A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Luzia Inglês Van-Dúnem (Inga)


MULHERES ANGOLANAS HISTÓRICAS (4)
Uma guerrilheira chamada Inga
por: Raimundo Salvador


O centro de comunicações do comandante em chefe das Forças Armadas Angolanas foi chefiado, de 1976 a 1991, por uma senhora: Luzia Inglês Van-Dúnem, actual secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), uma antiga combatente da luta de libertação nacional.

Natural de Luanda, Luzia Inglês, 56 anos, é filha de Guilherme Inglês, reverendo da Igreja Metodista de Angola. Começou a tomar consciência dos movimentos nacionalistas ainda muito jovem, ouvindo as conversas do pai com Nobre Dias, Noé Saúde, Gaspar Martins, Pedro Benje e Belarmino Van-Dúnem, nacionalistas com quem mantinha contactos regulares.

Inga, como passou a ser conhecida a revolucionária, traça, aqui, em perfil, a sua trajectória, recordando, com alguma amargura, os piores momentos por que passou, com mortes de pessoas que lhe eram muito queridas à mistura, até chegar onde se encontra hoje.

O assassinato do pai, depois de preso, em 1961, nos Dembos, pelas forças coloniais em reacção a famosa Revolta de 15 de Março, é relembrada com tristeza. “Mataram-no de forma atroz. Inicialmente, cortaram-lhe um braço e outras partes do corpo. Depois, deram-lhe um tiro de misericórdia”, conta a filha, que na altura vivia nos Dembos.

Na tarde do dia 23 de Março de 1961, Luzia Inglês conta que saiu de casa para apreciar uma frota de aviões que sobrevoava a zona em que vivia. Pouco depois, chamas flamejantes consumiam casas e corpos de crianças, adultos e velhos. Era o início dos bombardeamentos à sanzala do Piri, Dembos, e de Nambuangongo pela força área portuguesa.

Fuga às matas
A morte de uma colega, à mesa, com um irmão às costas, marcou, profundamente, Luzia Inglês, que contava, na altura, 13 anos. Um sentimento de revolta tomou conta de si, enquanto procurava refúgio nas matas, começando, deste modo, a sua actividade no movimento de guerrilha contra o colonialismo português.


Com isso, recebe os primeiros treinos militares e participa em actividades de formação política. Três anos e meio depois de ter entrado nas matas, parte para Leopoldeville, actual Kinshasa, aproveitando a oportunidade para terminar os estudos primários, numa escola de refugiados angolanos, controlada por antigos professores sobreviventes de escolas da Igreja Metodista de Angola.

Na actual República do Congo Democrático, Luzia Inglês participa de acções clandestinas de recolha de informações, já que os militantes do MPLA eram perseguidos pela UPA e pelas autoridades locais.
Aos 19 anos, em 1967, parte para a República do Congo Brazaville, país amigo do MPLA, e é matriculada no Liceu 4 de Fevereiro, primeira instituição de ensino que o MPLA abriu no estrangeiro.
Inga, que frequentou o primeiro treino militar com armas em Brazaville, vai para a Frente Leste em 1968 e, no ano seguinte, é seleccionada para frequentar um curso militar de rádio e telecomunicações, na União Soviética, com duração de um ano.

Recorda o período em que trabalhou na Frente Leste, na área de comunicações, e cita nomes de companheiros de armas, hoje oficiais generais, como Bento Ribeiro, Sacha, Ba-gorro, Joaquim Rangel, Florinda Pedro (Dinda), Joana André (Bichinha), brigadeira da Marinha de Guerra, e Catarina Baião (Bela), esposa do general Kito, embaixador na Namíbia.

Trabalhou, igualmente, como operadora, logística e financeira da Estação Principal de Comunicações da Frente Leste, comandada por Monimambo, um histórico da luta de libertação.

Em 1973 assume a chefia da Estação de Comunicações da Cassamba, ainda na Frente Leste, e, mais tarde, torna-se responsável da estação de comunicações do MPLA, em Dar Es Salam, capital da República da Tanzânia.

Casada com Afonso Van-Dúnem M’binda e mãe de quatro filhos, Inga regressa a Luanda em Fevereiro de 1974, no avião que trouxe o Presidente Neto ao país. Trabalha, assim, no grupo que estava a tomar o controle das unidades militares de telecomunicações em Luanda e do Palácio.

