.
Mais uma vez o imperialismo usa a desculpa esfarrapada de “defender populações civis” para impor, pela força, a um país soberano, seus interesses e objetivos geopolíticos. Desta vez, o alvo do mesmo perverso roteiro, já encenado no Iraque, no Afeganistão, na Sérvia, é a Líbia.
A ação, contrariamente ao ocorrido no Iraque em 2003, tem um frágil biombo para disfarçar a agressão. Ele é constituído pela resolução do Conselho de Segurança da ONU que aprovou, por 10 votos contra cinco abstenções, as medidas agressivas contra Tripoli. O imperialismo não conseguiu sequer unir todo seu campo; entre os cinco países que não aceitaram acompanhar aquela medida, um deles é justamente a Alemanha, uma das principais potências imperialistas. Os outros quatro são, significativamente, os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o bloco cuja emergência marca o cenário recente no mundo.
As ações iniciadas contra a Líbia, sob comando dos EUA e reunindo forças militares de um conjunto de países europeus, destacando-se entre eles a França e a Inglaterra (além de Espanha, Itália, Noruega e Dinamarca), constituem mais uma grave violação da soberania de uma nação independente.
Desde o início, os protestos na Líbia tiveram uma característica distinta dentro da onda libertária que sacode o mundo árabe. Nos demais países, todos os sinais indicam movimentos democráticos que surgiram de maneira espontânea, manifestando o descontentamento das multidões e o repúdio contra regimes notoriamente aliados dos países imperialistas. Isso ocorreu na Tunísia, no Egito, e está em curso em outras nações, particularmente no Iêmen e no Barein. Nestes dois países, a repressão contra os manifestantes é sangrenta e mortal, deixando um rastro de cadáveres em sua passagem mas que, nem por isso, desperta nas potências o alegado sentido humanitário que proclamam contra Muamar Kadafi, evidenciando a hipocrisia das motivações que levaram à adoção da resolução agressiva do Conselho de Segurança da ONU.
Na Líbia, os protestos foram usados pelo imperialismo como uma oportunidade para a intromissão, usando como instrumento seus notórios aliados que fazem parte da chamada Frente Nacional pela Salvação da Líbia (criada e financiada pela CIA) e da monarquista União Constitucional Líbia, também apoiada pelo governo dos EUA.
Desde o início dos protestos contra Kadafi, em 20 de fevereiro, multiplicam-se os sinais de envolvimento das potências imperialistas no apoio a estas facções rebeldes, que logo constituíram um autodenominado Conselho Nacional Líbio; há notícias inclusive de que contrabandearam armas para eles. E a imprensa ligada ao imperialismo cumpriu o seu papel difundindo, pelo mundo, todo tipo de desinformação a respeito dos acontecimentos na Líbia, num nítido esforço para obter o apoio da opinião pública a favor da agressão contra o país.
Tudo isso já foi visto no passado recente, e pretende justificar este outro perigoso passo na escalada guerreira do imperialismo contra os povos.
Os ataques contra a Líbia, iniciados no sábado, envolveram mais de 19 aviões só dos EUA e 110 mísseis disparados de navios de guerra, danificando a infraestrutura do país, atingindo inclusive um hospital cardiológico, e deixando 64 civis mortos pelo menos na capital, Trípoli.
Os líbios resistem e há informações de que o governo começou a distribuir armas para um milhão de cidadãos, número que desmente a perda de apoio de Kadafi entre a população, que se mobiliza em defesa da unidade e da soberania do país.
A agressão imperialista contra a Líbia é mais uma aventura ofensiva de resultado imprevisível e demonstra, mais uma vez, a disposição do imperialismo de usar apenas a agressão e a força militar para impor suas próprias soluções aos conflitos internacionais.
A resistência pode ser tão determinada quanto a que ocorre nos outros cenários de guerra no Oriente Médio. Um dos objetivos do imperialismo é reforçar sua posição num quadro que está instável desde o inicio dos protestos árabes, no começo do ano. Além de controlar o petróleo líbio, o imperialismo busca uma posição de força na vizinhança de um Egito que pode deixar de ser um aliado incondicional e criar uma situação nova e desfavorável a seus interesses no norte da África. E pode haver também a vontade de desforra contra Kadafi que, durante décadas, foi um forte adversário de seus objetivos e domínio.
