28 Setembro 2012 | 00:36
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O facto de o governo dizer que estava tudo bem, antes da apresentação das medidas sobre a TSU, mostra uma "impreparação que aterroriza", afirma António Lobo Xavier na Quadratura do Círculo.
Depois da oposição do CDS, “ou acabava a coligação ou acabavam as alterações à TSU”, diz António Lobo Xavier no programa da SIC Notícias, Quadratura do Círculo, desta quinta-feira. “Foi mais útil manter-se a coligação, prevaleceu o bom senso”.
“Aparentemente”, diz António Lobo Xavier, “o primeiro-ministro ficou surpreendido com a reacção dos portugueses” à proposta de aumento da TSU suportada pelos trabalhadores e diminuição da que é paga pelos empregadores. Daí que, diz, “o mais preocupante nesta crise é que” o primeiro-ministro parece que “não conhece o país, não conhece o que é que pensam as pessoas em geral”.
As manifestações de 15 de Setembro não foram, na visão de Lobo Xavier, apenas posições de “desagrado” para com a austeridade mas foram também “contra um discurso que não bate certo com nada”.
O facto de, dias antes do anúncio das alterações na TSU, o governo ter dito que estava tudo bem “mostra uma impreparação que aterroriza”, afirma ainda António Lobo Xavier. "Como é possível dizer que estava tudo bem, há um mês, e depois virem à televisão anunciar medidas destas", questionou.
O centrista mostrou-se desiludido com os responsáveis do Governo, "pessoas pelas quais me bati", que "chegando a um ponto em que as contas não batem certo, natural era dizerem: tentamos tudo mas não conseguimos".
Pacheco Pereira que, com Lobo Xavier e António Costa, integra o painel da Quadratura do Círculo moderado por Carlos Andrade, diz que “há muita coisa na negociação com a troika [na quinta avaliação] que correu mal e que não sabemos”.
Para Pacheco Pereira há “uma desagregação no discurso do governo”, um movimento de “galinha sem cabeça”.
António Costa diz não acreditar que “se o primeiro-ministro tivesse percebido” o efeito das alterações na TSU “fosse ver o espectáculo de Paulo de Carvalho”. Depois do anúncio daquela medida tinha de “se impor um mínimo de recato”.
António Lobo Xavier referiu por diversas vezes que a quinta avaliação da troika não foi positiva, deixando entender que a proposta da TSU, que designou como “passo de mágica” teve como objectivo “colocar alguma água benta” no exame.
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