A Internacional

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sexta-feira, julho 24, 2009

Para dirigente, multipolaridade ajuda na luta pelo socialismo

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Dando continuidade às análises dos documentos apresentados para o 12º Congresso do PCdoB durante o curso de nível 3 da Escola Nacional do PCdoB, o membro do Comitê Central Dilermando Toni apresentou, em linhas gerais, o texto focado na conjuntura internacional. A aula foi ministrada dia 20, em Atibaia e foi seguida das apresentações dos dirigentes Renildo Souza e Nádia Campeão.
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Toni levanta limites dos EUA
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Em sua apresentação, Dilermando Toni focou-se na crise, na eleição de Obama, na ação dos EUA no cenário mundial, nos avanços revolucionários e progressistas na América Latina, na transição ao socialismo e na atual correlação de forças em nível mundial, pontos principais do documento-base.

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Segundo ele, a dinâmica não sustentável da economia mundial entrou em crise a partir da economia parasitária dos Estados Unidos, penalizando milhões de trabalhadores em todo mundo. “Esta é a consequência mais perversa”, assinalou. Toni lembrou que “a solução corrente, com o uso de pacotes de salvamento que se elevam a vários trilhões de dólares, mostram o verdadeiro papel do Estado burguês”.

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Isso coloca para os comunistas a necessidade de garantir, na ordem do dia, a discussão sobre a via socialista como saída para as recorrentes crises inerentes ao capitalismo. “O sistema resolve suas crises aumentando a exploração dos trabalhadores e a pressão sobre países emergentes, o que mostra o esgotamento histórico do capitalismo”. Além disso, apontou que “não se pode aceitar que o ônus da crise seja jogado sobre os trabalhadores e deve-se apoiar medidas que visem proteger e fortalecer a economia nacional”.

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No que diz respeito à posição política dos EUA nos mundo, Dilermando Toni apontou a mudança de postura da Casa Branca a partir da eleição de Barack Obama. “Há maior investimento na tática do smart power (poder inteligente), que privilegia a via diplomática, porém vem casada com a manutenção do poder militar para garantir a hegemonia estadunidense. No fundo, o imperialismo não muda de natureza”.

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Onda latinoamericana

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Sobre a América Latina, o dirigente salientou a onda progressista, revolucionária e antiimperialista que tem tomado o continente. “Até pouco tempo atrás, aqui só se falava em neoliberalismo. O retorno dessa discussão sobre o socialismo é altamente positiva, por mais mesclada que essa onda se apresente”.

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Segundo Toni, a América Latina tem procurado “se integrar de maneira crescente e não apenas no aspecto econômico, mas também entre as nações. Isso faz com que sejam criados pólos contra-hegemônicos, o que é significativo num continente que sofreu forte intervenção do imperialismo”. Mas, alertou, “é ilusão achar que os EUA deixaram de tentar interferir. Mesmo que façam discurso mais ameno do que antes, na verdade tentam isolar a Venezuela e ganhar o Brasil pelo seu papel estratégico”.

Tradicionalmente praticante de uma política imperialista, os Estados Unidos se veem agora diante de um novo quadro marcado pela piora de sua situação econômica e pela transição de uma fase unipolar para a multipolaridade. “Para eles, agora, é importante manter o status quo nuclear, não deixando que outros países possuam poder dissuasivo; manter os mercados de capitais liberalizados para que seus capitais possam circular livremente conforme os interesses de sua oligarquia financeira e superar sua crescente dependência energética”.

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Portanto, a geopolítica internacional é hoje marcada, de um lado, pelo parasitismo dos EUA, por seu isolamento crescente e por suas grandes dívidas; por outro, está marcada pelo surgimento de novos atores da periferia do sistema, como os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

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Esses países também trazem inovações numa “situação inédita”, conforme definição do dirigente, por gerarem “uma nova divisão internacional do trabalho”, utilizarem fontes de energia variados, fortalecerem suas empresas estatais e terem grande peso no aumento das reservas internacionais, além de três deles possuírem poder atômico.

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A China, por sua vez, desponta como mais forte desse grupo de países. “Firma-se como potência econômica mundial e procura avançar e conquistar posições. A China sai relativamente fortalecida da crise, com crescimento de 7,9% no segundo semestre deste ano em comparação com o ano passado”. Além disso, colocou que “os três maiores bancos do mundo agora são chineses, e são estatais. Pelo câmbio corrente, já em 2011 seu PIB deverá ultrapassar o do Japão, hoje o segundo maior do mundo”.

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A multipolaridade, segundo Toni, “ajuda na luta pelo socialismo”. Porém, ressaltou: “apesar do quadro de transição, o imperialismo ainda é amplamente dominante do ponto de vista econômico, político, ideológico e militar e ainda é o principal adversário dos povos. Apesar dos avanços na acumulação, a correlação de forças não se alterou substancialmente. Trata-se de fortalecer ainda mais a luta antiimperialista, pela paz e pelo socialismo”.

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De São Paulo,
Priscila Lobregatte

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in Vermelho - 23 DE JULHO DE 2009 - 17h07

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