A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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sexta-feira, julho 09, 2010

G8 e G20 e a crise capitalista

  • Albano Nunes

Há profundas divergências quanto ao modo de enfrentar a crise

Realizadas num quadro de aprofundamento da crise capitalista e de grande instabilidade e incerteza nas relações internacionais, as cimeiras do G8 e do G20 recentemente realizadas no Canadá merecem atenção.

Quem pensava que a crise tinha enterrado o G8 (de facto o G7 das potências capitalistas mais poderosas do mundo com a Rússia em posição subalterna) e o G20 se tinha tornado a principal instância de articulação internacional ao serviço do imperialismo, enganou-se redondamente. Tal como o FMI e o Banco Mundial, embora profundamente desacreditados, continuam a pontificar na «governação» do sistema capitalista e a impulsionar as mais agressivas orientações macroeconómicas contra os trabalhadores e contra os povos, assim o G8 se mantém para já como instância de concertação do centro imperialista, procurando atenuar e dirimir contradições e prosseguir os interesses gerais do grande capital. Foi o que aconteceu uma vez mais na cimeira de Muskoka em 25/26 de Junho, uma cimeira relativamente discreta, indecisa e pobre de decisões quanto à crise económica, mas lançada para a frente em matéria de militarismo e intervencionismo agressivo. A escalada contra o Irão e contra a RPD da Coreia foi objecto de resoluções ameaçadoras, o que é tanto mais inquietante quando tal coincide com enormes movimentações de forças aéreo navais dos EUA (e de Israel) a caminho do Golfo Pérsico.

Quanto à cimeira de 27 de Junho do G20 – um espaço de articulação multilateral que é expressão do desenvolvimento desigual do capitalismo e do processo de rearrumação de forças em curso na arena mundial, e onde a China e outros «BRIC» desempenham papel crescente –, o que salta à vista são profundas divergências quanto ao modo de enfrentar a crise e a agudização das contradições tanto entre os chamados países emergentes e as grandes potências imperialistas, como entre estas. Unidas pelos mesmos interesses de classe e partilhando os mesmos objectivos estratégicos – intensificação da exploração dos trabalhadores, recolonização planetária, ataque a liberdades e direitos fundamentais – e decididas a impô-los pela força militar e pela repressão policial, divergem e conflituam na luta por mercados, fontes de matérias primas, esferas de influência. Foi o que aconteceu quanto à definição de prioridades e o modo de lidar com os gigantescos défices estatais gerados pelas bilionárias injecções de capital no sistema financeiro. A Alemanha joga na consolidação orçamental e na defesa da sua posição de grande potência exportadora. Os EUA pretendem sobretudo que esta alargue e abra o seu mercado interno e opõem-se a medidas que exponham a mentira da «recuperação» da economia norte-americana: os EUA, onde o desemprego é superior a 10%, e que continua a viver à custa de um gigantesco endividamento externo e dos privilégios do dólar, encaminha-se para uma forte queda do PIB na segunda metade do ano. A carta de Obama aos seus parceiros do G20 nas vésperas da cimeira é a este respeito muito significativa.

Analisando a situação internacional, a reunião do Comité Central de 27/28 de Junho considerou que a par do aprofundamento da crise capitalista e da violenta ofensiva do grande capital cresce a resistência e a luta em numerosos países, sendo de assinalar na Europa, embora ainda muito aquém do necessário, acções sindicais e populares de grande dimensão. Intensificar e fazer convergir numa mesma corrente tais acções é o caminho necessário para impedir que sejam os trabalhadores a pagar a crise e para defender direitos e conquistas alcançadas por muitas décadas de duras lutas. A visita à Grécia da delegação do PCP dirigida pelo camarada Jerónimo de Sousa, para lá do sempre enriquecedor intercâmbio de informações e experiências, insere-se nesta perspectiva de reforço da cooperação e solidariedade internacionalista dos comunistas e de todas as forças anti-imperialistas.  
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N.º 1910
8.Julho.2010 -Avante
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sábado, julho 25, 2009

Cresce influência política e econômica da China na América Latina

Mundo | 25.07.2009

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Presença chinesa crescente na região envolve diversos aspectos, do fornecimento de matérias-primas e o fomento a mercados importadores até a formação de lobbies políticos e "soft power". Brasil é um parceiro central.

