírito Santo, mantém-se como a mulher mais rica do País, com uma fortuna de 754 milhões de euros.

As fortunas dos cem mais ricos dariam para construir, por exemplo, 6,5 aeroportos de Alcochete ou 3,5 linhas de TGV entre Madrid e Lisboa.

LUÍS FILIPE VIEIRA VÊ FORTUNA A SAIR

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, pode orgulhar-se de ser um dos casos de maior sucesso nos últimos anos. Começou ligado aos pneus, passou pela construção e volta agora baterias para o ramo imobiliário. Detém a Inland, com grandes projectos no Algarve. Só entrou na lista dos cem mais ricos há um ano, mas já subiu do 75º lugar para o 74º, aumentando a fortuna em 8,5 por cento, para os 162 milhões.

AS DEZ MAIORES FORTUNAS

1- -Américo Amorim Sobe do 2.º para o 1.º; Grupo Amorim e Galp. Fortuna actual 3106 milhões €

2- Belmiro de Azevedo Desce do 1.º para o 2.º Grupo Sonae. Fortuna actual 1722 milhões €

3 -José Manuel de Mello Mantém o 3.º lugar; Grupo Mello, EDP, Brisa Fortuna actual 1196 milhões €

4- - Joe Berardo Sobe um lugar. Vinhos, investimentos e ArteFortuna actual 882 milhões €

5 -João Pereira Coutinho Sobe do 6.º para o 5.º; Grupo SGC, SAG e SGC Fortuna actual 815 milhões €

6 -Luís Silva e mulher Sobem do 8.º para 6.º; Cinveste SGPS e imobiliáriaFortuna actual 757 milhões €

7 -M. do Carmo Espírito Santo Silva Mantém o 7.º lugar; Espírito Santo e SantogalFortuna actual 754 milhões €

8 -Família Mello Filhos com participações na Nutrinvest e BCP Fortuna actual 753 milhões €

9- - Alexandre Soares dos Santos Sobe do 13.º para o 9.º; Soc. F. Manuel dos Santos Fortuna actual 739 milhões €

10 Horácio Roque -Cai do 4.º para o 10.º lugar; Banif e Açoreana Seguros Fortuna actual 726 milhões €

Diana Ramos
» COMENTÁRIOS nno CM on line
.
16 Agosto 2008 - 09h55 | Miguel Torrão
Os portugueses sao inteligentes e se quizessem trabalhar poderia haver em Portugal milhares de Belmiros - Almada
16 Agosto 2008 - 02h37 | zaca
ah pois o belmiro de azevedo rico, claro pagam ordenados de miseria aos empregados de caixa e nao só, ao haviam de tar ricos. estes e que sao bem roubados e nao os pobres
16 Agosto 2008 - 02h05 | Joao P.
falam do belmiro e criticam-no mas vao ao hiper dele. é forreta? colocou a net em casa dos portugueses a um preço inferior ao da operadora do estado. tb nos telemoveis era o mais barato... criticam o joao pereira coutinho mas todos gostam dos carros que ele representa. e as comunicaçoes que ele tem? as mais baratas e com boa qualidade. criam riqueza, dao trabalho a muita gente.
16 Agosto 2008 - 02h01 | Joao P.
Se juntarmos a fortuna destes 10 ilustres e dividirmos plos 11 milhoes de portugueses teriamos dado a cada portugues pouco mais de 1000 euros. Será que esse dinheiro seria bem investido por cada portugues? Eu acredito que voltava novamente para o bolso do belmiro ao fim de um mes. a malta gosta é de gastar dinheiro nos shoppings. não os invejem, admirem-nos.
15 Agosto 2008 - 22h43 | Ana Marques
Devem ser os mais ricos por usufruirem do dinheiro dos nossos impostos, fundações, museus... Têm parcerias com o estado, IEFP e SS. Exemplo, se respondermos a um anúncio de emprego da Optimus, somos contratados por intermédio de uma empresa de formação a qual faz um contrato de formação, mas na realidade formação não há, é mesmo para trabalhar num Call Center, vender Optimus Home. Lisboa
15 Agosto 2008 - 22h15 | Manuel
eu sou bilionário mas sem dinheiro mulher e dois filhos para criar,ja fui 4 vezes ao brasil,sou portugues vivo e trabalho na alemanha e ando de cadeira de rodas...e
15 Agosto 2008 - 22h14 | teresa prazeres
Estou tão triste!!!!! Com tanta peninha do Belmiro!!!! Coitadinho dele! Ora, façam-me um favor! Só perdeu quase a metade da fortuna e ainda continua em 2º lugar! Dá mesmo muita pena!
15 Agosto 2008 - 18h31 | Templario
Qurem ver que foi desta que o homem decidiu pagar salàrios decentes aos seus empregados?Para descer de 1° para 2° com uma tão grande diferença só pode ser.A este ritmo para o ano està a pedir à porta da igreja.Pobre Belmiro.
15 Agosto 2008 - 15h53 | mp
Para quem não sabe o senhor Belmiro foi estudante trabalhador teve de ganhar para pagar os estudos, só com grande esforço e inteligencia chegou, onde chegou, dá emprego a muita gente. merece o nosso respeito, era este que devia ser o nosso presidente, pk subiu a pulso...Bem haja.
15 Agosto 2008 - 15h47 | Manuel
Não sou rica mas UMA RICA FAMÍLIA, Só tenho pena de ter formado filhos com tanto esforço...e emprego.....vai no "batalha"! haja Saúde.....


