A Internacional

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domingo, dezembro 08, 2013

Soares dos Santos deseja acordo entre PS e PSD para dez anos

 'Patrão' da Jerónimo Martins defende que o bem do país passa por um consenso prolongado pós junho de 2014, data prevista para o fim do programa de ajustamento.
Raquel Pinto



"Daqui a sete meses, o que eu gostaria de ver era um acordo entre o PS e o PSD a dez anos, que nunca mudasse". O desejo é de Alexandre Soares dos Santos, declarado numa entrevista ao programa Estado da Nação da TSF/Diário de Notícias.
Um consenso prolongado "não deve olhar para as próximas eleições", segundo o presidente da Jerónimo Martins, mas ter como meta a "recuperação" do país.
E avisa para o problema das candidaturas independentes, mesmo nas autarquias são "negativas" a médio prazo, tem que existir "disciplina". "Os partidos não estão a ver o problema e não se estão a organizar", afirma.
Soares dos Santos considera ainda "há Estado por todo o lado" e este não é um bom empresário. É tempo de decidir se "queremos uma sociedade baseada na iniciativa privada ou baseada no Estado". "Não podemos andar permanentemente a dizer que precisamos da inicativa privada e criticá-la, castigá-la, e acusá-la de tudo quanto se passa de mau neste país". E acrescenta: "A corrupção em Portugal não vem da iniciativa privada".
O empresário não vislumbra outro posicionamento para Portugal que não seja a Europa face à atual crise financeira e social. "O Brasil não liga nenhuma a Portugal, não precisa de Portugal", defende, e quanto aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, estes vão "viver anos e anos de convulsão".
Deixa críticas à "enorme falta de visão dos políticos europeus" que não conseguem compreender que hoje estão diante de uma "sociedade completamente diferente", com as gerações mais novas mais instruídas. É defensor de que as pessoas de 60 anos têm ainda um "extraordinário" contributo para a sociedade, quando a espetativa de vida está a caminhar para os 90.
"Como é que é possivel mandar gente para casa com 60 anos? Vão estar 30 anos a viver à custa de quem?", questiona. "E são pessoas em absoluto bom estado", conclui.



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