A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht
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quinta-feira, janeiro 17, 2013

Alemanha: queda na economia é novo golpe para eurozona


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17 DE JANEIRO DE 2013 - 15H22 
Zona do euro
  

Alemanha: queda na economia é novo golpe para eurozona


A contração econômica da Alemanha no último trimestre de 2012 e a redução oficial das projeções de crescimento para este ano são um novo golpe para a zona do euro. Segundo o Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha a contração foi de 0,5%. Segundo o Banco Central alemão, a economia crescerá 0,4% este ano, muito menos do que o 1,6% previstos. A crise dos países do sul da zona do euro está alcançando a Alemanha. 

Por Marcelo Justo, de Londres


Na primeira metade do ano passado o crescimento alemão evitou uma recessão do conjunto da eurozona. É óbvio que as coisas estão mudando. A crise dos países do sul da zona do euro está alcançando a Alemanha e apagando a ilusão de um desacoplamento graças à mítica eficiência produtiva germânica. Em 2009, a Alemanha sofreu uma contração de 5% como consequência da crise mundial, mas em 2010 e 2011 teve uma rápida recuperação com um crescimento de 4,2% e 3% respectivamente. A queda foi abrupta na segunda metade do ano passado e deixou o Produto Interno Bruto (PIB) alemão com um anêmico aumento de 0,7%. Em declarações ao Financial Timesnesta quarta-feira (16) o presidente do governo da Espanha, mariano Rajoy, que aceitou o plano de ajuste em seu país, pediu às nações credoras da eurozona que ponham em marcha políticas de estímulo ao crescimento. “Este é o momento de colocar em marcha essas políticas. Está claro que não se pode pedir a Espanha que adote políticas de expansão, mas sim aos países da zona do euro que estão em condições de fazê-lo”, afirmou.

Um dado deveria favorecer esta mudança. Segundo o mesmo Escritório de Estatísticas, a Alemanha obteve um superávit fiscal de 0,1%, o primeiro desde 2007. Mas o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schauble reafirmou, na terça-feira (15), a posição de austeridade de seu governo.

As duas eurozonas

Desde o estouro da crise da dívida na Grécia em 2010, a zona do euro vem apresentando uma história de realidades paralelas. Enquanto os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) afundavam na recessão, a Alemanha, segundo exportador mundial depois da China, crescia graças a suas vendas ao exterior. Segundo Marie Dirone, economista sênior da consultora internacional Ernest and Young, os novos dados provam que a Alemanha não pode se desvencilhar do destino de seus vizinhos. “Durante um certo tempo causou assombro a capacidade alemã para resistir à debilidade do sul da Europa com a diversificação de suas exportações para a China e outros mercados emergentes. Está claro que isso tem limites. A Alemanha está sentindo a queda da demanda nos outros países da zona do euro”, disse.

Não chega a surpreender. A metade das exportações alemãs tem como destino os países da zona do euro. O dado se reflete nas estatísticas oficiais. O setor exportador, que representa mais da terça parte do PIB alemão, sofreu uma queda abrupta no último trimestre do ano passado. Esta queda arrastou a zona do euro que terminou 2012 em recessão (dois trimestres consecutivos de contração).

Os novos dados oficiais mostram também que o euro segue sofrendo do desequilíbrio estrutural entre economias muito distintas, o que vem colocando em perigo o projeto da moeda única europeia. Entre Alemanha ou França e Grécia ou Portugal sempre houve um abismo de produtividade e competitividade. Estas diferenças não eram incorrigíveis. No coração do projeto pan-europeu estava a ideia de homogeneizar economias diversas por meio do investimento público nas zonas mais atrasadas.

Mas o euro nasceu em meio à grande festa financeira. Graças à moeda única, os países da periferia, os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), tiveram uma taxa de juro muito baixa que financiou bônus de investimento e consumo pagos com um crescente endividamento. O resultado foi que os países do norte europeu exportaram e os do sul consumiram com base em um déficit de conta corrente. O ajuste decidido pelo governo alemão socialdemocrata de Gerhard Schroeder em 2003 aprofundou o desequilíbrio: os salários alemães tiveram uma estagnação relativa aos do Sul que encareceu os produtos que vinham dos PIGS.

