A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
Mostrar mensagens com a etiqueta Ajuda Humanitária. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ajuda Humanitária. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, agosto 16, 2010

Paquistão afirma que enchentes afetaram 20 milhões de pessoas

Mundo | 14.08.2010 DW World

 

País pede recursos à comunidade internacional para socorrer as vítimas. Doações estão abaixo dos 459 milhões de dólares que a ONU afirma serem necessários. Na Alemanha, doadores se mostram relutantes.

 

As enchentes que atingem o Paquistão já afetaram mais de 20 milhões de pessoas, segundo número divulgado neste sábado (14/08) pelo primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani durante um discurso na televisão. A população total do país é de 184 milhões de pessoas.
.
Pelos cálculos das Nações Unidas o total de pessoas afetadas é de 14 milhões, das quais 6 milhões necessitam com urgência de ajuda. Faltam água potável, alimentos e proteção adequada contra o vento e a chuva, afirmou a ONU neste sábado. A tragédia pode piorar ainda mais, pois meteorologistas preveem que a chuva vai continuar na região afetada.
.
A catástrofe natural já causou a morte de 1.384 pessoas e deixou 1.630 feridos, afirmou Gilani durante o discurso alusivo à independência do Paquistão, comemorada neste sábado. Outros cálculos falam em mais de 1.600 mortos.
~.
Gilani disse que 730 mil casas foram destruídas ou sofreram avarias. As inundações causaram prejuízos de bilhões de dólares, destruindo plantações e alimentos e atingindo duramente as infraestruturas de comunicação, transporte e energia da região afetada, completou o primeiro-ministro.
.
A cidade de Mehmud Kot, praticamente submersa devido às chuvas 
Bildunterschrift: A cidade de Mehmud Kot, praticamente submersa devido às chuvas
.
Ajuda internacional
.
Três semanas após o início das chuvas, Gilani apelou com insistência à comunidade internacional para que ajude o Paquistão e "estenda uma mão de auxílio para combater essa catástrofe". 
.
Também as Nações Unidas alertaram que o número de vítimas pode aumentar, caso a ajuda não chegue logo. A organização calcula que sejam necessários 459 milhões de dólares para atender a todas as vítimas das enchentes no Paquistão.
.
Desse total, apenas um quinto foi disponibilizado pelos países-membros. Até o momento, o país que mais doou foi o Reino Unido, com 40 milhões de dólares. Os Estados Unidos prometeram 60 milhões, mas liberaram apenas cerca de 25 milhões.
.
Nesta quarta-feira, a Alemanha elevou sua ajuda de 5 milhões para 10 milhões de euros. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou aos países-membros para liberarem mais recursos o mais rápido possível. Ele deve visitar a região afetada neste fim de semana.
.
Doadores relutantes
.
Autoridades paquistanesas e organizações humanitárias criticaram ao longo desta semana a ajuda internacional ao Paquistão, classificada por eles como insuficiente ou hesitante. O diretor da Oxfam Alemanha, Paul Bendix, disse na quarta-feira que a comunidade internacional reagiu à tragédia de forma comedida.
.
Isso vale também para os doadores alemães, conhecidos pela generosidade. O motivo para a relutância seria a imagem negativa do Paquistão. "A maioria associa o país com guerra e terrorismo", disse a porta-voz da organização humanitária Care, Sandra Bulling. Birte Steigert, porta-voz da Aktion Deutschland Hilft, disse que o país é muito associado aos talibãs.
.
Neste final de semana, uma reportagem do jornal britânico Daily Telegraph piorou ainda mais a imagem do Paquistão diante dos doadores. Citando como fonte "altos representantes", o jornal afirma que cerca de 367 milhões de euros de ajuda internacional foram desviados há cinco anos, quando o país foi atingido por um terremoto.
.
O líder oposicionista paquistanês Nawaz Sharif disse ao jornal temer que essa notícia diminua a disposição dos doadores internacionais. Para ele, muitas pessoas não querem doar recursos para ajudar o Paquistão por temer que os donativos não sejam gastos de maneira honesta.
.
Na Alemanha, as organizações humanitárias Diakonie, ligada à Igreja Evangélica, e Charitas, da Igreja Católica, afirmaram que, após um início tímido, as doações aumentaram nesta semana.
.
Autor: AS/rtr/dpa/afp/epd
Revisão: Marcio Damasceno
 

Mais artigos sobre o tema

 
Divulgue este artigo

sábado, agosto 14, 2010

Grupos extremistas tiram vantagem ideológica de enchentes no Paquistão

Mundo | 11.08.2010 DW World

 

Talibã e outros preenchem lacunas humanitárias deixadas por Islamabad e comunidade internacional. Em meio a milhares de mortos, subnutridos e desabrigados, paquistaneses são presa fácil para ideologia radical islâmica.

