Coisas do Circo - Os arruaceiros

* Emídio Rangel
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Que democracia é esta que permite a ofensa, o escárnio, a humilhação dos dirigentes que escolhemos, com o nosso voto, para governar Portugal?

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É democrático um primeiro-ministro deslocar-se oficialmente a uma escola, uma fábrica, uma empresa, eu sei lá, e ser recebido por uma ‘manifestação espontânea’, com trinta ou quarenta cidadãos vindos de fora e que, a par dos assobios, despejam epítetos soezes, como aldrabão, traidor, vigarista, ladrão, filho da puta e muitos outros ‘mimos’ que fazem ‘corar as pedras da calçada’? Um cidadão, legitimado pela escolha dos portugueses em eleições livres, chamado a ser primeiro-ministro, tem de suportar, sempre que se desloca em serviço pelo País, estas ofensas e indignidades? É justo que o primeiro-ministro veja depois essa humilhação reproduzida nas televisões e nos jornais, com as declarações ‘oportunas’ de um ‘manifestante espontâneo’, histérico, que diz as maiores barbaridades e que, em regra, não se prendem sequer com o motivo da visita? Que democracia é esta que permite a ofensa, o escárnio, a humilhação dos dirigentes que escolhemos, com o nosso voto, para governar Portugal? Vale tudo?

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Creio que toda a gente sabe que essas ‘manifestações espontâneas’, ilegais, são da inteira responsabilidade do Partido Comunista, que as prepara meticulosamente. São, do ponto de vista comunicacional, aquelas que lhe ‘rendem’ mais, ao longo do ano, e que por isso são mais importantes do que a Festa do Avante e outras acções de grande envergadura. Não sei se o PCP tem um centro de preparação de arruaceiros desta estirpe, mas a verdade é que se não tem é como se tivesse porque tudo é feito com uma enorme devoção e profissionalismo.

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O curioso é que nas ‘manifestações espontâneas’ nunca estão dirigentes sindicais ou partidários. Faz parte da estratégia de afrontamento ao primeiro-ministro e é uma das regras fundamentais para fazer parecer uma ‘manifestação espontânea’. São mobilizadas vinte ou trinta pessoas comuns, desconhecidas do público em geral, três ou quatro faixas ou cartazes com as mensagens decididas no partido, os atestados médicos para os libertarem do emprego naquele dia, um ‘autocarrozito’ para os levar bem cedo para o palco da acção, uma reunião para aferir os detalhes, umas lancheiras para o ‘almocito’ do dia e lá vão eles, cumprir a arruaça programada.Como a Comunicação Social, em especial a televisão, foca tudo o que mexe, sem critério, sem cuidar de interpretar os acontecimentos, estas dezenas e dezenas de ‘manifestações espontâneas’ passam por ser ‘notícia’ de destaque quando não são mais do que uma farsa que distorce a realidade informativa.

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Os golpes baixos do PCP não podem assim passar por ajuntamentos ocasionais da população para exprimir um protesto, tantas vezes com inteira razão. Aí sim há espontaneidade. Há boa-fé. Há razões de queixa. E nenhum governante deve desprezar esse ‘grito’. Pelo contrário, deve ouvir essa gente. É óbvio que isso não pode ser feito com arruaceiros organizados pelo PCP, porque eles vão atrás do primeiro-ministro, não para dialogar, mas para obterem os dois ou três minutos de propaganda televisiva nos telejornais. Aquilo que ainda não percebi, em toda esta mistificação, é a razão pela qual os Serviços de Segurança permitem que os arruaceiros façam o seu ‘teatro’ ilegal e ofensivo a poucos metros do primeiro-ministro.

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in Correio da Manhã 2007.10.13

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* Victor Nogueira

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Este Emídio Rangel nunca, mas nunca, usou expressões como filho da puta, paneleiro de merda, vai para a cona da tua mãe, cabrão que te parto os cornos, puta que te pariu, vái pró caralho, palhaço e outras? Este homem nunca fez um manguito, nem que seja à Bordallo, das Caldas? Quem é este homem bem vestido, penteado, perfumado? Terá alguma coisa a ver com um arruaceiro que tentou com um berbequim entrar numas certas instalações? É este o capataz todo poderoso da SIC que cortou cerce as eventuais pretensões do Patrão Balsemão em candidatar-se a Presidente da República ao afirmar que era capaz de vender Presidentes como quem vende sabonetes? É este homem que passou para a RTP donde saíu com escandalosa e milionária indemnização? Terá sido este o assessor de imagem de Carrilho nas eleições que este perdeu para a Câmara de Lisboa? Será este o homem que disse cobras e lagartos dos jornalistas televisivos, mas só depois de sair pela porta alta?

