A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, julho 02, 2013

Uma moeda de troca chamada Gaspar!

PAÍS

Uma moeda de troca chamada Gaspar!

A divulgação pública da demissão de Vítor Gaspar vem confirmar a tendência que afirmámos no artigo ontem publicado - “As 10 propostas de Seguro”, de que uma intensa luta se está a travar no seio da burguesia, opondo os sectores mais enfeudados à tróica germano-imperialista e aos grandes grupos financeiros e bancários aos sectores da burguesia nacional, mais ligados à produção industrial e à agricultura, e a uma vasta camada da pequena burguesia que está a pôr-se em bicos dos pés para abocanhar os restos do banquete orçamental.
Luta que, no entanto, não obscurece a contradição principal e antagónica que é a que opõe os referidos sectores da burguesia à classe operária, aos trabalhadores e ao povo português em geral. É que de um lado da barricada, com contradições, é certo, mas no plano formal (meramente quanto ao tamanho da fatia do bolo orçamental que caberá a cada um deles), estão os vários sectores da burguesia, unidos em torno de um programa e um memorando que acorrenta o povo português a uma dívida que não contraiu, e o país à condição de protectorado ou sub-colónia, sobretudo do imperialismo germânico.
A saída de Gaspar só pode ser entendida como parte do acordo que os diferentes sectores da burguesia estão a negociar entre si para fazerem frente – uma vez mais com base na política de bloco central – ao crescendo da mobilização, do empenho e energia para a luta pelo derrube deste governo de traição nacional protagonizada pela classe operária e pelo povo, cujos episódios mais recentes foram a Greve dos Professores e a Greve Geral do passado dia 27 de Junho, na qual estiveram empenhadas as duas Centrais Sindicais – CGTP e UGT – e vários sindicatos independentes. Uma luta que todos eles temem porque resultará na constituição de um governo democrático patriótico que, para além de suspender de imediato o pagamento da dívida, preparará o país para a saída do euro e da União Europeia.
Agora podemos perceber melhor os rasgados elogios que PSD e CDS fizeram às 10 propostas de Seguro. Em política não existem coincidências. Algumas propostas de Seguro foram toleradas pela coligação que sustenta o governo de traição nacional, mostrando assim a esta oposição que, se for bem comportada e colaborante com a questão essencial do pagamento da dívida e a inevitável política de austeridade, não há qualquer problema. Até pelo contrário - deste modo, o PS deixa de ter fundamento para pedir a demissão do governo e pode ser que a fatia do bolo que lhe couber leve um reforço de dose.
Nos bastidores os diferentes sectores da burguesia contam armas, exibem forças ou fraquezas, mas estão todas de acordo quanto a um objectivo – a presa a despojar, esventrar e exaurir é comum a todos estes exploradores, o povo e quem trabalha! Desiludam-se! Não é pelo facto de apostarem numa ministra refundada do arsenal gasparista – Maria Luis Albuquerque - , não será por terem uma 5ª coluna ao seu serviço – o PS – que a burguesia e os seus representantes contarão com o abrandamento da imparável luta pelo derrube deste governo que os trabalhadores e o povo português há muito encetaram.

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