A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, abril 29, 2012

Só a luta operária e popular pode reverter a regressão social!


1º de Maio
Viva os proletários de todos os países!
Só a luta operária e popular pode reverter a regressão social!
Em todos os continentes a classe operária e os povos resistem à deterioração das suas condições de trabalho e de vida e lutam contra a ofensiva capitalista e imperialista. Greves, manifestações, guerras populares, com vitórias e derrotas vêm ocorrendo em todo o mundo. Mas vivemos um período da história da humanidade marcado pela regressão social, que pode ser verificada em todas as dimensões da vida.
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Consideramos que o fator fundamental nesse processo de regressão foi o predomínio do oportunismo, do reformismo e da conciliação de classe, particularmente nas últimas décadas, no movimento comunista e operário mundial, nos partidos comunistas e revolucionários. Esse recuo ideológico e político na luta de classes internacional levou a erros e desvios na construção do socialismo, com a derrota da União Soviética e do bloco socialista do leste europeu, e à vitória da burguesia e da contrarrevolução mundial. Em países como a China, onde formalmente prevalece um regime socialista, observamos um processo de restauração capitalista. A burguesia nacional se fortalece não só porque explora brutalmente o proletariado chinês, com altas taxas de mais-valia, como também porque expande essa exploração sobre os trabalhadores em outros países onde suas empresas se instalam. Desde então, o retorno ao capitalismo nessa região do planeta, bem como sua intensificação nas regiões anteriormente dominadas, como América Latina e África, desencadearam uma contínua reversão das conquistas sociais que estavam em curso em todo o mundo, desde a Revolução de Outubro de 1917.
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Esse recuo das posições revolucionárias deixou a classe operária e os povos no mundo desarmados para enfrentar a política do capitalismo de intensificar a exploração e a opressão. E, no contexto desse recuo, a burguesia em nível mundial, com a reestruturação produtiva e a “liberalização” da economia (o chamado “neoliberalismo”), conseguiu vergar o proletariado ameaçando-o com o desemprego, o fechamento de fábricas e a não realização de investimentos, caso não aceitassem as reformas regressivas que retiravam direitos. 
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O resultado de todo esse processo é que o direito a uma vida digna, consubstanciado na universalização do acesso a trabalho regulamentado, alimentação, moradia, saúde, cultura e lazer, que era uma realidade para uma parte considerável dos povos e que ao menos parcialmente estava ao alcance das populações dos países capitalistas dominantes e, em menor medida, também nos países dominados, foi interrompido.
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A contrarrevolução burguesa em curso, para favorecer a possibilidade do emprego de capitais que não conseguem aplicação lucrativa na esfera produtiva, tratou de destruir os serviços públicos de educação, saúde, entre outros, forçando os setores médios da sociedade a pagarem por estes serviços em escolas e convênios particulares, condenando os setores mais empobrecidos a um precário atendimento público. Esses capitais também são aplicados na especulação financeira envolvendo até os alimentos, encarecendo seu preço e aumentando a fome em vários países do mundo.
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O desenvolvimento científico e tecnológico, colocado a serviço do capital, leva o desemprego, a fome e a miséria a milhões de pessoas, que sobrevivem em condições sub-humanas nas ruas e favelas. A quantidade de alimentos produzidos hoje daria para alimentar o equivalente a três vezes a população mundial. Porém, milhões de pessoas no mundo se alimentam mal, vivem na subnutrição crônica ou morrem de fome, pois se reforça a lógica da acumulação capitalista, de obter lucros, na produção de alimentos. Outra parcela dos trabalhadores, para manter um padrão de vida minimamente decente, se submete à intensificação da exploração, laborando extensas horas e com ritmos acelerados de trabalho.
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Para levar adiante essa política, a burguesia conseguiu a adesão de vários partidos e organizações sindicais e populares que, anteriormente, defenderam projetos emancipatórios, mas que se converteram aos dogmas burgueses e reduziram suas propostas a meras reformas superficiais, na forma de políticas compensatórias, do tipo bolsa-família. Esses partidos e organizações contribuíram para a situação de regressão social atualmente em curso, ao negociarem com a burguesia a aplicação de políticas que retiram direitos.
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As formas de regressão social impostas em todo o mundo pelo imperialismo ao proletariado incluem as ameaças de novas guerras, inclusive as nucleares, como o possível bombardeio ao Irã. Em busca de manter fontes de matéria-prima, o imperialismo incrementa guerras e busca se imiscuir nos assuntos internos de certos países, como foi o caso da Líbia e agora a Síria. O aprofundamento da crise e a regressão social vivida pelo proletariado, especialmente na Europa, geram uma revivescência do fascismo em escala mundial e de formas de autoritarismo civil.
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O Brasil, apesar da propaganda oficial que afirma ter surgido no país uma nova classe média, não está imune a esse processo de regressão social. O aumento no consumo de eletroeletrônicos e de automóveis por meio do endividamento familiar pode dar a impressão de certa melhoria nas condições de vida, mas não apaga problemas como a intensificação da exploração, os salários baixos, as longas jornadas de trabalho, o aumento nas denúncias de trabalho escravo mesmo em atividades urbanas e a deterioração dos serviços públicos, como a saúde e a educação, o transporte público caótico, e a falta de moradia, etc. As obras da Copa e das Olimpíadas, além de novos empreendimentos industriais como portos, usinas e estaleiros, atiçaram a ganância do capital imobiliário. Este promove em várias cidades, com apoio do judiciário e da polícia, remoções violentas de comunidades inteiras. Há uma remodelação de grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, onde se expulsam moradores de comunidades pobres visando entregar essas áreas para a especulação imobiliária.
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Contra tudo isso o proletariado brasileiro tem resistido com lutas e greves. Destacam-se as lutas dos operários dos canteiros de obras nos estádios de futebol, do PAC na construção das Usinas de Jirau e Santo Antônio, a greve dos bombeiros no Rio de Janeiro, a luta dos professores por todo o país. A resposta do Estado capitalista brasileiro a todas essas demandas tem sido a repressão e criminalização dessas lutas, com o envio de tropas da Força Nacional de Segurança para reprimir a greve dos operários nas obras do PAC e o violento despejo que sofreram os moradores do Pinheirinho em São José dos Campos/SP.
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Em nossa opinião, só a luta operária e popular pode reverter esse processo de regressão social. Os trabalhadores, se quiserem melhores dias para si e seus filhos, devem aceitar o desafio de lutar revolucionariamente pela destruição das relações sociais capitalistas e, consequentemente, pela edificação de uma sociedade socialista, em transição para o comunismo.
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No imediato, devemos generalizar e unificar as lutas de cada categoria profissional, junto aos demais setores explorados, na resistência à retirada de direitos sociais e trabalhistas e contra a privatização e precarização dos serviços públicos. No plano internacional, devemos nos solidarizar com os trabalhadores em luta e nos opor resolutamente contra todas as formas de intervenção e guerras patrocinadas pelo imperialismo, garantindo aos povos o direito a sua autodeterminação.
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Viva o 1º de Maio classista e de luta!
Viva os proletários de todos os países!
Jornal Arma da Crítica
1º de maio de 2012
Esta página encontra-se em www.cecac.org.br
27/abril/2012

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