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O Brasil anunciou há algumas semanas que a China se tornou seu parceiro econômico mais importante nos primeiros seis meses de 2009, superando os Estados Unidos pela primeira vez. Apesar da crise global, o volume de mercadorias brasileiras importadas pela China cresceu mais de 40%.

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Há indícios de que a vantagem chinesa se deve sobretudo à crise econômica e que, passada esta, é provável que os EUA reconquistem o primeiro lugar entre os parceiros do Brasil. Porém, o fato confirma uma tendência na América Latina: a influência da China na região está em alta.

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Negócios e matérias primas

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Kerry Brown, especialista em assuntos asiáticos do think tank britânico Chatham House, compara as relações econômicas entre a China e os latino-americanos ao papel do país na África: "O interesse primordial da China na América Latina são negócios e recursos naturais".

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O comércio é vital para a China, concorda Hanns Günther Hilpert, também especialista em Ásia no Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e Segurança (SWP) em Berlim. Ao conduzir suas relações exteriores, o país tem sempre em mente o benefício de seus interesses comerciais e o próprio desenvolvimento.

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Como no caso da África, Pequim está especialmente interessado em recursos naturais e energia, tendo se tornado o maior importador de cobre, minério de ferro, ouro e petróleo latino-americanos. Mas não se trata de uma relação de mão única, ressalva Hilpert. "A América Latina é um enorme mercado exportador para a China, a atual líder em manufatura industrial."

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De artigos eletrônicos a automóveis, cada vez mais produtos vendidos na América Latina trazem o selo made in China. Ao aumentar suas exportações para a região, Pequim persegue uma estratégia de diversificação. "Eles não querem ficar dependentes demais dos mercados norte-americano e europeu", explica Hilpert.

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Influência política e soft power

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Apesar de seu foco comercial bem definido, a economia não é tudo para os chineses. "É claro que também perseguem certos interesses políticos", comenta Brown. "Eles querem que a primazia da China sobre Taiwan seja reconhecida e fazem disso uma condição para investir em outros países."

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Os taiwaneses ainda mantêm relações com algumas nações da América Central e com o Paraguai, mas a China tenta isolar Taiwan e os governos que o reconhecem, acrescenta Hilpert. "A China também tenta promover seu princípio de não-interferência em questões internas, incluindo as de direitos humanos. Ela procura aliados e pode encontrar alguns entre os latino-americanos."

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Além disso, acrescenta Brown, os chineses também querem ganhar influência através do assim chamado soft power, e já inauguraram diversas sedes do Instituto Confúcio na América Latina.

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Teriam os EUA e a União Europeia motivos para se preocupar com a crescente influência chinesa na região? "A questão não é tanto a América Latina, mas sim a corrida por influência na governança global, e nesse aspecto a China está entre os grandes adversários do Ocidente", explica Hilpert.

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Lucros não são para todos

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Porém, mesmo em termos econômicos, nem toda esperança está perdida para o Ocidente. Como assinalou recentemente o autor argentino Andrés Oppenheimer em sua coluna para o Miami Herald, o investimento direto norte-americano ainda é muito superior ao da China na América Latina e no Caribe. Enquanto as empresas estadunidenses lá injetaram 350 bilhões de dólares em 2007, os chineses não passaram dos 22 bilhões.

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"Mesmo que os investimentos externos da China – voltados principalmente para trens e pontes com o fim de levar matéria-prima até os portos – continuem na proporção atual, demorará décadas até se nivelarem com os dos EUA", calcula Oppenheimer.

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Hilpert acrescenta que, à medida que a presença chinesa se reforça na América Latina, poderá aumentar a crítica à sua política de "nada de perguntas", como ocorreu em relação a seu crescente papel na África. Afinal, nem todos se beneficiam com o empenho econômico chinês na América Latina.

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"Claro que há sentimentos ambivalentes, especialmente quanto às indústrias extrativas", admite o especialista do SWP. "São setores que não contribuem tanto assim para o bem-estar da população, é antes uma minoria reduzida, uma elite que lucra e enriquece. Os pobres e a classe média não são tanto a favor da China quanto essa elite."