» COMENTÁRIOS
15 Agosto 2008 - 11h17 | M
Em 1º lugar quero dizer que estou muito preocupada com o belmiro de azevedo e estou a juntar dinheiro para lhe mandar. Deixei de ir ao cabeleireiro e retirei os canais Sport TV, deixei de comprar bifes e hoje até vou comer iscas pk é mais barato! E rica sou eu k tenho dois rapazes e ele só tem 1 rapaz e uma rapariga! LOL
15 Agosto 2008 - 10h57 | BOKAS
Tá visto que se esqueceram de mim, mais uma vez! Mas informo que continuo com optima saúde, com um optimo ordenado certo e uma familia impecável, sem ladrões nem vigaristas! Sou rico ou não sou? Tenho ou não uma rica fortuna?
14 Agosto 2008 - 21h04 | Maria
estas fortunas doem apesar-de serem ganhas com negócios é triste saber haver tantas pessoas com tanto dinheiro e outras quererem comer e não têm, o pior ainda são os grandes ordenados que há por aí e serem pagos com os impostos dos pobres
14 Agosto 2008 - 16h26 | Ze Santos
Agora é que estou a vêr porque há tantos pobres e endevidados em Portugal e a classe média está a desaparecer.. é verdade.. dizem-nos que deve dar uns para os outros !!
14 Agosto 2008 - 15h46 | Ci
Rica mesmo muito rica sou eu!! fui mãe aos 15 anitos, com uma volta de 90 graus trabalhei muito mas muito mesmos aqui estou eu.. sem esquemas com muto amor tenho uma grande riqueza 2 filhos..e não devo nada ao fisco nem nunca pisei ninguém.. mas n tenho carros de alta celindrada nem vivendas nem me desloco a Espanha ao melhor restaurante do mundo.
14 Agosto 2008 - 14h28 | DEL
Esqueceram-se de mim.Tenho 2 filhos que valem mais que a soma deste dinheiro todo junto.Londres
14 Agosto 2008 - 14h02 | rui marques
E eu em que lugar estou? Á é verdade eu sou trabalhador por conta de outrém, pago todos os meus impostos, não fujo ao fisco etc... por isso devo estar entre os mais pobres de Portugal!



