"e como que a experiência é a madre das cousas, por ela soubemos radicalmente a verdade" (Duarte Pacheco Pereira)
A Internacional
quinta-feira, janeiro 17, 2013
Alemanha: queda na economia é novo golpe para eurozona
quinta-feira, novembro 15, 2012
Sair do euro é preciso por Octávio Teixeira
Sair do euro é preciso
por Octávio Teixeira [*]
Parece haver quem pense que a saída de Portugal do euro é uma opção política entre várias alternativas. Não o é. A saída do euro é uma necessidade objectiva para a viabilização do País.
[*] Economista. Intervenção na tribuna de debates do XIX Congresso do PCP.A evolução da economia portuguesa, das contas externas e do desemprego desde a integração na zona euro é elucidativa: a partir de 2003, a partir do momento em que o euro entrou numa linha de revalorização face ao dólar, os resultados para nós foram desastrosos. Nos últimos dez anos, a sobrevalorização do euro face ao que seria a taxa de equilíbrio para a economia portuguesa tem variado permanentemente entre os 30 e os 40%. Nenhum país do mundo aguenta uma situação destas. Por isso o que está em jogo com a necessidade de saída do euro, e subsequente desvalorização do «novo escudo», não é uma mera e conjuntural melhoria da competitividade da produção nacional. É a reposição de equilíbrios estruturais da economia, a adequação do preço da moeda à realidade e estrutura económicas do País. O aumento da produção nacional é a única forma de resolver os problemas económicos, sociais e financeiros do País, ninguém duvida. Tal como a renegociação da dívida é essencial para reduzir os desequilíbrios orçamentais e da conta de rendimentos com o exterior. Mas isso implica criar condições objectivas para que o aumento da produção possa ocorrer e para que os efeitos da renegociação da dívida não sejam meramente conjunturais. O que só será conseguido com a desvalorização estrutural da moeda, o que implica a saída do euro e a recuperação da soberania monetária. A desvalorização da moeda é uma condição (absolutamente) necessária mas não é uma condição suficiente. Os seus efeitos positivos terão de ser complementados com uma estratégia de reindustrialização do País e de uma política mais justa e adequada de distribuição do rendimento. E a desvalorização é ela própria um elemento essencial para desenvolver essa estratégia, porque o aumento da produção e a reindustrialização não se conseguem por decreto. É certo que a desvalorização tem custos, que o espaço não me permite desenvolver. Mas muito menores do que alguns pensam, ou dizem. Nomeadamente no que respeita aos salários: uma desvalorização de 30% geraria uma inflação da ordem dos 8/9% (reflectindo o efeito do peso das importações na produção e no consumo) o que significaria, embora não necessariamente, idêntica quebra nos salários reais. Mas a redução real dos salários este ano e no próximo é já superior a esse custo. Com a desvantagem de não acender nenhuma luz ao fundo do túnel, antes pelo contrário. E a competitividade pelos preços da produção nacional aumentaria cerca de 24%, já descontado o efeito do aumento do preço dos inputs importados incorporados na produção nacional. E é evidente que o aumento da competitividade por esta via, quer a nível das exportações como da substituição de importações, é praticamente imediato com rápidos efeitos positivos no emprego. E é a partir daí que se pode avançar para a reindustrialização e para o aumento da produção. (Para que não haja dúvidas, todos estes cálculos se suportam nas matrizes input-output divulgadas pelo INE, não são meros palpites ou ilusões). Importa ainda sublinhar que a saída do euro é politicamente mais viável que qualquer proteccionismo selectivo ou a saída da UEM, porque isso significaria sair da União Europeia e não apenas da zona euro. E na União existem dez países que não pertencem à zona (e parece que não se dão muito mal). Mantendo-se no euro, Portugal e os portugueses não terão futuro. E é melhor sairmos a tempo pelo nosso pé, do que mais tarde sermos escorraçados. O original encontra-se em http://www.avante.pt/pt/2032//122554/ Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ . |
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
Pedro Braz Teixeira ~ Fim do euro, recomendações práticas.
