A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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segunda-feira, julho 27, 2009

Bolívia: Autonomia, o termo da vez

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A Bolívia de Evo Moraes fervilha politicamente. Nas cidades, o debate se dá em torno dos diversos modelos de autonomia previstos pela Nova Constituição. O termo autonomia significa, entre outros, “autodeterminação político-administrativa de que podem gozar, relativamente, grupos (partidos, sindicatos, corporações, cooperativas etc.), em relação ao país ou comunidade política dos quais fazem parte”.


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Por Paula Sacchetta, na Rede Brasil Atual


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A palavra que mais se ouve na Bolívia é autonomia – nos mais diversos sentidos. Do Brasil as notícias a respeito da reivindicação de autonomia por parte do departamento de Santa Cruz são diferentes do que se vê aqui.
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O termo autonomia significa, entre outros, “autodeterminação político-administrativa de que podem gozar, relativamente, grupos (partidos, sindicatos, corporações, cooperativas etc.), em relação ao país ou comunidade política dos quais fazem parte”.
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Enquanto no Brasil a imprensa usa o termo em referência ao movimento de autonomia de Santa Cruz, opositor ao governo de Evo Morales, a Nova Constituição promulgada em outubro de 2008 estabeleceu uma multiplicidade dessas autonomias: departamental, municipal, indígena-originária-campesina e, possivelmente, regional.
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A tentativa de abarcar tantos lados muitas vezes conflitantes entre si dificulta o gerenciamento do Estado Plurinacional Boliviano – baseado no respeito, igualdade, complementariedade e harmonia entre os povos que formam este país –, nascido da Assembléia Constituinte do final de 2007.
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Para contornar o problema de gestão de um estado tão cheio de especificidades, foi criado recentemente o Ministério de Autonomia. À Rede Brasil Atual o representante do Vice-Ministério de Movimentos Sociais, Carlos Lara, informou que o órgão serve para que “exista uma correlação de forças equiparada, de maneira que nenhuma destas autonomias se submeta a outra”.
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O movimento autonomista de Santa Cruz se autodenomina democrático e é uma tendência que busca preservar seus próprios interesses e privilégios históricos. O presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, um dos porta-vozes do movimento autonomista, Luis Nuñes Ribera afirma que o departamento de Santa Cruz produz 60% da economia do país.
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Os cruceños (habitantes de Santa Cruz) se dizem donos do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Santa Cruz produziu 29% das riquezas bolivianas até o final de 2007, a partir de quando teve essa participação diminuída.
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A demanda, na prática, se mostra uma autonomia contraditória, já que privilegia mais seus interesses aos do Estado nacional. Uma das reivindicações do movimento é não abrir mão de menos de 50% dos impostos arrecadados sobre seus produtos (soja, gado etc).
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Outras autonomias, no entanto, como a indígena e dos povos originários leva em conta os direitos consuetudinários (complexo de normas não escritas originárias dos usos e costumes tradicionais do povo), considerando características específicas de cada etnia (informações abaixo).
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Apesar de se ouvir falar de apenas um sentido de autonomia entre muitos “si” e “no”, existe aquele que significa democracia e oferece um maior acesso de toda a população à política nacional. Um poder cidadão de fato sobre os destinos do país.
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Geopolítica boliviana
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A Bolívia está dividida em nove departamentos: Chuquisaca, Cochabamba, Beni, La Paz, Oruro, Pando, Potosí, Santa Cruz e Tarija. Cada departamento é subdividido em províncias (o que seria o equivalente a municípios).
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O departamento de Santa Cruz é o maior da Bolívia e tem Santa Cruz de La Sierra como sua capital. É também o que tem, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), como principal atividade econômica a agropecuária, sobretudo criação de gado e produção de soja, representando 18,91% do PIB departamental.
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Os aproximadamente 2,5 milhões de habitantes representam 25,6% do total populacional do país, de aproximadamente 10 milhões de pessoas. São 370 km² de extensão, que representam 33,74% da superfície total da Bolívia.
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Em maio de 2008, o governo departamental convocou, à revelia de La Paz, um referendo sobre a autonomia da região. 85% dos eleitores votaram sim, apesar da altíssima porcentagem de abstenção (45%).
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À consulta seguiram-se outras similares nos departamentos da chamada Meia Lua, formada por Beni, Tarija, Pando e Chuquisaca, além de Santa Cruz. São locais em que os administradores, em linhas gerais, opõem-se ao governo de Evo Morales.
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Autonomia
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A Constituição boliviana formulada em 2007 prevê três tipos de autonomias: departamental, municipal e indígena-originária-campesina, podendo esta última incluir a autonomia regional. Há duas grandes questões: determinar os limites de cada autonomia, para que uma não interfira na outra, e a autonomia departamental, que não saiu nos moldes esperados pela Meia Lua, cujos governadores têm se recusado a aceitar o determinado pelo texto.
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A autonomia departamental prevê a constituição de uma Assembleia, nos moldes das casas legislativas estaduais existentes no Brasil, com dever de deliberar e de fiscalizar o Poder Executivo.
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A Constituição estabelece que os departamentos possam participar das empresas dehidrocarbonetos, principal fonte de recursos bolivianos, e a criação de impostos, desde que não sejam análogos às taxas cobradas pelo governo central nem pelos municípios.
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Por outro lado, tanto a autonomia departamental quanto a municipal preveem que cabe aos executivos desses dois âmbitos a elaboração de planos para o ordenamento territorial e de uso do solo. Os municípios também têm direito à criação de um órgão Legislativo similares às câmaras de vereadores brasileiras.
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Por fim, a mais específica das autonomias, a indígena-originária “consiste no autogoverno como exercício da livre determinação das nações e dos povos indígenas originários camponeses”.
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Cada povo deverá definir se quer ou não a autonomia, que prevê que essas comunidades devam gerir seus patrimônios históricos e culturais e os recursos do solo – como hidrocarbonetos, por exemplo.
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Além disso, quem decidir pela autonomia deverá definir a própria forma de organização de acordo com os costumes tradicionais, inclusive no que diz respeito à Justiça, com a formação de tribunais próprios compostos por moradores locais.
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Outra possibilidade é que indígenas de uma determinada área peçam a realização de um referendo para definir sobre a autonomia regional. Para isso, o governo tem realizado estudos de forma a determinar quantos são os povos originários ainda existentes no país – um levantamento da década de 90 indicava a existência de 33 possíveis nações originárias, mas é provável que o número tenha se alterado pelo desaparecimento de populações ou pela migração para outros países, como o Peru.
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Para a oposição, essa autonomia regional dos povos originários, na prática, tira o poder dos departamentos, que perdem em arrecadação e em controle sobre essas comunidades.
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Fonte: Rede Brasil Atual