domingo, abril 29, 2007

Transição Feudo-capitalista

e Revolução Industrial

" Isto é claro -- diziam os mareantes -- que depois deste Cabo não há gente nem povoação alguma (...) e as correntes são tamanhas, que o navio que lá passe, jamais nunca poderá tornar. Assim o cronista Gomes Eanes de Zurare descreveu a apreensão com que os marujos, no início da década de 1430, se aproximavam dos limites meridionais do mundo deles: o Cabo Bojador, um monte de areia e pedra açoitado pelos ventos, no extremo oeste da África, na região hoje conhecida como Saara Ocidental. "

("Aventureiros do mar". In: Viagens de descobrimento. Col. História em Revista, p. 9)

O texto acima faz referencia às viagens portuguesas no processo da expansão marítima européia, durante a passagem da Idade Média para Idade Moderna. Trata-se de um dos mais importantes momentos de transição na História, caracterizado pela crise do sistema feudal e pelo advento do capitalismo.

Nessa época, entre os séculos XV e XVI, o Velho Mundo assistia a ascensão da burguesia mercantil, à formação das Monarquias Nacionais, à afirmação da cultura renascentista e à ruptura da unidade cristã na Europa ocidental em decorrência da Reforma Protestante.

O quadro econômico europeu altera-se profundamente com o término das Cruzadas no século XIII, o que provocou a reabertura do mar Mediterrâneo e o Renascimento Urbano e Comercial. O comercio desenvolvido nesse período era dominado por importantes cidades portuárias italianas, destacando-se Gênova e Veneza, que controlavam a ligação da Europa ocidental com os principais centros comerciais do Oriente Próximo, como Alexandria e Antióquia, além de Constantinopla, capital do Império Bizantino.

Durante o século XIV, a Guerra dos 100 Anos, associada à peste negra e à fome, afetou não apenas a economia feudal, já decadente, mas também o dinâmico comércio mediterrâneo, verificando-se aí, o que se convencionou chamar na História de "crise de retração" do comércio europeu, Já no século XV, fala-se numa "crise de desenvolvimento", devido a escassez monetária e a necessidade de novos mercados para o comércio europeu. Nesse sentido, a expansão Marítima poderia reativar o comércio da Europa ocidental com o Oriente, quebrando o monopólio italiano nessa região, além de poder representar um afluxo de metais preciosos, obtidos através do comércio ou da exploração de jazidas descobertas.

Na esfera social, destaca-se a projeção da burguesia, que desenvolveu-se enquanto classe, com o próprio crescimento do comércio monetário. Numa economia que tendia cada vez mais para o caráter comercial e urbano, era importante a padronização monetária, como também a centralização da defesa militar e elaboração de leis nacionais. A burguesia assim, alia-se aos reis, que diante da crise do feudalismo, concentram cada vez mais poderes em suas mãos, resultando na formação das Monarquias Nacionais, das quais a primeira foi Portugal em 1385 (Revolução de Avis).

A formação desses Estados Nacionais, marcou a estrutura de poder nesse período de transição e a aliança entre rei e burguesia, apesar de conjuntural, estava muito bem definida. Para burguesia, este Estado com poder centralizado era de fundamental importância, pois além de possibilitar a padronização monetária, e a criação de leis e exércitos nacionais, representaria uma importante retaguarda para os empreendimentos, tanto no estabelecimento do protecionismo alfandegário, como para conquistar militarmente outros mercados. Já para os soberanos, era importante estar ao lado da burguesia, pois esta representava a iniciativa privada para o comércio, que ampliado, proporcionaria uma maior arrecadação de impostos e o consequente fortalecimento do poder real.

E a arte ? A cultura, a ciência ? Estariam alheias a este momento de transição ?

Certamente que não.


Já se disse um dia que a arte reflete a realidade histórica. Que o artista projeta em suas obras os valores, a moral a ética de seu mundo.

Na transição para o capitalismo surge um novo homem. O homem dos centros urbanos, mais crítico e sensível, representando uma visão antropocêntrica e racionalista, resgatada da antiguidade greco-romana, que chocava-se com a postura teocêntrica e dogmática, definida pelo poder clerical na Idade Média.