Informação
Fim do euro, recomendações práticas

segunda-feira, maio 31, 2010
Consultora britânica aconselha a Grécia a sair do euro
O Governo grego foi aconselhado por economistas britânicos a deixar a zona euro para recuperar da crise da dívida, e países como Portugal podem seguir o mesmo caminho, de acordo com uma notícia divulgada pelo jornal britânico Sunday Times.
Para isso, a Grécia terá de voltar à anterior moeda, a dracma, acrescenta o centro, que se define como um centro independente de investigação, citado pelo Sunday Times.
“Ao sair do euro, a mova moeda iria cair no mínimo 15 por cento. No entanto, como a dívida nacional é avaliada em euros, aumentaria o valor da dívida dos actuais 120 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 140 por cento”, disse em Atenas Doug McWilliams, presidente executivo do Centro para a Investigação Económica e Empresarial, citado pelo jornal britânico.
“Assim, parte do pacote de deixar o euro deve ser usado para converter a dívida na nova moeda nacional, de forma unilateral”, acrescentou.
O cenário de a Grécia sair do euro seria desastroso para os bancos alemães e franceses, que têm milhões de euros em títulos da dívida grega, disse ainda Doug McWilliams.
McWilliams designou esta via de “virtualmente inevitável” e afirmou que outros países poderão seguir esta solução, tal como Portugal.
“Espanha será provavelmente forçada a seguir a mesma via, tal como Portugal e a Itália, embora a situação da dívida italiana seja menos grave”, disse.
quinta-feira, maio 27, 2010
Cozido à portuguesa - Sair do euro
- 26 Maio 2010 - Correio da Manhã
quarta-feira, maio 19, 2010
Euro volta a perder terreno face ao dólar
Euro volta a perder terreno face ao dólar 
O euro voltou hoje a perder terreno face ao dólar, negociando a um nível mais elevado do que o mínimo de quatro anos atingido na segunda-feira, quando a moeda única tocou nos 1,2235 dólares.
A divisa europeia reagiu em alta, durante boa parte do dia, às declarações dos ministros das Finanças da Zona Euro (Ecofin), reunidos hoje em Bruxelas, que garantiram que a crise da dívida grega não levará à apresentação de planos de austeridade em toda a área da moeda única.
No entanto, após este ânimo, os investidores voltam a recear que os governos europeus com finanças mais débeis não consigam controlar as finanças públicas e o euro voltou a perder terreno face à congénere norte-americana.
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terça-feira, maio 26, 2009
Derradeiros dias do dólar?

Zhou Xiaochuan, presidente do Banco do Povo da China, sugeriu recentemente substituir o dólar pelos Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que a moeda de reserva dominante traria maior estabilidade ao sistema financeiro global. A ideia de reformar o sistema através da introdução de uma moeda de reserva supranacional é, também, aparentemente apoiada pela Rússia e outros mercados emergentes.
Por Onno Wijnholds*
Além disso, um comitê consultor presidido pelo prêmio Nobel Joseph Stiglitz tem defendido uma nova moeda de reserva global, possivelmente baseada no DES. Transformar o padrão dólar num sistema baseado no SDE seria uma importante ruptura com uma política que durou mais de 60 anos. O DES foi introduzido 40 anos atrás para suplementar o que à época foi considerado um nível inadequado de reservas globais e foi subsequentemente sancionado na emenda aos ''Articles of Agreement'' [estatutos] do FMI como principal ativo de reserva futuro.
O mundo, porém, logo ficou inundado de dólares. Portanto, em vez de se tornar o principal ativo de reserva do sistema global, a proporção de DES nas reservas globais encolheu para uma fração mínima, transformando o DES no equivalente monetário do esperanto.
Apesar de o euro, criado em 1999, ter se revelado um concorrente mais sério para o dólar, sua parcela nas reservas internacionais totais provavelmente ficou abaixo de 30%, na comparação com 65% para o dólar (essas participações são em parte estimativas, já que a China, maior país detentor de reservas do mundo, não informa a composição monetária das suas posições).
Existem duas formas nas quais o papel do dólar no sistema internacional pode ser reduzido. Uma delas é a erosão gradual, determinada pelo mercado, do dólar como moeda de reserva, em prol do euro. Apesar de o papel internacional do euro - especialmente seu uso nos mercados financeiros - ter aumentado desde sua introdução, porém, é difícil imaginar que supere o dólar como moeda de reserva dominante num futuro próximo.
