A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quinta-feira, dezembro 06, 2012

Mães sem dinheiro dão leite de vaca a bebés, com riscos para saúde


Serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa já receberam mais de mil pedidos de ajuda este ano, que não se limitam à alimentação dos recém-nascidos. “Estamos a recuar 50 anos.”
Este ano, a Associação de Ajuda ao Recém-Nascido recebeu 3.430 pedidos de ajuda PÚBLICO***
Mães sem dinheiro para comprar leite em pó estão a alimentar bebés de poucos meses com leite de vaca, ou juntam mais água às fórmulas artificiais, o que pode prejudicar a saúde das crianças.
Estes casos são do conhecimento dos serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, que cada vez mais atendem mães com “grandes carências”, a maior parte devido ao desemprego, como disse à agência Lusa a assistente social Fátima Xarepe.


“Todos os dias recebemos pedidos de ajuda”, disse, explicando que os mais frequentes são para a compra de leite em pó, de medicamentos, como vitaminas ou vacinas que não constam do Plano Nacional de Vacinação, e produtos de higiene.



Estas mães “fazem o melhor que podem”, disse Fátima Xarepe, que lamenta nem sempre a maternidade poder ajudar, nomeadamente no fornecimento de leite em pó, apesar de contar com o apoio da Associação de Ajuda ao Recém-Nascido (Banco do Bebé) e outras instituições particulares de solidariedade social.



A pediatra Cristina Matos conhece esta realidade e as consequências da ingestão de leite de vaca antes de um ano de idade, como gastroenterites. “Estamos a recuar 50 anos”, disse à Lusa, acrescentando que são cada vez mais as mães que, para o leite em pó render, juntam mais água do que o devido.



Isso mesmo confirmou a enfermeira Esmeralda, que consegue identificar o acréscimo excessivo de água ao leite em pó, principalmente através do atraso no crescimento do bebé.



Segundo Fátima Xarepe, são mais de mil os pedidos de ajuda que os serviços sociais já receberam este ano, e que não se limitam à alimentação dos recém-nascidos. “Há grávidas que não vêm às consultas de vigilância por não terem dinheiro para os transportes, o que as coloca em risco, assim como aos bebés”, disse esta assistente social, que não tem dúvidas de que estes casos, cada vez mais graves e frequentes, vão aumentar por causa da crise.



Estas profissionais sentem-se impotentes, apesar de tentarem fazer “o melhor” que sabem, pois, apesar de o serviço público de saúde ser gratuito para as grávidas, estas muitas vezes não conseguem assumir outras despesas, como é o caso dos transportes.



“Há grávidas que vêm a pé de Chelas [o que pode demorar cerca de uma hora], porque não têm dinheiro para pagar o transporte”, disse.



Este ano, o Banco do Bebé recebeu 3.430 pedidos de ajuda e foram apoiadas 971 crianças e 62 no domicílio. Dos cerca de 4000 partos anuais na MAC, perto de 10% resultam em crianças sinalizadas por estarem em risco de serem negligenciadas.



A MAC comemora o seu 80.º aniversário nesta quarta-feira, tendo assinalado a efeméride com uma conferência com o psicanalista Coimbra de Matos, durante a qual este falou sobre a importância de cuidar e amar.

domingo, agosto 02, 2009

OMS: Amamentação pode salvar 1,3 milhão de crianças por ano

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Ensinar novas mães a amamentarem poderia salvar 1,3 milhão de crianças por ano, mas muitas mulheres não recebem ajuda e desistem, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (31).

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Menos de 40 por cento das mães do mundo permitem que seus filhos só se alimentem com leite materno nos seis primeiros meses de vida, conforme recomenda a OMS. Muitas abandonam o aleitamento porque não sabem como fazer o bebê agarrar o seio, ou sentem dor e desconforto.

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"Quando se trata de fazer na prática, elas não têm apoio", disse a especialista da OMS Constanza Vallenas a jornalistas em Genebra, onde fica a sede da agência da ONU.

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O problema, segundo ela, ocorre em países ricos e pobres, e precisa ser combatido a partir de hospitais, clínicas e centros comunitários.

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A OMS recomenda que os bebês comecem a mamar no peito uma hora depois de nascerem, e que consumam apenas o leite materno durante seis meses — o que exclui água, sucos ou alimentos sólidos.