O Renascimento Cultural e Científico baseado nos ideais filosóficos do humanismo, marcou a cultura européia entre os séculos XIV e XVI trazendo personalidades geniais e revolucionárias em todas as esferas do conhecimento e das artes, como Leonardo da Vinci, Dante Allighieri, Michelangelo, Galileu Galilei, Erasmo de Roterdã e William Shakespeare, entre outros. Promoveu também, considerados avanços técnicos no aprimoramento da construção naval (naus e caravelas), além do desenvolvimento da Cartografia, Geografia, Física e Astronomia.

No campo religioso, esse momento de transição conhecerá uma grande e importante cisão no cristianismo ocidental, com o protestantismo, iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em 1517. Na verdade, a burguesia em ascensão, necessitava de uma moral cristã que ao invés de condenar, estimulasse o acúmulo de capital. A Igreja Católica condenava a cobrança de juros, como sendo uma usura, uma pratica pecaminosa. Claro que esta postura estava longe de refletir uma crítica de princípios. Era sim uma crítica de interesses, pois na correlação de forças sociais desse período, Igreja e burguesia estavam em lados antagônicos. A burguesia representava o novo, o capitalismo nascente, enquanto que a Igreja tentava inutilmente se agarrar nas bóias do velho, o feudalismo decadente.

O protestantismo difundiu-se muito no norte da Europa, principalmente em sua versão calvinista. Para esta, Deus atribuiu a cada um uma vocação particular, cujo objetivo era a glorificação. Assim, o pagamento de juros, o comércio, os bancos, o artesanato, seriam tão naturais para Deus como o aluguel de uma propriedade ou o salário de um trabalhador. Calvino afirmava: "O trabalhador é o mais que se assemelha a Deus... Um homem que não quer trabalhar não deve comer... O pobre é suspeito de preguiça, o que constitui uma injúria a Deus".

Desta maneira, Calvino justificava plenamente o acúmulo de capital burguês. Esta ética mais liberal, adequada ao capitalismo e aos interesses da burguesia expandiu-se principalmente para regiões do norte Europeu, onde o comércio era mais desenvolvido. Não é por acaso que até hoje, no final do século XX, esta região permanece bem mais avançada em relação à Europa mediterrânea, que permaneceu e permanece hegemonicamente católica.

Analisar a expansão ultramarina sem entender este cenário de profundas transformações, seria impossível, já que não existem fatos isolados na História. Seria como tentar entender a grave crise no mercado de ações no ano de 1998, fora do contexto mais geral da globalização e do neoliberalismo, deste final de século.

Revolução Industrial

INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, integra o conjunto das "Revoluções Burguesas" do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para Contemporânea.
Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social, e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.

A) O PROCESSO DE PRODUÇÃO

Nessa evolução, a produção manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

O artesanato, foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão), possuía os meios de produção ( era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma "taxa" pelo utilização das ferramentas.

É importante lembrarmos que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura, predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido a divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até numa terceira e quarta Revolução Industrial. Porém, se concebermos a industrialização, como um processo , seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI, porém aspectos ainda discutíveis.

B) O PIONEIRISMO DA INGLATERRA

A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do mercantilismo; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsável por um grande êxodo no campo, e consequentemente pela disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata nas cidades.



Docas de Londres

Outro fator determinante, foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra, que desde 1688 com a Revolução Gloriosa. Essa revolução que se seguiu à Revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa em Monarquia Parlamentar, libertando a burguesia de um Estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um Estado Liberal Burguês na Inglaterra um século antes da Revolução Francesa.

C) PRINCIPAIS AVANÇOS DA MAQUINOFATURA

Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.
Em 1767 James Hargreaves inventa a "spinning janny", que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.
Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.
Em 1769 Richard Arkwright inventa a "water frame".
Em 1779 Samuel Crompton inventa a "mule", uma combinação da "water frame" com a "spinning jenny" com fios finos e resistentes.
Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.



D) DESDOBRAMENTOS SOCIAIS

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção.Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.

O desenvolvimento das ferrovias irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.



Os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento "ludista" (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas "trade-unions", que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.

O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial, é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime.

in

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=30