SEGUNDA-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 2012
BLOCO CENTRAL: A Escola do Crime…quase Perfeito!
A detenção de Duarte de Lima ou de Oliveira e Costa têm demonstrado ser episódios, nenhum com consequências punitivas, de facto, até à data, de como este “caldo” a que se chama BLOCO CENTRAL se tornou uma verdadeira escola de formação de criminosos.
O processo explica-se em poucas linhas:
• Primeiro, fruto das políticas levadas a cabo pelo “centralão” – PS e PSD (com o CDS sempre à espreita e a reboque) – liquida-se o nosso tecido produtivo em troca de subsídios supostamente destinados a fazer entrar o povo português no paraíso de leite e mel, no céu da abundância e da riqueza “solidária” dos países desenvolvidos do norte do continente europeu;
• Os subsídios começam a fluir, como começa a fluir todo um exército de “especialistas”, “políticos de carreira”, “consultores” jurídicos e financeiros, a arrogar-se detentores da VERDADE sobre qual a aplicação a dar aos abundantes fundos que começavam a entrar nos cofres do estado e a merecer o apetite vampiresco daqueles que, rapidamente, os queriam transferir para os seus cofres privados;
• Mas, cedo a classe política se apercebeu que tal roubo não poderia ser feito às claras, de forma ostensiva e descarada. Logo, uma vez mais, um exército de “políticos de carreira”, de “consultores” jurídicos e financeiros, lançaram a artimanha jurídico-legal que corporiza as PARCERIA PÚBLICO PRIVADAS e das Empresas Públicas com gestão privada, que se encarrega de consumar o roubo, mas sob a capa da legalidade;
• Numa intricada teia de promiscuidades onde alguns advogados e outros jurídicos repartem as suas funções de deputados com as de consultadoria ao grupos parlamentares dos partidos da burguesia, através dos grandes gabinetes de advocacia aos quais continuam ligados, o edifício jurídico vai sendo montado à medida dos interesses do saqueio desses fundos que, tão “generosamente” davam entrada no país;
• Daí até às regras de adjudicação, à rede de influências e às “troca de favores” foi um pequeno passo. Passo, aliás, que mais não seria do que a consequência lógica do processo tão laboriosamente montado;
• Desses fundos públicos, agora em mãos privadas, à custa de desvios de dinheiro, obras adjudicadas por um montante e terminadas em montantes escandalosamente superiores, de luvas devidas a trocas de favores, políticos, económicos e financeiros, surgiram novas corporações financeiras, novos grupos económicos que, temerosos, como é apanágio de um ladrão que se preze, de que alguém lhes viesse roubar aquilo que tinham acumulado com tanto “sacrifício”, se apressaram a colocar as “mais-valias” em offshores e, não contentes, a criar a sua própria offshore na Madeira, assegurando uma gigantesca lavagem de dinheiro, ocultando a origem fraudulenta do dinheiro roubado.
Tudo isto foi sendo praticado ao longo das últimas três décadas de forma impune. As leis tinham sido criteriosamente produzidas de modo a assegurar a impunidade dos criminosos.
Seria fastidioso elencar as personagens que ao longo destas três décadas se locupletaram com verbas faraónicas. Eles pertencem aos vários partidos do “arco do poder”, numa intricada teia que vai desde o poder central ao chamado poder local. E, em nome do sacrossanto princípio político eleitoral que convenientemente montaram, asseguraram que a “rotatividade” entre o PS e o PSD – a famosa bipolaridade – garantiria que todos eles haveriam, como diz o povo, comer da gamela.
A contrapartida aos fundos tão “generosamente” postos à disposição do nosso país pelo directório europeu, dominado pelo imperialismo germânico, era o de que abandonássemos a agricultura, porque os franceses produziam mais, melhor e mais barato; abandonássemos as pescas, porque os espanhóis tinham melhor frota e venderiam o pescado a preços mais atractivos; destruíssemos a nossa indústria naval, metalomecânica/metalúrgica, siderurgia, etc., porque os alemães tinham melhor “know-how” e preços muito mais competitivos.
Não serviram, portanto, esses fundos para equipar a nossa frota pesqueira, para mecanizar e modernizar a nossa agricultura ou para robotizar e tornar mais especializada e inovadora a nossa indústria. Nada disso! Serviram para implementarmos, a par do compadrio e da corrupção, a famigerada “política do betão”, levada a cabo pelos sucessivos governos do “proeminente” economista Cavaco, que assegurou as auto estradas do “desenvolvimento”, isto é, as vias que assegurariam as massivas importações de produtos dos países daqueles que tão “generosamente” nos tinham atribuído os fundos.
Claro está que um país como Portugal que importa quase 80% daquilo que necessita para que a sua economia se desenvolva, que destruiu o seu aparelho produtivo, a fórmula que o capitalismo encontra para “equilibrar” as coisas a contento dos seus interesses de rapina é a de “emprestar” dinheiro, estimular o crédito – ao estado e aos particulares - com juros faraónicos, esperando que a espiral de endividamento que tal política irá, necessariamente, provocar lhes permita arrogar-se o direito de exigir ao estado português, como “pessoa de bem” que supostamente deve ser, que pague a factura.
Como o estado não é “pessoa de bem” porque foi minado por toda a sorte de bandidos sem escrúpulos, e o dinheiro que teria para supostamente pagar a “dívida” esvaiu-se em contas na Suíça ou em “offshores” espalhadas por esse mundo fora, e se entreteve a destruir o tecido produtivo do país, resta-lhe uma “garantia” ou “moeda de troca” para pagar a “dívida” que os abutres do FMI, do directório europeu, a mando do imperialismo germânico, agora reclamam: “embaratecer” os “custos salariais”, empobrecer o povo, destruir todo o tipo de “políticas sociais” – desde o acesso à saúde até ao acesso à educação, passando pelas mais variadas prestações sociais – para tornar Portugal a “Malásia” da Europa, com mão de obra intensiva, não especializada e baratinha e vender a preços de saldo todos os activos e empresas estratégicas para qualquer economia que se deseje independente e ao serviço dos trabalhadores e do povo.
O ambiente de sublevação que se está a manifestar por todo o país tem de se agigantar, romper com o medo que este governo fascista e vende-pátrias, com as suas medidas terroristas, está a querer induzir sobre os trabalhadores e o povo português, pois, se não o fizer, está a alimentar os algozes da sua própria morte, miséria, fome, desemprego e precariedade.
Aos trabalhadores e ao povo português nada mais resta do que derrubar este governo serventuário dos interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, do imperialismo germânico, correr com o FMI e restante tróica de Portugal e edificar um Governo de Esquerda Democrático Patriótico!
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