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A amamentação dá à criança nutrientes vitais, além de reforçar seu sistema imunológico, prevenindo contra doenças como diarreia e pneumonia. O leite em pó não fornece a mesma imunidade, e a água das torneiras em muitos lugares do mundo vem contaminada.

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Vallenas disse que, se o índice de aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida chegasse a 90 por cento, seria possível evitar cerca de 13 por cento das 10 milhões de mortes anuais de crianças menores de cinco anos.

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Em nota divulgada a propósito da Semana Mundial da Amamentação, de 1o a 7 de agosto, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse ser importante dar apoio para que mães em zonas de desastres continuem ou recomecem o aleitamento.

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"Durante emergências, doações não-solicitadas ou descontroladas de substitutos do leite materno podem prejudicar a amamentação e devem ser evitadas", disse Chan, argumentando que a interrupção do aleitamento pode agravar os riscos para crianças já vulneráveis. "O foco deve ser na proteção ativa e no apoio à amamentação."

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UOL
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in Vermelho -
31 DE JULHO DE 2009 - 18h21
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domingo, setembro 07, 2008

Licença de parto só possível com meio ano de descontos

2009.09.07


Governo nega limitações da licença para as contratadas, mas não esclarece a forma de acederem aos subsídios

Ontem

* Helena Teixeira da Silva
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Apesar de o Governo afirmar "que não existe qualquer circular que force as funcionárias públicas a optar entre manter o emprego ou os direitos sociais", o JN teve acesso a mais dois casos de docentes obrigadas a fazer essa opção na gravidez.


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E., professora contratada há 11 anos, teve uma gravidez de risco que a obrigou a ficar em repouso nos últimos quatro meses de gestação. Durante esse período, não teve "direito a nada": nem licença de maternidade - apesar de a lei prever o subsídio pré-natal a partir do terceiro mês de gravidez -, nem salário, nem subsídio de desemprego, nem baixa médica. Porquê? "Para ter direito a alguma coisa, precisava de ter contabilizados, pelo menos, seis meses de descontos seguidos", explicaram-lhe. E ela não tinha. Com a passagem da ADSE para o Regime Geral da Segurança Social, todos os descontos que efectuou desde 1997 passaram a contar apenas para efeito de reforma.


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Curiosamente, acrescenta a professora de Português, "se a candidatura à escola tivesse ficado registada antes de a circular (n.º 1 /DGAEP/DGO/2008) do Ministério das Finanças ter entrado em vigor, teria sido tudo diferente", respondeu o gabinete jurídico do Ministério da Educação.


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B. também é professora contratada. Quando estava no terceiro mês de gestação, solicitou o subsídio pré-natal. Nessa altura, a Segurança Social alertou-a para o facto de que quando a criança viesse a nascer, ela não teria direito a licença remunerada. "Como fui colocada na escola em Novembro (2007) e o parto foi em Fevereiro (2008), não teria completos seis meses de desconto. Apesar de continuar vinculada à escola, não tive qualquer apoio financeiro".


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A situação ficou agravada pelas seis semanas que a lei obriga a cumprir de licença de maternidade. "Não pude ir trabalhar. As faltas foram justificadas, como seriam as dos quatro meses seguintes se quisesse ficar em casa. Mas, com uma filha acabada de nascer, como poderia ficar em casa sem receber?", pergunta. A professora de História voltou à escola mal pôde. A criança ficou entregue aos cuidados do pai (empregado a recibos verdes), cujo patrão fechou os olhos para que ele a pudesse levar para o trabalho. "Nos intervalos das aulas, ia a correr amamentá-la e voltava para a escola", recorda a professora.


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O Ministério das Finanças, na sequência da notícia publicada anteontem no JN - as mulheres com contrato a prazo têm um gozo limitado da licença de maternidade -, divulgou um comunicado afirmando não ser verdade o limite do gozo das licenças. "Mesmo nos casos em que cessa a relação jurídica de emprego público durante o período de pagamento da licença de maternidade, o Estado assegura o pagamento até ao final do gozo desta licença".


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O que a tutela não explica é em que situação ficam as mulheres quando não cessa esse vínculo jurídico, como acontece às docentes referidas anteriormente. Garante que é "absolutamente falso" que haja contratadas lesadas por engravidar", mas não esclarece de que forma poderão poderão aceder ao apoio financeiro sem perder a colocação na escola.

