A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Terceira idade: Reforma é a mais baixa da UE a 15


* Sandra Rodrigues dos Santos
.
109 euros em falta todos os meses
.
A maioria dos portugueses considera que a idade da reforma é sinónimo de dificuldades financeiras e é fácil ver porquê. Portugal tem as pensões mais baixas da União Europeia a 15 membros – só os últimos países a aderirem têm pensões inferiores – e o magro rendimento não chega para pagar as contas. Mensalmente faltam 109 euros para fazer face a todas as despesas.

De acordo com o Axa Barómetro Reforma 4.ª vaga, ontem apresentado em Lisboa por aquela seguradora, os aposentados portugueses recebem uma média de 646 euros por mês e têm despesas da ordem dos 755 euros, um factor que contribui para que necessitem de apoio material (81 por cento) e financeiro (70 por cento) dos filhos.

Do conjunto de 26 países abrangidos no estudo, Portugal é o que tem as pensões mais baixas a seguir à Hungria (300 euros) e à República Checa (331). Apesar do baixo valor neste país, os checos conseguem um excedente mensal de 32 euros.

O documento revela, igualmente, que seis em cada dez reformados têm uma pensão inferior ao último salário. Uma diminuição de rendimento que é antecipada por sete em cada dez trabalhadores no activo.

Por estas razões não é difícil compreender que para a maioria dos portugueses pensar na reforma seja o mesmo que pensar em dificuldades financeiras e pobreza.

Ainda assim, é mínima a percentagem de trabalhadores no activo em Portugal que conhece o valor da pensão que vai auferir na aposentação. Apenas 16 por cento sabe quanto irá receber – a percentagem mais baixa da Europa – e ainda assim são na maioria pessoas com idades mais próximas de saírem do mercado de trabalho.

Durante a apresentação do estudo, o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, defendeu que as empresas devem apostar no prolongamento da vida activa e na valorização do saber dos mais velhos, evitando a saída precoce do mercado de trabalho.

Vieira da Silva reagia assim ao facto de o estudo concluir que 77 por cento das pessoas que se reformaram antes da idade legal o terem feito por imposição do empregador e não por vontade própria.

REFLEXO DO PASSADO CONTRIBUTIVO

O facto de o passado contributivo ser baixo e de as pensões não respeitarem a carreiras completas nem a salários elevados justificam o facto de as reformas em Portugal serem mais baixas do que na maioria dos países europeus. Esta é a opinião de Pereira da Silva, professor do ISEG e perito em questões de Segurança Social: “Se as pessoas já ganhavam mal, as pensões vão ser fracas e mesmo que tivessem pensado em melhorar a situação se calhar não tinham meios para o fazer”, declarou Pereira da Silva ao Correio da Manhã. Para este especialista é essencial que se poupe para a reforma se se quiser manter o nível de vida, já a idade certa para preparar a reforma é “desde que se tenha meios financeiros”. Pereira da Silva reconhece que – apesar de nem sempre ser fácil “porque há outras preocupações” – a poupança deve começar cedo.

APONTAMENTOS

PREPARAÇÃO

São 40% os trabalhadores portugueses no activo que poupam para a reforma e começam a fazê-lo por volta dos 34 anos, mais tarde do que nos outros países e, normalmente, após acidente ou doença.

POUPANÇA

A média de poupança é de 246 euros e está acima da média, apesar de os rendimentos em Portugal serem mais baixos do que na maioria dos países estudados.

MULHERES

As mulheres portuguesas estão mais bem preparadas para viver a reforma do que os homens. O sexo masculino encara este período como sinónimo de solidão e aborrecimento.

REFORMAS COMPARADAS (valores em euros)

BÉLGICA: 1246 (valor da reforma) / 1517 (total de despesas) / - 271 (excedente/défice)

REP. CHECA: 331 (valor da reforma) / 299 (total de despesas) / 32 (excedente/défice)

FRANÇA: 1530 (valor da reforma) / 1892 (total de despesas) / - 362 (excedente/défice)

ALEMANHA: 1318 (valor da reforma) / 893 (total de despesas) / 425 (excedente/défice)

HUNGRIA: 300 (valor da reforma) / 416 (total de despesas) / - 116 (excedente/défice)

ITÁLIA: 1468 (valor da reforma) / 1388 (total de despesas) / 80 (excedente/défice)

Portugal: 646 (valor da reforma) / 755 (total de despesas) / - 109 (excedente/défice)

ESPANHA: 1118 (valor da reforma) / 1155 (total de despesas) / - 37 (excedente/défice)

SUÍÇA: 2410 (valor da reforma) / 1756 (total de despesas) / 654 (excedente/défice)

REINO UNIDO: 1270 (valor da reforma) / 872 (total de despesas) / 398 (excedente/défice)

EUA: 2800 (valor da reforma) / 1743 (total de despesas) / 1057 (excedente/défice)

Fonte: Axa Barómetro Reforma
.
in Correio da Manhã 2008.01.23

Sem comentários: