A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Jorge Messias - Bem aventurados os mais ricos da Terra! (1)



Avante!

N.º 1987 
29.Dezembro.2011

  • Jorge Messias

Bem aventurados os mais ricos da Terra! (1)
«Dinheiro é poder. O poder enlaçou-se com a política. A partir deste ponto, os problemas políticos fundem-se com a influência financeira do Vaticano na administração monetária» (Estebam Torres/Internet)
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«A Igreja está a tornar-se para muitos no principal obstáculo à fé. Nela não conseguem ver mais que a ambição humana pelo poder... » (Joseph Ratzinger, 1977, como Prefeito do ex-Tribunal do Santo Ofício)antes de ser papa
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«A constituição de uma Autoridade Pública Mundial ao serviço do bem comum é o único horizonte compatível com as realidades globais… dando vida a alguma forma de controlo monetário para gerir o mercado financeiro… mesmo que à custa da transferência gradual e equilibrada de uma parte das atribuições (de soberania) nacionais» («Nota sobre a reforma do sistema financeiro e monetário mundial»,Comissão Pontifícia Justiça e Paz, Outubro 2011)
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O Vaticano abandonou o seu silêncio «de chumbo» para mostrar como está atento à crise geral do capitalismo e como se empenha em salvar o sistema. Não é sem razão de ser que isto acontece. A Igreja católica é actualmente o mais poderoso grupo financeiro mundial. Embora seja impossível dar sequer uma ideia aproximada das dimensões reais do seu poderio – sobretudo político, económico e financeiro – façamos no entanto uma incursão no que é praticamente desconhecido.
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Temos visto pelos jornais como o preço dos metais preciosos, nomeadamente o oiro, tem crescido em flecha nos recentes tempos da crise. Pois a Igreja mundial, reconhecida como a mais importante detentora de metais preciosos, tem recolhido a maior parte dos lucros destas oscilações cambiais. Nos anos 80 do século vinte, antes da galopada dos preços começar, calculava-se que em todo o mundo o Vaticano detivesse nos seus cofres lingotes num valor superior a 6 mil milhões de dólares. Isso, só em «oiro sólido» (oiro em barras, com exclusão de outros metais preciosos trabalhados ou não (pepitas, objectos de oiro, moedas, peças incrustadas em altares, etc.).
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Também, tanto quanto se sabe, por alturas dos finais do século XX e só nos bancos suíços e ingleses o Vaticano detinha em acções, pedras preciosas, objectos de arte, etc., etc., reservas superiores a 11 biliões de dólares. Os poucos dados conhecidos permitem, igualmente, calcular que os bens eclesiásticos num só país – os EUA – considerado espelho da prosperidade capitalista, a Igreja administrava valores em bens imobiliários, acções, depósitos financeiros e outros investimentos que excediam a soma dos capitais sociais dos dez principais grupos económicos norte-americanos.
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Na declaração da «Comissão Pontifícia Justiça e Paz» a que à margem deste texto se alude, reconhece-se que actualmente, em todo o mundo, um trilião de seres humanos sobrevive com um rendimento de 1 dólar por dia. Por outro lado, admite-se que uma tal situação resulta de deficiências da gestão política e da prática de um liberalismo «tecnocrático». Mas não se fala no papel activo que o Vaticano tem desempenhado na construção deste quadro político e social.
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A complexa rede financeira dirigida pela Santa Sé depende directamente do Papa, da Cúria Romana e do IOR – Instituto para Obras Religiosas, correntemente conhecido comoBanco do Vaticano. Aparentemente, desempenha as funções que são comuns a qualquer banco. Na realidade, a rede vai muito mais além e é a sede da mais importante central financeira mundial. Giram na sua órbita bancos extremamente poderosos como o Pax, o J.P. Morgan ou oDeutsch Bank. Domina extensos impérios bancários, através da compra directa de grandes lotes de acções. Domina, por intervenção de terceiros, interesses que determinam as orientações dos verdadeiros centros de decisão mundial, tais como o G20, o Clube de Bilderberg,o Foreign Council norte-americano ou os Illuminati. Desenvolve constantes actividades criminosas, nomeadamente as lavagens de dinheiros, os desfalques, o contrabando e a corrupção, como está demonstrado pelos permanentes escândalos que envolvem o IOR (Ambrosiano, P2, falsas fundações, IPSS ou Fundos de Caridade, desvio de subsídios do Estado, operação «Mãos Limpas», etc., etc.).
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Em Itália, como em Portugal, aos responsáveis por estes crimes nada acontece.
.Estão protegidos pelos escudos invisíveis das «Concordatas».
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É o princípio de uma longa história. Mas, por hoje, temos de ficar por aqui.

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