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Leia a circular da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público
O Jornal de Notícias não se responsabiliza pelos conteúdos publicados nas ligações externas.
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domingo, outubro 28, 2007

Portugueses ou Espanhóis?



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O Hospital Materno Infantil de Badajoz, em Espanha, realizou 362 partos de grávidas portuguesas entre Junho de 2006 e 22 de Outubro deste ano, anunciou esta sexta-feira o responsável daquela unidade hospitalar.
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in Correio da Manhã 2007.10.26
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Quadro - Picasso (Maternidade)
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» Comentários no CM on line
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Sabado, 27 Outubro
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- pereira sim este pais (portugal)assim vai crescer so que as mulheres vao a espanha ter seus filhos tenha vergonha sr ministro
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Sexta-feira, 26 Outubro
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- nathan Que, estes pais e os futuros, nao se envergonhem de dar a nacionalidade espanhola aos vossos filhos.E que,vai assentar que nem uma luva, dentro de uns anitos.
- Cidadão Nacional Se fosse eu, eram todos naturalizados espanhóis. Melhor qualidade de saúde no interior espanhol. Sim, sim, Badajoz fica no interior. E etc., etc., etc.
- antonio trindade O ministo da saude DEVE-SE sentir muito ORGULHOSO por esta NOTICIA. De facto, com a nossa populacao a envelhecer e a mandar os NOSSOS REJUVENESCER o Estrangeiro, e uma MAXIMA. Portugueses DAII, ABRAM OS OLHOS E PONHAM ESTE homem na rua. JA BASTA DE DESGRACA. NAO QUEREMOS MAIS migueis de vasconcelos... Rua com este MINISTRO, mas JA.!!! U.S.A.
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13-09-2007 - 00:00:00 Parto em ambulância
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01-06-2007 - 00:00:00 Nasceram 215 bebés da Figueira

quinta-feira, outubro 18, 2007

Mais um parto numa ambulância



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Ainda não tinha acontecido desde o fecho da maternidade local, mas ontem os Bombeiros Voluntários de Amarante realizaram um parto numa ambulância. Foi ao início da tarde, a pouco mais de 100 metros da casa da grávida, Ana Maria Monteiro Silva, de 22 anos, natural da freguesia de Ansiães.
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in Corrreio da Manhã - Sexta-feira, 12 Outubro 2007
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Para ler a notícia clique na hiperligação