O ajuste unidimensional

Segundo uma escola de pensamento, sendo a zona do euro uma unidade, o desequilíbrio não deveria importar tanto: a queda de uma região seria compensada pelo crescimento de outra. Mas o especialista alemão da London School of Economic, Henning Meyer, opina que a unidade da zona do euro é uma ficção sem mecanismos concretos que compensem os desequilíbrios. “A zona do euro não tem transferências fiscais que compensem a queda de uma região. E a política que está sendo impulsionada no conjunto da região é exatamente a contrária a um mecanismo desta natureza. Há um ajuste assimétrico pelo qual os países que têm déficit estão adotando políticas recessivas enquanto que os países que apresentam superávit não estão adotando políticas expansivas”, disse Meyer.

A chanceler alemã Angela Merkel é a grande papisa da austeridade na zona do euro em meio a uma contração que começa a afetar os interesses do poderoso setor exportador alemão. Estes programas de ajuste, que o jornal espanhol El País batizou como “austericídio”, são uma corda no pescoço que o governo alemão segue apertando. É preciso reconhecer que o fundamentalismo alemão é coerente. Há duas semanas, o ministro de Finanças, Wolfgang Schauble assinalou que a própria Alemanha necessita de um ajuste fiscal.

Isso dependerá muito do que ocorrer com sua economia. O fantasma que começa a rondar entre os analistas é a possibilidade de uma recessão alemã. A este fantasma econômica se somam as eleições de setembro, nas quais a chanceler Merkel tem que renovar seu mandato. “A Alemanha tem vivido em um mundo paralelo no qual a crise da zona do euro era uma coisa que se via pela televisão. Se a economia alemã se deteriorar, isso pode ter um forte impacto no resultado das eleições, na política adotada e no conjunto da eurozona”, disse Meyer.

Fonte: Carta Maior

quinta-feira, novembro 15, 2012

Sair do euro é preciso por Octávio Teixeira

Sair do euro é preciso


por Octávio Teixeira [*]
Parece haver quem pense que a saída de Portugal do euro é uma opção política entre várias alternativas. Não o é. A saída do euro é uma necessidade objectiva para a viabilização do País.

A evolução da economia portuguesa, das contas externas e do desemprego desde a integração na zona euro é elucidativa: a partir de 2003, a partir do momento em que o euro entrou numa linha de revalorização face ao dólar, os resultados para nós foram desastrosos.

Nos últimos dez anos, a sobrevalorização do euro face ao que seria a taxa de equilíbrio para a economia portuguesa tem variado permanentemente entre os 30 e os 40%. Nenhum país do mundo aguenta uma situação destas. Por isso o que está em jogo com a necessidade de saída do euro, e subsequente desvalorização do «novo escudo», não é uma mera e conjuntural melhoria da competitividade da produção nacional. É a reposição de equilíbrios estruturais da economia, a adequação do preço da moeda à realidade e estrutura económicas do País.

O aumento da produção nacional é a única forma de resolver os problemas económicos, sociais e financeiros do País, ninguém duvida. Tal como a renegociação da dívida é essencial para reduzir os desequilíbrios orçamentais e da conta de rendimentos com o exterior. Mas isso implica criar condições objectivas para que o aumento da produção possa ocorrer e para que os efeitos da renegociação da dívida não sejam meramente conjunturais. O que só será conseguido com a desvalorização estrutural da moeda, o que implica a saída do euro e a recuperação da soberania monetária.

A desvalorização da moeda é uma condição (absolutamente) necessária mas não é uma condição suficiente. Os seus efeitos positivos terão de ser complementados com uma estratégia de reindustrialização do País e de uma política mais justa e adequada de distribuição do rendimento. E a desvalorização é ela própria um elemento essencial para desenvolver essa estratégia, porque o aumento da produção e a reindustrialização não se conseguem por decreto.

É certo que a desvalorização tem custos, que o espaço não me permite desenvolver. Mas muito menores do que alguns pensam, ou dizem. Nomeadamente no que respeita aos salários: uma desvalorização de 30% geraria uma inflação da ordem dos 8/9% (reflectindo o efeito do peso das importações na produção e no consumo) o que significaria, embora não necessariamente, idêntica quebra nos salários reais. Mas a redução real dos salários este ano e no próximo é já superior a esse custo. Com a desvantagem de não acender nenhuma luz ao fundo do túnel, antes pelo contrário.