Tal desfecho só seria possível se duas condições fossem satisfeitas: primeira, o Reino Unido ingressa na zona do euro e, segunda, os Estados Unidos cometem erros graves, abaladores da confiança. Esta última condição já pode ter sido parcialmente atendida, mas as políticas dos EUA projetadas para estabilizar o sistema financeiro do país deverão ajudar a evitar uma deterioração de grandes proporções do dólar. Além disso, o Banco Central Europeu tem reiterado que não estimula nem desestimula o papel internacional do euro.
Com a improbabilidade de a hegemonia do dólar ser seriamente minada pelas forças do mercado, pelo menos no curto e médio prazo, a única forma de provocar uma redução substancial no seu papel de moeda de reserva ocorrerá via acordo internacional. A proposta chinesa se insere nesta categoria.
Uma forma de tornar o DES a principal moeda de reserva em prazo relativamente curto seria criando e distribuindo uma quantidade enorme de novos DES aos membros do FMI. Apesar de os líderes do G-20 terem decidido apoiar uma alocação de US$ 250 bilhões em DES, a medida aumentará a participação dos DES no total de reservas internacionais a não mais de 4%. Para tornar o DES o principal ativo de reserva pela via da distribuição, seria preciso criar cerca de US$ 3 trilhões em DES, uma proposição irreal.
Existe uma forma mais realista, porém, para aumentar a importância do DES. Nos idos de 1980, o FMI esteve perto de adotar uma chamada Conta de Substituição de DES. A ideia foi permitir a países cujas posições oficiais em dólares fossem maiores do que lhes agradava a possibilidade de converter dólares em DES. A conversão aconteceria fora do mercado e, assim, não exerceria pressão para baixo sobre o dólar. Países membros receberiam um ativo mais estável que o dólar, já que a moeda estaria baseada num cesto de moedas, proporcionando, assim, melhor proteção contra perdas.
O plano desmoronou quando alguns importantes cotistas do FMI não aceitaram os acordos de divisão do ônus que seriam necessários no caso de perdas decorrentes de oscilações cambiais. Os EUA também perderam interesse no plano à medida que o dólar se fortalecia.
Quais são as probabilidades de se adotar um plano deste tipo atualmente? Os EUA estariam preparados para aderir a uma reforma do sistema monetário internacional que reduzisse o papel do dólar?
Até recentemente, eu teria considerado isto improvável. A mudança da situação internacional e a possibilidade de um surto de grave fragilidade do dólar, porém, poderiam convencer os EUA a aderir a um plano de conversão que aliviasse a pressão excessiva exercida sobre o dólar. Além disso, excetuando-se possíveis considerações políticas, detentores de dólares de grande porte considerariam uma conta substituta atraente, como uma forma de proteção contra intensas oscilações no valor do dólar. Como lidar com possíveis perdas sofridas pela conta de substituição? Isto pode ser resolvido alocando parte do vasto estoque de ouro do FMI.
Mesmo se uma conta de substituição do DES for instituída, é improvável que a parcela do dólar nas reservas internacionais caia a um nível insignificante. O dólar continuará importante para muitos países como um veículo para intervenção em mercados cambiais, bem como para emissão de faturas e para denominar títulos financeiros negociados internacionalmente.
É possível imaginar um sistema no qual as reservas internacionais seriam mantidas em partes praticamente iguais de dólares, euros (presumindo um aumento gradual adicional na sua participação) e DES. Apesar de atualmente existirem outras prioridades, seria proveitoso para o FMI reavaliar uma conta de substituição de DES e planos semelhantes. Caso contrário, o debate acontecerá em outro lugar.
*Onno de Beaufort Wijnholds foi diretor executivo do Fundo Monetário Internacional e atuou como representante permanente do Banco Central Europeu nos EUA. © Project Syndicate/Europe´s World, 2009. www.project-syndicate.org
Fonte: Valor Econômico
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terça-feira, outubro 23, 2007
Euro volta a bater recorde