sábado, outubro 13, 2007

31 filhos da estrada - Sala de partos ambulante

* Iolanda Vilar com D.A./P.G./A.P./Diana Paiva/C.S.
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Nascer numa ambulância está a tornar-se um acontecimento normal em Resende. As cinco crianças do concelho (só rapazes) que vieram ao mundo nos últimos cinco meses são a prova de uma nova naturalidade: a estrada. Uma realidade que nasceu com o encerramento de oito maternidades desde Junho de 2005. Só nos últimos 12 meses foram noticiados 31 partos realizados fora do ambiente hospitalar. Sete na Figueira da Foz, seis em Resende, três em Mirandela e na Lourinhã, dois em Penafiel, seis no Alentejo e um nos concelhos de Baião, Ansião, Alenquer e Ourém.
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Em Resende, o parto mais recente aconteceu há duas semanas. Para já o pequeno João Pedro, embrulhado numa quente manta de lã, só pensa em mamar, desconhecendo a que quilómetro da A24 deu o primeiro vagido. Nem Paula Ferreira, a jovem mãe de 18 anos, residente em Ovadas de Baixo, se apercebeu de onde estava quando chegou a hora do parto. “Aconteceu tudo tão depressa e as dores eram tantas que nem me preocupei em perguntar onde estávamos”, confessa a jovem mãe que ia a caminho do Hospital de S. Teotónio, em Viseu. Bastou parar a ambulância e o pequeno João Pedro, com 2260 quilos, viu a luz do dia.“Estou feliz por tudo ter corrido bem”, disse a mãe ao CM.Continuando o trajecto pelas sinuosas estradas de Resende chegamos a Anreade, no lugar de Santo Amaro, onde Matilde Maria Lopes recorda, com um sorriso nos lábios, o percurso algo conturbado do seu segundo parto, a 27 de Abril, a caminho de Vila Real. Nada de complicações de saúde, mas os nervos eram de tal ordem que, já com a bolsa das águas rebentada, e mesmo à porta dos bombeiros de Resende, optou por ir para o centro de saúde.“Cheia de dores” pôs-se ao volante percorrendo os cerca de 15 quilómetros. “Ia no carro com a minha sogra e a minha filha de nove anos e outros familiares quando comecei a sentir algumas contracções”, recorda. Dias antes, numa consulta de obstetrícia foi-lhe dito que o parto ainda estava longe de ocorrer. Puro engano! O Pedro Filipe estava prestes a conhecer o mundo! Aconteceu em Caldas de Moledo, na cidade do Peso da Régua, às 19h00. O bombeiro Filipe Pereira fez o trabalho de parteiro.Em comum, estas mulheres têm também a sinuosidade das estradas de Resende, concelho cravado no vale do Douro. Matilde vive numa rua íngreme, estreita e de difícil acesso para uma ambulância. No caso de Paula, muito dificilmente a ambulância se desloca à porta de sua casa, o que a obrigou a esperar no café, à beira da estrada.PARIU NA ROTUNDAO mesmo problema sente Sónia Isabel, de 20 anos. Vive em Pardelhas, aldeia a dez quilómetros de Lamego que nem sequer é sinalizada na EN222, Vale o conhecimento dos bombeiros de Resende sobre os lugares e lugarejos para contornar a complicada orografia da região. Eram 19h00 de 4 de Maio quando Sónia sentiu que estava na hora. Às 21h20 já tudo estava terminado. Aconteceu junto a uma rotunda de ligação à A24, a caminho do Centro Hospitalar de Vila Real. “Tenho muita pena que tenham encerrado a maternidade em Lamego, pois éramos bem tratadas e havia mais amizade e espírito de família,” desabafa com o seu Ricardo ao colo, agora com cinco meses.A poucos metros de distância mora Adélia Teixeira Cardoso, de 25 anos. Os olhos azuis de Ruben Filipe despertaram precisamente quando a mãe começou a falar da saga do seu nascimento. Poderia ter sido um momento trágico, mas graças à intervenção de um médico espanhol, que seguia na ambulância, Ruben po-de hoje receber os carinhos do irmão de 27 meses, o Diogo Alexandre.Com apenas 32 semanas de gestação Adélia não se mentalizava que o rebentamento da bolsa significava que a hora tinha chegado. Imaginou que seria como no primeiro parto. Continuou a arrumar a cozinha, até que uma cunhada insistiu para se deitar e esperar pelos bombeiros. Foram apenas dez os quilómetros que a ambulância percorreu até que o Ruben nasceu, no cruzamento da Serra das Meadas, já em Lamego, Avões. O relógio marcava 20h30. Mas, um momento que deveria ser de alegria, quase se transformava numa morte precoce. “Não ouvi o meu menino a chorar e entrei em pânico”, confessa Adélia, que viu o bebé com o cordão umbilical em volta do pescoço.RETIRADO DA MÃEDas cinco mulheres que deram à luz na ambulância apenas uma não está com o filho. É o caso de Maria de Fátima Malheiro, que reside em Louredo de Baixo, Miomães, concelho de Resende. Já com dois filhos, a residir com outra familiar, a Segurança Social retirou-lhe o recém-nascido ainda na maternidade, por alegada negligência.José Ângelo, comandante dos bombeiros de Resende, nunca participou num parto, mas sete dos seus homens já ganharam experiência nestes domínios. Em Resende já são cinco as crianças que nascem antes de chegar ao hospital, quatro delas nasceram em ambulâncias e uma no Centro de Saúde de Resende.