O Partido Socialista, naquela ânsia do nacional porreirismo que o caracteriza, dissolveu-se qual bloco de gelo em água quente. Prefere agradar (ou tentar agradar) a seguir um rumo.
Rumo que não tem, nunca teve, em boa verdade e nunca terá, pois não pode um partido dito socialista “jogar” com o capitalismo como estes Partidos Socialistas europeus despudoradamente fazem.
Entre o meter na gaveta as poucas linhas programáticas que os caracterizavam e lhe davam um “esqueleto” e o “repintar” da bandeira, substituindo a mão fechada pela rosa, os Partidos socialistas vão-se prostituindo ao sabor das correntes neo-liberais, confundindo-se com eles.
O pior inimigo destes Partidos Socialistas, são os próprios ditos socialistas, a maior parte dos quais anda travestido de neo liberal e com estes jogam o jogo da finança. O discurso é o mesmo, exactamente o mesmo. A única diferença é a pouca vergonha destes “socialistas” que se continuam a afirmar como tal. Os neo-liberais, são muito mais honestos, politicamente, que os socialistas.
Muito antes de Hollande meter o socialismo na gaveta, já Mário Soares havia feito o mesmo perante o seu bem amado Carlucci.
Pessoalmente não tenho dúvidas que o grande objectivo de toda a luta do Partido Socialista foi contra os comunistas, até os destruir ou reduzir à expressão mais ínfima. Esqueceram-se esses democratas de meia tigela que a democracia assenta na convivência política. Fez o jogo da direita e extrema direita de quem agora tanto se queixam.
O Socialismo, tal como qualquer Partido Socialista o definiu antes, não existe mais. Os “submarinos” tomaram conta dele, prostituiram-no com a canção dos “comedores de crianças ao pequeno almoço” e este povinho, na sua maioria inculto (excepto na bola) foi na canção.
Os Partidos Socialistas têm hoje aquilo que merecem. São governados por interesses e por gente sem coluna vertebral.
A seguir a Hollande virá um Emmanuel Macron (veja-se o percurso dele para se perceber como os neo-liberais chegam a socialistas) mas como se diz na política “a merda é sempre a mesma, as moscas é que mudam”
comentário em
Um presidente mediocre
22/10/2016 por
Ernesto Martins Vaz Ribeiro says: