A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

A VERDADEIRA TAXA DE INFLAÇÃO

* Paulo Peixoto


18-01-2008

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Finalmente temos a taxa de inflação devidamente apurada. Pelo menos assim se espera. De qualquer forma, estes atropelos e soluços não são surpreendentes, afinal, o assunto é repetente pelo menos há dez anos.


O que causa estranheza, ou nem por isso, é o facto de ninguém fazer nada para inverter tal situação. E não adianta levantarem-se agora determinadas vozes, pois quando tiveram direito, oportunidade e poder de decisão, ficaram-se pelos mesmos resultados, não fazendo mais que o mesmo.

O que preocupa num cálculo errado da taxa de inflação é que todas as medidas tomadas a jusante ficam completamente desvirtuadas e erradas.

E os prejudicados são, invariavelmente o “Manel e a Maria”.


A partir desses dados são extrapoladas determinadas medidas que saem enviesadas e desajustadas da realidade e consequentemente das necessidades.


A mais evidente, porventura, é o ajustamento dos salários que são efectuados em baixa e obviamente que condicionam o poder de compra dos consumidores.

Acontece, porém, que a maior parte dos salários dos Portugueses já estão hipotecados ao mês anterior, e isso obviamente remete-nos para elevadas taxas de crédito mal parado junto da Banca e das instituições financeiras.


No entanto, há pelo menos mais duas considerações que nos merecem alguma reflexão.
A primeira é a de tentar perceber de uma vez por todas porque é que estes erros acontecem, uma vez que são demasiadamente repetitivos.


Será que a máscara de resultados é uma legítima forma de comunicar com os cidadãos?
A segunda tem a ver com as extrapolações que vão sendo feitas diariamente, e baseadas em determinados pressupostos. Ora, se as premissas de entrada estão erradas, logo as conclusões também, e portanto chegamos à brilhante conclusão que, afinal de contas, andamos todos enganados.

Finalmente, e numa análise meramente empírica, é sentida uma enorme frustração, pois os sacrifícios que vão sendo suportados por todos os portugueses não se traduzem numa evolução positiva real, mas sim numa evolução positiva intermédia ou provisória, que quando devidamente acertada para valores definitivos se espelha numa evolução que em alguns casos e áreas é negativa.

Então porquê o esforço? Qual a recompensa por tanto sacrifício?

Não adianta levantarmos as bandeiras por não fazermos orçamentos rectificativos, quando, na verdade os mesmos eram mais que necessários e justificáveis, ainda para mais quando a realidade económica do país tanta prudência aconselha.


E agora? Que se pode esperar para este jovem 2008?

Vamos continuar a trabalhar em falso, ou de uma vez por todas vamos fazer previsões realistas, que obviamente não sendo as mais simpáticas, seguramente serão as mais fiáveis?

Que este exemplo sirva de benchmarking para tudo o resto e que consigamos aprender com os erros e corrigir para o futuro.


A instabilidade social que assola o país, e que ainda vai sendo disfarçada e ignorada, todos os dias aumenta com números assustadores, e não é trabalhando os números que a mesma se resolve, antes por medidas concretas e oportunas, que consigam inverter esta “praga” que nos vai assolando.
É que a todos nós, incluindo a classe política, pagam-nos para ser eficientes e não para ser simpáticos. Se conseguirmos as duas características tanto melhor, caso contrário, vamos optar pela primeira, até porque as eleições ainda estão longe.
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