“O nosso grande problema é o parque de viaturas, manifestamente insuficiente”, lamenta o responsável pelos soldados da paz. São apenas cinco ambulâncias para fazer face a todas solicitações.VIAGEM ATRIBULADAProblemas que outras corporações de bombeiros também sentem, sobretudo os da Figueira da Foz, que no último ano foram chamados a fazer sete partos na estrada.Aldina Figueiredo, de 28 anos, faz parte do grupo de mulheres que passaram por isso. Estava grávida de seis meses quando soube do fecho do bloco de partos do Hospital da Figueira da Foz. Nessa altura apercebeu-se de que teria de recorrer a uma das maternidades de Coimbra.A 16 de Maio, pelas 13h30, entrou em trabalho de parto. Telefonou para o 112, que fez o reencaminhamento da chamada para a Cruz Vermelha de Maiorca. A assistência foi prestada por dois paramédicos, numa ambulância pré-natal e um carro de apoio. Os 50 quilómetros de viagem até Coimbra foram bastante atribulados e a ambulância foi obrigada a parar oito vezes.“As dores eram tantas que vi logo que não ia chegar a Coimbra. Só pensava que ia morrer junto com a minha filha”, diz. Na zona de Montemor-o-Velho, às 14h30, os paramédicos pararam, junto a uma rotunda à entrada de Montemor-o-Velho, e fizeram o parto, que decorreu normalmente e demorou 45 minutos. Micaela Ferreira tem agora cinco meses. HELENA NASCEU À PORTA DE CASAHelena Isabel foi a terceira bebé do Marco de Canaveses a nascer numa ambulância, com o auxílio dos bombeiros locais que nem sequer tiveram tempo de arrancar em direcção ao hospital. A criança nasceu à porta de casa, dia 20 de Setembro. “Estava grávida de 38 semanas e o parto estava previsto para o início de Outubro, mas Helena decidiu aparecer mais cedo” contou ao ‘CM’ a mãe, Maria Luísa Teixeira. O parto durou apenas 15 minutos. CASOS INSÓLITOSENCERRADOUm menino nasceu em Agosto no Hospital da Figueira da Foz, cuja maternidade foi encerrada pelo Ministério da Saúde em Novembro de 2006. O parto foi normal.EM CASATrês bombeiros de Oliveira de Azeméis assistiram ao parto em casa de uma imigrante ucraniana, em Julho. O bebé nasceu dois minutos antes de chegar a ambulância.ELEVADORUma mulher não aguentou e teve o filho no elevador do hospital, em Viana do Castelo, em Maio. O parto correu bem e foi assistido por uma enfermeira obstetra."DECIDIMOS ENCOSTAR PELA FREQUÊNCIA DAS CONTRACÇÕES"“Treinamos com bonecos, mas na hora da verdade ficamos sempre nervosos.” Para Luís Loureiro, o bombeiro profissional de Resende, de 26 anos, já com dois partos no currículo, a formação que recebeu na Escola Nacional de Bombeiros serve apenas como base no momento de tensão que antecede a grande decisão, que já teve que tomar por duas vezes: encostar a ambulância à berma da estrada e realizar o parto ali mesmo.Quando aos 14 anos entrou nos bombeiros de Resende estava longe de imaginar que, para além de salvar vidas, havia também de ajudar a trazê-las ao mundo.“É pela frequência das contracções que tomamos a decisão de encostar, porque aí temos a certeza de que não há tempo de chegar ao hospital”, refere. É o momento de maior tensão dentro da ambulância, mas o mais importante, adianta, “é preparar logo a senhora psicologicamente e tranquilizá- -la. “Normalmente as parturientes são colaborantes, vamos conversando com elas para tentar atenuar a tensão ou dando oxigénio para ajudar à respiração”, explica, referindo que o espaço da ambulância nem sequer constitui um grande constrangimento. “Como a ambulância é larga e alta dá para trabalhar perfeitamente com o meu colega.”O bombeiro tem bem presente que há sempre a possibilidade de as coisas não correrem bem. Lembra, por exemplo, que se for necessário uma encubadora ou monitorizar o bebé precisam de se dirigir imediatamente para o hospital. “Tudo o que temos na ambulância é um kit para partos.”Luís Loureiro faz questão de manter laços de amizade com as mães dos bebés e diz que até já foi contactado por uma delas “para tirar uma fotografia de família com o bebé no quartel”. Quanto ao futuro, garante que “isto vai continuar a acontecer”. MINISTÉRIO