. A ação, contrariamente ao ocorrido no Iraque em 2003, tem um frágil biombo para disfarçar a agressão. Ele é constituído pela resolução do Conselho de Segurança da ONU que aprovou, por 10 votos contra cinco abstenções, as medidas agressivas contra Tripoli. O imperialismo não conseguiu sequer unir todo seu campo; entre os cinco países que não aceitaram acompanhar aquela medida, um deles é justamente a Alemanha, uma das principais potências imperialistas. Os outros quatro são, significativamente, os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o bloco cuja emergência marca o cenário recente no mundo.
As ações iniciadas contra a Líbia, sob comando dos EUA e reunindo forças militares de um conjunto de países europeus, destacando-se entre eles a França e a Inglaterra (além de Espanha, Itália, Noruega e Dinamarca), constituem mais uma grave violação da soberania de uma nação independente.
Desde o início, os protestos na Líbia tiveram uma característica distinta dentro da onda libertária que sacode o mundo árabe. Nos demais países, todos os sinais indicam movimentos democráticos que surgiram de maneira espontânea, manifestando o descontentamento das multidões e o repúdio contra regimes notoriamente aliados dos países imperialistas. Isso ocorreu na Tunísia, no Egito, e está em curso em outras nações, particularmente no Iêmen e no Barein. Nestes dois países, a repressão contra os manifestantes é sangrenta e mortal, deixando um rastro de cadáveres em sua passagem mas que, nem por isso, desperta nas potências o alegado sentido humanitário que proclamam contra Muamar Kadafi, evidenciando a hipocrisia das motivações que levaram à adoção da resolução agressiva do Conselho de Segurança da ONU.
Na Líbia, os protestos foram usados pelo imperialismo como uma oportunidade para a intromissão, usando como instrumento seus notórios aliados que fazem parte da chamada Frente Nacional pela Salvação da Líbia (criada e financiada pela CIA) e da monarquista União Constitucional Líbia, também apoiada pelo governo dos EUA.
Desde o início dos protestos contra Kadafi, em 20 de fevereiro, multiplicam-se os sinais de envolvimento das potências imperialistas no apoio a estas facções rebeldes, que logo constituíram um autodenominado Conselho Nacional Líbio; há notícias inclusive de que contrabandearam armas para eles. E a imprensa ligada ao imperialismo cumpriu o seu papel difundindo, pelo mundo, todo tipo de desinformação a respeito dos acontecimentos na Líbia, num nítido esforço para obter o apoio da opinião pública a favor da agressão contra o país.
Tudo isso já foi visto no passado recente, e pretende justificar este outro perigoso passo na escalada guerreira do imperialismo contra os povos.
Os ataques contra a Líbia, iniciados no sábado, envolveram mais de 19 aviões só dos EUA e 110 mísseis disparados de navios de guerra, danificando a infraestrutura do país, atingindo inclusive um hospital cardiológico, e deixando 64 civis mortos pelo menos na capital, Trípoli.
Os líbios resistem e há informações de que o governo começou a distribuir armas para um milhão de cidadãos, número que desmente a perda de apoio de Kadafi entre a população, que se mobiliza em defesa da unidade e da soberania do país.
A agressão imperialista contra a Líbia é mais uma aventura ofensiva de resultado imprevisível e demonstra, mais uma vez, a disposição do imperialismo de usar apenas a agressão e a força militar para impor suas próprias soluções aos conflitos internacionais.
A resistência pode ser tão determinada quanto a que ocorre nos outros cenários de guerra no Oriente Médio. Um dos objetivos do imperialismo é reforçar sua posição num quadro que está instável desde o inicio dos protestos árabes, no começo do ano. Além de controlar o petróleo líbio, o imperialismo busca uma posição de força na vizinhança de um Egito que pode deixar de ser um aliado incondicional e criar uma situação nova e desfavorável a seus interesses no norte da África. E pode haver também a vontade de desforra contra Kadafi que, durante décadas, foi um forte adversário de seus objetivos e domínio.