 

Após as devastadoras enchentes no Paquistão, o grupo fundamentalista islâmico Talibã procura se beneficiar da situação catastrófica. Apresentando-se entre os primeiros grupos de ajuda nos locais do sinistro, os radicais procuram melhorar a própria reputação e ampliar sua influência no país.
.
Assim, eles exigiram do governo paquistanês que renuncie aos 55 milhões de dólares de apoio financeiro dos Estados Unidos, oferecendo, em contrapartida, verbas totalizando 20 milhões de dólares. Como a impressão que reina entre a população é de que o governo em Islamabad nada faz pelos flagelados, trata-se de uma ótima oportunidade para os talibãs de dizer "mas nós, sim".
.
Vulnerabilidade emocional
.
A funcionária de uma organização humanitária, que preferiu permanecer anônima, confirmou à Deutsche Welle que diferentes grupos ou partidos religiosos estão sempre na linha de frente, quando se trata de medidas de auxílio, embora ela não tenha certeza de que se trate de talibãs.
.
Dentre os diferentes grupos terroristas que mantêm organizações beneficentes, encontra-se o famigerado Lashkar-e-Taiba (Exército dos Bons). Responsável pela série de atentados de 2008, em Mumbai, ele procura se aproveitar da atual lacuna de abastecimento. Segundo o jornal New York Times, os bens de ajuda são acompanhados da mensagem: "não confiem no governo e nos seus aliados ocidentais".
.
A funcionária humanitária analisa: "As pessoas pranteiam os entes queridos, estão subnutridas, perderam suas casas: tudo isso cria uma situação emotiva bem fácil de se explorar. Muitas vezes é difícil distinguir se os grupos estão se aproveitando delas para seus fins políticos, se é ajuda real, ou uma mistura de ambos."
Guerrilheiros talibãs no Paquistão 
Bildunterschrift: Guerrilheiros talibãs no Paquistão
Ajuda e ideologia

E não precisa ser sempre o Talibã. Ela recorda que após o arrasador terremoto de 2005 no Paquistão, grupos religiosos extremistas também foram rápidos em prover auxílio humanitário e mensagens políticas, num mesmo pacote. "Eles foram muito ativos. Dá para dizer que tudo o que aconteceu nas primeiras 24, 48 horas, foi assumido por grupos locais, o governo precisou de muito tempo para chegar. Isso lhes deu um espaço grande."
.
Nada positivo para o governo paquistanês é o fato de – justamente agora, durante as inundações – o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, ter feito longa visita à França e à Inglaterra. Pois também agora os radicais procuram mais uma vez ganhar os corações e mentes dos cidadãos que o Estado parece ter perdido.
.
O enviado especial da Organização das Nações Unidas para o Paquistão, Jean-Maurice Ripert, acentua o quanto o país já sofre normalmente pelas atividades dos militantes. "É um fato que eles se aproveitam de cada oportunidade para proclamar suas metas. Isso nada tem a ver com os esforços da comunidade internacional. Precisamos trabalhar, precisamos ajudar a população, para demonstrar: nós nos preocupamos com a gente do Paquistão."
.
Contra o tempo e contra os terroristas
.
De fato, a corrida das forças humanitárias contra a devastação parece, pelo menos em parte, ser também uma corrida contra os extremistas. Até o momento, as nações ocidentais haviam oferecido 150 milhões de dólares para as vítimas da inundação. Porém nesta quarta-feira (11/08), a ONU lançou um apelo à comunidade internacional para que sejam angariados 459 milhões de dólares em ajuda imediata.
.
O governo alemão já anunciou que elevará sua contribuição para cerca de 13 milhões de dólares (10 milhões de euros). A maior ação humanitária da história das Nações Unidas visa atender às vítimas paquistanesas durante os próximos três meses.
.
"Temos muito a fazer", afirmou em Nova York o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Ajuda de Emergência, John Holmes. Segundo ele, nas regiões atingidas, 14 milhões de pessoas precisam de cuidados médicos, 6 milhões necessitam de água e alimentos, e há o perigo de que epidemias se alastrem.
.
Holmes calcula que, até o momento, mais de 1.600 pessoas tenham perdido a vida. Entretanto o representante permanente do Paquistão na ONU, Abdullah Hussain Haroon, observou não ser possível estimar o número real de mortos, já que quase 5 mil aldeias foram totalmente aniquiladas pelas águas. O alcance da catástrofe ultrapassa qualquer poder de imaginação, afirmou Haroon.
.
Autor: Kai Küstner / Augusto Valente
Revisão: Carlos Albuquerque
 

Mais artigos sobre o tema

 
Divulgue este artigo 
.
.