E a competitividade pelos preços da produção nacional aumentaria cerca de 24%, já descontado o efeito do aumento do preço dos inputs importados incorporados na produção nacional. E é evidente que o aumento da competitividade por esta via, quer a nível das exportações como da substituição de importações, é praticamente imediato com rápidos efeitos positivos no emprego. E é a partir daí que se pode avançar para a reindustrialização e para o aumento da produção. (Para que não haja dúvidas, todos estes cálculos se suportam nas matrizes input-output divulgadas pelo INE, não são meros palpites ou ilusões).

Importa ainda sublinhar que a saída do euro é politicamente mais viável que qualquer proteccionismo selectivo ou a saída da UEM, porque isso significaria sair da União Europeia e não apenas da zona euro. E na União existem dez países que não pertencem à zona (e parece que não se dão muito mal).

Mantendo-se no euro, Portugal e os portugueses não terão futuro. E é melhor sairmos a tempo pelo nosso pé, do que mais tarde sermos escorraçados.
[*] Economista. Intervenção na tribuna de debates do XIX Congresso do PCP.

O original encontra-se em http://www.avante.pt/pt/2032//122554/ 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Pedro Braz Teixeira ~ Fim do euro, recomendações práticas.


Informação

Fim do euro, recomendações práticas

Por Pedro Braz Teixeira, publicado em 1 Fev 2012 - 03:00 | Actualizado há 1 semana 1 dia
UM AVISO À NAVEGAÇÃO!


Frutas



A saída do euro pode ocorrer de forma muito caótica, podendo levar ao colapso temporário do sistema de pagamentos e de distribuição

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O risco de saída de Portugal do euro tem associados múltiplos riscos, dos quais gostaria de salientar três: o risco do colapso temporário do sistema de pagamentos, o risco do colapso temporário do sistema de distribuição de produtos e o risco de perda – definitiva – de valor de inúmeros activos (depósitos à ordem e a prazo, obrigações, acções e imobiliário, entre outros).
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Considero que todos os portugueses devem “subscrever” seguros contra estes riscos, tal como fazem um seguro contra o incêndio da sua própria casa. Quando se compra este seguro, o que nos move não é a expectativa de que a nossa casa sofra um incêndio nos meses seguintes, um acontecimento com uma probabilidade muito baixa mas sim a perda gigantesca que sofreríamos se a nossa habitação ardesse.
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Quais são as consequências imediatas de Portugal sair do euro? A nova moeda portuguesa (o luso?) sofreria uma desvalorização face ao euro de, pelo menos, 20%. Todos os depósitos bancários seriam imediatamente transformados em lusos, perdendo, pelo menos, 20% em valor. Todos os depósitos ficariam imediatamente indisponíveis durante algum tempo (dias? semanas?) e não haveria notas e moedas de lusos, porque o nosso governo e o Banco de Portugal não consideram necessário estarmos preparados para essa eventualidade.
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O mais provável é que a saída do euro fosse anunciada numa sexta-feira à tarde, havendo apenas o fim de semana para tratar da mudança de moeda. Logo, na sexta-feira os bancos retirariam todas as notas de euros das máquinas de Multibanco e quem não tivesse euros em casa ou na carteira ficaria sem qualquer meio de pagamento.
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Durante algumas semanas (ou mais tempo) teríamos um colapso do sistema de pagamentos e, provavelmente, também um corte nos fornecimentos. As mercearias e os supermercados ficariam incapazes de se reabastecer, devido às dificuldades associadas à troca de moeda.
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Estes “seguros” de que falo, contra este cenário catastrófico, não podem ser comprados em nenhuma companhia de seguros mas podem ser construídos por todos os portugueses, estando ao alcance de todos, adaptados à sua realidade pessoal.
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O que recomendo é algo muito simples que – todos – podem fazer. Ter em casa dinheiro vivo num montante da ordem de um mês de rendimento e a despensa cheia para um mês. Esta ideia de um mês de prevenção é indicativa e pode ser adaptada à realidade de cada família.
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Não recomendo que façam isso de forma abrupta mas lentamente e também em função das notícias que forem saindo. De cada vez que levantarem dinheiro, levantem um pouco mais que de costume e guardem a diferença. De cada vez que fizerem compras tragam mais alguns produtos para a despensa de reserva. Aconselho que procurem produtos com fim de validade em 2013 ou posterior, mas, nos casos em que isso não seja possível, vão gastando os produtos de reserva e trocando-os por outros com validade mais tardia. Desta forma, sem qualquer rutura, vão construindo calmamente os vossos seguros contra o fim do euro.
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Quanto custará este seguro? Pouquíssimo. Em relação ao dinheiro de reserva, o custo é deixarem de receber os juros de depósito à ordem, que ou são nulos ou são baixíssimos. Em relação aos produtos na despensa de reserva, é dinheiro empatado, que também deixa de render juros insignificantes.
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Quais são os benefícios deste seguro? Se o euro acabar em 2012, como prevejo, o dinheiro em casa não se desvaloriza mas o dinheiro no banco perderá, no mínimo, 20% do seu valor. Além disso terá o benefício de poder fazer pagamentos no período de transição, que se prevê extremamente caótico. A despensa também pode prevenir contra qualquer provável rutura de fornecimentos, garantindo a alimentação essencial no período terrível de transição entre moedas. Parece-me que o benefício de não passar fome é significativo.
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E se, por um inverosímil acaso, a crise do euro se resolver em 2012 e chegarmos a 2013 com o euro mais seguro do que nunca? Nesse caso – altamente improvável – a resposta não podia ser mais simples: basta depositar no banco o dinheiro que tem em casa e ir gastando os produtos na despensa à medida das suas necessidades.
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Pedro Braz Teixeira,
(Investigador do NECEP da Universidade Católica)