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Terá este homem alguma coisa a ver com a Salazarenta personagem para quem todos quantos não se calassem atentos, veneradores e obrigados, de chapéu na mão, eram carneirada manobrada pelos comunistas, «díscolos» a soldo de Moscovo?

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Claro que no meio disto tudo o senhor Rangel, pretenso e honorável jornalista, diz que os manifestantes são meia dúzia de «excursionistas» vindos sabe-se-lá de onde, e que os sindicalistas se escondem por detras dos «anjinhos» falsos «doentes» que «vigarizaram» os médicos, talvez incompetentes. Mas no tablóide e noutros jornais refere-se que a polícia apenas conseguem identificar as caras «conhecidas» - sindicalistas que vão a tribunal. Andarão os polícias de foto na mão para identificar «arruaceiros»? Quem mente: o senhor Rangel ou jornalistas a soldo de Moscovo? É que o nosso 1º ministro fala em «comunistas». Aqui anda descontrole e falta de coordenação? Com tanto «comunista» à solta e ainda há liberdade para mentirosos?

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Estará a soldo de alguém este homem com coluna num jornal tablóide de escândalos e fofoquice como o Correio da Manhã. «democrata» defensor do «respeitinho»? O bonito cabelo penteado será natural ou capachinho?

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Que o Governo esbulhe e esprema quem trabalhe, coisa que não constou de qualquer programa eleitoral da tríade PS/PSD/CDS, quaisquer que sejam os timoneiros, não o preocupa? Que Sócrates e o PS como amanhã um qualquer mais o PSD mintam aos eleitores para angariarem votos é matéria reles e demasiado vil para preocupar a sua mioleira e gastar o aparo da caneta de ouro ou o teclado do computador?

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Que este e os Governos anteriores tripudiem sobre a Constituição da República e prejurem as tomadas de posse, isso são ninharias? Que os ricos sejam cada vez mais ricos e o grosso da população cada vez mais miserável, é coisa de somenos? O que é preciso é respeitinho...

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A propósito, que diz ele dos dirigentes da República que ao Telefone, a propósito da Casa Pia, usem e abusem do estou-me a cagar para a separação de poderes. filhos da puta, caralho e similares?

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Que dizer de leis eventualmente feitas de propósito para «proteger» os poderosos e os que vivem à sua sombra enquanto atentos, veneradores e obrigados (embora «finjam» que não): pedofilia, fraude fiscal, crimes de colarinho branco, comissões, etc, etc, etc.?

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O senhor Rangel até fala em manifestações 'ilegais" e até termina a sua prosa desta maneira: «Aquilo que ainda não percebi, em toda esta mistificação, é a razão pela qual os Serviços de Segurança permitem que os arruaceiros façam o seu ‘teatro’ ilegal e ofensivo a poucos metros do primeiro-ministro». Será que este é mesmo um final salazarento e fascista que faz lembrar os tempos da Pide, dos bufos, da censura ou exame préviosm, da Pide substituindo-se aos tribunias, do «come e cala», da proibição de manifestações, de sindicatos livres, de comunistas, de oposição ao Governo? Será que o próximo Tarrafal será lá para as bandas da Covilhão ou de Monsanto, a aldeia mais portuguesa segundo o fascismo?

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Antes de passar a palavra a outrem, permito-me transcrever a introdução do Manifesto Comunista, de Marx e Engels (1848):

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«Um fantasma ronda a Europa - o fantasma do comunismo. Todas as potências da velha Europa unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o papa e a czar, Metternich e Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha. Que partido de oposição não foi acusado de comunista por seus adversários no poder? Que partido de oposição, por sua vez, não lançou a seus adversários de direita ou de esquerda a alcunha infamante de comunista? Duas conclusões decorrem desses fatos:

1ª) O comunismo já é reconhecido como força por todas as potências da Europa.

2ª) É tempo de os comunistas exporem, à face do mundo inteiro, seu modo de ver, seus fins e suas tendências, opondo um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo.

Com este fim, reuniram-se, em Londres, comunistas de várias nacionalidades e redigiram o manifesto seguinte, que será publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo e dinamarquês.
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PARTE 1 - BURGUESES E PROLETÁRIOS

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A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas da classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ore franca, ora disfarçada, uma guerra que termino sempre, ou por uma transformação evolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suar classes em luta.(...)