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Autor: Michael Knigge
Revisão: Rodrigo Rimon

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sexta-feira, julho 24, 2009

Para dirigente, multipolaridade ajuda na luta pelo socialismo

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Dando continuidade às análises dos documentos apresentados para o 12º Congresso do PCdoB durante o curso de nível 3 da Escola Nacional do PCdoB, o membro do Comitê Central Dilermando Toni apresentou, em linhas gerais, o texto focado na conjuntura internacional. A aula foi ministrada dia 20, em Atibaia e foi seguida das apresentações dos dirigentes Renildo Souza e Nádia Campeão.
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Toni levanta limites dos EUA
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Em sua apresentação, Dilermando Toni focou-se na crise, na eleição de Obama, na ação dos EUA no cenário mundial, nos avanços revolucionários e progressistas na América Latina, na transição ao socialismo e na atual correlação de forças em nível mundial, pontos principais do documento-base.

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Segundo ele, a dinâmica não sustentável da economia mundial entrou em crise a partir da economia parasitária dos Estados Unidos, penalizando milhões de trabalhadores em todo mundo. “Esta é a consequência mais perversa”, assinalou. Toni lembrou que “a solução corrente, com o uso de pacotes de salvamento que se elevam a vários trilhões de dólares, mostram o verdadeiro papel do Estado burguês”.

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Isso coloca para os comunistas a necessidade de garantir, na ordem do dia, a discussão sobre a via socialista como saída para as recorrentes crises inerentes ao capitalismo. “O sistema resolve suas crises aumentando a exploração dos trabalhadores e a pressão sobre países emergentes, o que mostra o esgotamento histórico do capitalismo”. Além disso, apontou que “não se pode aceitar que o ônus da crise seja jogado sobre os trabalhadores e deve-se apoiar medidas que visem proteger e fortalecer a economia nacional”.

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No que diz respeito à posição política dos EUA nos mundo, Dilermando Toni apontou a mudança de postura da Casa Branca a partir da eleição de Barack Obama. “Há maior investimento na tática do smart power (poder inteligente), que privilegia a via diplomática, porém vem casada com a manutenção do poder militar para garantir a hegemonia estadunidense. No fundo, o imperialismo não muda de natureza”.

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Onda latinoamericana

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Sobre a América Latina, o dirigente salientou a onda progressista, revolucionária e antiimperialista que tem tomado o continente. “Até pouco tempo atrás, aqui só se falava em neoliberalismo. O retorno dessa discussão sobre o socialismo é altamente positiva, por mais mesclada que essa onda se apresente”.

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Segundo Toni, a América Latina tem procurado “se integrar de maneira crescente e não apenas no aspecto econômico, mas também entre as nações. Isso faz com que sejam criados pólos contra-hegemônicos, o que é significativo num continente que sofreu forte intervenção do imperialismo”. Mas, alertou, “é ilusão achar que os EUA deixaram de tentar interferir. Mesmo que façam discurso mais ameno do que antes, na verdade tentam isolar a Venezuela e ganhar o Brasil pelo seu papel estratégico”.

Tradicionalmente praticante de uma política imperialista, os Estados Unidos se veem agora diante de um novo quadro marcado pela piora de sua situação econômica e pela transição de uma fase unipolar para a multipolaridade. “Para eles, agora, é importante manter o status quo nuclear, não deixando que outros países possuam poder dissuasivo; manter os mercados de capitais liberalizados para que seus capitais possam circular livremente conforme os interesses de sua oligarquia financeira e superar sua crescente dependência energética”.

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Portanto, a geopolítica internacional é hoje marcada, de um lado, pelo parasitismo dos EUA, por seu isolamento crescente e por suas grandes dívidas; por outro, está marcada pelo surgimento de novos atores da periferia do sistema, como os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

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Esses países também trazem inovações numa “situação inédita”, conforme definição do dirigente, por gerarem “uma nova divisão internacional do trabalho”, utilizarem fontes de energia variados, fortalecerem suas empresas estatais e terem grande peso no aumento das reservas internacionais, além de três deles possuírem poder atômico.

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A China, por sua vez, desponta como mais forte desse grupo de países. “Firma-se como potência econômica mundial e procura avançar e conquistar posições. A China sai relativamente fortalecida da crise, com crescimento de 7,9% no segundo semestre deste ano em comparação com o ano passado”. Além disso, colocou que “os três maiores bancos do mundo agora são chineses, e são estatais. Pelo câmbio corrente, já em 2011 seu PIB deverá ultrapassar o do Japão, hoje o segundo maior do mundo”.

