Movimentos
As comemorações atuais do Dia Internacional do Trabalhador, a cada 1º de maio, guardam semelhanças e diferenças, umas e outras radicais, com o fato histórico que deu origem à celebração da data. A exemplo da Revolta de Heymarket (1886) — que ocorreu num bairro operário de Chicago e culminou no massacre de 12 manifestantes —, os protestos deste sábado (1º/5) também serão em defesa de melhores condições de trabalho.
Por André Cintra
Na Chicago de 124 anos atrás, milhares foram às ruas e desencadearam uma greve de proporções nacionais nos primeiros dias de maio. A carga diária de trabalho era, em média, de 13 horas, no rastro da 3ª Revolução Industrial. Não havia direitos nem tampouco benefícios — sequer os descansos semanais eram regulamentados. Mas a principal bandeira de lutas era mesmo a redução da jornada de trabalho para oito horas por dia.
As provocações policiais não impediram que a greve se estendesse dia após dia, chegando até a confrontos entre a classe trabalhadora e a repressão — esta a serviço dos interesses da jovem burguesia industrial. Sete manifestantes foram condenados à morte, e um oitavo, a 15 anos de prisão. Partindo de Heymarket, o brado destemido daqueles operários ecoou pelos Estados Unidos e pelo mundo. Em 20 de junho de 1889, a 2ª Internacional Socialista deliberou a convocação anual de manifestações, de 1º em 1º de maio, para reafirmar a bandeira da jornada de oito horas de trabalho diário.
Chega-se a 2010 e, por mais extemporâneo e absurdo que possa parecer, as seis centrais sindicais brasileiras priorizam a mesma reivindicação no Dia do Trabalhador — a jornada de trabalho de oito horas diárias (ou 40 horas semanais). As cruezas do capitalismo mudam de faceta, mas não perdem sua natureza opressora.
É verdade que as celebrações de hoje apenas esporadicamente acabam em violência. Em São Paulo, palco das grandes manifestações nacionais do 1º de Maio, a programação inclui até festa, com farta programação musical. Mas o dia do ano que é dedicado aos trabalhadores, mundo afora, não pode perder seu sentido de classe — sua marca mais valiosa.
O 1º de Maio — escreveu o escritor uruguaio Eduardo Galeano em O Livro dos Abraços — “é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo”. Neste ano de 2010, em que os efeitos da crise do capitalismo se revelam impiedosamente em curso, sobretudo na Europa, é necessário que os trabalhadores reforcem esse espírito de unidade, consciência e transformação.
Se “cada passo de movimento real vale mais do que uma dúzia de programas” — conforme ensinava Karl Marx —, há poucas datas mais propícias para o hastear dessas bandeiras do que o 1º de Maio. Assim, que cá ou acolá as manifestações do Dia Internacional do Trabalhador — com ou sem festa, um pouco mais ou um pouco menos politizadas — façam jus à memória dos heróis de Heymarket.
Que o significado histórico desta data potencialize, no Brasil, a luta não só pelas 40 horas semanais — mas também pela concretização de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, fortalecimento da nação e valorização do trabalho, no rumo do socialismo e da libertação dos povos. Enquanto a exploração permanecer viva, sob a égide de um odioso e decadente sistema, fará sentido a luta por um novo mundo — pela vitória definitiva na luta de classes, pela emancipação dos trabalhadores.
.As provocações policiais não impediram que a greve se estendesse dia após dia, chegando até a confrontos entre a classe trabalhadora e a repressão — esta a serviço dos interesses da jovem burguesia industrial. Sete manifestantes foram condenados à morte, e um oitavo, a 15 anos de prisão. Partindo de Heymarket, o brado destemido daqueles operários ecoou pelos Estados Unidos e pelo mundo. Em 20 de junho de 1889, a 2ª Internacional Socialista deliberou a convocação anual de manifestações, de 1º em 1º de maio, para reafirmar a bandeira da jornada de oito horas de trabalho diário.
Chega-se a 2010 e, por mais extemporâneo e absurdo que possa parecer, as seis centrais sindicais brasileiras priorizam a mesma reivindicação no Dia do Trabalhador — a jornada de trabalho de oito horas diárias (ou 40 horas semanais). As cruezas do capitalismo mudam de faceta, mas não perdem sua natureza opressora.
É verdade que as celebrações de hoje apenas esporadicamente acabam em violência. Em São Paulo, palco das grandes manifestações nacionais do 1º de Maio, a programação inclui até festa, com farta programação musical. Mas o dia do ano que é dedicado aos trabalhadores, mundo afora, não pode perder seu sentido de classe — sua marca mais valiosa.
O 1º de Maio — escreveu o escritor uruguaio Eduardo Galeano em O Livro dos Abraços — “é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo”. Neste ano de 2010, em que os efeitos da crise do capitalismo se revelam impiedosamente em curso, sobretudo na Europa, é necessário que os trabalhadores reforcem esse espírito de unidade, consciência e transformação.
Se “cada passo de movimento real vale mais do que uma dúzia de programas” — conforme ensinava Karl Marx —, há poucas datas mais propícias para o hastear dessas bandeiras do que o 1º de Maio. Assim, que cá ou acolá as manifestações do Dia Internacional do Trabalhador — com ou sem festa, um pouco mais ou um pouco menos politizadas — façam jus à memória dos heróis de Heymarket.
Que o significado histórico desta data potencialize, no Brasil, a luta não só pelas 40 horas semanais — mas também pela concretização de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, fortalecimento da nação e valorização do trabalho, no rumo do socialismo e da libertação dos povos. Enquanto a exploração permanecer viva, sob a égide de um odioso e decadente sistema, fará sentido a luta por um novo mundo — pela vitória definitiva na luta de classes, pela emancipação dos trabalhadores.
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