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Perfil de Emídio Rangel: retornado que se envolveu na comunicação social pelo lado mais rendoso. Esteve na SIC como director de programas. Fez um bom trabalho para depois ser dispensado por Pinto Balsemão. Trata-se do sector privado e não me compete – nem a tanto estou interessado -, comentar, porém, saltou para a RTP (que como todos sabemos pertence ao Estado. Não é preciso repetir!) onde assinou um contrato milionário para depois rescindir o mesmo contrato “amigavelmente” por um valor que se situou entre os 750.000 e 1.000.000 de euros. Qualquer coisa como duzentos mil contos. Eu penso que seria muito difícil que um gang não especializado fizesse um assalto tão proveitoso quanto o senhor Rangel fez aos cofres do Estado português. O senhor Rangel não assaltou a RTP nem os seus muitos cofres que nós - o Zé das Couves - recheamos com o nosso dinheirito, esse sim, mensalmente assaltado por desconhecidos.

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O senhor Rangel para sacar um milhão de euros do Estado deve ter tido cúmplices oficiais. Não sendo artista ao nível de um Herman José, que atrai milhões de telespectadores, que artes teve ele para ganhar tanta massa? Ficou rico só de ter passeado pelos corredores da RTP!

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Cabe aos deputados dos Açores e da Madeira chamá-lo a depor perante uma comissão parlamentar para justificar aquilo que foi “apregoado pelos merdia” e que é um verdadeiro atentado à miséria de um país que estava de tanga no dizer do Durão Barroso, o da Europa. Isto se os deputados ilhéus tiverem tomates. Coisa que duvido, dado a sua maneira de ser e de obedecer. Se o não fizerem, então o senhor Rangel tinha razão em denominá-los do gang das ilhas... Espero que o Roberto Leal lhe pregue com as luvas da honra na cara, sem o deformar muito.

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As ilhas dos dois arquipélagos somam seiscentas mil almas e não duzentas e cinquenta mil como escreveu. Muita gente nos Açores morreu de fome (Salazar não permitia estatísticas) porque nos roubavam o trigo para levá-lo para Lisboa. Na década de quarenta houve muita fome e miséria para que o Continente que é hoje Portugal passasse bem. Morria-se muito por cá porque fomos durante séculos assaltados por Lisboa. Também se morreu em África! Fomos sempre pobres. E se não levantássemos a voz e os punhos continuávamos a ter de emigrar para lavar as sanitas dos americanos. Isto porque não passávamos de uns analfabetos à força da política castradora da metrópole.

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Vem agora um retornado, fugido da pátria onde nasceu e onde nada produziu, atentar contra a lei das finanças locais que nos irão lançar para longe da desgraça que foi o termos sido governados por Portugal colonialista. “Insensatez, incúria e ignorância.” As suas, seu comilão das verbas da RTP e próximo de Sócrates como vem expresso claramente na comunicação social! Ter-se-ia transformado no rapaz das voltas do primeiro-ministro? A coisa fica muito feia politicamente... “ O resto do País está obrigado a sacrifícios e a uma contenção...” Ó seu saca de aparas, quem é que vai construir um TGV e um aeroporto na Ota que vai endividar ainda mais Portugal, sem que isso nos sirva para nada porque somos ilhas?

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AzorPress.blogspot Wednesday, August 02, 2006

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O então vendedor de Presidentes da República, Emídio Rangel, que parece já se ter esquecido que foi ele o impulsionador da notícia espectáculo na televisão, aparece, agora, como uma donzela ofendida a fazer acusações ao modo como a imprensa funciona. Nos seus tempos áureos afirmou que um canal de televisão com 50% de share tanto podia vender presidentes como sabonetes e agora, não sei se por dor de corno, pelo facto do Ricardo Costa continuar a vender presidentes e ele andar a vender esticadores para colarinhos, aparece nesta questão numa atitude de "santo de pau de pinho que se cai do altar abaixo, ainda parte o focinho"

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Rua Do Beco: maio 2006 Arquivos maio 23, 2006

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» Comentários no CM on line
Sabado, 13 Outubro

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- José Costa É justo que o primeiro-ministro mande polícias intimidar sindicalistas? (Colares)

- Antonio Matos Volta Salazar, que não te faltam apoiantes, comissários políticos a até alguns velhos pides, ahahahah.Nem o Baía defendia o indefensável, ahahahah.

- Rui Relvas Esquisito, este.

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Onde se pode encontrar o senhor Emídio Rangel?

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.Emídio Rangel - Wikipédia
DN Online: Emídio Rangel
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A Toupeira: RANGEL- As Mentiras E Omissões De Uma Estória