A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quinta-feira, junho 03, 2010

Crédito: Banco de Portugal alerta para a subida do risco de incumprimento

José Sena Goulão/Lusa
Vítor Constâncio alerta que o rendimento disponível das famílias é dos mais baixos da UE
 

Dívida de 239 mil milhões

No ano passado, as empresas portuguesas pediram menos crédito bancário mas viram a dívida à Banca disparar "quase 10 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB)". No final do ano, a "alavancagem" (crédito concedido) totalizava os 239,4 mil milhões de euros, valor acima da riqueza produzida no País. Com o acentuar da crise, o mais provável é aumentar também o incumprimento, o que poderá colocar em dificuldades as instituições de crédito.
  • 28 Maio 2010 - Correio da Manhã
Por:Diana Ramos /Miguel A. Ganhão/P.H.G./Lusa
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De acordo com o relatório de estabilidade financeira do Banco de Portugal, "no final do ano, a dívida financeira das sociedades não financeiras (excluindo as empresas com sede na zona franca da Madeira) ascendia a 143% do PIB, um dos valores mais elevados da área do euro". 
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A autoridade monetária não tem, por isso, dúvidas em afirmar que os efeitos de curto prazo do plano de consolidação orçamental "sobre a actividade económica tenderão a exercer um impacto negativo sobre a rendibilidade do sector [empresarial] e sobre a respectiva capacidade para investir". "Estes factos poderão manter e mesmo acentuar o perfil de deterioração da situação financeira que algumas empresas vêm apresentando e, por esta via, originar reduções adicionais da respectiva actividade, com consequências para a materialização do risco de crédito do sector bancário", lê-se no documento.
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O mesmo deverá acontecer com as famílias, já que as dificuldades em ajustar o orçamento são cada vez maiores. A diminuição dos juros e da inflação criaram uma almofada de conforto em muitos agregados, mas "a redução dos indicadores de incumprimento no final de 2009 e início de 2010 não se deverá revelar sustentável".
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Isso mesmo é confirmado pelo endividamento dos portugueses. A dívida das famílias correspondia, em 2009, a 138 por cento do rendimento disponível (depois de, em 2008, ter atingido os 135 por cento). Estes números não preocupam o Banco de Portugal, que continua a defender que as famílias portuguesas são "solventes". "No final de 2009, estima-se que a dívida total dos particulares representasse menos de um quarto da respectiva riqueza total", diz a autoridade monetária liderada por Vítor Constâncio. 
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PORMENORES
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SECTORES
Os empréstimos concedidos às empresas dos sectores do Comércio, Restauração e Alojamento e Indústrias Transformadoras foram os que registaram, em 2009, os maiores aumentos dos rácios de incumprimento.
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RELAÇÃO BANCÁRIA
Entre os particulares, cerca de 58% dos devedores têm crédito em apenas uma instituição. Só 1% tem empréstimos em mais de seis bancos.
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GRANDES EXPOSIÇÕES
A carteira de crédito dos bancos continua concentrada em "grandes exposições", ou seja, nos maiores devedores. Mas as exposições de montante mais elevado têm menor grau de incumprimento, diz o Banco de Portugal.
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EMISSÃO DE DÍVIDA
As empresas nacionais recorreram menos ao crédito bancário em 2009, pois, para contrariarem a crise de liquidez vivida no mercado, fizeram um maior número de emissões de dívida
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DISCURSO DIRECTO
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"CRÉDITO CADA VEZ MENOR", Murteira Nabo, Bastonário da Ordem dos Economistas
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Correio da Manhã – Como vê as dificuldades de acesso no crédito das empresas?
Murteira Nabo – O crédito é cada vez menor, mais caro, o que cria cada vez mais desemprego e menos consumo. O nosso problema de fundo é o desenvolvimento e as medidas de austeridade não poderem actuar sozinhos. Devem ser acompanhadas por um programa de desenvolvimento económico.
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- Há quem defenda que a actuação das agências de rating são como a astrologia: mera previsão. Concorda?
– Não digo astrologia, mas há uma margem de erro. Devia haver mais concorrência para um maior rigor e ser menos astrologia.
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– Considera que as agências de rating têm culpa pela situação de crise no País?
– As agências deixaram-se levar pela volatilidade dos mercados. Não são as culpadas, mas não ajudaram à estabilidade. 
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PRESTAÇÕES CAÍRAM 19% EM 2009
O valor médio das prestações de crédito à habitação caiu 18 por cento durante 2009, refere o Banco de Portugal, destacando o facto de se ter registado "uma queda substancial do peso da componente de juros na prestação total".
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No início de 2009, a componente de juros representava cerca de 70 por cento da prestação total média dos empréstimos à habitação paga pelos portugueses, "diminuindo para pouco mais de um terço daquele valor no final do ano. 
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EMPRÉSTIMOS PARA UM TERÇO
Em Dezembro de 2009, eram 3,7 milhões de portugueses - cerca de um terço da população - com dívidas contraídas junto da Banca, num total de 150 mil milhões de euros, de acordo com os dados da Central de Responsabilidades de Crédito citados no relatório de estabilidade. Mais de 80% dos devedores têm crédito ao consumo, cerca de 41% têm crédito à habitação e 17% têm empréstimo para outros fins. O valor médio dos saldos do crédito à habitação situa-se nos 65 mil euros.
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DECRETO ELIMINA AJUDAS
O fim das medidas anticrise gerará este ano uma poupança de 151 milhões de euros e produzirá efeitos a partir de 1 de Julho, anunciou ontem a ministra do Trabalho, Helena André, no final do Conselho de Ministros.
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Quatro das medidas excepcionais que vão ser retiradas terminam com a publicação de um decreto-lei, ontem aprovado pelo Governo, sem terem de passar pelo Parlamento. São elas: a prorrogação do subsídio social de desemprego por seis meses, a redução do prazo de garantia para atribuição de subsídio de desemprego, a majoração de 10% desta prestação social para desempregados com dependentes a cargo e a majoração do abono de família para os desempregados, por conta das despesa de educação.
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As restantes quatro medidas serão eliminadas através de portaria, que também entrará em vigor a 1 de Julho. Nesse grupo estão o programa Qualificação e Emprego, a redução de três pontos percentuais na Taxa Social Única para micro e pequenas empresas que contratem trabalhadores com 45 anos, o programa especial de qualificação de jovens licenciados em áreas de reduzida empregabilidade e o reforço da linha de crédito bonificada para o apoio à criação de empresas.
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"Estamos apenas a retirar medidas temporárias que se destinavam a responder a situações de excepção e a repor em vigor a vigência dos regimes gerais", afirmou Helena André, garantindo: "Não estamos a mexer nos direitos e na protecção social."
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UGT: TEME INSTABILIDADE
O secretário-geral da UGT, João Proença, diz que as manifestações são legítimas. Mas lembra que um clima de instabilidade social "agravaria os sacrifícios que são exigidos aos trabalhadores"
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MOODY'S: NOVO CORTE
O vice-presidente da agência de rating Moody’s, Anthony Thomas, reconheceu que os esforços para reduzir o défice não devem ser suficientes para evitar um novo corte
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GRÉCIA: DISTINÇÃO
Anthony Thomas disse também, na Ordem dos Economistas, que, apesar de os mercados terem tendência para comparar Portugal e Grécia, "os dois países têm perfis de crédito diferentes"
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domingo, abril 18, 2010