.
-
Eis a questão? Que questão?
21/03/2011 20h40 Kátia, se você é tão contra governos tiranos, por que não mencionou o tirano pró-americano do Iêmem, cuja repressão matou 52 manifestantes na véspera do ataque à Líbia? Ou o tirano pró-americano de Barein, cuja repressão no dia anterior matou quatro pessoas?
Marcelo AmadeoRio de Janeiro - RJ -
O brasil está na lista?
21/03/2011 15h37 Me pergunto se o que aconteceu com Iraque, Afganistão e agora com a Líbia pode acontecer com o Brasil um dia?
edisonsao carlos - SP -
Império é isso...mas
21/03/2011 11h29 Todos os argumentos utilizados pela coalizão imperialista capitaneadas pelos americanos e seu fantoche da hora,Mister OBAMA que deslumbrou os incautos brasileiros no Teatro Municipal do Rio, não se justificam por colocar em xeque a AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS E A SOBERANIA DO POVO LÍBIO. Abraço!!!
Flávio MaiaCaxias do Sul - RS -
Defender a democracia ou atacar o império? Eis a questão.
21/03/2011 10h01 Defendo a soberania das nações e disconcordo de intervenções que não são solicitadas por quem de direito. No entanto, não me disponho a defender governos tiranos com o intuito exclusivo de atacar nações conhecidamente imperialistas. Oposição só por ser do contra é irresponsabilidade. A relação entre as nações deve acontecer no âmbito do diálogo. Assim se constrói a democracia que queremos. Cabe à ONU, em minha opinião, mediar o debate e não reunir tropas. Que cada povo decida o que é melhor para si e para os seus. Entretanto, ser soberano não representa justificativa para totalitarismos e atrocidades. Quando Kadafi chegou ao poder, aquele foi um fenômeno de base popular. Contudo, com o passar dos anos, o que era o reflexo da vontade do povo, aparentemente tornou-se a manutenção dos privilégios e desmandos dos governantes. Assim, parece-me irresponsável defender esse governo, tal como é inaceitável assistir a destruição do país por tropas estrangeiras. Conversando a gente se entende.
Kátia NunesNova Lima - MG -
Vagabundos
21/03/2011 9h03 Essa cambada de americanos não passam de covardes imperialistas, enfrentar a URSS qdo da 1ª invasão do afeganistão isso não fizeram, e sabe pq?? Porque só batem em cachorro morto por isso são covardes.
paul priestbauru - SP -
SÓ REFLEXÃO.
21/03/2011 8h46 Olhando por ângulo externo, vendo as massas acompanhando tudo pela televisão me pergunto: ser consciente é pouco ou já se pode admitir que é muito? Não existem guerras sem que haja algum interesse, mas a difusão desse fato atinge pouco as pessoas. Como conseguir sobreviver à margem desse fato?
Ademir de OliveiraJuína - MT -
Mente e acredita na mentira
21/03/2011 0h12 Cito imprecisamente Eduardo Galeano, qdo diz que os países do capitalismo central, especialmente o mais violento e sem moral, pode se dá o luxo de inventar mitos e até de acreditar msm neles(refere-se ao livre comércio). Mas, isso não enche o bucho de ninguém na periferia. Defender a paz, a liberdde dos povos, a vida de civis (a OTAN?, ó aí macho!!), a democracia etc etc não passam de sombras retóricas na boca dos EUA. Entre isso e Kadafi, como se manifestar num voto na ONU? Pra n apoiar um nem outro, abstenção? Acho que sim.
ManoelNatal - RN Obama, faça como o Janio
20/03/2011 22h48Renuncie, com a agressão à Libia você perdeu o resto da pouca moral que você tinha. Fale que forças ocultas o obrigaram a abandonar seu posto, quem sabe assim voce volte a ser algum dia um cidadão respeitado.diego perezflorianopolis - SC.
Sem comentários:
Enviar um comentário