FECHA OITO MATERNIDADESO Ministério da Saúde mandou encerrar oito blocos de partos, localizados em Barcelos, Santo Tirso, Amarante, Lamego, Oliveira de Azeméis, Elvas (o primeiro a fechar portas), Mirandela e Figueira da Foz. O fecho dos blocos não foi um processo pacífico e motivou fortes protestos por parte das populações, que encheram ruas com cartazes e reivindicações manifestando não aceitar a decisão do ministro da Saúde, Correia de Campos. A reacção das populações não se ficou pelos protestos e tanto autarquias como movimentos cívicos interpuseram providências cautelares nos tribunais, nove no total, para travar os fechos dos blocos de partos. O recurso à Justiça resultou numa tentativa infrutífera uma vez que o Ministério da Saúde ganhou todos os recursos judiciais. Em Elvas, foram avançadas duas providências cautelares, uma pelos cidadãos e outra pela fundação gestora da maternidade). Seguiram-se os apelos nos tribunais de Santo Tirso, Figueira da Foz, Mirandela e Barcelos. SAIBA MAIS500 Partos ocorrem todos os anos, em média, fora da rede hospitalar, de um total de 105 mil nascimentos em Portugal, segundo os dados mais recentes referentes a 2006.36 Salas de partos são as que existem na totalidade nos hospitais públicos, após o encerramento de oito maternidades, uma decisão polémica do actual Governo.KIT PARTO As ambulâncias estão equipadas com o kit parto, que inclui artigos esterilizados. O pacote disponibiliza máscaras, lençóis, compressas, desinfectantes, luvas e molas para o cordão umbilical.CONTAAumentam os partos sobre rodas: Figueira da Foz (sete), Resende (seis), Mirandela e Lourinhã (três), Penafiel (dois), Alentejo (seis) e um nos concelhos de Baião, Ansião, Alenquer e Ourém.TÉCNICA A maioria dos tripulantes tem formação técnica para auxiliar um parto de urgência, incluindo os bombeiros mais novos.NOTASSUSTOSónia Isabel apanhou um susto por o filho nascer com o cordão umbilical à volta do pescoço. Paula Ferreira diz que foi tudo muito rápido.GARAGEMEm Março, um bebé do sexo masculino nasceu numa garagem de um prédio de Buarcos, Figueira da Foz.COMBOIOÉ o que se pode dizer, nascer a alta velocidade. Um bebé veio ao mundo em Janeiro num Intercidades. O parteiro foi um passageiro.VONTADEIvone Camões queria que o quarto filho nascesse em Portalegre. Quis o destino que o filho, Hugo, viesse ao mundo na EN4, a dez quilómetros de casa. O parto foi assistido por dois bombeiros.PARTEIROSOs bombeiros de Resende Adão Ferreira, João Loureiro e Luís Loureiro assistiram ao último parto. Não são os únicos. Quatro companheiros também já ajudaram outras crianças a nascer.- 32 semanas de gestação (oito meses) tinha Adélia Cardoso quando teve o filho na estrada. A ambulância só fez 10 km- 5 é o número de bebés que nasceram desde Abril em ambulâncias a caminho do hospital só no concelho de Resende.- 53 é o número de quilómetros que os bombeiros têm de percorrer para chegar ao hospital mais próximo, em Vila Real
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in Correio da Manhã 2007.10.06
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» Comentários no CM on line
Quarta-feira, 10 Outubro
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- Denise Querem que as famílias tenham mais filhos. Como? Se até as condições para o parto, que é um dos momentos que requer cuidados específicos, para que o bebé não sofra danos cerebrais irreversíveis e a mãe possa ter a assistência necessária, são negligenciadas por nossas autoridades? Virou rotina nascer em ambulâncias! É vergonhoso!
- Nuno Silva Realizam-se 105 MIL partos por anos ... ATENÇÃO AO NUMERO - 105 MIL ... destes só 500 acontecem fora dos hospitais ... Não chega a 0,5 % dos partos ... 3º Mundo??????? Deixem-se de fitas
- Lívia É muito desprezo pelo cidadão! Submeter mãe e filho aos riscos inerentes ao parto! A não se tomar medidas sérias em relação a este descalabro, muito em breve veremos os resultados: Crianças portadoras de lesões cerebrais e órfãs, em virtude da falta de atendimento no tempo devido e em condições desfavoráveis às práticas obstétricas, sem médico e ausência de equipamentos p/ situações de risco.
- Helga E o sr PM não quer vaias nem apupos. Esperava o quê? Tapinhas nas costas e sorrisos?! Fecharam as maternidades por prestarem atendimentos de risco. Não seria mais correto e sábio trocar a administração e investir em bons profissionais da área da saúde? Em ambulâncias, corremos o risco de termos crianças com anomalias severas, em consequência de partos ocorridos em tais circunstâncias.