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in Vermelho - 21 DE JULHO DE 2009 - 12h29

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Bolívia: cubanos operam 400 mil, mas são discriminados

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Carlos Hernandéz, coordenador da Brigada Médica Cubana no departamento de Chuquisaca, chamada “Missão Milagre”, explica que os médicos cubanos atenderam mais de 400 mil pacientes com problemas na visão nos últimos três anos; entre eles mais de mil com catarata.

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Por Paula Sacchetta, na Rede Brasil Atual


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Em departamentos mais conservadores como o de Santa Cruz, Hernandéz conta que a brigada sofre restrições. “Não nos querem trabalhando, dizem que o Evo quer transformar a Bolívia numa Cuba ou numa Venezuela. Mas nossa função aqui é social, independente de qualquer forca política ou partido. A população é muito grata a nós, mas organizações mais de direita não nos querem aqui”, revela Hernandéz.

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Na Plaza San Francisco, das principais da cidade, na barraca da Brigada Médica Cubana passam diariamente mais de 150 pessoas que marcam consultas. Os casos mais graves são operados, outros ganham óculos e medicamentos. “Tudo de graça”, afirma Hernandéz. “Estamos aqui para prestar atenção médica a quem não pode pagar tudo aquilo que as clínicas privadas cobram”, diz. Tudo é pago pelo governo cubano.

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Além da clínica em Sucre, a Brigada atua em outros dois hospitais no departamento de Chuquisaca, em Tarabuco e Monte Agudo, onde existem especialistas de traumatologia, pediatria e cirurgiões. As Brigadas Médicas de Cuba estão espalhadas por 104 países do mundo. Somente em Chuquisaca são 130 médicos; em toda a Bolívia, mais de mil.

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Desde 2006 na Bolívia, a Brigada Cubana é a mesma que operou em 2007 o suboficial Mario Terán, que a mando dos seus superiores assassinou Che Guevara em 1967, numa escola do povoado de La Higuera.

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A notícia divulgada pelo diário oficial da ilha, o Granma, foi confirmada à Rede Brasil Atual por Carlos Rafael Fajardo, diretor do Centro Oftalmológico da Brigada Cubana em Sucre. “Mario Terán foi operado por médicos Cubanos da Brigada de Santa Cruz de La Sierra e depois de recuperar a visão escreveu com ajuda do filho uma carta (leia box) ao governo cubano de agradecimento”.

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Mario Terán não teve de pagar nada pela operação, realizada num hospital doado pelo governo cubano e inaugurado pelo presidente Evo Morales. “Pode ser rico, pobre, delinquente ou assassino, desde que seja gente, nós tratamos e operamos”, finaliza Fajardo.

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in Vermelho - 26 DE JULHO DE 2009 - 20h03

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