BPP - Banca: Rregulador retirou a licença a banco fundado por João Rendeiro

Correio da Manhã
Vítor Mota   O BPP deixou ontem de funcionar como bancoO BPP deixou ontem de funcionar como banco
17 Abril 2010 - 00h30


Fecho do BPP custa 925 milhões

A falência do BPP, fundado por João Rendeiro, deverá custar ao Estado e ao sistema financeiro português, em conjunto, 925 milhões de euros.

Ontem, o Banco de Portugal revogou a licença do banco, uma iniciativa que, inevitavelmente, abriu portas à insolvência da instituição e ao accionamento do Fundo de Garantia de Depósitos (FDG) e do Sistema de Indemnização a Investidores (SII), mecanismos que, numa primeira fase, pagarão aos clientes de retorno absoluto.
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O empréstimo de 450 milhões de euros concedido ao BPP em 2008, com aval do Estado, está garantido por activos que rondam os 600 milhões. Apesar disso, fonte do BPP confirmou ao CM que "o banco admite virem a existir perdas dentro da instituição no valor de 200 milhões de euros". A mesma fonte admite, por isso, que "o Estado possa vir a perder 50 milhões de euros" com todo este processo.
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A somar a este valor, juntam-se os 125 mil euros que o Governo garantiu pagar aos clientes do banco através do accionamento dos dois sistemas de indemnização (FDG e SII). Ao que o CM apurou, foram cerca de sete mil os clientes do BPP aderentes ao Fundo Especial de Investimento (FEI).
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Feitas as contas, o accionamento dos dois sistemas de compensação deverão custar à banca cerca de 875 milhões. O que, tudo somado, representa um custo total de 925 milhões para o Estado e sistema financeiro português.
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Num comunicado emitido ao fim da tarde, o Banco de Portugal anunciou que, para os clientes que divulgaram o seu Número de Identificação Bancária (NIB), "a primeira parcela, até 10 mil euros, será paga no prazo de sete dias" e o remanescente, até ao limite de 100 mil euros, será pago "no prazo máximo de vinte dias úteis".
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O SII também já foi accionado e deverá começar a pagar aos clientes a partir de 5 de Maio.
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Contactada pelo CM, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) – representante dos maiores bancos – disse que tomará a posição quando for oficialmente notificada da decisão dos reguladores.

ADÃO DA FONSECA SAI DO BANCO ATÉ AO FINAL DO MÊS
Adão da Fonseca, que foi nomeado pelo Banco de Portugal para gerir o BPP, vai sair do banco até ao final do mês, confirmou ao CM fonte do BPP. O banqueiro tinha já avisado que não ficaria no banco a cumprir funções de "comissão liquidatária". "Há pagamentos que têm de ser autorizados," adiantou a mesma fonte, explicando que "no final destes procedimentos [Adão da Fonseca] sairá".
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Recorde-se que, antes da nomeação, Adão da Fonseca era quadro do BCP, instituição à qual deverá regressar após a saída.

PORMENORES
FUTURO
O Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários vai propor a constituição de uma cooperativa ou mutualista para se candidatar a nova licença do BdP e assegurar o emprego aos funcionários do BPP.
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FUNDADO EM 1996
Em Novembro de 1996 foi lançada oficialmente a actividade de negócios do Private Banking do BPP, com um concerto de Montserrat Caballé no Centro Cultural de Belém.



Diana Ramos / Miguel A. Ganhão
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