Terça-feira, 9 Outubro
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- VITOR LEXADO ESTA PORTUGAL NA EUROPA OU NO TRECEIRO MUNDO
- Paco Macias Julgo que na União Europeia não deve haver conhecimento desta situação, que é uma vergonha, para além de caricata. O povo Português tem o que merece, ao ir nas "cantigas" de alguns politicos.
- Bordalo Muitos dos jovens Bombeiros talvez nem tenham idade de vêr um filme erotico, mas são profissionalmente obrigados a partentes assistentes. Escolha de ministros num dia de nevoeiro.

Segunda-feira, 8 Outubro
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- Adolfo Lopes Ao responsável, sugiro que tal como se constrói uma central de compras de uma cadeia de supermercados, construa uma ENORME MATERNIDADE no centro do País... talvez em Leiria. Lamentavel.
- Lusitano Concordo plenamente com o comentário do Sr. José Lopo! Julgo que seria uma boa ideia os bombeiros de todo o pais, exibirem nas ambulâncias uma relação dos partos assistidos pelos bombeiros obstetras-parteiros!!!
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Domingo, 7 Outubro
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- Cátia Nunca soube de bebés que nascessem em poucos minutos ou horas. Ou é milagre ou as mães estão muito mal informadas logo para a maternidade e mandam-nas ir dar umas voltas pelas redondezas porque ainda vai demorar. Há mulheres que estão mais de 10 horas para parir, mas com estas senhoras é em minutos. Estranho. Só espero ter a mesma sorte com a duração do trabalho de parto...
- vitor dinis Não nascem bebes em ambulancia só em Resende, vai ser em todo o País. Á custa do sacrificio das mães neste País a saúde num futuro vai-se tornar melhor quando não houver mães que queiram correr esses riscos e deixem de engravidar. Aí depois vêm os governantes a correr com subsidios apelar que as mulheres deste País engravidem em virtude da grave redução populacional.Caldas da Rainha
- mambaX Dá para reflexão...as maternidades fecham para poupar dinheiro sob o pretexto da qualidade de serviços,os partos ocorrem em plena estrada e está claro que as condições de qualidade na ambulância são menores so que nas maternidades. Logo...a solução é desertificar essas zonas remotas,onde habitam pessoas que certamente não têm culpa disso.
- Jose Lopo As Corporaçoes de Bombeiros devem ser pagas pelos partos que realizam nas suas ambulancias (que deviam ter colado, bem visivel, um distico por cada criança que nelas nascesse!)
- José Senhoras das associações que tanto defenderam os direitos da mulher no aborto, gostaria de vê-las agora a defender o seguinte: se o estado paga um aborto em clinicas privadas, caso não possa ser feito em hospitais publicos então que passe a fazer o mesmo com os partos. Ou o estado só tem dinheiro para abortos?
- JOSÉ Onde estão os defensore(a)s das mulheres que tanto se preocuparam que elas pudessem abortar legalmente e com condições e agora pouco se importam que elas tenham os filhos nestas condições? Sabem é que isto ainda não é um negócio como o do aborto.
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Sabado, 6 Outubro
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- franciscorodrigues Quantos mais nasceram, sem q fossem comunicados à comunicação social?!Por ex: Os B.V.Canas de senhorim também já tiveram casos iguais, e que não têm sido divulgados! É bom salientar q os bombeiros também já têm formação a esse nível...Em minha opinião devemos louvar os bombeiros intervenientes! Força bombeiros! Obrigado pelos variados serviços prestados à comunidade q tanto merece! ;)
- Carlos Verissimo O povinho tem o que merece!...sao pequeninos,tacanhos e mesquinhos. E aqui esta o sumatorio final.As "esposas" dos ministros,democraticamente eleitos pelo povinho nao tem problemas destes,assim como as restantes "esposas" da elite Nacional. Assim que,nao vale a pena fazerem birrinhas,jaque nada mudara. Viva a Republica do atraso! Carlos Verissimo (USA)
- Joana Parida Abortar no Hospital com todas as atenções, cuidados, luxos e urgência e parir à beira das estradas nas ambulâncias dos bombeiros tem sido a grande «conquista» das mulheres dos tempos «modernos» ...
- Vénus Imaginemos que estes partos rodoviários aconteciam num dos 2 meses do consulado de Santana Lopes, mesmo que não tivesse encerrado maternidade nenhuma.Penso que toda a água do Rio Tejo não chegaria para lavar os "elogios" socialistas a este novo método de partos.Correia de Campos, o coveiro da saúde, pode dormir descansado.
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26-08-2007 - 13:00:00 Vão continuar a nascer bebés em ambulâncias
08-08-2007 - 00:14:00 Nasceu em ambulância