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A multipolaridade, segundo Toni, “ajuda na luta pelo socialismo”. Porém, ressaltou: “apesar do quadro de transição, o imperialismo ainda é amplamente dominante do ponto de vista econômico, político, ideológico e militar e ainda é o principal adversário dos povos. Apesar dos avanços na acumulação, a correlação de forças não se alterou substancialmente. Trata-se de fortalecer ainda mais a luta antiimperialista, pela paz e pelo socialismo”.

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De São Paulo,
Priscila Lobregatte

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Acesse aqui o Projeto de Resolução Política - Internacional

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in Vermelho - 23 DE JULHO DE 2009 - 17h07

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sábado, julho 11, 2009

Visão chinesa: Por que o Ocidente se enerva com os Bric?

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A cúpula dos Bric encerrou-se no dia 17. A mídia do Ocidente acompanhou com muita atenção o primeiro encontro oficial dos líderes do Brasil, Rússia, Índia e China. Tanto antes como após a sua conclusão, os veículos de alguns países na Europa e dos Estados Unidos revelam nervosismo e inquietação. Vale a pena perguntar a causa desse nervosismo – observa esta artigo do Diário do Povo, órgão do Partido Comunista da China. Veja a íntegra.

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Funcionários russos haviam dito que o tema desta cúpula são temas como a energia e a estabilidade dos mercados financeiros globais. Mas a mídia europeia e americana insiste em agitar que os quatro países Bric abordam o uso de reservas em moeda supranacional, desafiando o dólar dos EUA.
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Desde o início da crise financeira internacional o dólar sofreu um grande descrédito. Em diferentes ocasiões líderes da China, Rússia e Brasil têm manifestado ceticismo sobre o estado do dólar, e desejo de comprar novos títulos emitidos pelo Fundo Monetário Internacional.
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O presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou que seria possível estabelecer uma moeda supranacional por meio de direitos de saque especiais do FMI, para reduzir a dependência do dólar. Os quatro países Bric esperam que os EUA assumam uma atitude mais responsável para o dólar, mas uma parte da mídia ocidental entendeu como se estes países pretendessem pressionar os EUA e atuar como seu contrapeso. O New York Times afirma que a Rússia pretende aproveitar esta cúpula para ''assestar um golpe'' nos EUA.
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Parece que os europeus e os americanos estão preocupados em certa medida com a emergêncoia dos países do Bric. O Times britânico diz que os quatro Bric tentam formar um ''clube político'' ou uma ''aliança para transformar seu crescente poder económico em influência geopolítica''.
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O que deixa a Europa e os EUA nervosos?
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Alguns países europeus e os EUA enervam-se com a emergência dos Bric. Yizhou Wang, vice-diretor do Instituto de Economia Mundial e Política da Academia de Ciências da China, diz que isso é muito natural, do ponto de vista das relações internacionais. Os quatro países Bric não são potências do Ocidente, mas países em desenvolvimento e mercados emergentes. Exigem não só as reformas acordadas nas instituições internacionais e nos domínios monetário e financeiro, mas também outras, no comércio internacional e no problema do clima. Isso faz com que determinadas forças envolvidas sintam-se pressionadas.
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Wang acrescentou que a cuirto prazo o dólar não será afetado em sua condição de moeda de reserva mundial. Mas os quatro países Bric advogam o pluralismo no sistema monetário internacional. Isso exerce pressão sobre o dólar enquanto centro desse sistema. No entanto, os Bric não exigem o abandono do dólar. Não apresentam um calendário definido para a compra de títulos do FMI. Apenas apresentam sua demanda de uma reforma das instituições existentes e expressam sua determinação levar a reforma a cabo.
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No que diz respeito à ''aliança política'' levantada pela mídia ocidental, Wu Hailong, diretor do Departamento de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da China, declarou em termos claros desde antes da cúpula: a cooperação quadrilateral é pública e transparente, não alveja a terceiros e nem visa o confronto.
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Wang disse que a cúpulados Bric criou uma plataforma de coordenação e cooperação entre os países emergentes. ''Esses países exigem reajustes nas atuais instituições internacionais, e não buscam uma confrontação'', declarou ele.
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Fonte: Povo Online: http://spanish.people.com.cn
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in Vermelho - 21 DE JUNHO DE 2009 - 18h09
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