Desemprego
761 500 pessoas sem trabalho
Taxa oficial aproxima-se dos 11 por cento. Os números oficiais atingiram o recorde de 609 400 pessoas no terceiro trimestre, mas os números reais são ainda mais dramáticos.
- 0h30 Correio da Manhã 2010 11 18
O desemprego em Portugal está a subir desde o início do ano a um ritmo de 152 pessoas por dia. Um número assustador que faz elevar o número total de desempregados para o recorde de 609 400 pessoas e empurra a taxa para os 10,9 por cento, de acordo com as estatísticas oficiais. O número real de desempregados estará, porém, nos 761 500.
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Os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam um aumento no número de desempregados de 46 100 desde o início do ano e de 175 700 em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
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Contudo, as estatísticas não incluem a totalidade dos desempregados que, pelas contas do economista Eugénio Rosa, podem chegar aos 761 500, o que corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 13,5 por cento.
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Reagindo a estes números, Helena André considerou a subida normal, sublinhando que é uma tendência que se verifica no terceiro trimestre de cada ano e adiantou que já houve anos piores. Em nenhum ano, porém, a taxa de desemprego esteve tão próxima dos 11 por cento.
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Quando chegou ao Governo, há cerca de cinco anos, José Sócrates prometeu criar 150 mil postos de trabalho. Terminou o primeiro mandato sem cumprir a meta e no segundo mandato o desemprego tem registado níveis recordes.
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"FAZ MUITA DIFERENÇA"
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Rui Silva trabalhava na construção civil, mas está desempregado há mais de um ano. A mulher, Maria Teresa Silva, é operadora de rádio-táxi e leva para casa "500 euros limpos". Com três filhos (um de 3 anos e dois gémeos de 10), o casal, na casa dos 30 anos, vive em Portimão e está no escalão A. Até agora recebia 42 euros por cada criança, de abono de família, mas vão ver a verba reduzida em 30 euros – 10 por cada filho. "Vai fazer-nos muita diferença", admite Maria Teresa, "a nossa situação já não é nada fácil e vai ficar ainda pior", acrescenta.
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264 300 POSTOS DE TRABALHO DESTRUÍDOS
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Entre Junho de 2008 e Setembro último foram eliminados em Portugal 264 300 empregos – 59 700 dos quais este ano – ou seja, 221 postos de trabalho por dia. A denúncia parte do economista Eugénio Rosa que considera esta destruição de emprego "dramática" e antevê que a situação venha a piorar bastante no próximo ano.
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"Ainda não começámos a sentir o efeito das medidas de austeridade anunciadas para o próximo ano e que deverão fazer aumentar o desemprego o que, aliado à diminuição do apoio aos desempregados, terá consequências dramáticas", sublinhou ao Correio da Manhã, Eugénio Rosa.
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