segunda-feira, maio 31, 2010

Consultora britânica aconselha a Grécia a sair do euro


Portugal e Espanha vistos como estando no mesmo caminho

31.05.2010 - 14:53 Por Lusa

O Governo grego foi aconselhado por economistas britânicos a deixar a zona euro para recuperar da crise da dívida, e países como Portugal podem seguir o mesmo caminho, de acordo com uma notícia divulgada pelo jornal britânico Sunday Times.
 
 (Foto: John Kolesidis/Reuters)

Os analistas do Centre for Economics and Business Research (Centro para a Investigação Económica e Empresarial) afirmaram que as autoridades gregas não conseguirão recuperar da crise da dívida sem desvalorizar a moeda de modo a promover as exportações.

Para isso, a Grécia terá de voltar à anterior moeda, a dracma, acrescenta o centro, que se define como um centro independente de investigação, citado pelo Sunday Times.

“Ao sair do euro, a mova moeda iria cair no mínimo 15 por cento. No entanto, como a dívida nacional é avaliada em euros, aumentaria o valor da dívida dos actuais 120 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para 140 por cento”, disse em Atenas Doug McWilliams, presidente executivo do Centro para a Investigação Económica e Empresarial, citado pelo jornal britânico.

“Assim, parte do pacote de deixar o euro deve ser usado para converter a dívida na nova moeda nacional, de forma unilateral”, acrescentou.

O cenário de a Grécia sair do euro seria desastroso para os bancos alemães e franceses, que têm milhões de euros em títulos da dívida grega, disse ainda Doug McWilliams.

McWilliams designou esta via de “virtualmente inevitável” e afirmou que outros países poderão seguir esta solução, tal como Portugal.

“Espanha será provavelmente forçada a seguir a mesma via, tal como Portugal e a Itália, embora a situação da dívida italiana seja menos grave”, disse.
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quinta-feira, maio 27, 2010