Após a conquista da independência, é nomeada, em Janeiro de 1976, chefe da Secção de Telefax da Presidência da República, que evoluiu para Centro de Comunicações do Comandante em Chefe das Forças Armadas. Permanece no cargo até 1991, ano em que o marido, Afonso Van-Dúnem M’binda, é nomeado embaixador de Angola junto das Nações Unidas.

Em 1999, 38 anos depois de ter aderido à luta armada de libertação, é eleita secretária geral da OMA, organização feminina do MPLA.

4 comentários:

Canto do souzito disse...

Que surpresa, encontrar um texto num blogue da net, num link dedicado à biografias de mulheres angolanas. Adorei!!

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 09 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

Victor Nogueira disse...

A Eduardo Bengui e ao Anónimo «publicista» de HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES.
Como disse a este último, não há mais comentários anóminos, de quem não dá a cara.
Victor Nogueira

Unknown disse...



1) Anos 50: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-50/

2) Anos 60: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-60/

3) CVAAR: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/cvaar-corpo-voluntario-angolano-de-assistencia-aos-refugiados/

4) Fotografias: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/fotografias/

5) Página principal HAM: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/hugo-azancot-de-menezes-1928-2000/


Mon père nommé Hugo José Azancot de Menezes fût politicien depuis le Portugal où il a terminé ses études universitaires comme médecin. Là il débute sa trajectoire politique et aussi hérité de l'esprit de son père qui fût le premier noir santomense a subir la formation en médecine et especialiser en obstétrique. Son père se nommait Ayres sacramento de Menezes qui est mort en Angola. Mon père fut un des fondateurs du MPLA parmi les six. Son parcours commence au Portugal, Londres, Guinée Conacry a l'aide de Sékou Touré. Il faut médecin de sékou Touré et famille. Ensuite le Congo Kinshasa entre 1960 et 1962, Ghana à l'aide de Nkrumah. Craie l'émission on langue portugaise et avec le coup d'état a Nkrumah fuit au Togo et ensuite vas au Congo Brazzaville. Avec l'indépendance de l'Angola il rentre dans de Pays. En Guinée Conakry avec l'aide de Sékou Touré il rassemble les premiers membres qui dont il fait part qui constitue le premier comité directeur et chez luis en Guinée Conakry que le MPLA , mouvement populaire de libération du MPLA est fonder. Au Congo il fut médecin a BOKO entre 67 et 68. Ensuite a travaillé à DOLISIE et pour fin a Brazzaville a l'hôpital général. Il était três amis a monsieur Henri Lopes depuis le temps de ugean à Paris. A DOLISIE e Brazzaville comme médecin et politiciens fut beaucoup d'amitiés. A Boko il avait des très grands liens Avec Massamba Débat et beaucoup d'autres intellectuels et populations. Le butin documentaire de mon père est composé de 2500 documents liés à sa carrière politique et d'environ 80 lettres de son père Aires do Sacramento de Menezes. Ces documents ont été prêté à l'université de lettre à Lisbonne, Portugal pour pouvoir construire le. Site.


named Hugo José Azancot de Menezes was a politician from Portugal where he completed his university studies as a doctor. There he began his political career and also inherited the spirit of his father who was the first black Santomense to undergo training in medicine and specialize in obstetrics. His father was named Ayres sacramento de Menezes who died in Angola. My father was one of the founders of the MPLA among the six. His journey begins in Portugal, London, Guinea Conacry with the help of Sékou Touré. We need Sékou Touré and family's doctor. Then Congo Kinshasa between 1960 and 1962, Ghana with the help of Nkrumah. Chalk the program in Portuguese language and with the coup d'etat has Nkrumah flees to Togo and then goes to Congo Brazzaville. With the independence of Angola it returns to Country. In Guinea Conakry with the help of Sékou Touré he brings together the first members who he is part of which constitutes the first steering committee and at his home in Guinea Conakry that the MPLA, popular liberation movement of the MPLA is to found. In the Congo he was a doctor at BOKO between 67 and 68. Then he worked at DOLISIE and finally in Brazzaville at the general hospital. He was very friends with Monsieur Henri Lopes since Ugean's time in Paris. In DOLISIE e Brazzaville as doctor and politicians was a lot of friendships. In Boko he had very strong links with Massamba Débat and many other intellectuals and populations. M'y fathers documentary booty ,consisting of 2,500 documents related to his political carrer and around 80 lettres from his fathers Aires de Sacramento de Menezes.