A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, junho 23, 2006

DAS KAPITAL E O MANIFESTO COMUNISTA - Victor Nogueira



O quarto Estado - Volpedo




* Victor Nogueira

DAS KAPITAL E O MANIFESTO COMUNISTA


Era um homem
Era um livro
----bembelo
Era o livro com paredes de vidro
Era o Partido
Quando falavam ou agiam
--------não eram eles
--------era o Partido
--------contido!

Foram Marx e Engels
-------Estaline após Lenine
Era o tempo da revolta
-------do fascismo e da guerra
Era o tempo da Revolução
----o tempo escasso
-------------de Abril em Maio
----o tempo da alegria e do sonho
-------------do mundo novo a construir.
A esperança era um canto na cidade aberta e
o futuro começava ali numa criança a sorrir
---------ao virar da esquina
---------ao alcance da nossa mão
O riso enchia a praça e tão leve o ar! ...

Era o tempo dos slogans
-------------da liberdade da fraternidade da justiça e
-------------da paz
Havia é certo
-------Maio de 68 e o conflito sino-soviético
-------o Chile e o Vietname
-------e o despertar das colónias sob novas cadeias
E também havia
-------a Universidade em 69
-------a Hungria e a Checoslováquia
-------a Polónia e o Afeganistão
E vieram alguns outros
-------Khruchev e Brejnev
-------e também Gorbatchev
Havia é certo, lá longe ...
--------------as cortinas
--------------de ferro ou de bambú
Havia barreiras e fronteiras
------no tempo da escuridão
------da luta pela unidade na Revolução
Havia paredes
-------de vidro transparente ou translúcido
-------frágil como o cristal ou
-------forte se aramado ou martelado
-------espelho na reflexão

Era um homem
Era um livro
E eles não sabiam
que era o tempo da Revolução.
E os homens ficaram
E os homens partiram
E eles não souberam
------estender a sua mão
------esquecidos da Revolução
------na noite da reacção
E fecharam-se as portas
E cerraram-se as janelas
e eles dividiram-se na maré da inflexão
-------e não souberam camaradas
-------------dar a sua mão
-------esquecendo que a revolução
-------começa com o nosso irmão
E levantaram paredões e lançaram ao chão
-------o camarada e amigo que tinha outra razão
-------porque tinham em si o que pretendiam
---------------construir ou destruir
E falavam em coisas belas
--falavam da liberdade da fraternidade
-----------da justiça e da paz
-----------para outra criação
Eram homens e mulheres
------alguns assassinados
que não queriam a morte
nem a espoliação ou humilhação
E passavam
--passavam sempre
--azafamados ou com lentidão
--simples ou cheios de razão
--com as virtudes e defeitos
--do lugar e tempo em que estão
Uns e Umas com delicadeza, como é óbvio
--e outros com distracção ou brutidão
--a franqueza do clarão na escuridão
--esclarecido ou não

Era um homem
----uma mulher
Era um livro
----partido
----porque não souberam vencer a solidão e
-------------------------- construir outra fabricação
Eram só homens
Eram só mulheres
Era só um livro
bimbelo
se não houvesse
-------em gestação
-------outra reflexão!
.
Até amanhã....... camarada...... ou não
.
.
Setúbal. 1989.03.21

.
.

2 comentários:

Anónimo disse...

GR said...
Mas a “outra reflexão” existe!
Porém, o “livro” preparou (prepara) homens, mulheres e jovens, definindo tarefas, objectivos, para derrubar quem trava a todo o custo Revolução, a favor do capitalismo.

Espero mais do que nunca, a partir de agora, seja sempre

Até Amanhã Camaradas!

GR

Segunda-feira, 15 Maio, 2006

Comentário retirado do blog Vale a Pena Lutar

Maria Teixeira disse...

Olha, vou dizer o costume: adorei este poema e vejo-me nele retratada.Por agora é só.