Cozido à portuguesa - Sair do euro



Quanto mais tempo irá alguém defender, sem corar de vergonha, que estar no euro foi bom para Portugal?
  • 26 Maio 2010 - Correio da Manhã
Por:Domingos Amaral, Director da 'GQ'
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Oito anos depois da entrada no euro, o que ganhou Portugal com isso? Por mais que nos esforcemos, não é fácil descobrir vantagens. O crescimento económico do país foi sempre próximo do valor de 1% ao ano, uma miséria. Sem a desvalorização do escudo, as nossas exportações foram alegremente perdendo quotas de mercado, uma tendência que a globalização e a abertura à China só agravaram. Por outro lado, a despesa do Estado não compensou esta quebra de crescimento, o que era esperado, pois o euro impunha grandes restrições à despesa pública. Ficámos pois nas mãos do consumo, essencialmente do privado, e esse de facto aumentou sempre, mas mal, pois a maioria das coisas que consumíamos era importada. A somar-se à quebra no crescimento, deu-se o desequilíbrio externo, cada vez mais pronunciado. 
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A economia atrofiava, e as recessões, ou quase recessões, sucederam-se. Sem surpresa, as receitas que o Estado conseguia através dos impostos caíram, provocando um crónico deficit orçamental. Por três vezes, em 2002, 2005 e 2009, o deficit cresceu para lá dos limites permitidos pela Europa, deitando abaixo Guterres, Santana, e retirando a maioria absoluta a Sócrates. Ao contrário do que é habitual dizer-se, estes deficits não foram apenas culpa dos governos, mas eram uma espécie de consequência automática da recessão. Mal a cobrança de impostos descia, o deficit crescia. E qual foi o correctivo decidido? Nos três casos, aumentaram-se mais os impostos. Barroso, em 2003; Sócrates, em 2005; e de novo Sócrates, em 2010, quebraram promessas eleitorais, e subiram as taxas. Ou seja, a carga fiscal sobre os portugueses subiu sempre, em mais um efeito terrível provocado pelo euro.
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Além disso, e ao mesmo tempo, a ilusão monetária da descida das taxas de juro lançou o país numa espiral de dívida. Banca, empresas e particulares endividaram-se até à estratosfera. Quando a recessão internacional chegou, a loucura tornou-se finalmente evidente e temeu-se a bancarrota.
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Oito anos depois do euro, é este o retrato do país. Crescimento nulo, desemprego elevado, carga fiscal pesadíssima, endividamento externo e interno insustentáveis. Quanto mais tempo irá alguém defender, sem corar de vergonha, que estar no euro foi bom para Portugal? Está é na altura de sair, e depressa...
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quarta-feira, maio 19, 2010

Euro volta a perder terreno face ao dólar



Mas acima do mínimo de quatro anos

Euro volta a perder terreno face ao dólar

18.05.2010 - 19:54 Por Lusa, PÚBLICO

O euro voltou hoje a perder terreno face ao dólar, negociando a um nível mais elevado do que o mínimo de quatro anos atingido na segunda-feira, quando a moeda única tocou nos 1,2235 dólares.


Às 17h25, o euro valia 1,2281 dólares, abaixo dos 1,2315 dólares a que negociava na segunda-feira, sensivelmente à mesma hora.

A divisa europeia reagiu em alta, durante boa parte do dia, às declarações dos ministros das Finanças da Zona Euro (Ecofin), reunidos hoje em Bruxelas, que garantiram que a crise da dívida grega não levará à apresentação de planos de austeridade em toda a área da moeda única.

No entanto, após este ânimo, os investidores voltam a recear que os governos europeus com finanças mais débeis não consigam controlar as finanças públicas e o euro voltou a perder terreno face à congénere norte-americana. 
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terça-feira, maio 26, 2009

Derradeiros dias do dólar?



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Zhou Xiaochuan, presidente do Banco do Povo da China, sugeriu recentemente substituir o dólar pelos Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que a moeda de reserva dominante traria maior estabilidade ao sistema financeiro global. A ideia de reformar o sistema através da introdução de uma moeda de reserva supranacional é, também, aparentemente apoiada pela Rússia e outros mercados emergentes.

Por Onno Wijnholds*



Além disso, um comitê consultor presidido pelo prêmio Nobel Joseph Stiglitz tem defendido uma nova moeda de reserva global, possivelmente baseada no DES. Transformar o padrão dólar num sistema baseado no SDE seria uma importante ruptura com uma política que durou mais de 60 anos. O DES foi introduzido 40 anos atrás para suplementar o que à época foi considerado um nível inadequado de reservas globais e foi subsequentemente sancionado na emenda aos ''Articles of Agreement'' [estatutos] do FMI como principal ativo de reserva futuro.


O mundo, porém, logo ficou inundado de dólares. Portanto, em vez de se tornar o principal ativo de reserva do sistema global, a proporção de DES nas reservas globais encolheu para uma fração mínima, transformando o DES no equivalente monetário do esperanto.


Apesar de o euro, criado em 1999, ter se revelado um concorrente mais sério para o dólar, sua parcela nas reservas internacionais totais provavelmente ficou abaixo de 30%, na comparação com 65% para o dólar (essas participações são em parte estimativas, já que a China, maior país detentor de reservas do mundo, não informa a composição monetária das suas posições).


Existem duas formas nas quais o papel do dólar no sistema internacional pode ser reduzido. Uma delas é a erosão gradual, determinada pelo mercado, do dólar como moeda de reserva, em prol do euro. Apesar de o papel internacional do euro - especialmente seu uso nos mercados financeiros - ter aumentado desde sua introdução, porém, é difícil imaginar que supere o dólar como moeda de reserva dominante num futuro próximo.


Tal desfecho só seria possível se duas condições fossem satisfeitas: primeira, o Reino Unido ingressa na zona do euro e, segunda, os Estados Unidos cometem erros graves, abaladores da confiança. Esta última condição já pode ter sido parcialmente atendida, mas as políticas dos EUA projetadas para estabilizar o sistema financeiro do país deverão ajudar a evitar uma deterioração de grandes proporções do dólar. Além disso, o Banco Central Europeu tem reiterado que não estimula nem desestimula o papel internacional do euro.


Com a improbabilidade de a hegemonia do dólar ser seriamente minada pelas forças do mercado, pelo menos no curto e médio prazo, a única forma de provocar uma redução substancial no seu papel de moeda de reserva ocorrerá via acordo internacional. A proposta chinesa se insere nesta categoria.


Uma forma de tornar o DES a principal moeda de reserva em prazo relativamente curto seria criando e distribuindo uma quantidade enorme de novos DES aos membros do FMI. Apesar de os líderes do G-20 terem decidido apoiar uma alocação de US$ 250 bilhões em DES, a medida aumentará a participação dos DES no total de reservas internacionais a não mais de 4%. Para tornar o DES o principal ativo de reserva pela via da distribuição, seria preciso criar cerca de US$ 3 trilhões em DES, uma proposição irreal.


Existe uma forma mais realista, porém, para aumentar a importância do DES. Nos idos de 1980, o FMI esteve perto de adotar uma chamada Conta de Substituição de DES. A ideia foi permitir a países cujas posições oficiais em dólares fossem maiores do que lhes agradava a possibilidade de converter dólares em DES. A conversão aconteceria fora do mercado e, assim, não exerceria pressão para baixo sobre o dólar. Países membros receberiam um ativo mais estável que o dólar, já que a moeda estaria baseada num cesto de moedas, proporcionando, assim, melhor proteção contra perdas.


O plano desmoronou quando alguns importantes cotistas do FMI não aceitaram os acordos de divisão do ônus que seriam necessários no caso de perdas decorrentes de oscilações cambiais. Os EUA também perderam interesse no plano à medida que o dólar se fortalecia.

Quais são as probabilidades de se adotar um plano deste tipo atualmente? Os EUA estariam preparados para aderir a uma reforma do sistema monetário internacional que reduzisse o papel do dólar?


Até recentemente, eu teria considerado isto improvável. A mudança da situação internacional e a possibilidade de um surto de grave fragilidade do dólar, porém, poderiam convencer os EUA a aderir a um plano de conversão que aliviasse a pressão excessiva exercida sobre o dólar. Além disso, excetuando-se possíveis considerações políticas, detentores de dólares de grande porte considerariam uma conta substituta atraente, como uma forma de proteção contra intensas oscilações no valor do dólar. Como lidar com possíveis perdas sofridas pela conta de substituição? Isto pode ser resolvido alocando parte do vasto estoque de ouro do FMI.


Mesmo se uma conta de substituição do DES for instituída, é improvável que a parcela do dólar nas reservas internacionais caia a um nível insignificante. O dólar continuará importante para muitos países como um veículo para intervenção em mercados cambiais, bem como para emissão de faturas e para denominar títulos financeiros negociados internacionalmente.


É possível imaginar um sistema no qual as reservas internacionais seriam mantidas em partes praticamente iguais de dólares, euros (presumindo um aumento gradual adicional na sua participação) e DES. Apesar de atualmente existirem outras prioridades, seria proveitoso para o FMI reavaliar uma conta de substituição de DES e planos semelhantes. Caso contrário, o debate acontecerá em outro lugar.


*Onno de Beaufort Wijnholds foi diretor executivo do Fundo Monetário Internacional e atuou como representante permanente do Banco Central Europeu nos EUA. © Project Syndicate/Europe´s World, 2009. www.project-syndicate.org

Fonte: Valor Econômico

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in Vermelho - 20 DE MAIO DE 2009 - 16h16
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terça-feira, outubro 23, 2007

Euro volta a bater recorde



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O euro ultrapassou esta quinta-feira a barreira dos 1,43 dólares, estabelecendo um novo recorde nos mercados cambiais.
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in Correio da Manhã 2007.10.18